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E MOTILIDADE
FORMAÇÃO E FUNÇÃO
O sistema digestório é composto pelo trato digestório e pelos órgãos anexos – sendo
eles as glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar. O trato digestório por sua vez é
formado por órgãos ocos organizados em série delimitados por esfíncteres que, nas suas
extremidades, se comunicam com o ambiente.
DIVISÃO EM CAMADAS
As paredes do TGI podem ser divididas em 4 diferentes camadas. A mais interna delas -
em contato com a luz dos órgãos - é a mucosa, sendo formada pelo epitélio com sua lâmina
própria e pela musculatura lisa mucosa. Mais internamente temos a submucosa, onde há
tecido conjuntivo com grande quantidade de vasos sanguíneos, vasos linfáticos, glândulas e o
plexo submucoso é um conjunto de neurônios que se organizam e tem a capacidade de
processar um estímulo chegado e emitir uma resposta. Em seguida temos a camada muscular
circular e a camada muscular longitudinal, entre essas duas camadas temos o plexo
mioentérico. Ao redor dessas camadas (mais externamente) possuímos ainda a serosa, uma
membrana de tecido conjuntivo que circunda o TGI.
Obs: o sistema digestório tem dois sistemas de controle: o entérico e o endócrino.
MOTILIDADE DO TGI
Células de Cajal
Ao redor da musculatura lisa, nas membranas das fibras musculares, estão presentes
as células de Cajal que agem como marca-passos do TGI (são células que se despolarizam).
Essas células possuem maior permeabilidade ao cálcio de modo que ocorrem oscilações
subliminares lentas e ondulantes em seu potencial de repouso, chamadas de ondas lentas.
Essas ondas lentas são conduzidas às células musculares lisas e determinam um ritmo elétrico
basal (REB) que é variável para cada região do TGI – de modo que cada porção segue um
diferente padrão de ritmicidade. Essas ondas lentas geralmente não causam por si só
contração muscular – com exceção talvez para o estômago -, mas estimulam o disparo
intermitente de potenciais de ponta – que provocam a contração muscular.
Quando as ondas lentas alcançam o limiar elétrico – mais positivos que -40mV – são
gerados os chamados potenciais de ponta. Neste momento, são abertos canais de cálcio e
sódio, que permitem a entrada de grande quantidade de Ca 2+ e de menor quantidade de Na+,
levando assim a geração de um potencial de ação. A lenta abertura e fechamento desses
canais é responsável pela longa duração dos potenciais de ação. Diferente das ondas lentas,
esses potenciais de ponta garantem a ocorrência da contração.
Alguns fatores agem modificando o nível basal de voltagem do potencial de repouso e
assim, facilitando ou dificultando a geração de potenciais de ação. Entre os principais
estímulos despolarizantes estão o estiramento da musculatura, secreção de Acetilcolina por
fibras parassimpáticas e hormônios gastro-intestinais – facilitadores da contração. Já como
principal estímulo hiperpolarizante temos a secreção de Noradrenalina e/ou Adrenalina por
fibras simpáticas – inibidores da contração.
CONTROLE NERVOSO DO TGI
Em meio às camadas anteriormente citadas está presente o Sistema Nervoso Entérico
(SNE), que se estende do esôfago ao ânus. Esses Sistema possui certo grau de autonomia,
possuindo repostas reflexas particulares à alguns estímulos. Ele se encontra organizado em
dois grandes plexos sendo eles o Plexo Submucoso – presente na camada submucosa,
responsável pela resposta secretória e pelo fluxo sanguíneo local – e o Plexo Mioentérico –
presente entre as camadas musculares, responsável pela resposta motora. Ambos agem sob
influência do SNA, ou seja, apesar da autonomia em gerar uma resposta a partir de um
estímulo, eles também recebem influência do SNC por meio de fibras do SNA. Os principais
neurotransmissores do SNE são a Acetilcolina – age estimulando as atividades gastrointestinais
-, e a Norepinefrina – age inibindo estas atividades.
OBS – Inibidores
Além das fibras adrenérgicas, existem ainda fibras peptidérgicas – que secretam VIP –
e fibras que secretam ATP, Óxido Nítrico e Adenosina, que também agem inibindo a
motilidade do TGI.
inibidor, age através de fibras pós-
ganglionares derivadas dos gânglios
cervical superior, celíaco, mesentérico
superior e mesentérico inferior.
