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FISIOLOGIA RESUMIDA:
Pode não ser tão bom, mas deve
te ajudar.
2
FISIOLOGIA RESUMIDA:
3
SUMÁRIO Resumo das ações dos sistemas simpático e do
Potenciais de membrana e de ação ............................. 9 parassimpático ....................................................... 26
Equação de Nernst ................................................... 9 Ciclo Cardíaco ........................................................... 27
Equação de Goldman ............................................... 9 Histologia do coração ............................................ 27
Medida do potencial de membrana....................... 10 Ejeção de Sangue dos Ventrículos Durante a Sístole
............................................................................... 28
Potencial de Repouso de Membrana dos Neurônios. 10
Sons ouvidos na ausculta ................................... 28
Transporte ativo: Bomba de sódio e potássio........ 10
Pressão x volume no coração ................................. 28
Origem do potencial de repouso normal da
membrana .............................................................. 10 Regulação do bombeamento cardíaco ................... 28
Potencial de ação dos neurônios ............................... 11 Inervação simpática e parassimpática ................ 28
Estágios............................................................... 11 Excitação rítmica do coração ..................................... 28
Canais iônicos ......................................................... 12 Síndrome de Stokes-Adams. .............................. 30
Ativação e inativação do canal de sódio regulado Ação do sistema parassimpático no controle
pela voltagem ..................................................... 13 cardíaco .................................................................. 30
Canais de potássio regulados por voltagem ...... 13 Ação do sistema simpático no controle cardíaco ... 30
Início do potencial de ação .................................... 14 Valores normais para o débito cardíaco ................ 31
4
Reação de Cushing ................................................. 36 Efeito da Proporção Ventilação-Perfusão na
Características especiais do controle Nervoso da Concentração de Gás Alveolar ........................... 51
Pressão arterial .......................................................... 36 Transporte de O2 e CO2 no sangue e nos líquidos
Ondas Respiratórias na Pressão Arterial ................ 36 teciduais ................................................................. 52
O Papel dos Rins no Controle a Longo Prazo da Difusão de Oxigênio dos Capilares Periféricos
Pressão Arterial e na Hipertensão: O Sistema para o Líquido Tecidual ...................................... 52
Integrado de Regulação da Pressão Arterial .............. 36 Difusão de Oxigênio dos Capilares Periféricos
Sistema rim-líquidos coporais para o controle da Para as Células Teciduais ................................... 52
pressão arterial ...................................................... 37 Difusão de dióxido de carbono das células
Angiotensina e Aldosterona na regulação da teciduais periféricas para os capilares e dos
pressão ............................................................... 37 capilares pulmonares para os alvéolos .............. 53
O ar alveolar e o atmosférico possuem composições Outros receptores (resumo de Letícia T.73) .......... 57
diferentes ............................................................... 49 Referências ................................................................ 57
Difusão dos Gases pela membrana respiratória .... 50 Sistema renal ............................................................. 58
Fatores que determinam a intensidade da difusão Elementos vasculares do rim ................................. 58
gasosa ................................................................. 51 Rins Filtram, reabsorvem e secretam .................... 59
Capacidade de difusão da membrana respiratória Processo de Filtração ............................................. 59
............................................................................ 51
5
Reflexo da Micção .................................................. 61 Inibidores da anidrase carbônica ........................... 78
A pressão nos capilares causa a filtração ............... 61 Referências ................................................................ 78
Autorregulação da TGF........................................... 61 RESUMO:.................................................................... 79
Resposta Miogênica ........................................... 61 Fisiologia ácidobásica................................................. 82
Retroalimentação (feedback) tubuloglomerular62 PH dos Líquidos Corporais ..................................... 82
Ação do sistema nervoso autônomo.................. 62 Produção de Ácidos no Organismo........................ 82
Substâncias que alteram a FG e o FSR ................... 63 CO₂ ..................................................................... 82
Exames: .................................................................. 64 Ácidos Fixos........................................................ 83
Observações: .......................................................... 64 Tamponamento ..................................................... 83
Referências ................................................................. 64 Princípios de Tamponamento ............................ 83
Reabsorção renal........................................................ 65 Equação de Handerson-HAsselbach .................. 83
A reabsorção tubular é quantitativamente grande e Curva de Titulação ................................................. 84
muito seletiva ......................................................... 65 Tampões do Líquido Extracelular .......................... 84
A Reabsorção inclui mecanismos passivos e ativos Tampão Bicarbonato.......................................... 84
............................................................................ 65
Tampão HPO₄⁻⁻/H₂PO4⁻ .................................... 85
Secreção renal ............................................................ 68
Tampões do Líquido Intracelular ........................... 85
Reabsorção e secreção ao longo de porções diferentes
do néfron .................................................................... 69 Fosfatos Orgânicos............................................. 86
Forças físicas do líquido capilar peritubular e Excreção de H⁺ na Forma de Ácido Titulável ..... 88
intersticial renal...................................................... 73 Mecanismos de Excreção de Ácidos Tituláveis .. 88
Controle Hormonal................................................. 73 Quantidade de Tampão na Urina ...................... 89
Ativação do sistema nervoso simpático ................. 75 PK dos Tampões Urinários ................................. 89
Balanço iônico ............................................................ 75 Excreção de H⁺ como NH₄⁺ ................................ 89
Sódio....................................................................... 75 Efeito do PH Urinário sobre a excreção de NH₄⁺
Potássio .................................................................. 75 ........................................................................... 91
6
Mapa Acidobásico .............................................. 93 Somatomedinas: substâncias intermediárias do GH
Regras para as Respostas Compensatórias ............ 94 ............................................................................. 104
Medida dos volumes líquidos nos diferentes Regulação do ADH ........................................... 107
compartimentos líquidos do corpo – o princípio Ocitocina .............................................................. 107
indicador-diluição................................................... 98 Referências .............................................................. 107
Medida da água total do corpo .............................. 99 Tireoide .................................................................... 108
Medida do volume do líquido extracelular ........ 99 Iodo ...................................................................... 108
Cálculo do volume intracelular .......................... 99 Bioquímica de formação da tirosina e
Cálculo do volume total de plasma .................... 99 triiodotironina e a tireoglobulina ........................ 108
Calculo do volume de líquido intersticial ........... 99 A ação dos hormônios tireoidianos tem início
Medida do volume sanguíneo ............................ 99 lento e longa duração ...................................... 110
Funções fisiológicas dos hormônios tireoidianos 110
Regulação da troca de líquidos e equilíbrio osmótico
entre líquidos intracelulares e extracelulares ........ 99 Aumentar a transcrição de genes .................... 110
Osmolalidade...................................................... 99 Hormônios tireoidianos aumentam a atividade
Cálculo da osmolaridade e pressão osmótica de metabólica celular ............................................... 110
uma solução ..................................................... 100 Efeito do hormônio no crescimento .................... 111
Osmolaridade dos líquidos corporais ............... 100 Outros efeitos ...................................................... 111
O equilíbrio osmótico é mantido entre os líquidos Regulação da secreção......................................... 112
intra e extracelulares........................................ 100 Frio e outros estímulos neurogênicos ............. 113
Soluções isotônicas, hipotônicas e hipertônicas .. 100 Feedback do hormônio tireoidiano para reduzir a
Sistema endócrino.................................................... 101 secreção de TSH ............................................... 113
Hipófise .................................................................... 101 Substâncias que alteram a homeostasia ......... 114
Hipotálamo controla a secreção da hipófise ........ 102 Doenças da Tireoide ............................................ 114
Hormônios inibidores e estimuladores ................ 102 Hipertireoidismo .............................................. 114
Funções fisiológicas do hormônio do crescimento Hipotireoidismo ............................................... 115
.............................................................................. 103 Cretinismo ........................................................ 116
Efeitos no Crescimento .................................... 103 Hormônios Adrenocorticais ..................................... 117
Efeitos metabólicos .......................................... 103 Corticosteroides: Mineralocorticoides,
Crescimento ósseo ............................................... 104 Glicocorticoides e Androgênios ........................... 117
7
Síntese e Secreção dos Hormônios Adrenocorticais
.............................................................................. 117
Mineralocorticoides ......................................... 117
Glicocorticoides ................................................ 118
Funções dos Mineralocorticoides – Aldosterona . 118
Efeitos Renais e Circulatórios da Aldosterona . 118
Ações da Aldosterona nas Glândulas Sudoríparas,
Salivares e Células Epiteliais Intestinais ........... 119
Mecanismo Celular da Aldosterona ................. 119
Regulação dos Mineralocorticoides ..................... 120
Funções dos Glicocorticoides ............................... 120
Efeitos no Metabolismo de Carboidratos ........ 120
Efeitos no Metabolismo de Proteínas .................. 121
Efeitos do Cortisol no Metabolismo de Gorduras 121
O Cortisol é Importante no Estresse e na Inflamação
.............................................................................. 121
Efeitos Anti-inflamatórios ................................ 122
Mecanismo Celular (Imunológico) ................... 122
Regulação da Secreção de Cortisol ...................... 122
Ciclo Circadiano da Secreção de Glicocorticoides
.......................................................................... 123
Síntese e Secreção do ACTH Associado a Outras
Substâncias ........................................................... 123
Anormalidades da Secreção Adrenocortical ........ 124
Hiperadrenalismo (Síndrome de Cushing) ........... 124
Aldosteronismo primário (Síndrome de Conn) .... 125
Síndrome Androgenital ........................................ 125
Referências ............................................................... 125
8
membrana. O valor do potencial de difusão, em
PROBLEMA 1 toda a membrana, que se opõe exatamente ao da
difusão efetiva de um íon em particular através da
POTENCIAIS DE MEMBRANA E DE AÇÃO membrana é conhecido como potencial de Nernst
para esse íon. A equação a seguir, chamada
Potencial elétrico de membrana ou potencial equação de Nernst, pode ser usada para o cálculo
transmembranar ou voltagem da membrana é do potencial de Nernst para qualquer íon univalente
a diferença de potencial elétrico (voltagem) entre na temperatura normal do corpo de 98,6 ºF (37 ºC):
os meios intra e extracelular.
