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Tudo sobre impotência sexual

A impotência sexual, ou disfunção erétil, como também é conhecida, é um tema


delicado para os homens. Embora cerca de 25 milhões de indivíduos, segundo a
Sociedade Brasileira de Urologia, sofram com a patologia, falar no assunto ainda é
complicado. As questões envolvidas vão muito além da saúde física.

A condição surge por volta dos 40 anos, mas em condições excepcionais, jovens
também podem desenvolver a doença. Apesar de temida, a impotência não é
permanente tampouco inevitável, como muitos pensam.

O diagnóstico não significa que todos os homens, a partir daquele momento da vida, não
poderão ter mais relações sexuais. Dependendo do estilo de vida do indivíduo, é
possível que esse problema seja superado facilmente ou nem sequer se torne
crônico. Tudo depende da forma como o diagnosticado leva a vida.

Da mesma forma, a saúde mental masculina costuma ser um tema pouco discutido em
conversas. A maioria dos homens ainda descarta qualquer conversa relacionada a
sentimentos e emoções, especialmente se estiver associada a um assunto tão
desagradável e embaraçoso para eles.

Contudo, a realidade deveria ser o contrário, pois ambas as conversas são de extrema
importância. E frequentemente elas se entrelaçam. Neste artigo você aprenderá tudo
sobre impotência sexual e, ainda, sobre o impacto desta na saúde mental dos
homens.

O que é impotência?
Como conhecida popularmente, a impotência sexual, também chamada de impotência
erétil, é a impossibilidade de um homem manter uma ereção satisfatória do pênis. Esta
dificuldade interfere nas relações sexuais, tornando-as menos proveitosas.

É comum que esse cenário ocorra de vez em quando. Embora seja uma situação
vergonhosa e frustrante para os homens, uma ou outra falha na ereção não é nada
anormal. Isso acontece até com os mais jovens.

A ansiedade e o estresse são fatores psicológicos, entre muitos, que podem interferir na
vida sexual de ambos os gêneros. No caso dos homens, podem dificultar a obtenção da
ereção. Porém, poucos têm conhecimento disso e acreditam que o problema é com o
órgão sexual.

No entanto, para existir o diagnóstico de impotência, as falhas nas ereções precisam


ocorrer com certa frequência. A dificuldade em mantê-las deve ser percebida, pelo
menos, em 75% das tentativas de relação sexual.
Como ocorre a impotência?
Uma das causas mais comuns para a disfunção erétil é o dano nas artérias. Para o pênis
ficar ereto, é necessário um aumento no fluxo de sangue até o órgão. A impotência
acontece quando há o comprometimento da circulação sanguínea.

Para compreender a totalidade do problema, é preciso entender que o pênis possui


dois grupos de fibras nervosas. Um é responsável pelos sinais inibitórios e o outro,
pelos excitantes. Como implicado nos respectivos nomes, o primeiro grupo dificulta a
ereção e o segundo facilita.

Quando a ereção acontece, mecanismos cerebrais transmitem mensagens, através de


circuitos formados por neurônios, para as fibras nervosas. Assim, são provocados sinais
inibitórios e excitantes, os quais facilitam a condução de sangue pelas artérias até o
órgão.

A impotência ocorre uma vez que um fator danoso é identificado em alguma etapa
deste processo, o qual pode ter várias origens.

Para alcançar um diagnóstico, é imperativo fazer uma investigação completa da


condição de saúde do homem, principalmente se este apresentar histórico de patologias.

Quais são os sintomas?


Além da dificuldade para ter ou manter uma ereção, também existem outros sintomas.
Estes podem ser facilmente percebidos pelo indivíduo durante as relações ou tentativas
de relações sexuais, já que acontecem corriqueiramente. Veja abaixo quais são:

 Ereção mais flácida;


 Ejaculação tardia ou precoce;
 Maior necessidade de concentração para conseguir a ereção;
 Demora a conseguir a ereção;
 Redução da libido sexual;
 Ereções espontâneas, como durante a noite ou pela manhã, reduzidas;
 Perda da ereção durante a relação sexual, especialmente se houver mudança de
posição;
 Redução dos pelos corporais;
 Alterações na anatomia do órgão, como redução de tamanho ou surgimento de
calombos;
 Fadiga ou cansaço rápido durante a relação sexual.

