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INTRODUÇÃO À

FARMACOLOGIA DO
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
PROF. FABIULE DE MELO
AULA 04
SÓ PARA ESQUENTAR!!!

Um homem idoso foi levado ao pronto-socorro após a ingestão de


grande quantidade de comprimidos de carvedilol, um fármaco que
bloqueia receptores α1, β1 e β2 adrenérgicos, os quais medeiam
principalmente efeitos cardiovasculares da epinefrina e da norepinefrina
no organismo. Qual dos seguintes sintomas é esperado neste paciente?

a. TAQUICARDIA
b. BRADICARDIA
c. MIDRÍASE
d. AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL
Pares craniais
Tecido de ordem vital que garante que o organismo reaja a SISTEMA
diferentes estímulos internos e externos. (capacidade de NERVOS
raciocínio, memória, movimentação, funcionamento de órgãos) O

SNP
São interligados por vias de conexão aferentes e eferentes SNC

Divisão
Eferente: SNC  SNP  resposta Divisão Medula e
Aferente: SNP  SNC eferente aferente
processamento das informações Encéfalo

SN
SNA de visceral, vegetativo ou involuntário
SNA: também chamado
somático
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE SISTEMA
NERVOSO SOMÁTICO E SISTEMA NERVOSO
AUTONOMO
SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
• Inerva aos músculos esqueléticos e • Suprem todas as estruturas inervadas do
permite a locomoção por exemplo organismo, regula exigências diárias das
(voluntário) funções vitais sem a participação da
• Não possuem gânglios periféricos de consciência (involuntário)
interconexão • Suas sinapses ocorrem em gânglios
• Suas sinapses estão no interior do eixo periféricos (entre neurônios pré e pós
cerebroespinal ganglionares)
• São nervos mielinizados (fazem condução • Formam plexos extensos
saltatória, tem resposta rápida) • Geralmente não são mielinizados
• Em caso de secção do nervo, o musculo • Musculo liso e glândulas retêm certa
fica desnervado (sem tônus miogênico, atividade espontânea mesmo quando os
paralisam e atrofiam) nervos não estão íntegros.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
• Esta subdivido novamente em porções ou subsistemas:
• Simpática
• Parassimpática
• Entérica

• As fibras nervosas se dividem em dois tipos: viscerosensitivas


(aferentes, transmitem informação desde a periferia ao SNC, como tato,
dor, pressão, olfato, temperatura, som, pressão dos vasos sanguíneos,
sensação visceral e regulação de reflexos respiratórios), e
visceromotoras/secretoras (eferentes)
SISTEMA NERVOSO
SIMPÁTICO
(TORACOLUMBAR)
• Neurônios pré-ganglionares do SNS se
originam das regiões torácica e lombar da
medula espinal (T1 a L2)
• Fazem sinapse nas cadeias de gânglios
paravertebrais
• São curtos em comparação com os pós-
ganglionares.
• Os axônios dos neurônios pós-ganglionares se
estendem desses gânglios até os tecidos que
eles inervam e regulam
SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO
(CRANIOSSACRAL)

• Fibras pré-ganglionares parassimpáticas


emergem dos nervos craniais III, VII, IX e X, bem
como da região sacral da medula espinal (S2 a
S4), e fazem sinapse nos gânglios próximos dos
órgãos efetores.
• Nervo vago contém 90% das fibras
parassimpáticas pré-ganglionares do organismo.
Os neurônios pós-ganglionares desses nervos
inervam a maioria dos órgãos nas cavidades
torácica e abdominal)
• As fibras pré-ganglionares são longas e as pós
ganglionares são curtas.
SISTEMA NERVOSO
ENTÉRICO
É considerado o terceiro ramo do SNA
Localizado no aparato digestivo,
formam dois plexos importantes:
• Plexo Mientérico de Auerbach 
atividade muscular
• Plexo Submucoso de Meissner 
controla secreção intestinal
De onde vem as fibras?
• As pré-ganglionares do SNPS
• As pós-ganglionares do SNS
FUNÇÕES DOS SNS E SNPS

SNS SNPS
• Reações de luta ou fuga • Manutenção da homeostasia,
• Funcionar como uma unidade e, com tem importância vital.
frequência, descarrega como um
sistema completo
• Mantém funções corporais como
digestão e eliminação de resíduos
• Aumenta FC e PA
• Aumenta FS para músculos e coração • Se opõe ou equilibra a divisão
simpática (nunca descarrega
• Mobiliza reserva energética de glicose
como sistema completo 
• Midríase (dilatação pupilar) efeitos massivos)
• broncodilatação
COMO OCORRE A SINALIZAÇÃO
QUÍMICA ENTRE AS CÉLULAS?
• HORMÔNIOS
• MEDIADORES LOCAIS (HISTAMINA, PROSTAGLANDINAS)
• NEUROTRANSMISSORES  DESPOLARIZAÇÃO DE MEMBRANA  FUSÃO DAS
VESÍCULAS À MEMBRANA PRÉ-SINÁPTICA  DIFUSÃO DOS NT NA FENDA
(HENDIDURA) SINÁPTICA  UNIÃO A RECEPTORES ESPECÍFICOS.