9
Terceiro, gradiente positivo de concentração iônica TRANSPORTE ATIVO: BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO
de dentro para fora da membrana causa
Transporta continuamente íons sódio para fora da
eletronegatividade no lado de dentro da membrana.
célula, e íons potássio para dentro da célula. A
bomba de Na+-K+ produz também grande
MEDIDA DO POTENCIAL DE MEMBRANA gradiente de concentração para o sódio e para o
Utilizando-se um voltímetro muito preciso e potássio, através da membrana nervosa em
sensível a pequenas alterações de tensão, pode-se repouso. Esses gradientes são os seguintes:
identificar o potencial da membrana.
Na+ (externo): 142 mEq/L
Enquanto o eletródio está do lado de fora da Na+ (interno): 14 mEq/L
membrana, marca zero, pois o potencial ainda não K+ (externo): 4 mEq/L
é medido. Ao entrar em contato com a parte interna K+ (interno): 140 mEq/L
da membrana, passa a medir -90mV.
As proporções entre esses dois íons respectivos, de
dentro para fora, são:
Na+interno/Na+externo = 0,1
K+interno/K+ externo = 35,0
10
(fórmula de Nernst), dá -94mV, que equivale ao POTENCIAL DE AÇÃO DOS NEURÔNIOS
potencial de repouso dentro da fibra.
Os sinais nervosos são potenciais de ação (rápidas
alterações do potencial de membrana que se
Contribuição da difusão de sódio através da
propagam com grande velocidade por toda a
membrana nervosa: utilizando-se a equação de
membrana da fibra nervosa).
Goldman, levando em conta a quantidade de íons
de sódio e potássio, obtém-se o valor de -86mV.
O potencial se inicia por uma alteração súbita do
potencial de membrana normal negativo para um
Contribuição da bomba de sódio e potássio: o
potencial positivo, terminando com retorno quase
bombeamento de mais íons sódio para fora do que
repentino para o potencial negativo.
íons potássio para dentro, produz perda progressiva
de cargas positivas, criando um potencial de cerca
de -4mV. Somado ao valor de -86mV, totaliza os - ESTÁGIOS
90mV.
11
potencial de ação. teremos como estimulá-la, independente da
grandeza do estímulo.
Corrente de efluxo é o fluxo de cargas positivas
para fora da célula. As correntes de efluxo 2) Período refratário relativo – Esse momento
hiperpolarizam o potencial de membrana. Exemplo representa uma pequena parcela do potencial de
de corrente de efluxo é o fluxo de K+ para fora da ação e durante esse período a célula poderá receber
célula durante a fase de repolarização do potencial um segundo estímulo e responder ao mesmo, mas
de ação. sua intensidade deverá ser maior, pois a célula
estará hiperpolarizada e mais distante do atingir seu
Potencial limiar é o potencial de membrana onde limiar de excitação.
a ocorrência do potencial de ação é inevitável. Uma
vez que o potencial limiar é menos negativo do que
o potencial de membrana em repouso, a corrente de
influxo é necessária para despolarizar o potencial
de membrana até o limiar. No potencial limiar, a
corrente de total influxo (p. ex., de Na+) fica maior
do que a corrente de total influxo (p. ex., de K+) e
a despolarização resultante se torna
autossustentada, originando a fase ascendente do
potencial de ação. Se a corrente de total influxo for
menor do que a corrente de total efluxo, a
membrana não será despolarizada até o limiar e não
ocorrerá potencial de ação (veja resposta tudo ou
nada). Fonte: fisiologia fácil (site)
12
no nodo sinusal cardíaco, que são abertos por PROCESSO POR ETAPA DO POTENCIAL DE AÇÃO
aumento do AMP cíclico.
Em repouso: canais de potássio abertos, alta
Ligante-dependentes: têm comportas controladas permeabilidade ao potássio. Baixa condutância ao
por hormônios e neurotransmissores. O receptor Na+.
nicotínico, na placa motora, por exemplo, é, na
verdade, um canal iônico que se abre com a ligação Despolarização rápida (fase ascendente):
da acetilcolina (ACh); quando aberto, o canal é abertura rápida da das comportas de ativação.
permeável aos íons Na+ e K+. Sódio entra.
13
Fonte: Conrado, 2010
positivas. Quando isso ocorre, os íons fluem para
O aumento da concentração extracelular de as regiões adjacentes de forma a iniciar novos
potássio despolariza a membrana celular e faz com potenciais de ação nessas regiões.
que o potencial fique mais próximo do seu limiar.
Entretanto, o limiar não ocorre porque essa Os impulsos nervosos se propagam em todas as
despolarização sustentada fecha as comportas de direções a partir do ponto inicial e continuam a se
inativação dos canais de sódio. propagar até que toda a membrana se encontre
despolarizada.
Injeção letal: composta por três injeções, sendo:
1. Tiopentato de sódio: anestésico
barbitúrico, serve para causar torpor ou
coma;
2. Brometo de pancurônio: causa paralisia
no diafragma;
3. Cloreto de potássio: causa hipercalemia,
agindo, principalmente, no coração.
INÍCIO DO POTENCIAL DE AÇÃO
O início da elevação do potencial, a primeiro
momento, aumenta a quantidade de canais de sódio Linda – Fisiologia 5ªEd.
abertos, que aumenta ainda mais o potencial e
ocasiona a abertura de mais canais. Isso causa um
feedback positivo que continua a alimentar o
potencial até que as comportas de inativação se
fechem.
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PLATÔ EM POTENCIAIS DE AÇÃO
O platô é um prolongamento do tempo em que a
membrana se encontra despolarizada, em um valor
próximo ao pico. Isso ocorre principalmente nas
fibras musculares do coração, onde o platô dura de
0.2 a 0.3 segundo.
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nervosas mais calibrosas e fibras musculares FIBRAS NERVOSAS
esqueléticas podem gerar descargas quando
submetidas a solução salina contendo veratridina, As fibras nervosas podem ser amielinizadas (as
que ativa os canais de sódio quando a concentração fibras mais delgadas) ou mielinizadas (fibras mais
dos íons cálcio cai a um valor crítico, o que grossas). O axônio fica dentro da bainha de mielina.
aumenta a permeabilidade ao sódio.
Sequência:
CONDUÇÃO SALTATÓRIA
Os íons de sódio que entram em um nódulo
Guyton – Fisiologia 13ºEd reforçam a despolarização e restabelecem a
amplitude do potencial de ação quando ele passa de
Na imagem acima é possível perceber a nódulo em nódulo. O salto visível do potencial de
hiperpolarização (undershoot), que coincide com ação que ocorre quando ele passa de um nódulo
o momento com que a membrana se torna muito para o outro é chamado de condução saltatória,
permeável ao potássio e a corrente de efluxo desse proveniente da palavra em Latim saltare, que
íon desloca o potencial de membrana para um valor significa “pular”.
mais próximo do potencial de Nernst para o
potássio. A hiperpolarização impede que a Em doenças desmielinizantes, a perda da mielina
membrana seja reexcitada. dos neurônios dos vertebrados pode ter efeitos
devastadores na sinalização neural. Nos sistemas
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nervosos central e periférico, a perda da mielina
retarda a condução dos potenciais de ação. Além
disso, quando a corrente extravasa pelas regiões da
membrana que agora estão sem isolamento, entre
os nódulos de Ranvier repletos de canais de Na+, a
despolarização que chega ao nódulo talvez não
esteja mais acima do limiar, e a condução pode
falhar.
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Silverthorn – Fisiologia (2017)
SN simpático
19
norepinefrina são chamadas adrenérgicas, termo 2. A despolarização do terminal pré-sináptico
derivado de adrenalina, que é o nome alternativo abre os canais de Ca2+ e esses íons fluem
para a epinefrina. em direção ao terminal.
3. A acetilcolina (ACh) sai da sinapse por
Todos os neurônios pré-ganglionares são exocitose.
colinérgicos. Entretanto, os pós-ganglionares são 4. A ACh se liga a seu receptor na placa
adrenérgicos, no simpático e colinérgicos. motora. (Receptor nicotínico)
5. Os canais de Na+ e K+ se abrem na placa
motora.
