Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nome e Código:
Ano de Frequência: 2º
Turma:
Nome e Código:
Ano de Frequência: 2º
Turma:
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................6
2. ACTOS ELOCUTÓRIOS............................................................................................................7
CONCLUSÃO................................................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................13
1. INTRODUÇÃO
A linguagem humana utiliza-se para expressar pensamentos, ideias e sentimentos, relatar factos e
descrever estados de coisas. Para além destas utilizações, o homem utiliza a linguagem verbal
para, por seu intermédio, produzir e realizar determinados actos CARREIRA, Araújo (1987).
O acto que é realizado pela instanciação efectiva da linguagem num quadro enunciativo
configurado a partir das coordenadas eu-tu-aqui-agora. O enunciado produzido transporta na sua
significação, a par do conteúdo proposicional, uma força elocutória que corresponde à orientação
comunicativa que se traduz na realização de determinados actos como por exemplo: fazer um
pedido, dar uma ordem, fazer promessas ou pedir desculpa, etc (CHAROLLES, Michel et. All,
.1986).
A definição de acto de fala tornou-se um termo essencial na teoria pragmática, desenvolvida pelo
filósofo J. Searde. De acordo com a tese de que a elocução de uma determinada frase se orienta
para a realização de certo acto elocutório e não apenas para a descrição de um estado de coisas
que preencha uma condição de verdade.
Por tanto este trabalho de língua portuguesa II, tem por objectivo principal descrever os actos
elocutório.
Objetivos específicos
Conforme a teoria referida por J. Searle em 1976, onde refere que na tipologia de actos, sem
distingue cinco grandes categorias ou tipos elocutórios, onde cada um deles é susceptível a se
dividir em sub-tipos. Estes actos elocutórios se dividem em: representativos, actos directivos,
actos comissivos, actos expressivos e actos declarativos. Estes actos possuem propriedades
específicas que os identificam (FIGUEIREDO, J. M.1985).
Actos representativos objectivo elocutório é definido como conteúdo referido na proposição que
pode ser verdadeiro; as palavras ajustam-se ao mundo (i); o estado psicológico expresso é a
crença do locutor na verdade da proposição que implica a distinção entre tipos de frase, actos
elocutórios directos e actos elocutórios indirectos.
Actos comissivos: o objectivo elocutório define uma obrigação por parte do locutor em realizar
uma acção futura, a direcção de ajustamento vai da realidade às palavras o estado psicológico é a
intenção, o conteúdo proposicional representa uma acção futura do locutor.
Interessa, em primeiro lugar, relembrar, em traços muito gerais, a diferença entre força elocutória
e objectivo elocutório. Neste acto a força elocutória de um discurso não corresponde à força ou
intensidade do objectivo elocutório
A força elocutória corresponde a combinação de diversas componentes, sendo o objectivo
elocutório apenas uma delas.
O objectivo elocutório está associado com os aspectos gerais convocados na caracterização de
actos de discurso, a partir dos quais surgem dimensões particulares que estão relacionados à
especificidade da acção linguística realizada pelo sujeito falante, dimensões essas que
evidenciam, por conseguinte, uma diversidade de forças elocutórias.
Acto perlocutório caracteriza-se pelos efeitos que são produzidos junto do interlocutor pela
realização de determinado acto elocutório. Estes podem considerar-se actos perlocutórios
‘convencer, persuadir ou assustar”.
Por exemplo: Ela convenceu-me a não desistir. Esta frase torna explícito o efeito obtido por um
enunciado anterior com determinada força elocutória.
Este tipo de acto de fala o locutor realiza pela enunciação de uma proposição, com cujo valor de
verdade se compromete em maior ou menor grau. A tal proposição pode, portanto, ser submetida
ao teste do verdadeiro ou falso. Entram na categoria de assertivos verbos como afirmar, sugerir
ou colocar uma hipótese, onde diferencia-se entre si pelo grau de comprometimento do locutor.
Por exemplo1: Parto para a Austrália na próxima semana.
Exeplo2: José Saramago foi Prémio Nobel da Literatura em 1998.
Neste tipo de acto de fala, como o de agradecer ou dar os parabéns, pretende –se exprimir um
estado psicológico relativo ao estado de coisas contido no conteúdo proposicional da frase.
Fazem parte do paradigma dos actos expressivos verbos como agradecer, congratular-se,
lamentar. Agradecer apresenta como conteúdo proposicional um acto passado feito
pelo interlocutor em benefício do locutor que, expressa gratidão ou apreço.