Todos os neurotransmissores e a maioria dos hormônios e mediadores locais são


muito hidrofílicos para penetrar a camada bimolecular lipídica das membranas
plasmáticas das células-alvo. Então, o sinal é mediado pela ligação a receptores
específicos na superfície celular dos órgãos-alvo.
NEUROTRANSMISSORES IMPLICADOS NA
TRANSDUÇÃO DE SINAIS
• Neurônios colinérgicos
• Intermedeia a transmissão do impulso nervoso por meio dos
• A acetilcolina (Ach) e a
norepinefrina (NE) são os
Ac gânglios autônomos nos SNS e SNPS
• É o NT produzido na glândula SR

principais sinalizadores h • A Transmissão pós-ganglionar do SNPS e para alguns órgãos do


SNS também envolve sua liberação.
químicos no SNA. • Ela é o NT liberado na junção neuromuscular (somático)

• A fibra nervosa autônoma


pode ser dividida em dois
grupos com base no tipo de NE • Neurônio adrenérgico
• Intermedeia a transmissão dos impulsos dos nervos pós-
neurotransmissor liberado.
/E ganglionares autônomos para o órgão efetor.
RECEPTORES ADRENERGICOS E SEUS EFEITOS
LEMBRAM DO CASO CLINICO?
Sabendo dos efeitos de cada receptor adrenérgico
em seu órgão efetor, e da função do carvedilol, o que
você acha que nosso paciente vai apresentar?

Taquicardia?
Bradicardia?
Midríase?
Aumento da PA?
RECEPTORES COLINÉRGICOS
Quem usa Ach como neurotransmissor?
• Todas as fibras autônomas pré-ganglionares;
• A fibra pré-ganglionar que termina na suprarrenal;
• As fibras pós-ganglionares da divisão parassimpática;
• Os gânglios autônomos (tanto S quanto PS);
• Divisão pós-ganglionar das glândulas sudoríparas;
• Sistema somático do músculo estriado;
Receptores muscarínicos
• São acoplados à proteína G (são metabotrópicos)
• Há cinco subclasses de receptores muscarínicos. Contudo, somente os receptores M1, M2 e M3 foram
caracterizados funcionalmente.
• Se localizam em gânglios do sistema nervoso periférico e em órgãos efetores autônomos, como coração,
músculos lisos, cérebro e glândulas exócrinas.
• Os cinco subtipos são encontrados nos neurônios

M1 M2 M3

• Células • Células • Bexiga,


parietais cardíacas glândulas
gástricas e músculo exócrinas,
liso e músculo
liso
Mecanismo de transdução do
sinal pela Ach
Inúmeros mecanismos moleculares diferentes transmitem o sinal gerado na
ocupação do receptor pela ACh. Por exemplo, quando os receptores M1 ou M3
são ativados, o receptor sofre uma mudança conformacional e interage com uma
proteína G, designada Gq, a qual, por sua vez, ativa a fosfolipase C. Isso leva à
produção de segundos mensageiros trifosfato (1,4,5) de inositol (IP3) e
diacilglicerol (DAG).
O IP 3 causa aumento no Ca2+ intracelular. O cálcio, então, pode estimular ou
inibir enzimas ou causar hiperpolarizacão, secreção ou contração. O DAG ativa a
proteinocinase C, uma enzima que fosforila inúmeras proteínas no interior da
célula. Em contraste, a ativação do subtipo M2 no músculo cardíaco estimula a
proteína G, denominada Gi, a qual inibe a adenililciclase e aumenta a condutância
do K+. O coração responde diminuindo a velocidade e a força de contração.
Receptores nicotínicos
• O receptor nicotínico é composto de cinco subunidades e funciona como um
canal iônico disparado pelo ligante (receptor ionotrópico).

• Se classificam em:
• Nn: nicotínicos neurais
• Nm: nicotínicos musculares

• Estão localizados no SNC, na suprarrenal, nos gânglios autônomos e na junção


neuromuscular (JNM) nos músculos esqueléticos
PRA NÃO ESQUECER!!!

RECEPTOR MUSCARÍNICO = METABOTRÓPICO


RECEPTOR NICOTÍNICO = IONOTRÓPICO

E OS RECEPTORES ADRENÉRGICOS??? TANTO alfa


QUANTO beta SÃO METABOTRÓPICOS!
CASO CLÍNICO 2
A toxina botulínica bloqueia a liberação de ACh dos terminais
nervosos colinérgicos. Qual dos seguintes efeitos é possível com a
toxina botulínica?

A. Paralisia da musculatura esquelética.


B. Atenuação dos sintomas da miastenia grave.
C. Aumento da salivação.
D. Diminuição da frequência cardíaca

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