6. A despolarização da placa motora provoca
a geração de potenciais de ação no tecido
muscular adjacente.
7. A ACh é degradada a colina e acetato pela
acetilcolinesterase (AChE); a colina é
captada pelo terminal pré-sináptico por
cotransportador de Na+-colina.
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se liga irreversivelmente aos receptores de a medida da densidade de receptores de
ACh. A ligação de α-bungarotoxina ACh na placa motora.
radioativa é a ferramenta experimental para
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encontrados em todas as células efetoras ativam a proteína Gi e liberam a subunidade αi, que
estimuladas pelos neurônios colinérgicos pós- se liga diretamente aos canais de K+ do nodo SA.
ganglionares tanto do sistema nervoso Quando as subunidades αi se ligam aos canais de
parassimpático quanto do simpático. K+, estes se abrem, retardando a velocidade de
despolarização no nodo SA e diminuindo a
A escopolamina, como a atropina, bloqueia os frequência cardíaca.
receptores colinérgicos muscarínicos nos tecidos-
alvo. Esse fármaco pode, de fato, ser usado, com Os receptores nicotínicos são canais iônicos
sucesso, no tratamento do enjoo por movimento, ativados por ligandos que se encontram nos
cuja etiologia envolve receptores muscarínicos gânglios autônomos nas sinapses entre os
presentes no sistema vestibular. neurônios pré-ganglionares e pós-ganglionares
tanto do sistema simpático quanto do
Os receptores muscarínicos estão localizados em parassimpático. (Os receptores nicotínicos estão
todos os órgãos efetores do sistema nervoso também presentes em muitas terminações nervosas
parassimpático: no coração, no trato não autônomas — por exemplo, nas junções
gastrointestinal, nos bronquíolos, na bexiga e nos neuromusculares, nos músculos esqueléticos).
órgãos sexuais masculinos.
Os receptores nicotínicos da placa motora do
A ativação dos receptores muscarínicos aumenta a músculo esquelético e dos gânglios autônomos são,
salivação, contrai as pupilas, diminui a frequência certamente, similares: ambos são ativados pelos
cardíaca (bradicardia) e contrai a parede da bexiga agonistas ACh, nicotina e carbacol, e
durante a micção. Portanto, é esperado que a antagonizados pelo fármaco curare. Porém, outro
inibição dos receptores muscarínicos, pela antagonista do receptor nicotínico, o hexametônio,
administração de escopolamina, provoque bloqueia os gânglios, mas não a placa motora.
sintomas relacionados à diminuição da salivação
(boca seca), dilatação das pupilas (dada à influência A musculatura lisa vascular, por exemplo,
não antagonizada do sistema nervoso simpático apresenta apenas inervação simpática, causando
sobre o músculo radial), aumento da frequência vasoconstrição; assim, os agentes bloqueadores
cardíaca e micção lenta (causada pela perda do ganglionares relaxam a musculatura lisa vascular,
tônus contrátil da parede da bexiga). provocando vasodilatação. (Devido a essa
propriedade, os agentes bloqueadores ganglionares
Alguns receptores muscarínicos (p. ex., M1, M3 e podem ser usados no tratamento da hipertensão.)
M5) apresentam o mesmo mecanismo de ação que
os adrenorreceptores α1. Nesses casos, a ligação do Por outro lado, a função sexual masculina é
agonista (ACh) ao receptor muscarínico provoca a acentuadamente prejudicada por agentes
dissociação da subunidade a da proteína G, a bloqueadores ganglionares, já que apresenta
ativação da fosfolipase C e a geração de IP3 e componentes simpáticos (ejaculação) e
diacilglicerol. O IP3 libera o Ca2+ armazenado e o parassimpáticos (ereção).
aumento da concentração intracelular desse íon,
associado à presença de diacilglicerol, produz as O mecanismo de ação dos receptores nicotínicos,
ações fisiológicas tecido-específicas. seja na placa motora ou nos gânglios, é baseado no
fato de que esse receptor de ACh é, também, um
Outros receptores muscarínicos (p. ex., M4) atuam canal para Na+ e K+. Quando o receptor nicotínico
inibindo a guanilato ciclase e a diminuição dos é ativado pela ACh, o canal se abre, permitindo a
níveis de AMPc intracelulares.Outros receptores passagem de Na+ e K+, determinada por seus
muscarínicos (M2) alteram processos fisiológicos respectivos gradientes eletroquímicos.
por meio da ação direta da proteína G.
A imagem a seguir mostra a ação a acetilcolina nos
Os receptores muscarínicos do nodo SA do receptores nicotínicos:
coração, por exemplo, quando ativados pela ACh,
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Os receptores α1 são encontrados na musculatura
lisa vascular da pele, nos músculos esqueléticos e
na região esplâncnica, nos esfíncteres do trato
gastrointestinal e da bexiga e no músculo radial da
íris. A ativação dos receptores α1 leva à contração
de cada um desses tecidos. O mecanismo de ação
envolve a proteína G denominada Gq e a ativação
da fosfolipase C.
RECEPTORES DA NOREPINEFRINA
Existem também duas classes de receptores
adrenérgicos; chamados receptores alfa e
receptores beta. Existem dois tipos principais de
receptores alfa, alfa1 e alfa2, que se ligam a
diferentes proteínas G. Os receptores beta, são
divididos em beta1, beta2 e beta3 porque
determinadas substâncias químicas afetam apenas
certos receptores beta. Os receptores beta utilizam
Fonte: Google Imagens
também proteínas G para a sinalização.
Os receptores α2 são inibidores, localizados pré-
A norepinefrina e a epinefrina, secretadas no sinapticamente e pós-sinapticamente, e são menos
sangue pela medula adrenal, têm efeitos comuns do que os receptores α1. Esses receptores
ligeiramente diferentes na excitação dos receptores são encontrados em terminais nervosos pré-
alfa e beta. A norepinefrina excita sinápticos adrenérgicos e colinérgicos e no trato
principalmente os receptores alfa, mas excita os gastrointestinal. Os receptores α são encontrados
receptores beta em menor grau. A epinefrina em duas formas, os autorreceptores e os
excita ambos os tipos de receptores de forma heterorreceptores.
aproximadamente igual. Portanto, os efeitos
relativos da norepinefrina e da epinefrina nos Os receptores α2 presentes nos terminais nervosos
diferentes órgãos efetores são determinados pelos simpáticos pós-ganglionares são os
tipos de receptores existentes nesses órgãos. Se autorreceptores. Nessas, a ativação dos terminais
forem todos receptores do tipo beta, a epinefrina por norepinefrina inibe a liberação desse
terá ação mais eficaz. neurotransmissor pelo seu terminal. Esse feedback
negativo conserva a norepinefrina. Um fato
Uma substância sintética quimicamente semelhante interessante é que as suprarrenais não possuem
à epinefrina e à norepinefrina, a isopropil receptores α2, não sendo sujeitas, portanto, a esse
norepinefrina, tem ação extremamente forte nos feedback.
receptores beta e, em essência, nenhuma ação nos
receptores alfa. Os receptores α2, presentes em terminais nervosos
pós-ganglionares parassimpáticos do trato
gastrointestinal, são denominados
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heterorreceptores. A norepinefrina é liberada Os receptores β2 são encontrados na musculatura
pelas fibras pós-ganglionares simpáticas, que lisa vascular dos músculos esqueléticos, nas
fazem sinapse com essas fibras pós-ganglionares paredes do trato gastrointestinal e da bexiga e nos
parassimpáticas. Quando ativados pela bronquíolos. A ativação dos receptores β2, nesses
norepinefrina, os receptores α2 inibem a liberação tecidos, provoca seu relaxamento ou dilatação. O
de acetilcolina dos terminais nervosos pós- mecanismo de ação dos receptores β2 é similar ao
ganglionares parassimpáticos. Dessa forma, o dos receptores β1: ativação da proteína Gs,
sistema nervoso simpático inibe, indiretamente, a liberação da subunidade αs, estimulação da
função gastrointestinal (i.e., pela inibição da adenilil ciclase e geração de AMPc.
atividade parassimpática).
A adenilil ciclase ativada catalisa a conversão do
ATP a AMPc, que atua como segundo mensageiro.
O AMPc, por meio de passos que envolvem a
ativação de proteínas cinases, inicia as ações
fisiológicas finais.
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provocar sua maior ação na estimulação dos TABELA-RESUMO DOS AGONISTAS E ANTAGONISTAS
receptores beta, tem efeito maior na estimulação
cardíaca do que a norepinefrina.
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RESUMO DAS AÇÕES DOS SISTEMAS SIMPÁTICO E DO PARASSIMPÁTIC O
26
PROBLEMA 2.2 O ciclo cardíaco consiste no período de
relaxamento, chamado diástole, durante o qual o
CICLO CARDÍACO coração se enche de sangue, seguido pelo período
de contração, chamado sístole.
