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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA

COMPONENTE: FISIOLOGIA HUMANA E ANIMAL COMPARADA

PROF. PAULO MONTENEGRO

DISCENTE: MATHEUS SANTANA DE SOUZA

AVALIAÇÃO 1

1. Explique a importância dos processos de retroalimentação positiva e negativa para o

controle do meio interno nos metazoários. (2,0)

R- Os processos de retroalimentação positiva e negativa são importantes para o controle do


meio interno em metazoários porque permitem a regulação da homeostase, ou seja, a
manutenção de um ambiente interno estável e adequado para o funcionamento celular.

A retroalimentação negativa é um mecanismo de controle que age para manter o meio interno
dentro de limites fisiológicos normais, detectando e corrigindo desvios do ponto de equilíbrio.
Por exemplo, quando a temperatura do corpo humano aumenta, o organismo responde
ativando mecanismos para reduzir a temperatura corporal, como a sudorese e a dilatação dos
vasos sanguíneos da pele, evitando assim a hipertermia.

Por outro lado, a retroalimentação positiva amplifica o desvio do ponto de equilíbrio,


acelerando a resposta do organismo. Por exemplo, durante o processo de parto, as contrações
uterinas são estimuladas por um aumento nos níveis de ocitocina, que por sua vez estimulam
ainda mais as contrações, aumentando o desvio do ponto de equilíbrio até o momento do
nascimento do bebê.

Ambos os tipos de retroalimentação são essenciais para o controle do meio interno, garantindo
que as condições internas permaneçam adequadas para a sobrevivência e o funcionamento
celular.

2. “A manutenção da homeostase é uma condição necessária para todos os

metazoários, e por isso, modificações no meio interno sempre representam uma

ameaça à sobrevivência do organismo”. Essa afirmação é verdadeira? Justifique. (2,0)

R- Sim, essa afirmação é verdadeira. A homeostase é a manutenção do ambiente interno


constante em condições adequadas para o funcionamento celular. Todos os organismos vivos,
incluindo os metazoários, dependem de uma série de processos fisiológicos complexos que
ocorrem em seu interior, e estes processos requerem condições ambientais adequadas para
serem mantidos.

Quando ocorrem modificações no meio interno, seja por fatores externos ou internos, isso
pode afetar o funcionamento celular e prejudicar a homeostase. Por exemplo, uma queda
acentuada na temperatura corporal em um ser humano pode desencadear uma série de
respostas fisiológicas, como a redução do fluxo sanguíneo para os membros, a tremedeira e a
vasoconstrição, que visam aumentar a temperatura corporal. Se essas respostas falharem, a
temperatura interna do corpo pode continuar a cair, o que pode levar à hipotermia e à morte.

Ou seja, modificações no meio interno podem prejudicar a capacidade do organismo em


realizar suas funções vitais, e, portanto, representam uma ameaça à sobrevivência do
organismo. Por isso, os metazoários evoluíram com mecanismos complexos de controle e
regulação, como os processos de retroalimentação positiva e negativa, a fim de manter a
homeostase e garantir a sobrevivência do organismo em um ambiente em constante mudança.

3. Os sistemas nervoso e endócrino são conhecidos por seu papel na integração das

informações associadas ao controle do meio interno. Explique as semelhanças e

diferenças no modo como esses dois sistemas exercem essas funções de controle. (2,0)

R- Tanto o sistema nervoso quanto o endócrino são responsáveis pela integração das
informações associadas ao controle do meio interno, mas eles exercem essas funções de
maneiras diferentes.

O sistema nervoso é composto por células nervosas chamadas neurônios, que transmitem
informações rapidamente por meio de impulsos elétricos e químicos, que viajam por um
circuito neural específico. O sistema nervoso é capaz de detectar rapidamente as mudanças no
ambiente interno e externo, e de responder a essas mudanças em tempo real. Por exemplo,
quando tocamos um objeto quente, a informação é transmitida rapidamente pelos nervos
sensoriais até o sistema nervoso central, que envia um sinal de resposta para que soltemos o
objeto.

Já o sistema endócrino é composto por glândulas que secretam hormônios diretamente na


corrente sanguínea. Os hormônios são mensageiros químicos que agem em células-alvo
específicas em todo o corpo, desencadeando respostas lentas, mas prolongadas. O sistema
endócrino é responsável por manter a homeostase em longo prazo, regulando processos como
o crescimento, a reprodução e o metabolismo. Por exemplo, quando os níveis de glicose no
sangue estão altos, o pâncreas secreta insulina, que ajuda a diminuir a quantidade de glicose
no sangue e a regular o metabolismo.