Importante ressaltar que o SNA.S age
também diretamente sobre os vasos
sanguíneos, sem intercâmbio com o SNE,
causando vasoconstrição das arteríolas.
Gastrina
É secretada nas células G do antro e também no duodeno, sendo responsável por
promover a secreção de ácido gástrico e o crescimento da mucosa. Sua secreção é estimulada
pela presença de proteínas, pela distensão do TGI e por estímulo vagal e inibida por pH muito
ácido.
Colecistocinina (CCK)
É secretada nas células I do duodeno – principalmente -, jejuno e íleo, sendo
responsável por promover a secreção de enzimas pancreáticas, a secreção de HCO3-
pancreático, a contração da vesícula biliar e o crescimento do pâncreas exócrino - este
hormônio é um mediador da relação intestino x pâncreas e intestino x vesícula biliar. Além
disso, inibe o apetite e o esvaziamento gástrico – garante que haja tempo para digestão de
gorduras. Sua secreção é estimulada pela presença de proteína, gordura e ácido – menor
importância.
Secretina
É produzida pelas células S do duodeno – principalmente -, jejuno e íleo, sendo
responsável por promover a secreção de Pepsina, a secreção de HCO3- (principal função)
pancreático e biliar e também o crescimento do pâncreas exócrino. Sua principal função é
alcalinizar o quimo para possibilitar a ação de enzimas. Além disso, inibe a secreção do ácido
gástrico. Sua secreção é estimulada pela presença de ácido e de gordura – menor importância.
Motilina
É produzido pelas células M do duodeno e jejuno, sendo responsável por promover a
motilidade gástrica e intestinal – induz ondas contráteis nos períodos interdigestivos
importantes para a remoção de resíduos. Sua secreção é estimulada pela presença de ácido,
gordura e também pelo sistema nervoso.
GLP-1
É produzido pelas células L presentes principalmente no final do intestino delgado,
sendo responsável por promover a secreção de Insulina, a proliferação e diferenciação de
células beta e também a saciedade. Além disso, inibe o esvaziamento e a secreção ácida
gástrica. Sua secreção é estimulada por carboidratos, proteínas e lipídeos. Muito usado para
controle da diabetes e da obesidade.
Grelina
É produzida pelo estômago quando este se encontra vazio e age estimulando o centro
da fome.
TIPOS DE MOVIMENTOS
Movimentos Propulsivos
Movimentos Interdigestivos
OBS – Esfíncteres
São áreas com tônus e/ou musculatura diferenciada que fazem com que haja uma
separação, do ponto de vista funcional, do segmento anterior e posterior a essas áreas. Eles
são responsáveis por manter o tônus quando tudo está relaxado, de modo que geralmente se
encontram em uma contração tônica se abrindo somente quando é necessário – para que haja
passagem de alimento – evitando assim a ocorrência de refluxos.
Quando o esfíncter não dilata, temos um quadro chamado acalasia, que é a ausência de
relaxamento do EEI. Nesse caso, há um acumulo de alimento no esôfago, gerando muito
desconforto e vômito (peristaltismo reverso).
O sintoma mais comum da esofagite de refluxo é a pirose (queimação).
Estômago
Temos três tipos de reflexos que auxiliam no esvaziamento do TGI. Os reflexos gastro-
ileal e gastro-cólico ocorrem a partir da distensão do estômago, que sinaliza que o intestino
delgado e o intestino grosso devem aumentar sua motilidade e se esvaziar para que possam
receber alimento. O reflexo entero-cólico, já citado, ocorre a partir da distensão do intestino
que inibe a motilidade do estômago retardando seu esvaziamento.
Intestino Delgado
A chegada das fezes no reto provoca sua distensão, gerando um reflexo local via SNE
que leva à contração da parede do reto e ao relaxamento do esfíncter anal interno. Além
disso, surgem reflexos longos através do SNA.P – via nervos sacrais – que além de reforçar os
efeitos do reflexo local promovem algumas alterações no corpo. Um exemplo é o estímulo
para a respiração profunda acompanhada pelo fechamento da glote, que fazem o diafragma
descer – aumentando assim a pressão intra-bdominal. Há também contração dos músculos
abdominais e dos músculos do períneo, por controle voluntário, auxiliando no esvaziamento
do cólon.
DISTÚRBIOS
ESOFAGIANOS
GÁSTRICOS
+ Síndrome de Dumping