Diagrama de Wiggers
O conjunto dos eventos cardíacos, que ocorre entre
o início de um batimento e o início do próximo, é
denominado ciclo cardíaco. Cada ciclo é iniciado
pela geração espontânea de potencial de ação no
nodo sinusal. Esse nodo está situado na parede
lateral superior do átrio direito, próximo da
abertura da veia cava superior, e o potencial de ação
se difunde desse ponto rapidamente por ambos os
átrios e, depois, por meio do feixe A-V para os
ventrículos.
HISTOLOGIA DO CORAÇÃO
É um órgão muscular composto por 3 túnicas:
• Endocárdio: endotélio apoiado em uma camada
subendotelial de tecido conjuntivo frouxo, abaixo
do qual aparecem as fibras de Purkinje.
• Epicárdico: O epicárdio (pericárdio visceral)
consiste em uma serosa: tecido conjuntivo frouxo
coberto por epitélio simples pavimentoso, o
mesotélio. O tecido conjuntivo frouxo contém
fibras elásticas, vasos sanguíneos e linfáticos e
fibras nervosas e adipócitos.
• Miocárdio: músculo estriado cardíaco, podendo
ser diferenciado principalmente pelos discos
intercalares.
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EJEÇÃO DE SANGUE DOS VENTRÍCULOS • Pré-carga: pressão diastólica total quando o
DURANTE A SÍSTOLE ventrículo está cheio. “Grau de tensão no músculo
• Período de contração isométrica: aumento de quando ele começa a contrair”.
tensão no VE e VD sem alteração de volume. • Pós-carga: pressão na aorta à saída do ventrículo.
• Período de ejeção: pressão no VE chega a 80 “Carga contra a qual o músculo exerce sua força
mmHg e no VD, 8 mmHg. Suficiente para abrir contrátil”. Seria a força contra a valva aórtica.
as válvulas semilunares.
• Período de relaxamento isométrico: REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO
relaxamento dos ventrículos diminui a pressão e
o sangue nas artérias fecha as valvas arteriais. Mecanismo de Frank-Starling: o coração bombeia
o sangue à medida que o retorno venoso “entrega”
OBS.: Volume diastólico final é a quantidade de mais sangue. Logo, consegue se adaptar ao volume
sangue que fica nos ventrículos após a diástole, crescente de entrada dentro de seus limites
aprox. 110 ou 120 mL. Débito sistólico é o que sai fisiológicos.
do ventrículo no final da sístole (cerca de 70mL).
Volume sistólico final é o que sobra dessa saída, o
INERVAÇÃO SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA
que equivale de 40 a 50 mL.
Partes funcionais:
Guyton – Fisiologia 13ºEd.
• Nodo sinusal (S-A);
• Nodo atrioventricular (A-V);
28
• Feixe A-V;
• Ramos esquerdo e direito de fibras de Purkinje. O nó SA controla a ritimicidade do coração, isso
porque sua frequência de despolarização é muito
maior do que a do nó AV e que as fibras de
purkinge. Deste modo ele controla o batimento
cardíaco funcionando como marcapasso do
coração.
29
seu potencial de despolarização. Logo, seu ciclo se porções do coração. Também, aumenta a força de
sobrepõe ao dos outros tecidos autoexcitáveis. contração tanto dos átrios como dos ventrículos.
30
- A onda S representa a última fase da CORAÇÃO HIPO E HIPERFEFICAZ
despolarização ventricular na base do coração.
CORAÇÃO HIPEREFICAZ
- A repolarização atrial também ocorre durante este
tempo, mas o sinal é ofuscado pelo grande Um coração hipereficaz pode o ser por inibição
complexo QRS. parassimpática, estimulação simpática ou por
hipertrofia cardíaca.
-A onda T representa a repolarização dos
ventrículos imediatamente antes do relaxamento CORAÇÃO HIPOEFICAZ
ventricular, ou diástole ventricular.
Fatores que contribuem para um coração
ELETROCARDIOGRAMAS ANORMAIS hipoeficaz:
Débito cardíaco: quantidade de sangue bombeado Um agente dromotrópico positivo é aquele que
para a aorta a cada minuto pelo coração. aumenta a velocidade de condução no nó
auriculoventricular, e, posteriormente, a taxa de
Retorno venoso: quantidade de sangue que flui das impulsos elétricos no resto do coração. Negativo
veias para o interior do átrio direito por minuto. tem o efeito oposto, diminuindo a condutividade.
31
Todo o sangue local flui para formar o retorno que representa, em valores aproximados, 4% a 5%
venoso, e o coração automaticamente bombeia esse do débito cardíaco total.
sangue de volta para as artérias, para fluir de novo
pelo sistema. Também, além das artérias coronárias epicárdicas,
existem também as artérias subendocárdicas.
A aplicação de dinitrofenol (usado, antigamente
para emagrecimento, atua como desacoplador da O METABOLISMO LOCAL É O PRINCIPAL
cadeia de elétrons) acelera o metabolismo tecidual, CONTROLADOR DO FLUXO CORONARIANO
elevando o débito cardíaco. O sistema nervoso O fluxo sanguíneo pelo sistema coronariano é
autônomo age controlando a queda de pressão controlado principalmente pela vasodilatação
causada pela vasodilatação dos vasos. arteriolar locar em resposta às necessidades
Condições que aumentam o débito cardíaco e nutricionais do músculo cardíaco. A demanda da
diminuem a resistência periférica: circulação coronariana está ligado principalmente à
-Beribéri atividade do coração.
-Fístula arteriovenosa O fluxo sanguíneo pelas artérias coronárias é, em
-Hipertireoidismo geral, regulado quase precisamente de acordo às
-Anemia demandas de oxigênio da musculatura cardíaca.
CIRCULAÇÃO CORONARIANA Uma hipótese para isso é que a baixa de oxigênio
faz com que substâncias vasodilatadoras sejam
O suprimento sanguíneo coronário depende da liberadas na circulação, à exemplo da adenosina,
artéria coronária esquerda (porções anterior e dos íons potássio, hidrogênio, dióxido de carbono,
lateral esquerda do ventrículo esquerdo) e da prostaglandinas e óxido nítrico.
artéria coronária direita (maioria do ventrículo
CONTROLE NERVOSO
direito e parte posterior do ventrículo esquerdo).
A estimulação dos nervos autonômicos para o
A maior parte do fluxo venoso retorna ao átrio coração pode afetar o fluxo sanguíneo coronariano,
direito por meio do seio coronariano. Entretanto, a de modo direto e indireto. Os efeitos diretos
resultam da ação das substâncias transmissoras
maior parte do retorno venoso do músculo
nervosas, a acetilcolina dos nervos vagos e a
ventricular direito retorna ao átrio direito por meio norepinefrina dos nervos simpáticos, nos vasos
de pequenas veias anteriores. Uma quantidade coronarianos. Os efeitos indiretos resultam de
menor de sangue é escoada pelas veias tebesianas. alterações secundárias no fluxo sanguíneo
coronariano, causadas por aumento ou diminuição
A CIRCULAÇÃO da atividade do coração, sendo que, geralmente,
estão relacionados ao controle da circulação
normal.
32
lático gerado corresponde à dor causada nos
quadros de isquemia cardíaca.
REFERÊNCIAS
Videoaulas:
https://www.youtube.com/watch?v=5hNLAOI22eo
https://www.youtube.com/watch?v=PIyfkR7RNa4
33
vasoconstritoras e cardioaceleradoras do sistema
PROBLEMA 2.3 nervoso simpático são estimuladas
simultaneamente. Ao mesmo tempo, ocorre a
MECANISMOS DE CONTROLE DA P.A. inibição recíproca de sinais inibitórios
parassimpáticos vagais para o coração.
SISTEMA BARORRECEPTOR
O reflexo barorreceptor é composto por um sistema
de receptores de estiramento dos vasos, que indica
ao SNC uma necessidade de abaixar a pressão. O
barorreceptor é uma terminação nervosa em
formato de buquê. São muito abundantes nas
paredes da carotídea interna, de forma que saem por
meio dos nervos de Hering para os nervos
glossofaríngeos na região cervical superior e daí
Guyton – Fisiologia 13ºEd.
para o núcleo do trato solitário. Esses nervos
CONTROLE RÁPIDO também são chamados de nervos tampão por
agirem como um sistema de tamponamento
pressórico.
Um dos principais papeis do sistema nervoso é a
regulação rápida da pressão arterial por meio de
aumentos de P.A.. Para isso, todas as funções
34
fibras nervosas que passam, junto as dos
barorreceptores, pelos nervos de Hering e nervos
vagos, em direção ao centro vasomotor. Cada um
desses corpos recebe sangue arterial por meio de
uma pequena artéria, de forma que atue sempre que
a pressão cai a níveis inferiores a 80mmHg – uma
baixa P.A. indica um estado em que a quantidade
de oxigênio é baixa no sangue e os níveis de
hidrogênio e dióxido de carbono aumentam.
