Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ROLIM DE MOURA - RO
SETEMBRO/2023
AULA 01
7
especializados de nervos aferentes que captam as variações de energia externas e
as transformam em potenciais de ação. O potencial de ação é a única forma de
informação “legível” para o sistema nervoso central (medula espinhal e cérebro). O
sistema nervoso central, principalmente o cérebro, é responsável pela coordenação
de diversas funções no organismo: controle do equilíbrio, coordenação muscular,
decisões conscientes ou não em resposta à estímulos externos, controle do sono e
do despertar, etc, e é ele que coordena grande parte das funções no animal.
Elementos Neuro-endócrinos
A manutenção da homeostase geralmente envolve sistemas de controle mais
complexos que os puramente neurais. Os mecanismos neuro-endócrinos
representam uma transição funcional e estrutural entre os sistemas neural e
endócrino. O hipotálamo é uma estrutura presente no cérebro crucial na regulação
da temperatura corporal, osmorregulação, sede, fome, impulso sexual, controle da
hipófise, entre outros. É constituído de neurônios que têm como função produzir
hormônios em resposta a determinados estímulos. Estes hormônios poderão ser
carreados ao longo de seus axônios até a hipófise posterior, onde serão secretados
diretamente no sangue (oxitocina e vasopressina), ou transportados via circulação
porta até a hipófise anterior, onde controlarão a síntese de outros hormônios -
hormônio do crescimento, adenocorticotrofina e gonadotrofina – para a secreção no
sangue. Assim, o hipotálamo é uma ligação entre o cérebro e a hipófise,
potencializando a inserção de componentes hormonais aos arco-reflexos.
Outros exemplos de elementos neuroendócrinos são a medula adrenal, que
é um gânglio simpático (responsável pela produção dos hormônios epinefrina e
noraepinefrina, nos mamíferos e aves, respectivamente) e a glândula pineal que
secreta melatonina (os estímulos de luminosidade reduzem a atividade da enzima
que converte serotonina a melatonina).
Elementos endócrinos
As glândulas endócrinas secretam hormônios diretamente no sistema
vascular sanguíneo para afetar células-alvo específicas ou ter ação mais sistêmica,
afetando uma ampla variedade de células. Estes hormônios servem como
mensageiros aos efetores. Eles servem como ligação entre sistemas neural-
endócrino ou mesmo endócrino-endócrino, sendo fundamental no controle e
7
integração de diversas funções corporais indispensáveis à manutenção das
condições corporais estáveis, mesmo em condições de variação do ambiente e do
status nutricional.
Adaptação Induzida
A adaptação de um animal a determinado ambiente estressante depende não
só de sua capacidade genética para tal, como exige uma anterior experiência
(vivência) com este ambiente, a partir da qual haverá a indução das reações de
adaptação. A Aclimatação ou aclimação se refere às variações compensatórias a
um único fator ambiental estressante. Em geral, ocorre em situações artificiais ou
experimentais, visto que em condições naturais diversos fatores atuam
simultaneamente. Aclimatização se refere à adaptação, dentro de dias ou semanas,
a um ambiente em que diversos fatores alteram ao longo do tempo. O animal se
torna habituado a determinado estímulo quando este ocorre repetidas vezes. Neste
caso, as sensações e respostas associadas a estes repetidos estímulos tendem a
diminuir.
7
entanto, sob condições adversas, as funções de mantença têm prioridade levando a
uma redução nos processos reprodutivos e produtivos.
O estresse influencia a partição dos nutrientes para a mantença, reprodução e
produção, e tem grande influência no desempenho dos animais. Ele pode alterar as
funções internas dos animais (como por exemplo a síntese protéica), desviar os
nutrientes (tendo como prioridade a mantença), reduzir processos produtivos,
dificultar o desenvolvimento de resistência a doenças e ainda, aumentar a
variabilidade entre indivíduos (respostas individuais a determinado agente estressor
variam muito dentro de cada espécie).
Ambiente e Performance
Os elementos ambientais que constituem o ambiente prático onde os animais
são criados ocorrem em combinações e intensidades que variam em função do
espaço e tempo, o que dificulta o seu estudo. Estes ambientes vão desde
7
completamente naturais (pastoreio extensivo em pastagens nativas) até
completamente artificial (confinamento total). Em geral, o confinamento se dá muito
mais em função da necessidade humana de facilitar o manejo do que de se garantir
um ambiente adequado aos animais. O confinamento tem sido uma tendência na
produção animal, e sob esta condição, a capacidade do animal de modificar o
ambiente a seu redor ou se mover para um mais favorável é mínimo. Daí a
importância que tem sido atribuído à ambiência nos modernos sistemas de
produção.
O desempenho animal é função de fatores genéticos, ambientais e da
interação genética-ambiente. Existe interação quando a expressão genética de
determinada característica varia em função do ambiente. Em condições de frio
(10ºC) novilhos da raça Brahma apresentam ganho de peso bastante inferiores a
novilhos da raça Shorthorn. Na temperatura de 27ºC a situação se inverte e os
animais Brahmas apresentam ganhos de peso superiores.
Interação nutrição-ambiente. Um dos exemplos mais comuns deste tipo de
interação é a relação entre o consumo de energia e a temperatura ambiente. O
consumo de alimento tende a ser inversamente proporcional à temperatura
ambiental. Em temperaturas elevadas o consumo de alimento reduz. Como as
exigências nutricionais de alguns nutrientes – especialmente aqueles não envolvidos
no metabolismo de energia – são relativamente independentes da temperatura
ambiente e da taxa de consumo de alimentos, a concentração dos mesmos na dieta
deverá aumentar quanto mais altas as temperaturas.
7
O estudo das relações ecológicas entre os animais domésticos e seus
ambientes de criação é fundamental para se atingir melhores desempenhos
biológicos e econômicos em qualquer atividade zootécnica. Apesar da necessidade
de aumentar os conhecimentos na área de nutrição e genética, é no manejo –
ambiência, instalações, equipamentos e controle de doenças – que poderá haver
maiores ganhos futuros.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CURTIS, S. E. Environmental Management in Animal Agriculture. AMES The
IowaState University, 1983, 409p.