Como cada indivíduo é único e apresenta um histórico de saúde distinto, os sintomas


manifestados podem variar de um paciente para o outro. Apesar disso, os mais comuns
(dificuldade para ter ereção, ejaculação precoce e redução da vontade sexual) costumam
estar presentes em todos os quadros.
Quais as possíveis causas?
É evidente que uma das causas mais comuns possui origem nas artérias. Porém, danos
nos músculos lisos, tecido muscular de contração involuntária e vagarosa, encontrado
nas paredes de vasos sanguíneos, e nos tecidos fibrosos, constituídos por longas células
de até 15 centímetros, também podem desencadear a impotência.

Essas são, geralmente, lesões ocasionadas devido a uma doença, como diabetes,
alcoolismo, esclerose múltipla, doença renal, arteriosclerose, doenças nos vasos
sanguíneos, entre outras.

Assim sendo, se o paciente apresenta alguma das patologias citadas anteriormente, pode
desenvolver a impotência futuramente.

Outras causas resultam de ferimentos nos nervos e artérias, causados por intervenções
cirúrgicas, e medicamentos. A disfunção erétil também pode ser efeito colateral de
remédios usados no tratamento de doenças, como hipertensão, depressão e úlcera.

Em síntese, as causas são inúmeras, diversas e nem sempre estão relacionadas a


alguma alteração no pênis ou no processo biológico responsável pela ereção. É
possível que a disfunção tenha origem emocional ou psicológica.

Fatores de risco
Já que o processo biológico para ter a ereção envolve o cérebro, hormônios, nervos,
músculos e vaso sanguíneos, até mesmo as mínimas falhas em algum estágio deste
complexo mecanismo podem ocasionar a impotência. Logo, os fatores de risco são
diversos e afetam múltiplas partes do corpo.

Confira abaixo os fatores de risco mais comuns:

 Consumo exagerado de álcool


 Transtornos mentais
 Enfermidades hormonais (diabetes, obesidade, alterações da tireoide,
osteoporose)
 Doenças neurológicas (esclerose múltipla, Alzheimer, Parkinson)
 Patologias vasculares (trombose, insuficiência venosa, doença arterial
periférica)
 Medicamentos (para diabetes, hipertensão, depressão)
 Tabagismo
 Sedentarismo

Se você é paciente de algumas das doenças mencionadas acima, tire suas dúvidas
sobre impotência sexual com o seu médico, caso ainda não o tenha feito. Como o
profissional está a par de seu histórico de saúde, poderá esclarecê-lo sobre a
probabilidade de desenvolver a doença e métodos de prevenção mais eficazes.
Como é feito o diagnóstico?
Primeiramente, o urologista conversa com o paciente sobre o histórico de doenças na
família e fatores de risco. Por exemplo, se o paciente tiver hipertensão, a patologia
precisa ser tratada. Se o paciente for diabético, deve estar em tratamento. É provável
que o urologista faça alterações no mesmo para beneficiar o tratamento da impotência
igualmente.

Em seguida, o médico analisa a qualidade e a frequência das ereções. Assim, o paciente


precisa detalhar as suas experiências. Muitas vezes, o tratamento é iniciado após a
avaliação clínica, sem a necessidade de exames ou verificação do resultado desses.

Entretanto, existem métodos mais aprofundados para investigar a existência da


doença. São especialmente importantes para pacientes com fatores de risco e muito
jovens. Ademais, os pacientes que não apresentarem melhora com o tratamento inicial
podem ter um problema mais grave, passível de investigação.

Veja abaixo os três exames típicos para diagnosticar a impotência. Com eles, o
urologista consegue identificar se o problema é de origem orgânica ou psicológica.

Ecodoppler peniano

Nesse exame, o pênis é injetado com um medicamento para estimular uma ereção. É,
então, medido o fluxo arterial, observado a túnica que reveste os corpos cavernosos do
órgão e, por fim, avaliada a própria ereção – se esta foi estimulada sem problemas ou
não.