35
neurônios vasoconstritores e cardioaceleradores ONDAS RESPIRATÓRIAS NA PRESSÃO ARTERIAL
respondem de modo direto à isquemia, ficando
A pressão sofre variação de 4 a 5mmHg por ciclo
fortemente excitados. Isso faz com que a pressão
respiratório. Essas ondas ocorrem devido a vários
arterial sistêmica se eleve a níveis máximos.
efeitos diferentes, inclusive reflexos, dentre eles:
Acredita-se que isso ocorre porque a circulação
lenta não é capaz de eliminar os níveis de dióxido 1. Muitos dos “sinais respiratórios”, produzidos
de carbono do centro motor do tronco encefálico. O pelo centro respiratório do bulbo, “extravasam”
grau de constrição é tão alto que alguns vasos para o centro vasomotor a cada ciclo respiratório.
periféricos ficam quase ou totalmente obstruídos.
2. Cada vez que a pessoa inspira, a pressão na
Apesar de atingir valores próximos a 250mmHg cavidade torácica fica mais negativa, fazendo com
quando ativado, esse mecanismo só se torna que os vasos sanguíneos no tórax se expandam.
eficiente abaixo de níveis de 60mmHg ou menos, Isso reduz a quantidade de sangue que retorna para
o lado esquerdo do coração, e, assim, diminui
como por exemplo 15 ou 20mmHg, que é a faixa de
momentaneamente o débito cardíaco e a pressão
melhor atuação. Logo, só é ativado quando o arterial.
organismo está próximo de atingir o valor letal,
atuando, portanto, como um “último recurso”. 3. As variações da pressão causadas nos vasos
torácicos pela respiração podem excitar receptores
REAÇÃO DE CUSHING de estiramento vasculares e atriais.
Um tipo especial de resposta isquêmica resultante
do aumento da pressão do líquido ONDAS VASOMOTORAS (ONDAS DE MAYER)
36
SISTEMA RIM-LÍQUIDOS COPORAIS PARA O Quando a resistência periférica se eleva, por
CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL exemplo, a pressão arterial sobe consideravelmente
de imediato. Entretanto, se os rins estiverem
Numa hipótese em que a quantidade de líquidos funcionando, essa elevação não se manterá e em
corporais aumenta sem que haja aumento cerca de um dia a pressão será reestabelecida. Isso
proporcional na capacitância dos vasos, a pressão ocorre porque o aumento da PA não altera o ponto
arterial se eleva e os rins excretam mais líquido, de equilíbrio do controle de pressão, exceto nos
normalizando a pressão. No ser humano o controle rins. Nesse contexto, eles começam a excretar água
e sal, e, após algumas horas, grandes quantidades
fino da quantidade de água eliminada é chamado de de água e sal foram eliminadas do corpo.
diurese de pressão, enquanto o de sal eliminado é
chamado natriurese de pressão.
37
Outro motivo é que o aumento da osmolalidade
também estimula o mecanismo secretor do
hipotálamo-hipófise anterior, que passa a liberar
maior quantidade de ADH (hormônio
antidiurético). O rim, então, passa a absorver mais
água pelos túbulos renais, diminuindo a quantidade
de urina e aumentando a quantidade de líquido
extracelular.
38
Essas enzimas são importantes pois são DISTENSIBILIDADE: O quanto um vaso pode
responsáveis pela conversão de angiotensinogênio acomodar de volume de sangue a mais para cada
(ou, substrato de renina) em angiotensina I. Essa 1mmHg que sobe.
substância é clivada e forma a angiotensina II, um
potente vasoconstritor que age de duas formas
principais, elevando a P.A.:
REFERÊNCIAS
39
PROBLEMA 3
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Figura representativa do nariz (Netter) Faringe: Tubo muscular associado a dois sistemas:
respiratório e digestivo. É subdividido em três
porções principais: a parte nasal (ligada pelas
coanas), a parte bucal (ligada pelo istmo da
garganta) e a parte laríngica (situada
posteriormente ao esôfago.
Netter
Google imagens
40
O osso hioide se localiza superior à cartilagem
tireoide. A cartilagem tireoide é composta por duas
lâminas que se unem anteriormente formando um
“V”. A cartilagem cricoide é ímpar e tem a forma
de um anel de sinete, situando-se inferiormente à
cartilagem tireoide. Superior à cartilagem cricoide,
se localizam duas estruturas em formato de
pequenas pirâmides triangulares cujas bases
articulam-se com a cricoide, a cartilagem
aritenoide. Posteriormente à cartilagem tireoide e à
raiz da língua, se encontra a cartilagem epiglótica,
ímpar e fina, se localiza mediana e possui formato
que lembra uma folha peciolada. Embora seja um tubo mediano, a traqueia sofre um
ligeiro desvio para a direita próximo a sua
extremidade inferior, antes de se dividir nos dois
brônquios principais, o direito e o esquerdo. Esses
possuem uma estrutura muito semelhante à traqueia
e também são denominados brônquios de primeira
ordem. Cada um deles dá origem aos brônquios
lobares, ou brônquios de segunda ordem, que
ventilam os lobos pulmonares. Nos lobos, se
dividem em brônquios segmentares ou brônquios
Dangelo e Fattini
de terceira ordem. Logo, se dividem ainda mais
vezes até chegarem aos alvéolos pulmonares.
A cavidade da laringe, quando cortada
sagitalmente, apresenta uma fenda anteroposterior, Pleura e o Pulmão: os pulmões, direito (com três
que delimita uma pequena evaginação, o ventrículo lobos) e esquerdo (com dois lobos), estão contidos
da laringe. Os limites dessa evaginação são, na caixa torácica e entre eles há uma região
superiormente, a prega vestibular e inferiormente, mediana chamada mediastino, ocupada pelo
a prega vocal. A região logo acima das pregas coração, grandes vasos e seus ramos proximais, o
vestibulares é denominada vestíbulo, que se estende esôfago, parte da traqueia e brônquios principais,
até o seu orifício de entrada, chamado ádito da além de nervos e linfáticos. Estão envoltos em um
laringe. O espaço entre as pregas vocais é saco seroso completamente fechado, a pleura, que
denominado rima glótica. é subdividida em pleura pulmonar, que envolve o
pulmão, e pleura parietal, que recobre a face
Traqueia e Brônquios: a traqueia situa-se após a interna da parede do tórax. Entre essas duas
laringe, possuindo formato cilindroide e pleuras, se encontra um espaço virtual, a cavidade
constituído por uma série de anéis cartilaginosos da pleura, que contém uma quantidade capilar de
incompletos em forma de “C”, sobrepostos entre si líquido, para facilitar o deslizamento durante o
e ligados pelos “ligamentos anulares”. A parede processo respiratório como um todo. O ponto em
posterior, desprovida de cartilagem, está ligada à que os brônquios, vasos e nervos entram nos
parede muscular do esôfago e é composta por pulmões é denominado hilo.
músculo liso, sendo chamada de parede
membranácea da traqueia.
41
HISTOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Também, existe a células granulares, que se
assemelham à célula basal e provavelmente fazem
A maior parte da porção condutora é revestida por
parte do sistema neuroendócrino.
epitélio ciliado pseudoestratificado colunar com
muitas células caliciformes, denominado epitélio
FOSSAS NASAIS
respiratório.
Nas fossas nasais, a abertura mais anterior e
dilatada é chamada de vestíbulo. Sua mucosa é
composta pela continuação do tecido epitelial da
pele. Porém, o epitélio estratificado pavimentoso
da pele logo perde a camada queratinizada e o
tecido conjuntivo da pele dá origem à lâmina da
própria mucosa.
42
As células olfatórias são neurônios bipolares que NASOFARINGE
se distinguem das células de sustentação porque Primeira parte da faringe que é continuada
seus núcleos se localizam em uma posição mais caudalmente pela orofaringe (porção que se liga à
inferior. Suas extremidades (dendritos) apresentam boca) e são separadas pelo palato mole. Possui
dilatações elevadas, de onde partem 6 a 8 cílios, epitélio do tipo respiratório e a orofaringe possui
sem mobilidade, que são quimiorreceptores epitélio estratificado pavimentoso.
excitáveis pelas substâncias odoríferas. Seus
axônios se reúnem em pequenos feixes em direção
LARINGE
ao sistema nervosos central. Além de vasos e
nervos, nessa mucosa se encontram também Como descrito anteriormente, possui formato
glândulas ramificada túbulo-acinosas alveolares, as tubular e mantém seu formato por causa das
glândulas de Bowman (serosas). Os ductos dessas cartilagens. As cartilagens maiores (tireoide,
glândulas levam a secreção para a superfície cricoide e boa parte das aritenoides) são hialinas,
epitelial, criando uma corrente líquida contínua, enquanto as demais são do tipo flexível.
que limpa os cílios das células olfatórias, O revestimento epitelial não é uniforme por toda
facilitando o acesso de novas substâncias a faringe. Na face ventral e dorsal da epiglote, bem
odoríferas. como nas cordas vocais verdadeiras, o tecido é
estratificado pavimentoso não queratinizado, pois
estão mais sujeitos ao atrito. O restante da laringe é
do tipo respiratório, com cílios se movimentando
em direção à faringe. A lâmina própria é rica em
fibras elásticas e podem ser encontradas pequenas
glândulas mistas (ausentes nas pregas vocais).