Por exemplo1: Lamento profundamente tudo o que te aconteceu.
Exemplo2: Parabéns!!!
2.1.6. Acto elocutório directivo
Neste tipo de categoria incluem-se actos que semelhantes, embora com matizações, a intenção
do locutor de levar o interlocutor a fazer ou a dizer alguma coisa. Tendo em comum o facto de
darem expressão a uma vontade ou desejo do locutor em levar o interlocutor a realizar uma acção
futura, perfilam-se actos como convidar, pedir, requerer, ordenar, suplicar ou avisar, embora
difiram pela natureza própria de cada um. É interessante salientar que, em relação a pedir,
ordenar» obedece a uma condição preparatória adicional, onde segundo a qual o locutor tem que
estar numa posição de autoridade em relação ao interlocutor. As perguntas são uma subclasse de
directivos, tendo em conta que o objectivo é obter do interlocutor a execução de um acto de fala.
Por exemplo 1: Quero esse trabalho terminado dentro de meia hora.
Exemplo 2: Venham passar o fim-de-semana comigo a Lisboa!
2.1.7. Acto elocutório compromissivo
Este tipo de acto de fala, cria um estado de coisas novo pela simples declaração de que elas
existem, caso em que dizer é fazer (criar a própria realidade). Tais declarações alteram o estado
de coisas envolvente: alguém fica baptizado, alguém deixa de ser solteiro para assumir o estatuto
de casado, por exemplo. Para que a realização dos actos declarativos seja bem-sucedida é
importante que o enunciado, para além de obedecer às regras linguísticas, surja inscrito numa
específica instituição extralinguística, como a igreja, o tribunal, o estado, dentro da qual
o locutor e o interlocutor desempenham papéis sociais pré-estabelecidos (o padre perante os
noivos, por exemplo).
Exemplo 1: Baptizo este barco com o nome de.
Exemplo 2: Declaro-vos marido e mulher.
Exemplo 3: Declaro aberta a sessão.
2.1.9. Actos declarativos assertivos
Dentro dos actos declarativos estes se dividem, numa classe autónoma, os assertivos que, como o
de declarar alguém inapto para o serviço militar, ou alguém excluído de um concurso, reúnem os
objectivos elocutórios de asserções e de declarações. Onde nestes estes casos, o locutor, que está
investido de uma autoridade específica, é responsável pela tomada de decisões como as do árbitro
num jogo de futebol ou um chefe de secção numa empresa.
Os actos de fala podem ser realizados de maneira indirecta, i. e., a interpretação daquilo que é
dito difere do sentido literal do enunciado.
Por exemplo:
Exemplo 1. Podes passar-me o sal?
Exemplo 2. Ali está a porta.
Nestes actos os locutores enunciam uma frase interrogativa e declarativa, mas do ponto de vista
pragmático, o locutor não pretende uma resposta à pergunta nem, visa descrever um estado de
coisas. Assim, tanto quanto são actos de fala que visam que o interlocutor realize determinadas
acções: passar o sal e sair, sendo, por conseguinte, ambos actos elocutórios directivos.
Os actos de fala indirectos surgem, regra geral, por questões de delicadeza e apresentam uma
componente discursiva relacionada com a implicatura e convenções várias.
CONCLUSÃO
Este trabalho conclui-se que as palavras e a linguagem têm um grande poder nas nossas vidas,
uma vez que, quando dois indivíduos ou mais comunicam, interagimos com os outros, não se
limitam simplesmente a dizer ou falar algo. Muitas vezes parte das situações comunicativas, há
determinados objectivos precisos nos nossos actos de fala ou actos elocutórios. Onde os
enunciados podem servir para emitir juízos, expressar emoções, levar os outros a fazerem algo,
legitimar a realidade ou, até, criar uma realidade nova. A linguagem tem, assim, uma função
social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARREIRA, Maria Helena Araújo (1987) "Contribuição para uma análise discursiva do
'distanciamento' e da 'procura de adesão' em situação interlocutiva", in: Actas do II Encontro da
Associação Portuguesa de Linguistas, Lisboa, págs:35-5.
CHAROLLES, Michel / PETOFI, János S. / SOZER, Emel (eds.) 1986 - Research in Texas
Connexity and Text Coherence: A Survey, Hamburg: Buske {Papers in Textlinguisties, volume
53,
1993d. - "Pragmática das perguntas como p, se q? e como não p, se q?", in: Revista da Faculdade
de Letras do Porto, Línguas e Literaturas, II Série, Vol. X.-