Através deste procedimento, o urologista consegue avaliar a gravidade da disfunção e


recomendar a melhor forma de tratamento.

Teste de tumescência peniana noturna

Realizado com o auxílio de equipamentos, este exame avalia a quantidade, a rigidez e a


duração das ereções noturnas. O aparelho mede a ereção do paciente enquanto está
adormecido.

Teste de ereção fármaco-induzido

O procedimento consiste em aplicar medicamentos diretamente no pênis para avaliar a


resposta do órgão ao estímulo, bem como a qualidade da ereção.

O que a saúde mental tem a ver com a impotência?


É comum os homens temerem se aproximar de determinada idade por conta da
impotência sexual. À medida que o tempo passa e o corpo envelhece, as histórias de
disfunção erétil aumentam.
Em nossa sociedade, a capacidade de ter uma ereção ainda está relacionada à virilidade
ou, em termos populares, a “o quão homem” um indivíduo é. A perda desta aptidão não
representa somente uma possível degradação da saúde física ou a chegada da idade
avançada, mas também a perda de uma característica definidora da identidade do
homem.

Certamente, os homens não passam por esta experiência da mesma maneira. Alguns
podem não ser afetados pela questão da virilidade e atribuírem significância a outros
pontos. Porém, a preocupação com uma possível perda da virilidade ainda está
presente em muitos casos de impotência sexual.

A saúde mental do homem pode ser afetada tanto antes quanto depois do diagnóstico.
Há uma grande possibilidade do diagnosticado desenvolver um transtorno mental em
decorrência dos desafios criados pela disfunção.

Apesar disso, o debate sobre a relação da saúde mental com a impotência costuma
desaparecer por completo das conversas entre indivíduos do sexo masculino. Para
começar, os homens evitam ao máximo mencionar esta condição, considerada uma
‘fraqueza’ por muitos.

Por isso, para compreender a totalidade dos impactos emocionais e psicológicos da


disfunção nos homens, é preciso, também, pensar na sexualidade masculina como um
todo.

Questões psicológicas e impotência


Você, leitor deste artigo, que está sofrendo com este problema ou possivelmente sofrerá
com ele, já parou para pensar no estado da sua saúde mental? Ou refletiu sobre a
qualidade de suas emoções e pensamentos e como esses fatores influenciam o seu dia a
dia?

É comum que a resposta seja negativa.

No entanto, nunca se precisou falar mais sobre saúde mental do que na atualidade. Os
números não mentem. Uma pesquisa da Vittude revelou que 86% dos respondentes
possui um transtorno mental.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 300 milhões de pessoas ao


redor do mundo têm depressão. Embora as mulheres sejam o grupo mais afetado, os
homens também desenvolvem a doença.

Estes dados demonstram a necessidade de tocar no assunto. Falar abertamente e com


maior frequência.

Os estigmas ao redor da masculinidade, que pressionam os homens a sufocarem seus


sentimentos em prol da força e racionalidade, atrapalham o diagnóstico e tratamento de
transtornos mentais. Entretanto, são muitos os fatores psicológicos que contribuem para
a impotência sexual. Em pacientes com idade inferior a 40 anos, costumam ser a causa
principal.
Fatores psicológicos que contribuem para a impotência

Veja abaixo alguns dos fatores mais comuns que contribuem para o desenvolvimento e
possível agravamento da disfunção erétil.

Ansiedade

A ansiedade é uma das condições mais comuns nos dias atuais. Ela afeta pessoas de
todas as idades e pode acarretar o surgimento de transtornos mentais graves, como
o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e a Síndrome do Pânico.

No caso da impotência, está comumente atrelada à ejaculação precoce. O homem, para


não perder a ereção durante o ato sexual e criar uma situação constrangedora, acaba
apressando a relação. Com o tempo, esta conduta pode desagradar e gerar comentários.

Embora esses nem sempre tenham a intenção de ferir, o homem é afetado pelas opiniões
da parceira. Novamente, a questão da virilidade. Como o desempenho sexual costuma
estar intrinsecamente ligado à masculinidade, o indivíduo pode se sentir inferior e
“menos homem”.