Junqueira e Carneiro
SEIOS PARANASAIS
43
A traqueia é revestida externamente por tecido Nos bronquíolos, não há cartilagem, glândulas ou
conjuntivo frouxo, constituindo a camada nódulos linfáticos (BALT- brônquio com acúmulo
adventícia, que liga o órgão aos tecidos adjacentes. de tecido linfático). O epitélio, no início, é
cilíndrico simples ciliado e passa a cúbico simples,
ÁRVORE BRÔNQUICA ciliado ou não na porção final. Em algumas regiões
A traqueia se ramifica em dois brônquios, em há neuro receptores colinérgicos que,
direção ao hilo pulmonar. Todas as estruturas que provavelmente, servem para identificação de gases
passam pelo hilo são revestidas por um tecido que chegam ao pulmão.
conjuntivo denso conhecido como raiz do pulmão. Nas porções terminais, apresenta mesma estrutura
Vale ressaltar que os brônquios primários possuem dos bronquíolos. Porém, com parede mais delgada.
a mesma estrutura da traqueia, e, quanto mais É revestida internamente por epitélio colunar baixo
avançam no pulmão, maior simplicidade ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas.
observada, com diminuição da altura do epitélio. Apresenta também as células de Clara, que
possuem grânulos apicais que servem para secretar
proteínas que protegem as células de determinados
poluentes inspirados.
Junqueira e Carneiro
44
FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Os pulmões se movimentam na caixa torácica com
pouco atrito, já que não possuem ligações com elas.
VENTILAÇÃO PULMONAR Entre as pleuras, o líquido é drenado pelo sistema
linfático mantém leve a tração entre a superfície
Primeiramente, é necessário entender a ventilação
visceral da pleura e da parietal. Assim, os pulmões
pulmonar, que acontece mediante movimentos de
ficam presos na parede torácica e conseguem,
subida e descida do diafragma e por elevação e
quando necessário, deslizar livremente.
depressão das costelas para elevar e reduzir o
diâmetro anteroposterior da caixa torácica, sendo
que o primeiro meio é o que ocorre na respiração
normal. No segundo, a contração da musculatura
abdominal é responsável pela “força extra” (já que
o pulmão se esvazia basicamente por causa de sua
elasticidade e esta não é o suficiente para uma
expiração vigorosa).
PRESSÃO ALVEOLAR
45
PRESSÃO TRANSPULMONAR SURFACTANTE, TENSÃO SUPERFICIAL E COLAPSO
ALVEOLAR
É a diferença entre as pressões dos alvéolos e a
pleural. E pressão de retração é a força elástica A tensão superficial é a contração das moléculas
(causada principalmente pela elastina e pelo de água quando elas estão em contato com o ar.
colágeno) nos pulmões que tendem a colapsá-los Essa interação de atração entre as moléculas cria
em cada instante da respiração. uma película que garante, por exemplo, a formação
de uma gota de chuva.
Guyton
46
VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES 4. O volume residual é o volume de ar que fica
nos pulmões, após a expiração mais
Espirometria– “registro do movimento do volume forçada; esse volume é de cerca de 1.200
de ar para dentro e para fora dos pulmões”. mililitros.
VENTILAÇÃO ALVEOLAR
47
CONSTRIÇÃO E AÇÃO DA ATROPINA tecidos de sustentação do pulmão e as camadas
adventícias -externas- dos vasos sanguíneos com
Em casos de asma, por exemplo, os brônquios
sangue arterial sistêmico) e uma circulação de alto
podem sofrer constrição e diminuir a capacidade
respiratória. No caso de uma estimulação fluxo e baixa pressão (que retira sangue venoso de
parassimpática sobreposta, a situação pode se todas as partes do corpo para os capilares
agravar. Por isso, a ação de fármacos que inibem a alveolares).
acetilcolina como a atropina podem facilitar a
respiração.
TOSSE E ESPIRRO
CIRCULAÇÃO PULMONAR, EDEMA PULMONAR, HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton &
LÍQUIDO PLEURAL Hall Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2017.
O pulmão tem duas circulações, uma de baixo fluxo
e alta pressão (que supre a traqueia, árvore
brônquica, incluindo os bronquíolos terminais, os
48
PROBLEMA 3.2
TROCAS GASOSAS
49
cápsula. O fluxo nessa região é descrito como uma
lâmina de fluxo sanguíneo. Também, vale ressaltar
que as trocas gasosas ocorrem em todas as
membranas das porções terminais dos pulmões, e
não só nos alvéolos. Todas essas membranas são
conhecidas como membrana respiratória – ou
membrana pulmonar.
50
Dois fatores determinam a Po2 e a Pco2 nos EFEITO DA PROPORÇÃO VENTILAÇÃO -PERFUSÃO NA
alvéolos: (1) a intensidade da ventilação alveolar e CONCENTRAÇÃO DE GÁS ALVEOLAR
(2) a intensidade da transferência de O2 e CO2,
através da membrana respiratória. Proporção entre a Ventilação alveolar(Va) sobre a
Perfusão (Q).
FATORES QUE DETERMINAM A INTENSIDADE DA
• Va/Q=0 : ocorre quando o valor de Va é zero
DIFUSÃO GASOSA
e a perfusão continua normal. O ar alveolar
• Espessura da membrana: no caso de entra em equilíbrio com o O2 e o CO2 no
líquido de edema no espaço intersticial da sangue venoso. O sangue venoso normal
membrana e nos alvéolos, o gás tem que possui Po2=40mmHg e Pco2=45mmHg.
perfundir não só pelas membranas, mas
• Va/Q=∞ : ocorre quando Va é normal e a
também pelo líquido. Fibrose pulmonar
perfusão (Q) é igual a zero. Agora, não
também causa um quadro parecido.
ocorre fluxo sanguíneo capilar para
• Área superficial da membrana: por
transportar O2 para fora e trazer o CO2 para
exemplo, a remoção de um dos pulmões
dentro do alvéolo. Logo, ao invés de entrar
reduz a área total pela metade. O enfisema,
em equilíbrio com o sangue venoso, o ar
que causa o a fusão de câmaras alveolares,
alveolar fica quase igual ao ar inspirado
diminui a superfície de contato.
umidificado. Nesse caso, a Po2=149mmHg
• O coeficiente de difusão do gás na
e a Pco2=0 mmHg.
substância da membrana.
• A diferença de pressão parcial entre os Essas situações podem ocorrem em casos de
dois lados da membrana. doenças pulmonares que podem fazer com que haja
fluxo sanguíneo normal e nenhuma ventilação em
CAPACIDADE DE DIFUSÃO DA MEMBRANA certas partes do pulmão ou ventilação normal e
RESPIRATÓRIA nenhum fluxo capilar. Quando a relação é normal,
Volume de gás que se perfundir pela membrana por a pressão de oxigênio se estabiliza em 104mmHg e
minuto para cada diferença de pressão parcial de a de dióxido de carbono em 40mmHg.
1mmHg.
OBS.: Derivação fisiológica é o montante
Capacidade de difusão do O2: 21mL/min/mmHg quantitativo de sangue derivado por minuto.
e pode se elevar a 65mL/min/mmHg em situações Sangue derivado é o sangue que não é devidamente
de intensa atividade física. oxigenado quando a proporção Va/Q está diminuída
e não ocorre ventilação adequada.
Capacidade de difusão do CO2: nunca foi medido
por cauda da sua rápida difusão. Entretanto, estima- Va/Q na DPOC: no caso de fumantes crônicos,
se que esteja entre 400 a 450mL/min/mmHg. graus variados de obstrução crônica podem causar
aprisionamento de ar alveolar, e consequente
Capacidade de difusão do CO: como o CO está enfisema. O enfisema faz com que paredes
em baixas quantidades na circulação, é só medir o alveolares sejam destruídas. Logo, por serem
valor absorvido por minuto e dividir pela pressão obstruídos, alguns alvéolos apresentam Va/Q que se
parcial do CO alveolar. Com isso tem-se o valor de aproxima de zero – causando o efeito da derivação
17 mL/min/mmHg – que multiplicado por 1,23, fisiológica. Por outro lado, a ventilação efetiva em
valor que equivale à razão do coeficiente de O2 pelo áreas que possuem paredes alveolares destruídas,
CO, se chega a 21 mL/min/mmHg. ocorre o processo de espaço morto fisiológico
sério.
51
TRANSPORTE DE O 2 E CO 2 NO SANGUE E NOS aorta, pela circulação brônquica que supre
LÍQUIDOS TECIDUAIS basicamente os tecidos profundos do pulmão e não
é exposta ao ar pulmonar. Esse fluxo é chamado de
O oxigênio se difunde muito mais facilmente por
“fluxo da derivação”, que possui cerca de
causa da hemoglobina, sendo de 30 a 100 vezes
40mmHg de pressão de oxigênio ao deixar os
mais O2 transportado do que quando dissolvido no
pulmões. Após se misturar com o sangue a
sangue. Já o CO2 também se liga a substâncias
104mmHg, nas veias pulmonares, o sangue que
químicas, aumentando o seu transporte de 15 a 20
chega no coração esquerdo apresente Po2 de
vezes.
