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Índice

1. Epidemiologia das doenças urológicas no


homem...................................................................................3

2. Ejaculação precoce.............................................................5

3. Síndrome metabólica associada a problemas de


ereção....................................................................................7

4. Varicocele: o que é, causas e tratamento.......................10

5. Consequências do aumento benigno da


próstata................................................................................12

6. Incontinência urinária.........................................................16

7. Câncer de próstata............................................................18

8. Nutrientes e fitoquímicos associados à saúde da


próstata - alimentação e suplementação........................21

9. Infecção por HPV - prevenção e tratamento.................23

10. Conclusão...........................................................................25
Epidemiologia das doenças
urológicas no homem
Os cuidados à saúde do homem é um tema muito atual, sobretudo
devido ao alto índice de indivíduos acometidos por doenças urológicas
que tem gerado uma grande preocupação por parte do sistema de
saúde. No Brasil, o perfil dos pacientes com câncer de próstata, por
exemplo, é de homens acima de 50 anos, sendo que a maioria é da cor
branca e se concentra no Sudeste do país.

O número de internações e a taxa de mortalidade cresceram no


decorrer da última década e a taxa de mortalidade é maior entre
homens idosos. Contudo, mesmo com esta taxa elevada de doenças
urológicas emergentes, a procura por tratamento ainda é baixa.

Nesse contexto, o primeiro passo e mais importante é estimular por


meio da disseminação de informação, a conscientização sobre a
gravidade dessas doenças, quais os principais acometimentos à saúde
do homem e as possibilidade de cuidado e prevenção.

Diante deste cenário, é necessário compreender a complexidade


dessas doenças, responsáveis por causar distúrbios no trato urinário
ou nos demais sistemas interligados.

As doenças comumente encontradas são: incontinência urinária, cistite,


ejaculação precoce, impotência sexual, enurese noturna, câncer de
bexiga e câncer de próstata.

As recomendações médicas são de manter os exames de rotina e não


procurar o especialista apenas quando surgir algum sinal preocupante
ou incômodo.

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As doenças urológicas apresentam fatores ambientais que favorecem
seu desenvolvimento, tais como um estilo de vida desregrado com uso
abusivo de álcool, cigarro, e consumo de uma dieta desequilibrada, o
que pode trazer muitos malefícios à saúde masculina.

Os homens, de forma geral, habituaram-se a evitar o contato com os


espaços da saúde, como os consultórios médicos. Avessos à
prevenção e ao autocuidado, é comum que protelam a procura de
atendimento, permitindo que os casos se agravem e ocasionando, ao
final, maiores problemas e despesas para si e para o sistema de saúde,
que é obrigado a intervir nas fases mais avançadas das doenças.

A saúde masculina no Brasil é uma temática que vem ganhando


espaço, tomando como modelo países como Austrália e Irlanda, que
apresentam políticas de saúde com foco na saúde do homem e
prevenção de doenças urológicas.

O movimento Novembro Azul teve início em 2003, na Austrália, com o


objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico
precoce das doenças que atingem a população masculina, com ênfase
na prevenção do câncer de próstata.

A seguir, abordaremos os quadros comumente encontrados na


população masculina, seu diagnóstico, desenvolvimento e formas de
tratamento.

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Ejaculação precoce
A ejaculação precoce é um dos transtornos sexuais mais prevalentes
na população masculina com prevalência média de cerca de 30%. É
frequentemente encontrada em homens mais jovens, e ocorre quando
o indivíduo ejacula mais rápido do que gostaria durante a relação ou
estimulação sexual.

Em 2018 a Classificação Internacional de Doenças-11a edição (CID-11)


definiu como a ejaculação que ocorre antes ou dentro de uma duração
muito curta do início da penetração vaginal ou outra estimulação sexual
relevante, com pouco ou nenhum controle percebido sobre a
ejaculação.