Mas a ânsia de provar a sua capacidade para si mesmo e para a parceria somente
alimenta a angústia.

Na próxima relação sexual, o homem pode apresentar ainda mais preocupações


mascaradas e procurar estratégias para manter a ereção de forma desajeitada. Em vez de
desempenhar da forma desejada, acaba fortalecendo a ansiedade.

Depressão

A depressão pode ser tanto causa quanto resultado desta patologia. Este transtorno
mental possui diversos sintomas, os quais se manifestam de forma única em cada
indivíduo.

Um deles é a diminuição da libido. Logo, a pessoa fica menos interessada em ter


relações sexuais. Este desinteresse também pode causar ocasionais falhas em obter uma
ereção.

Outro cenário seria o desenvolvimento do transtorno em decorrência da impotência


sexual, especialmente se a doença não for diagnosticada com rapidez. Por isso, é
importante procurar um médico para confirmar as suspeitas dos sintomas assim
que forem notados.

Caso contrário, o indivíduo que sofre com a disfunção pode continuar a alimentar
pensamentos e opiniões negativas sobre si mesmo, pois acredita que ele é o problema.
Consequentemente, pode agravar a depressão e vivenciar sintomas mais intensos e
debilitantes.

O diagnóstico da depressão é complicado porque as mudanças de comportamento


acontecem naturalmente. Geralmente, as pessoas não percebem que estão com
depressão, sendo necessário um comentário oriundo de um terceiro sobre a diferença em
sua conduta.

A pessoa com depressão costuma perceber a existência do transtorno através de


seus pensamentos negativos, e não de mudanças de sua conduta. É comum que a doença
já esteja em um estágio mais avançado neste caso.

Estresse

O estresse é outra causa muito comum. Atualmente, o cotidiano agitado da maioria das
pessoas bem como o constante contato com fatores externos de origem negativa, como
telejornais que mostram apenas histórias ruins, têm contribuído para o aumento do
estresse.

Rotinas árduas de trabalho são responsáveis por levar diversas pessoas ao


esgotamento mental, emocional e até físico. Outros cenários, como rotinas acadêmicas
puxadas, também causam o esgotamento.

O estresse crônico traz diversas consequências negativas para o corpo e a mente das
pessoas. Constantemente cansadas e irritadas, as pessoas estressadas não tem paciente
nem ânimo para encontrar pequenos prazeres em suas vidas.

Para os homens, os elevados níveis de cortisol, produzidos pelo estresse, diminuem a


produção de testosterona. Com a redução deste importante hormônio sexual, os
homens não conseguem desempenhar as funções sexuais como antes.

Como o estresse também deixa o indivíduo cansado e indisposto para realizar as


tarefas mais simples, também afeta a vontade de ter relações sexuais.

Baixa autoestima

Homens inseguros apresentam maiores dificuldades no ato sexual. Como em nossa


sociedade ainda há muita pressão para o homem desempenhar bem nas relações sexuais,
alguns podem se sentir demasiadamente pressionados, causando a insegurança.

Além disso, a infância e a adolescência, as crenças, a capacidade de administrar as


emoções são fatores que podem, na vida adulta, resultar em uma autoestima
baixa.
Na pressa para compensar alguma característica considerada falha, no seu ponto de
vista, o indivíduo pode se render ao perfeccionismo inconscientemente. O desejo de
não cometer erros está fadado a causar frustração devido à natureza irrealista
deste anseio.

Timidez

Pessoas tímidas, como um todo, possuem dificuldade de expressar emoções e desejos


sexuais. Sendo assim, homens tímidos podem sofrer com mais casos de disfunção
erétil.

Embora a timidez seja uma característica relativamente comum entre as pessoas, a qual
pode ser tratada através de terapia, quando esta se torna crônica pode trazer
problemas mais sérios para o indivíduo. Por exemplo, é possível que uma pessoa
muito tímida desenvolva transtorno de ansiedade ou até mesmo fobia social.

Ou seja, o homem tímido possui maiores probabilidades de se frustrar com relações


sexuais insatisfatórias, tendo mais episódios de impotência.