95mmHg.
Durante o exercício físico intenso, o corpo pode
precisar de até 20 vezes mais O2 do que o normal.
O aumento do débito cardíaco faz com que o
sangue permaneça nos capilares por menos tempo.
Entretanto, o sangue sai quase saturado de oxigênio
ao sair dos capilares pulmonares.
52
entre eles. A Po2 intracelular varia entre 5 a 40 Coeficiente de utilização: a porcentagem de
mmHg, tendo 23mmHg como média. sangue que libera seu O2 enquanto atravessa os
capilares teciduais.
DIFUSÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO DAS CÉLULAS
TECIDUAIS PERIFÉRICAS PARA OS CAPILARES E DOS A HEMOGLOBINA COM O UM TAMPÃO DE PO 2 :
CAPILARES PULMONARES PARA OS ALVÉOLOS
A hemoglobina controla a quantidade de O2
Levando em conta as Pco2 ao longo dos tecidos, disponível de forma que a Po2 não ultrapasse
temos: 40mmHg nos tecidos. Mesmo em alterações de
altitude ou pressão externa, a hemoglobina mantém
• Pco2 intracelular: 46mmHg
o valor médio com poucas alterações em partes
• Pco2 intersticial: 45mmHg
diferentes do corpo.
• Pco2 do sangue arterial que chega aos
tecidos: 40mmHg FATORES QUE ALTERAM A CURVA DE DISSOCIAÇÃO
• Pco2 do sangue venoso que deixa os tecidos: DE OXIGÊNIO-HEMOGLOBINA
45mmHg
• Pco2 do sangue que entra nos capilares
pulmonares, pelo terminal arterial:
45mmHg
• Pco2 do ar alveolar: 40mmHg
OXIGÊNIO E HEMOGLOBINA
Guyton – Fisiologia 13ºEd.
Quando a Po2 é alta, como nos capilares Alterações que mudem o Ph médio do sangue de
pulmonares, o O2 se liga à hemoglobina, mas 7,4 para valores mais ácidos, causam um
quando a Po2 é baixa, com o nos capilares teciduais, deslocamento para a direita, enquanto para valores
o O2 é liberado da hemoglobina. Essa é a base de mais básicos, deslocamento para a esquerda.
quase todo transporte de O2 dos pulmões para os
tecidos. Outros fatores agem deslocando a curva para a
direita (libera mais O2):
53
dióxido de carbono é controlado pelo equilíbrio
ácido-base dos líquidos corporais.
54
CO2 em combinação com hemoglobina e a dificuldade dela se ligar ao CO2 e 2) quanto maior
proteínas plasmáticas: além de reagir com água, a acidez, mais os íons H+ tendem a desassociar da
o CO2 reage com o grupo amina da hemoglobina hemoglobina e se ligar aos íons bicarbonato
formando a carboxiemoglobina (CO2Hgb)– formando ácido carbônico, que se dissocia em CO2
entretanto, não é uma ligação muito forte, podendo e H2O, de modo que o primeiro é liberado nos
ser facilmente revertida. Ainda, pode se associar a alvéolos e depois no ar.
proteínas plasmáticas, nos capilares teciduais. No
total, a soma dos dois transportes equivale a 30% Quando a [H+] aumenta, a histidina se liga à
do volume de CO2 transportado. hemoglobina e diminui a captação de O2 enquanto
aumenta a captação desse íon.
CURVA DE DISSO CIAÇÃO DO CO 2
PROPORÇÃO DAS TROCAS RESPIRATÓRIAS (R)
55
• Grupo respiratório ventral: expiração e 2) Pelo ponto limítrofe da interrupção súbita
inspiração; da rampa. Reduz inspiração e expiração,
• Grupo pneumotáxico: frequência e aumentando a frequência respiratória.
amplitude respiratória.
GRUPO PNEUMOTÁXICO
GRUPO VENTRAL
56
OUTROS RECEPTORES (RESUMO DE LETÍCIA T.73)
57
PROBLEMA 4.1
SISTEMA RENAL
58
A secreção remove seletivamente moléculas do
sangue e as adiciona ao filtrado no lúmen tubular –
é um processo mais seletivo que, em geral, usa
proteínas de membrana para transportar as
moléculas através do epitélio tubular.
PROCESSO DE FILTRAÇÃO
59
Silverthorn – Fisiologia (2017)
60
REFLEXO DA MICÇÃO impressionante, considerando-se que o volume
plasmático total é de apenas cerca de 3 litros.
Uma vez que o filtrado deixa os ductos coletores,
ele já não pode mais ser modificado, e a sua Ela é regulada constantemente e principalmente
composição não se altera. O filtrado, agora pela regulação do fluxo sanguíneo por alterações da
chamado de urina, flui para a pelve renal e, então, resistência global. Se a resistência aumenta na
desce pelo ureter, em direção à bexiga urinária, arteríola aferente (Fig 19.6d), a pressão hidrostática
com a ajuda de contrações rítmicas do músculo liso. diminui no lado glomerular da constrição. Isso se
traduz em uma diminuição na TFG. Se a resistência
aumenta na arteríola eferente, o sangue acumula
antes da constrição, e a pressão hidrostática nos
capilares glomerulares aumenta (Fig. 19.6e).
AUTORREGULAÇÃO DA TGF
RESPOSTA MIOGÊNICA
61
leva à abertura de canais de Ca2+ dependentes de complicação de possibilitarem a ocorrência de
voltagem, e o músculo liso vascular se contrai. estenose da artéria renal, que pode ocasionar a
diminuição grave da FG, que pode, em alguns
RETROALIMENTAÇÃO (FEEDBACK) casos, ocasionar a insuficiência renal aguda.
TUBULOGLOMERULAR
62
inibidor dos receptores desse hormônio, que acaba Embora esses dois valores sejam estáveis em
elevando o FSR. Age preferencialmente nas praticamente todo o tempo, existem condições que
arteríolas eferentes (Guyton 13ed pg.1017 - pdf). causam alterações consideráveis. A ingestão de
grandes quantidades de proteínas, por exemplo,
Prostaglandinas: agem como vasodilatadoras em aumenta tanto a FG como o fluxo sanguíneo renal.
resposta à queda do FSR (que pode levar à Isso ocorre porque a disponibilidade maior de
insuficiência renal por ação não modulada da aminoácidos faz com que mais sódio seja
Angiotensina II) e são liberadas pelos mesmos reabsorvido no túbulo proximal, já que ambos são
impulsos que liberam a Angiotensina II. Fármacos reabsorvidos juntos.
Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINEs) agem
inibindo a produção de prostaglandinas – que agem O mesmo ocorre com a elevação dos níveis de
como protetores sobre a Angiotensina II– e podem glicose, como no caso da diabetes melito
causar isquemia renal. descontrolada, já que, na maioria dos casos, a
glicose é reabsorvida com o sódio no túbulo
Óxido nítrico: fator de relaxamento derivado do proximal. Esse aumento na reabsorção diminui a
endotélio. Liberado quando as células endoteliais quantidade de sódio na mácula densa, que por sua
são submetidas a uma força de cisalhamento, atua vez ativa o feedback que irá dilatar a arteríola
contrabalanceando a Angiotensina II. aferente e contrair a eferente, elevando a FG.
Histamina: liberado no caso de inflamações e
lesões, aumenta o fluxo sanguíneo, reduzindo a
constrição das arteríolas aferente e eferente.
63
OBSERVAÇÕES:
64
Aminoácidos e glicose são quase completamente
PROBLEMA 4.2 reabsorvidos pelos túbulos, de modo que a
excreção é quase zero. Íons como sódio, cloreto e
REABSORÇÃO RENAL bicarbonato são muito reabsorvidos, porém, com
Após o filtrado entrar nos túbulos renais, ele flui intensidades de reabsorção e excreção urinárias
para as próximas partes do néfron: túbulos variáveis, de acordo às necessidades do organismo.
proximais, alça de Henle, túbulo distal, túbulo Resíduos de produtos como ureia e creatinina são
coletor e ducto coletor. Após, segue para ser pouco reabsorvidos pelos túbulos, enquanto são
excretado como urina. excretados em quantidades elevadas.
65
transcelular. Íons potássio, magnésio e cloreto, lúmen tubular. Dentro da célula, se movem para as
dissolvidas na água são transportados pela via membranas basolaterais e saem por difusão, por
paracelular. meio de proteínas facilitadoras.
Reabsorção ativa secundária (quando se utiliza Esse tipo de transporte é secundário porque,
uma fonte de energia que não necessariamente é embora não tenha gasto de ATP direto, depende do
o ATP): ocorre quando duas substâncias ou mais gradiente eletroquímico formado pela ação da
são transportadas mediante à ligação com uma sódio-potássio ATPase, que possui gasto
proteína transportadora. Exemplo: sódio e glicose. energético direto.