O padrão de ejaculação ocorre episódica ou persistentemente durante


um período de vários meses e está associado a um sofrimento
clinicamente significativo. Esse distúrbio acaba levando a problemas
psicológicos tanto para o homem quanto para os casais.

Dentre as causas da patologia, destacam-se alterações nas vias de


neurotransmissão serotoninérgica, hipersensibilidade genital e causas
genéticas nas patologias primárias.

Em casos de ejaculação precoce primária, o tratamento preferencial é o


medicamentoso. Na ejaculação precoce secundária devem-se
pesquisar distúrbios psicogênicos, hormonais, sintomas de trato
urinário inferior e disfunção erétil. Essa diferenciação é importante
sobretudo para o tratamento adequado para cada tipo, levando em
consideração questões genéticas e psicológicas.

Nos casos de ejaculação precoce primária, o indivíduo pode ter


problemas associados a fatores genéticos ou hipersensibilidade
peniana, já no segundo caso, fatores psicológicos costumam ser o
ponto de investigação.

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Nos casos de ejaculação precoce primária, o indivíduo pode ter
problemas associados a fatores genéticos ou hipersensibilidade
peniana, já no segundo caso, fatores psicológicos costumam ser o
ponto de investigação.

Acredita-se que para uma parcela dos homens com ejaculação precoce
primária, a etiologia possa ser decorrente da desregulação
serotoninérgica. Uma das hipóteses é de que exista hipossensibilidade
dos receptores serotoninérgicos 5-HT1A.

Considerando que a serotonina geralmente apresenta papel de retardar


a ejaculação, homens com menor neurotransmissão serotoninérgica
e/ou hipossensibilidade dos receptores 5-HTC2 podem apresentar
limiar ejaculatório mais baixo.

Embora menos estudados na ejaculação precoce, a dopamina e a


ocitocina também parecem desempenhar papel importante no
processo ejaculatório.

O tratamento para ejaculação precoce primária se inicia a base de


fármacos como inibidores seletivos da recaptação de serotonina,
antidepressivos tricíclicos, tramadol, inibidores de 5-fosfodiesterase e
anestésicos locais.

Nos casos de ejaculação precoce secundária, o tratamento inicial


ocorre com psicoterapia e pode evoluir para o tratamento
medicamentoso.

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Síndrome metabólica associada
a problemas de ereção
A síndrome metabólica (SM) é um conjunto de condições de saúde que
aumenta o risco para doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, ela é
uma condição decorrente da obesidade, pelo acúmulo de gordura
visceral.

Os principais processos fisiopatológicos relacionados à SM são


estresse oxidativo, inflamação e resistência à insulina e à leptina. A
disfunção erétil é uma das consequências da síndrome metabólica em
homens.

Um indivíduo com síndrome metabólica apresenta ácidos graxos livres


circulantes elevados, o que pode induzir a lipotoxicidade e ao estresse
oxidativo em tecidos periféricos, gerando uma resposta inflamatória no
hipotálamo.

Essa inflamação pode levar a alteração da regulação neuroendócrina


com diminuição da secreção do hormônio liberador de gonadotrofina
(GnRH) que associada a resistência à leptina tem a capacidade de
reduzir os níveis circulantes de testosterona, o que pode ocasionar
disfunção erétil.

Além disso, a leptina inibe a secreção de testosterona testicular, e na


obesidade ocorre resistência à leptina e hiperleptinemia secundária.

A obesidade e os níveis de testosterona são responsáveis pela maioria


dos casos de disfunção erétil, isso porque o elevado nível de tecido
adiposo converte a testosterona em estradiol acarretando na
supressão de GnRH no hipotálamo (Figura 1). Outro fator relevante na
causa da disfunção erétil ocasionada pela síndrome metabólica é a
resistência à insulina.

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A resistência à insulina produz elevado estresse oxidativo com
elevação de citocinas inflamatórias nas células endoteliais, diminuindo
a biodisponibilidade de óxido nítrico (NO), acarretando em disfunção
endotelial.