Culpa

Quando o problema não é tratado da maneira adequada, a recorrência do mesmo pode


gerar impasses no relacionamento. O homem acaba sentindo-se culpado por não
conseguir manter a ereção, atribuindo toda a responsabilidade da relação insatisfatória a
si mesmo.

Porém, o sentimento de culpa é uma carga pesada para se carregar. Isto é, ele
domina os pensamentos das pessoas e, por conseguinte, as emoções. É comum haver
explosões de raiva, discussões e episódios de desespero, em que o homem não consegue
compreender o que está havendo com ele.

Para evitar brigas desnecessárias, não permaneça no escuro. Busque uma solução por
meio da ajuda médica. Alguns relacionamentos ficam paralisados neste impasse
quando, na realidade, o problema já poderia ter ser resolvido.

Crenças rígidas sobre sexo

As crenças que cultivamos em relação ao mundo, à sociedade, às pessoas e a nos


mesmos nos moldam como indivíduos. A educação recebida na infância e adolescência,
seja de casa, da escola ou de outras fontes, nos impacta profundamente.

É a partir desses ensinamentos que desenvolvemos opiniões e pensamentos


próprios. Estes, por sua vez, comandam o nosso modo de interagir com o mundo.

Por exemplo, as mensagens típicas ensinadas aos homens desde criança, de maneira
direta e indiretamente, são “homem de verdade possui várias parceiras sexuais” ou
“homem tem que aproveitar a vida e namorar muito” ou “homem só pensa em sexo”.
O homem que absorve essas mensagens ou age de acordo com elas (por vezes,
inconscientemente) ou encontra um conflito entre a necessidade de seguir o estilo de
vida presente nessas crenças e o seu próprio.

Em ambos os cenários, o homem pode se deparar com desafios para cultivar uma
vida sexual saudável. Ele pode criar tabus em relação ao sexo, ou questionar a própria
sexualidade quando passar pela experiência de impotência sexual.

Esses questionamentos, além de possuírem origem negativa e opressora, contribuem


para manter a patologia e alimentam inseguranças.

Conflitos sobre sexualidade

O homem que apresenta dúvidas sobre a sua própria sexualidade, mas, por alguma
razão, se recusa a investigá-las, pode vivenciar mais casos de impotência.

Por exemplo, rapazes jovens que tiveram muitos casos de disfunção, mas desconhecem
a origem do problema, podem começar a questionar a sua sexualidade.

Outro cenário comum é quando o jovem já descobriu a sua sexualidade, mas, para
agradar à família ou se encaixar em normas sociais, toma decisões contrárias aos seus
desejos sexuais.

Relacionamentos interpessoais e impotência


A relação com a parceria ou parceiro também deve ser levada em consideração. Isto
porque os relacionamentos se constituem de interações de caráter íntimo e
demonstrações de afeto entre duas pessoas. Portanto, a qualidade do relacionamento
amoroso também interfere na capacidade de o homem ter uma ereção.

Não é raro essa discussão permanecer no escuro, mesmo quando o casal não está na
mesma sintonia. O desejo de se afastar cresce, mas, por alguma razão, o relacionamento
é mantido.

Pressão familiar ou dos amigos, pressão social para manter as aparências, medo de não
encontrar novos parceiros, comodismo, entre outros, são motivos típicos para um
relacionamento desagradável se estender além do necessário.

A qualidade do relacionamento

É comum o homem não conseguir manter uma ereção em um relacionamento que não
está mais dando certo. Afinal, o amor, o desejo e a opinião positiva sobre a parceria são
fatores que facilitam o ato sexual.

Por isso, se o homem já perdeu a afeição e a admiração pela parceira e está mantendo o
relacionamento apenas por mantê-lo, sem sentimentos envolvidos, é muito provável que
não consiga ter relações sexuais prazerosas.
Se o relacionamento é baseado apenas em atração física, pode ser um problema
também, embora este possa parecer o cenário ideal para muitos. Isso porque a relação
eventualmente se esgotará. Relacionamentos precisam de mais que desejo sexual para se
tornarem fortes.

Quando a felicidade e a satisfação desaparecerem do relacionamento, cabe ao casal, ou


ao homem e a mulher individualmente, se questionarem sobre a qualidade do laço
compartilhado entre eles.