Portanto, enquanto o sistema nervoso é responsável pela resposta rápida a mudanças


ambientais imediatas, o sistema endócrino é responsável pela regulação a longo prazo do
ambiente interno do organismo. Apesar de serem sistemas distintos, eles trabalham em
conjunto para manter a homeostase e garantir o bom funcionamento do organismo.

4. Células excitáveis são aquelas capazes de responder a estímulos através de

alterações do potencial elétrico transmembrana. Considerando um receptor sensorial,

essa resposta ocorre em duas etapas: na primeira, as alterações elétricas ocorrem nos

dendritos e soma, enquanto na segunda, as alterações se iniciam no cone axonal.

Nomeie essas duas etapas e explique as diferenças entre elas. (2,0)


R- As duas etapas mencionadas no processamento da resposta de um receptor sensorial são
chamadas de Potenciais Receptores (ou Potenciais de Receptorização) e Potenciais de Ação (ou
Potenciais de Propagação).

A primeira etapa, os Potenciais Receptores, ocorrem nos dendritos e na soma do neurônio


receptor sensorial. Nessa etapa, um estímulo sensorial (como uma luz, som, toque, etc.) é
captado pelos receptores presentes nas extremidades dos dendritos e geram uma
despolarização localizada, que pode levar a um aumento do potencial elétrico na célula. Esse
aumento do potencial elétrico é conhecido como Potencial Receptor e é uma resposta passiva
ao estímulo, ou seja, não há propagação da informação.

Já a segunda etapa, os Potenciais de Ação, ocorrem no cone axonal do neurônio receptor.


Nessa etapa, se o Potencial Receptor gerado na primeira etapa for forte o suficiente, pode ser
capaz de disparar um Potencial de Ação no neurônio receptor. O Potencial de Ação é uma
resposta elétrica ativa do neurônio, que é capaz de se propagar ao longo do cone axonal e
transmitir a informação do estímulo para outras células nervosas. O Potencial de Ação é
caracterizado por uma despolarização rápida e intensa seguida de uma repolarização, gerando
uma onda de impulsos elétricos que percorre o cone axonal do neurônio.

Portanto, a diferença principal entre as duas etapas é que os Potenciais Receptores são
respostas elétricas passivas e localizadas, enquanto os Potenciais de Ação são respostas
elétricas ativas e propagadas ao longo do cone axonal, transmitindo a informação do estímulo
para outras células nervosas. Ambas as etapas são essenciais para o processamento das
informações sensoriais e a transmissão de sinais nervosos.

5. Ao longo da evolução dos metazoários, surgiram duas estratégias para aumentar a

velocidade de condução ao longo das fibras nervosas. Explique como elas funcionam.

(2,0)

R- A mielinização é uma estratégia que consiste na deposição de uma camada isolante, a


bainha de mielina, em torno do axônio. Essa camada é formada por células gliais, como os
oligodendrócitos no sistema nervoso central e as células de Schwann no sistema nervoso
periférico. A bainha de mielina interrompe a condutividade elétrica em pequenos segmentos
do axônio, chamados de nódulos de Ranvier, o que aumenta a velocidade de condução do sinal
nervoso. Isso ocorre porque a bainha de mielina atua como um isolante elétrico, impedindo a
dissipação do sinal elétrico e obrigando-o a saltar de um nódulo de Ranvier para outro. Esse
processo é conhecido como condução saltatória e permite que o sinal elétrico seja transmitido
muito mais rapidamente do que se o axônio estivesse desprovido de bainha de mielina.

Já o aumento do diâmetro do axônio é outra estratégia utilizada para aumentar a velocidade


de condução do sinal nervoso. Isso ocorre porque a resistência elétrica é diretamente
proporcional ao comprimento do axônio e inversamente proporcional à área da secção
transversal. Assim, um axônio com maior diâmetro tem uma menor resistência elétrica,
permitindo que o sinal elétrico seja transmitido mais rapidamente. Essa estratégia é
comumente encontrada em animais de grande porte, como elefantes e baleias, que precisam
de uma rápida transmissão de sinais nervosos em distâncias relativamente longas.

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