A principal conexão entre a síndrome metabólica e a disfunção erétil


está relacionada ao desequilíbrio da regulação hipotalâmica do sistema
neuroendócrino e a disfunção endotelial.

Figura 1. Conversão de testosterona em estradiol e disfunção erétil na


obesidade.

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Todo o processo da ereção peniana, através das fases da ereção e de
detumescência, envolve o sistema neurovascular íntegro. O sistema
somatossensorial é responsável por identificar estímulos físicos sexuais
na pele, corpo e glande, bem como por originar a ereção psicogênica
ativada por estimulação audiovisual. Identificando-se o estímulo
necessário para a ereção, ocorre a ativação de neurotransmissores que
atuarão no endotélio e estimula a liberação de óxido nítrico
(vasodilatação) e noradrenalina (vasoconstrição), na ereção e
detumescência, respectivamente.

O principal neurotransmissor da ereção peniana é a acetilcolina, que


estimula o endotélio a liberar óxido nítrico. Entender o mecanismo de
ereção e detumescência é a base para o desenvolvimento de
medicamentos e suplementos que favorecem o tratamento da
disfunção erétil.

Nesse sentido, o s7™ é um suplemento natural de combinação


patenteada, 100% natural, plant-based, capaz de modular a sinalização
redox celular com aumento significativo na produção de óxido nítrico
(NO), com elevação de 230% nos níveis de NO endógeno.

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Varicocele: o que é, causas e
tratamento
Varicocele é uma anormalidade causada por uma dilatação acima do
normal das veias testiculares que drenam o sangue dos testículos. Essa
dilatação apresenta graus diferentes e podem estar relacionadas à
infertilidade, baixa contagem e morfologia anormal de
espermatozoides.

A varicocele entre 15% a 20% de todos os homens, e cerca de 40% dos


homens que a possuem são inférteis. As varicoceles são mais comuns
no testículo esquerdo e isso é resultado de algumas questões
anatômicas.

Embora as evidências sugiram que o estresse oxidativo é o fator


central associado à varicocele, outros mecanismos provavelmente
incluem hipertermia escrotal, refluxo de metabólitos, hipóxia e acúmulo
de cádmio, como mostra a figura 1.

A infertilidade é a principal preocupação associada à varicocele, que


pode estar associada ao acúmulo de sangue no testículo que leva a
uma temperatura mais elevada reduzindo então a oxigenação
causando danos às células e posteriormente o comprometimento dos
espermatozóides nas varicoceles.

Pode também ocorrer diminuição na produção da testosterona pelas


células de leydig nos testículos. É importante lembrar que as
varicoceles na maioria dos casos é assintomática, portanto sem dor,
embora isso seja possível devido ao aumento da temperatura testicular
e pela pressão venosa, o que em alguns casos ocasiona a dor.

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Figura 1. Patofisiologia da varicocele

Fonte: SU et al., 2021.

O tratamento é indicado naqueles casos que apresentam sintomas de


dor, infertilidade ou sinais de atrofia do testículo. Existe tratamento
cirúrgico ou procedimento de embolização. Em muitos casos, a
correção da varicocele pode melhorar o espermograma e até corrigir a
infertilidade.

Porém, a infertilidade costuma ser multifatorial, o que faz com que a


correção da varicocele em alguns pacientes apenas atenue o problema,
sem resolvê-lo por completo.

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Consequências do aumento
benigno da próstata

A próstata é um órgão que faz parte do sistema reprodutor masculino.


Mais especificamente, é uma glândula localizada entre o pênis e a
bexiga urinária, que apresenta ligação direta com as vesículas seminais
e com a uretra.

A doença mais comum da próstata é a hiperplasia prostática benigna


(HPB), que constringe e afila o canal uretral, gerando uma obstrução
parcial ou total da uretra. Neste sentido, destaca-se a importância em
manter a atenção e cuidados preventivos à saúde masculina todos os
anos.