O tempo de relacionamento

Relacionamentos duradouros após alguns anos costumam apresentar problemas, como


tédio e comodismo. Quando o homem atinge a idade esperada para a disfunção sexual
se manifestar, é comum ocorrer uma crise entre o casal.

O homem, com a necessidade de se autoafirmar e perturbado pela degradação da sua


saúde, e a mulher, insatisfeita com a mudança na relação ou com o comportamento
diferente do homem, resultado da frustração consigo mesmo, costumam engajar em
conflitos.

O indivíduo pode tanto continuar tentando quanto desistir completamente. Seja como
for, o importante neste cenário é manter um diálogo sadio entre o casal para que, assim,
a crise possa ser superada em conjunto.

Caso contrário, a saúde mental do homem pode acabar debilitada e os transtornos


mentais explanados no item anterior podem aparecer. Nesta situação delicada, cabe ao
casal uma postura madura e compreensível para encarar o desafio.

Quais são os tratamentos para impotência?


Há uma gama de tratamentos para impotência sexual. Todavia, acompanhado de todos
eles, deve haver uma mudança de hábitos. O sedentarismo, as bebidas alcoólicas e o
tabagismo são fatores que, além de prejudicarem a qualidade de vida e saúde do
indivíduo como um todo, contribuem para o agravamento da doença.

O homem com impotência precisa praticar exercícios físicos regulares e ter


uma alimentação saudável, livre de maus hábitos alimentares. O álcool e o tabagismo
devem ser consumidos em menor quantidade. Preferencialmente, o indivíduo não
deveria fazer uso deles.

Mas, como esta opção nem sempre é possível em curto prazo, devido ao costume do
hábito, o ideal é reduzir o consumo aos poucos.

Além de promover a saúde em casos de disfunção, a atividade física regular promove a


perda de peso ou manutenção do mesmo, circulação do sangue, diminuição do
colesterol e da glicose, redução do estresse, e controle da pressão arterial. Ou seja, é
benéfica para a prevenção e o tratamento de diversas patologias.

Tratamento medicamentoso

Há alguns medicamentos que podem auxiliar no tratamento da disfunção erétil, como


inibidores da fosfodiesterase 5, os quais atuam como vasodilatadores e estimulantes;
medicamentos aplicados localmente; e medicamentos para injeção peniana, que são
geralmente usados por pacientes com contraindicação à medicação oral ou tópica.

Em caso de déficit hormonal, alguns pacientes fazem a substituição de testosterona. Este


tratamento pode ser realizado com cápsulas para o consumo oral, medicamento em
forma de gel e medicação injetável.

Devido a maior gravidade, alguns pacientes necessitam de intervenções mais


invasivas, como injeções. No entanto, esse tratamento costuma ser rejeitado pelos
pacientes, os quais reclamam do desconforto no momento da aplicação. Esta deve ser
feita pelo próprio paciente antes da relação sexual. Entre 5 a 10 minutos, ele
consegue ter a ereção.

O tratamento será decidido pelo urologista. O paciente pode, em qualquer momento,


expressar o seu descontentamento ou suas dúvidas em relação ao método escolhido.
Recomenda-se, contudo, seguir as orientações médicas para garantir o melhor
resultado.

Tratamento terapêutico

O tratamento terapêutico pode ser realizado em conjunto com o medicamentoso para


pacientes acima de 40 anos, idade em que a doença costuma se manifestar, ou mais
jovens.

Ele pode ser voltado para o tratamento de um transtorno mental específico bem
como ser fonte de apoio para auxiliar o paciente descontente com o diagnóstico.
Este momento difícil pode trazer diversos questionamentos e emoções à tona, os quais
podem ser aliviados na terapia. Assim, o paciente aprende a administrar a situação
complicada com mais inteligência emocional e previne crises mais atenuadas.

Se não se sentir à vontade para falar sobre sexo ou suas experiências sexuais no decorrer
das sessões com o psicólogo, o paciente não precisa tocar no assunto. Uma conversa
sobre os sentimentos é o suficiente.