Os problemas associados à próstata são muito comuns, e passam a ser


ainda mais frequentes em idade avançada. O aumento benigno da
próstata como o próprio nome expõe, consiste no aumento da próstata,
como mostra a figura 2, causando alguns sintomas no trato urinário
inferior.

Podem ser divididos em sintomas de armazenamento (urgência,


frequência, noctúria e incontinência urinária de urgência), sintomas
relacionados à micção (fluxo reduzido e sensação de esvaziamento
incompleto), além de gotejamento pós-micção.

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Figura2. Aumento da próstata

A próstata é estimulada por hormônios capazes de auxiliar no seu


crescimento, manutenção e função secretora. A testosterona, originada
no testículo, é o principal andrógeno responsável pelo crescimento da
próstata.

Os níveis de testosterona sérica são constantes entre os 25 a 60 anos,


e após esse período começam a diminuir progressivamente. O aumento
benigno da próstata apresenta uma regulação hormonal dependente da
presença de andrógenos e receptores estrógenos. O mecanismo de
ação dos andrógenos sobre a próstata constitui uma sequência
integrada de eventos.

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Inicialmente, a testosterona atravessa a membrana plasmática das
células por interação hidrofóbica com os fosfolipídios e é metabolizada
no núcleo em diidrotestosterona (DHT) através de uma reação
catalisada pela enzima 5a-redutase presente no envoltório nuclear.

A DHT, um andrógeno mais potente que a testosterona, além de ser o


principal hormônio trófico da próstata, liga-se com grande afinidade a
receptores androgênicos, uma proteína nuclear que é expressa na
maioria das células prostáticas, incluindo as epiteliais e as do estroma.

Embora a testosterona também possua a capacidade de ligar-se a tais


receptores, seu papel parece ser secundário ao da DHT, uma vez que
não ocorre o desenvolvimento da glândula em homens portadores de
deficiência da enzima 5a-redutase.

Figura 3. Regulação hormonal da hiperplasia benigna da próstata.

Fonte: Madersbacher et al., 2019.

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Existem diversos agentes causadores do aumento benigno da próstata,
seja por fatores de crescimento ou por processo inflamatório. Ocorre
proliferação de nódulos, todos formados por tecidos glandulares, o que
pode causar obstrução uretral.

Os pacientes que estiverem com essas manifestações clínicas são


submetidos ao exame do toque digital da próstata, análise do
sedimento urinário, exame perineal e avaliação da função renal. O
tratamento irá depender do caso clínico.

Pacientes incipientes são acompanhados periodicamente, aqueles com


aumento intermediário podem ser tratados através de medicamentos, e
em casos mais graves são levados a cirurgia.

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Incontinência urinária
A incontinência urinária se trata da perda involuntária da urina, que
pode acometer tanto homens quanto mulheres. Os sintomas urinários
são mais frequentes em homens com mais de 40 anos, especialmente
nos idosos.

Esse distúrbio gera prejuízos na qualidade de vida dos indivíduos que o


possuem, interferindo em uma série de questões sociais, visto que o
problema em si pode levar a restrições de convivência, por se tratar de
um problema incontrolável, o que por sua vez traz impacto psicológico
também.

Alguns fatores estão mais associados ao desenvolvimento de


incontinência urinária como o uso de medicamentos, infecções
urinárias recorrentes, sobrepeso e obesidade, cirurgia pélvica, histórico
familiar, entre outros fatores.

Os tipos mais comuns de incontinência urinária são a de urgência e


esforço. Nos homens após cirurgia para tratamento do câncer de
próstata, pode ocorrer quadro de incontinência urinária acompanhada
de sintomas no trato urinário inferior, como noctúria, sintomas de
enchimento e armazenamento e pós-miccional, inclusive com
gotejamento ao caminhar, após a excreção da urina.