O tratamento terapêutico, acima de tudo, tem a intenção de investigar as possíveis


causas das apreensões diárias e tratá-las por meio do autoconhecimento e do
desenvolvimento de estratégias emocionais para lidar com as situações ou as pessoas
que estão causando sofrimento.

No caso de pacientes com transtornos mentais, o tratamento terapêutico geralmente é


voltado para aliviar e tratar os sintomas do mesmo assim como analisar a relação do
transtorno com o diagnóstico de disfunção.

Logo, o tratamento terapêutico traz grandes benefícios para o emocional e o psicológico


do paciente. Como visto anteriormente, a saúde mental de pacientes com impotência
costuma ser afetada por fatores internos, como crenças cultivadas no interior do
indivíduo, e fatores externos, como pressão social.

Com a terapia, o paciente aprende a lidar com esses fatores e manter o bom humor, a
disposição e a alegria até nos momentos mais críticos.

Ajuda profissional: reestabelecendo o diálogo no relacionamento

Se a impotência erétil estiver afetando em demasia o relacionamento, tornando-o


cansativo e desagradável, o casal pode buscar ajuda profissional.

Por mais constrangedor que possa parecer falar com uma terceira pessoa sobre
problemas íntimos, a terapia de casal costuma ser a solução para múltiplos
problemas. Alguns são até bem simples de resolver. Mas, em meio às brigas e jogos de
ego, os casais se tornam cegos para as formas de resolução disponíveis.

É comum o relacionamento ser afetado pela impotência. Há casais que depositam um


valor maior sobre o ato sexual e, por conta disso, não conseguem encontrar um meio
saudável de dialogar e buscar soluções.

A terapia orienta o casal na direção correta para que possam trabalhar o


problema com inteligência emocional, companheirismo e empatia. Por isso, se o
relacionamento estiver fragilizado demais, não hesite em procurar ajuda profissional.

Tratamento cirúrgico

Como de praxe, o tratamento cirúrgico é sempre o recomendado em último caso. Isso


porque intervenções cirúrgicas são traumas para o corpo e, dependendo do quadro
clínico, nem sempre são a saída mais vantajosa ou segura para o paciente.
Um procedimento popular é a implantação de próteses penianas. Elas proporcionam a
rigidez do pênis para o ato sexual, pois são colocadas no interior de cada um dos corpos
cavernosos do órgão.

Embora este procedimento seja bem aceito entra a maioria dos pacientes, especialmente
os que apresentam certas patologias que dificultam a obtenção da ereção,
novamente, ressalva-se a importância de consultar um médico para a definição da
melhor forma de tratamento.

O paciente pode chegar ao consultório médico desejando esta opção devido aos
resultados positivos, porém, pode haver contraindicações desconhecidas que o impeçam
de seguir adiante. Não crie expectativas até conservar com o médico e obter o resultado
de todos os exames.

Quais são os mitos populares sobre impotência?


Como muitos homens não costumam procurar orientação ou tratamento médico logo de
início, muitos mitos em relação à impotência acabam surgindo de especulações e
disseminados pelo boca a boca.

Alimentação desregulada

Um dos mitos mais comuns está associado ao consumo de certos alimentos como a
possível causa da impotência. Há quem culpe as frituras, fast food, lanches processados,
sal e açúcar pela disfunção. A verdade é que o consumo desses alimentos não causa a
patologia de forma direta.

Combinados com um estilo de vida sedentário e nada saudável, eles acabam, em longo
prazo, contribuindo para o aparecimento da impotência sexual. Porém, não são os
causadores desta condição.

Vasectomia causa impotência sexual

Alguns homens pensam que a vasectomia pode interferir no desempenho sexual ou na


libido, porém não existe correlação entre esses fatores.

A vasectomia é somente um método contraceptivo. O procedimento interrompe a


circulação de espermatozoides, que são produzidos pelos testículos, até a vesícula
seminal, onde seguem para a uretra.

Embora o procedimento esteja mais popular, muitos ainda apresentam o medo velado de
perder a masculinidade por se tornarem estéreis. Esta crença é errônea já que, do ponto
de vista biológico, um fator nada tem a ver com o outro.