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Os sintomas de armazenamento são os que mais causam incômodos e
observa-se uma progressão desses sintomas, em indivíduos com mais
de 50 anos apresentando sintomas moderados a graves, aumentando
progressivamente quando atingem 70 anos.

Neste contexto, os riscos de progressão podem ser preocupantes se o


paciente necessitar de cirurgia, e nesse casos os pacientes são
encaminhados para a fisioterapia para poderem aprender a
recondicionar o ato da micção.

O tratamento na maioria dos casos envolve sessões de fisioterapia a


fim de evitar que o problema evolua, no entanto os graus de dificuldade
podem se diferenciar de acordo com a idade do paciente, pacientes
com idades mais avançadas tendem a ter uma dificuldade para
compreender que neste local existe um músculo e ele precisa ser
exercitado, e nesses casos o profissional irá necessitar instruí-los de
maneira mais atenciosa.

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Câncer de próstata
O câncer de próstata (CA) é um tumor decorrente do crescimento
benigno da próstata, considerado o segundo mais prevalente do
mundo, está atrás apenas do câncer de pele.

No Brasil, no ano de 2016 o Instituto Nacional do Câncer (INCA)


estimou quase 62 mil casos desse tumor correspondendo a cerca de
23% de todos os cânceres diagnosticados em homens no país.

O câncer de próstata é um problema com alta incidência na população,


e a sua gravidade se estende a um grau de mortalidade preocupante.
No entanto, a mortalidade tem reduzido devido aos tratamentos mais
incisivos e assertivos que são oferecidos, além do diagnóstico precoce.

Um diagnóstico precoce possibilita ao paciente a chance do câncer não


se espalhar para outras regiões e isso reflete consideravelmente no
melhor prognóstico do paciente.

Estima-se que um em cada seis homens desenvolverá câncer de


próstata no decorrer de sua vida, e existem alguns fatores de risco
para o desenvolvimento dessa patologia, no entanto, é importante
ressaltar que tê-los não é indicativo de desenvolvimento do câncer.

Os fatores de risco incluem idade avançada, etnia, histórico familiar,


fatores hormonais, tabagismo, obesidade e inflamação.

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Figura 4. Epidemiologia e fatores de risco associados ao CA de próstata.

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O rastreamento de câncer de próstata (screening) é realizado por meio
da dosagem de antígeno prostático específico e do exame retal. As
condutas adotadas para rastreamento são: exame de toque retal em
pacientes a partir dos 40 anos de idade até seus 75 anos; considerar o
uso do PSA em pacientes entre 40 a 75 desde que haja a possibilidade
de sobrevida ao longo de 10 anos; pacientes com alto risco de câncer
de próstata, sobretudo negros e ou indivíduos com histórico familiar de
câncer antes dos 65 anos; pacientes que queiram realizar o exame e
pacientes sintomáticos.

É importante lembrar que o PSA é um marcador órgão-específico e não


câncer-específico, o que em casos de inflamação da próstata poderá
alterar o resultado.

Como dito anteriormente, o diagnóstico é realizado por algumas


etapas, e uma delas é o exame de toque retal realizado por Urologista,
que tem por finalidade definir algumas características da próstata como
tamanho, forma, superfície, consistência, limites e sensibilidade. Essa
etapa é importante para que o médico possa traçar os próximos passos
da investigação.

Outra forma de diagnóstico realizado é através do ultrassom, da


ressonância magnética e da biópsia, estudos indicam melhores
resultados através das ressonâncias, no entanto ainda é um
procedimento de alto custo e baixa disponibilidade. O diagnóstico que
confirma o câncer de próstata é realizado por biópsia guiada pelo
ultrassom transretal.

O tratamento dependerá de alguns fatores como idade, se existem


outras comorbidades, o estágio do câncer, a classificação do tumor
entre outros. Em alguns casos há a necessidade de cirurgia, e em
outros o tratamento é realizado por radioterapia ou terapia hormonal, e
hoje em dia, dificilmente leva o paciente a óbito.

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Nutrientes e fitoquímicos
associados à saúde da próstata
alimentação e suplementação

O estresse oxidativo tem sido associado ao desenvolvimento de


diversos tipos de câncer, incluindo o câncer de próstata. A boa notícia
é que muitos estudos tem mostrado o efeito de nutrientes e
fitoquímicos, em sua forma natural nos alimentos ou isolados, que são
capazes de reduzir as ações deletérias associadas o estresse
oxidativo, e que são igualmente capazes de promover a saúde da
próstata, além de prevenir outras doenças.

Substâncias como licopeno, resveratrol, curcumina e epigalocatequina-


galato podem atuar na promoção e manutenção da saúde prostática,
além de prevenir o desenvolvimento de tumor maligno.

Trabalhos com selênio mostram sua relevância na prevenção de câncer


de próstata. O selênio é considerado um nutriente com potencial
antioxidante e anti-carcinogênico, prevenindo lesões celulares.

O selênio ajuda a neutralizar o excesso de espécies reativas de


oxigênio, ou radicais livres, bem como a peroxidação lipídica, e este
mecanismo está envolvido na redução do estímulo necessário para
evitar a ativação da cascata de citocinas pró-inflamatórias, como IL-6,
TNF-α e IL-1. O baixo nível de zinco pode estar associado ao aumento
benigno do câncer de próstata.

O licopeno é uma substância carotenóide presente principalmente em


alimentos como tomate, melancia, goiaba e seus derivados, como
molhos. Estudos apontam o licopeno como eficiente inibidor da
proliferação celular, evidenciando seu fator preventivo ao câncer de
próstata.

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Cerca de 85% do licopeno consumido vem do tomate ou de seus
derivados, e muitos estudos têm comprovado seu efeito protetor ao
câncer de próstata.

O tratamento térmico e a homogeneização mecânica do tomate


aumentam a absorção do licopeno nos tecidos corporais. O tomate
possui antioxidantes que atuam na proteção do organismo, podendo
impedir a formação de radicais livres, interceptar os radicais livres
gerados pelo metabolismo celular ou por fontes exógenas, evitando a
formação de lesões e perda da integridade celular. Também podem
reparar lesões causadas pelos radicais livres, removendo danos da
molécula de DNA e reconstituindo membranas celulares danificadas.

Outro nutriente capaz de auxiliar na saúde da próstata é o resveratrol,


que também possui atividade biológica atuando em vias moleculares
que se tornam ativas em tumores resistentes a hormônios, inibindo a
proliferação de células tumorais na próstata.

A curcumina que é a substância ativa da cúrcuma, uma planta muito


utilizada na culinária indiana, é conhecida como açafrão-da-terra aqui
no Brasil, possui propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e
antioxidantes, e por isso também é capaz de proteger contra o
desenvolvimento do câncer de próstata.

Estudos in vitro demonstraram que a administração de curcumina foi


capaz de inibir o crescimento, volume, formação, desenvolvimento,
proliferação e angiogênese de tumores de câncer de próstata.

Por fim, há também evidências de que a epigalocatequina-galato,


presente nos chás de Camellia sinensis, pode ter efeito protetor no
câncer de próstata, por possuir propriedades anti-angiogênicas e pró-
apoptóticas. Seu efeito isolado associado à quimioterapia contra o
câncer parece aumentar a eficácia do medicamento.

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Infecção por HPV
prevenção e tratamento
O papilomavírus humano (HPV) apresenta forma circular, com dupla
hélice de DNA, membro da família Papillomaviridae, cuja infecção surge
no epitélio escamoso induzindo a formação de uma série de lesões
cutaneomucosas e na região ano genital. Atualmente são identificados
mais de 200 tipos de HPV, e cerca de 40 deles acometem o trato ano-
genital. A principal forma de transmissão do vírus é por atividade
sexual, no entanto durante o parto é possível que ocorra a formação de
lesões cutaneomucosas em recém-nascidos. O risco geral para a
exposição ao vírus através de relações sexuais com diferentes
parceiros é de 15% a 20%.