Todo tratamento é invasivo

Nem sempre. Há, como visto no decorrer do artigo, tratamentos de caráter mais
invasivo, mas não são todos. De fato, a maioria dos casos pode ser facilmente
tratada com medicamentos.
Se falhou uma vez, é sinal de impotência

Uma falha para ter ou manter a ereção é comum. Não é um sinal de impotência nem
deve ser motivo para alarde. Pelo contrário, é apenas uma condição normal da
existência humana e, principalmente, da sexualidade masculina.

Medicamentos para disfunção prejudicam o coração

Não há comprovações científicas para embasar esta afirmação. Na verdade, muitos


medicamentos podem ser usados por pacientes que já sofreram infarto. A única
restrição são remédios que possuem nitrato na fórmula. Estes causam a queda de
pressão quando combinados com estimuladores de ereção.

De qualquer forma, qualquer medicamento utilizado para o tratamento de impotência


sexual, quando não tomado com responsabilidade e consciência, pode potencializar
os efeitos colaterais. A quantidade correta para o consumo deve ser respeitada para que
seja possível obter o resultado previsto pelo profissional de saúde e o paciente.

Existe prevenção?
Um estilo de vida saudável é a melhor forma de prevenção!

Praticar exercícios físicos com regularidade, consumir álcool, frituras e alimentos


processados moderadamente, evitar o consumo de substâncias ilícitas e se alimentar de
maneira balanceada são hábitos que, idealmente, deveriam ser cultivados por todos.

Eles ajudam a prevenir a impotência sexual e uma série de patologias sérias. Em


outras palavras, eles são extremamente benéficos para a saúde física e mental como um
todo.

Além disso, as doenças associadas à impotência devem ser tratadas corretamente, o que
implica visitas periódicas ao médico.

Saúde masculina: um adendo


No Brasil, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, os homens vivem
em média sete anos a menos que as mulheres. Eles possuem mais propensão para
doenças de coração, câncer, diabetes, colesterol alto e pressão arterial.

Por conta disso, existem dezenas de campanhas para promover os cuidados com a saúde
masculina. Novembro, por exemplo, se tornou o mês oficial da conscientização da
saúde do homem. O problema é tão sério que é preciso tocar nele com frequência para
que os homens passem a dar ouvidos a ele.

Além do descuido, existe a vergonha, principalmente quando o assunto é impotência.


Apesar de muitos se sentirem incomodados com as visitas ao urologista, os
profissionais de saúde têm como único objetivo encontrar soluções para devolver a
saúde ao paciente.
A relutância, além de ser contraprodutiva, apenas contribui para o desenvolvimento
descontrolado de doenças. Já que muitos homens são diagnosticados tardiamente,
muitas vezes o tratamento da doença se torna mais complicado ou, na pior das
hipóteses, impossível.

A ajuda consciente
Para modificar este comportamento arredio é preciso ter consciência da importância de
consultas rotineiras, mesmo na ausência de doenças crônicas, e da marcação de
consulta assim que algum sintoma incomum ou diferença na anatomia do corpo
forem percebidos.

Crenças como “homem de verdade não vai ao médico” ou “ir ao médico é frescura”
devem ser caladas com mudanças de conduta significativas. Por mais absurdas que
essas afirmações possam soar para alguns, ainda são muito comuns em nossa
sociedade.

Dependendo do contexto social, são repetidas de forma inconsciente e contribuem para


o falecimento precoce dos homens em decorrência do descuido com a saúde.

Para o bem de todos, a Vittude orienta: não deixe de ir ao médico se acreditar que
algo não está certo com a sua saúde.

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Vittude. Para encontrar profissionais de saúde mental, basta acessar este link, buscar por
um psicólogo que se corresponda as suas preferências pessoais e agendar uma consulta
para conhecê-lo.

Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano,


sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade
na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of
California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida
de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você
também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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GF
3 anos atrás
Tatiana sempre delicado tratar desse tema com os pacientes, pois é um assunto que
envolve muitas barreiras sociais e pessoais. Com certeza seu texto já é um grande
auxilio pra quem esta passando por essas intercorrências e nem sabe por onde começar.
Parabéns.
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Artigo publicado em Saúde Sexual

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