O HPV é dividido entre grupos que podem ser de baixo ou alto risco
oncogênico, e os tipos que infectam o trato ano-genital podem ser
tanto de baixo como de alto risco. Os tipos pertencentes ao grupo de
baixo risco apresentam normalmente lesões benignas e intraepiteliais
escamosas. Já os tipos que pertencem ao grupo de alto risco
apresentam lesões intraepiteliais escamosas de alto grau e carcinomas.
O aparecimento de lesões pode estar associado a fatores ligados à
imunidade ou que alteram a imunidade do ser humano, como
desnutrição, uso de medicamentos imunossupressores, tabagismo e
deficiências imunológicas. No entanto, o vírus HPV na maioria dos
casos não produz manifestações clínicas, apenas cerca de 20% dos
pacientes com casos mais graves possuem o vírus persistindo no
organismo, podendo levar a lesões maiores e progressão para o câncer
de colo de útero.

O diagnóstico de HPV é iniciado analisando as verrugas ano-genitais


clinicamente, bem como uma biópsia para estudo histopatológico, caso
haja hipótese de uma neoplasia ou outras doenças, como na presença
de lesões muito volumosas em pessoas com imunodeficiências.

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Urologia: Saúde Masculina 23
Em casos onde há lesão anal, exames proctocológicos podem ser
requisitados com anuscopsia e toque retal. O tratamento no entanto, é
capaz de modificar a história natural da infecção por HPV, isto significa
também que o DNA do HPV permanecerá nas células infectadas e
poderá se manter latente por anos, podendo ocorrer novamente
sintomas após meses ou anos, bem como o aparecimento das
verrugas. O tratamento tem como objetivo tratar a manifestação que é
o surgimento das verrugas ano-genitais ainda que possam aparecer
posteriormente. O tratamento consiste no uso de medicamentos
administrados por via tópica, são utilizados ácido tricloroacético de
60% a 80%; creme imiquimode a 5%; solução de podofilina de 10% a
25%; solução de podofilotoxina a 0,5%; e creme de podofilotoxina a
0,15%. A prescrição de medicamentos manipulados pode ser mais
vantajosa para a individualização do tratamento, garantindo resultados
mais eficazes.

A prevenção do vírus HPV é realizada através da vacinação profilática,


que é segura e eficaz na prevenção do vírus. Seus benefícios são
estendidos, o que significa a diminuição da ocorrência de lesões
benignas e malignas. A vacinação possui um efeito maior em
adolescentes antes do primeiro contato sexual. A vacina papilomavírus
humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – vacina HPV quadrivalente, que
confere proteção contra HPV tipos 6, 11, 16 e 18; e a vacina bivalente,
que confere proteção contra HPV tipos 16 e 18. A vacina HPV
quadrivalente está aprovada no Brasil para prevenção de lesões
genitais pré-cancerosas de colo do útero, de vulva e de vagina em
mulheres, de pênis em homens e anal em ambos os sexos, relacionadas
aos HPV 16 e 18, e verrugas genitais em mulheres e homens,
relacionadas aos HPV 6 e 11. Conforme registro na Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), essas vacinas possuem indicações para
faixas etárias distintas. A vacina HPV quadrivalente tem indicação para
mulheres e homens entre 9 e 45 anos de idade, e a vacina bivalente
tem indicação para mulheres a partir de 9 anos, sem restrição de idade.

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Urologia: Saúde Masculina 24
Conclusão
Hábitos de vida saudáveis associados a avaliações periódicas
realizadas pelos homens em todas as idades trazem maior qualidade
de vida e satisfação a esse grupo.

Muitos nutrientes e medicamentos podem ser usados de forma


consciente a partir da recomendação de especialistas para promover e
proteger a saúde masculina.

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Urologia: Saúde Masculina 25
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