Quando o sódio atravessa a membrana a favor de
Secreção ativa secundária para dentro dos
seu gradiente eletroquímico, a energia liberada é
túbulos: algumas substâncias são secretadas nos
usada para mover a glicose contra seu gradiente
túbulos por meio da ação de cotransporte com os
eletroquímico sem a necessidade de gasto de ATP.
íons sódio. A energia liberada no movimento
Proteínas transportadoras se ligam ao íon e à dissipativo permite o movimento ativo da outra no
molécula de glicose ou aminoácido ao mesmo sentido oposto. Um exemplo disso é o cotransporte
tempo. Esses mecanismos são tão eficientes que de hidrogênio acoplada à reabsorção de sódio,
removem quase toda a glicose e aminoácidos do como na figura acima, mediada por uma proteína
específica, o trocador de sódio-hidrogênio.
66
Pinocitose de proteínas: algumas porções do
túbulo, especialmente o túbulo proximal
reabsorvem moléculas grandes, como proteínas por
meio de pinocitose. A proteína se adere à borda em
escova da membrana luminal e essa porção se
invagina formando uma vesícula que, dentro da
célula, é usada para digerir a proteína em seus
aminoácidos constituintes.
67
meio do gradiente de concentração, já que a difusão Os transportadores responsáveis pela secreção de
de água deixa o lúmen tubular mais concentrado. solutos orgânicos são pouco específicos. A família
do transportador de ânions orgânicos (OAT) é
capaz de transportar inúmeros ânions endógenos e
exógenos, como sais biliares, benzoato, salicilato e
até mesmo sacarina. É um exemplo de transporte
ativo terciário. A energia do ATP é removida em
duas etapas.
SECREÇÃO RENAL
68
administração, cerca de 80% é eliminada. Para
resolver o problema, na época da Segunda Guerra
mundial, utilizou-se a administração de
probenecida, que compete com a penicilina e é
transportada em seu lugar.
TÚBULO PROXIMAL
69
Nesse segmento também está presente o
mecanismo de cotransporte de sódio-hidrogênio. A
reabsorção paracelular de Mg2+, Ca2+, Na+ e K+
também ocorre por causa do gradiente
eletroquímico ocasionado pelo retrovazamento de
íons potássio para o lúmen, causando carga positiva
de cerca de +8mV, que faz com que o magnésio e
o cálcio, por exemplo, se difundam do lúmen
tubular, pelo espaço paracelular, pra o líquido
intersticial.
TÚBULO DISTAL
70
Na porção final do túbulo distal e túbulo coletor
cortical subsequente têm características funcionais
semelhantes. São compostos por dois tipos de
células: as principais (que reabsorvem água e sódio
do lúmen e secretam potássio) e as intercaladas (as
do tipo A reabsorvem íons potássio e secretam íons
hidrogênio para o lúmen tubular).
71
Guyton – Fisiologia 13ºEd.
RESUMO
72
REGULAÇÃO DA REABSORÇÃO peritubular [Pc]), que se opõe à reabsorção; (2)
pressão hidrostática no interstício renal (Pif) fora
Uma característica importante do controle da dos capilares, que favorece a reabsorção; (3)
reabsorção é que a reabsorção de alguns solutos pressão coloidosmótica das proteínas plasmáticas,
pode ser regulada independente dos outros e em nos capilares peritubulares (pc), que favorece a
especial por mecanismos hormonais de controle reabsorção; e (4) pressão coloidosmótica das
proteínas no interstício renal (pif), que se opõe à
EQUILÍBRIO GLOMERULOTUBULAR
reabsorção.
Quando a carga filtrada aumenta, os túbulos
aumentam sua capacidade intrínseca de reabsorção. A pressão hidrostática dos capilares é influenciada
Essa taxa de reabsorção aumentada se mantém pela pressão arterial e pela resistência das arteríolas
quase constante, entretanto aumenta cerca de 65%. eferentes e aferentes. A pressão coloidosmótica dos
capilares peritubulares é determinada pela pressão
Atuando com o feedback tubuloglomerular coloidosmótica plasmática sistêmica e pela fração
(primeira linha de defesa para o amortecimento de de filtração.
alterações espontâneas da FG no débito urinário), o
equilíbrio glomerulotubular atua como uma CONTROLE HORMONAL
segunda linha de defesa. Algumas substâncias são extremamente
importantes para o controle de íons de forma
FORÇAS FÍSICAS DO LÍ QUIDO CAPILAR PERITUBULAR
E INTERSTICIAL RENAL independente.
Alterações da reabsorção capilar podem influenciar Aldosterona: secretada pelas células da zona
as pressões hidrostáticas e coloidosmóticas do glomerulosa do córtex adrenal. Age na reabsorção
interstício renal e, em última análise, a reabsorção de sódio e secreção de hidrogênio e potássio por
de água e soluto pelos túbulos renais. A taxa de meio da estimulação da bomba sódio-potássio-
reabsorção normal dos capilares peritubulares é de ATPase, na face basolateral da membrana do
124mL/min. túbulo coletor cortical. Os principais estímulos para
a aldosterona são: concentração de potássio
extracelular aumentada e níveis elevados de
angiotensina II.
Obs.:
73
peritubulares, aumentando a reabsorção– e
aumenta a fração de filtração do glomérulo,
aumentando a força de reabsorção nos capilares
peritubulares e eleva a reabsorção de água e sódio.
Além disso, estimula a reabsorção de sódio nos
túbulos proximais, alças de Henle, túbulos distais e
túbulos coletores. Isso ocorre mediante à
estimulação da sódio-potássio-ATPase na
membrana basolateral da célula epitelial tubular e
do trocador sódio-hidrogênio na membrana
luminal, especialmente no túbulo proximal.
Também estimula o cotransporte de sódio e Guyton – Fisiologia 13ºEd.
bicarbonato, através das membranas basolaterais.
Peptídeo natriurético atrial (PNA): liberado
pelas células especializadas dos átrios cardíacos em
função da expansão do volume plasmático e
aumento da pressão arterial. Inibem diretamente a
reabsorção de água e sódio pelos túbulos renais,
especialmente nos ductos coletores. Inibe a
secreção de renina e formação de angiotensina II, o
que reduz a reabsorção tubular renal. A
insuficiência cardíaca congestiva causa liberação
excessiva desse hormônio por causa do estiramento
das paredes do coração.
74
ATIVAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO O Na+ é livremente filtrado e reabsorvido por quase
todos os segmentos do néfron, sendo influenciado
A ativação do sistema nervoso simpático diminui a
pela aldosterona. Com uma média de 150mEq de
excreção de sódio e água ao contrair as arteríolas
ingestão diária, observa-se que o rim excreta menos
renais, reduzindo assim a FG. Aumenta a ativação
de 1% da quantidade filtrada – se a TFG é de
de receptores alfa-adrenérgicos, que leva à
180L/dia e a concentração plasmática de Na+ é de
diminuição dessa excreção e aumento da
140mEq/L, então a carga filtrada de sódio é de
reabsorção. A estimulação simpática causa o
25200mEq/dia.
aumento da liberação de renina e consequente
formação de angiotensina II. POTÁSSIO
SÓDIO
75
Linda – Fisiologia 5ªEd.
Linda – Fisiologia 5ªEd.
O ideal é que 98% do potássio se encontre dentro
O PTH se liga à adenilato ciclase via proteína Gs.
das células enquanto apenas 2% circulante. A
O adenilato ciclase, por sua vez catalisa a
insulina, por exemplo, aumenta a atividade a sódio-
conversão de ATP em AMPc, que ativa uma série
potássio ATPase e a consequente reabsorção de
de proteinocinases que fosforilam os componentes
potássio. Na diabetes mellitus tipo I, causada pela
da membrana e inibem o cotransporte Na+-
deficiência de insulina causa a hipercalemia, já que
fosfato.
o potássio fica fora das células.
CÁLCIO
FOSFATO
Como o fosfato, maio parte do cálcio presente no
Importante constituinte dos ossos (85% do fosfato
corpo está presente nos ossos (99%). Sua
se encontra na matriz óssea) e atua como um
concentração é controlada pelo PTH em interação
tampão para íons H+ na urina. Também é
com o sistema renal, gastrointestinal e ósseo. Sua
importante componente de nucleotídeos e também
reabsorção é acoplada à do sódio no túbulo
é usado nas moléculas de alta energia. Seu
proximal e na alça de Henle, enquanto de forma
transporte é realizado principalmente pelo
dissociada no túbulo distal.
cotransportador Na+-fosfato.
76
Linda – Fisiologia 5ªEd.
MAGNÉSIO DIURÉTICOS
A reabsorção global do magnésio é de 95%. No Diuréticos aumentam o débito e o volume urinário
plasma, 20% está ligado a proteínas no plasma. Sua e, em grande parte, aumenta a excreção urinária de
reabsorção acontece majoritariamente no ramo solutos como sódio e cloreto. Isso porque boa parte
ascendente espesso da alça de Henle, em que 60% de suas ações são natriuréticas, que leva a diurese.
da caga filtrada são absorvidos. Isso ocorre porque Como alguns já foram tratados anteriormente, serão
essa reabsorção é impulsionada pela diferença de citados os demais.
potencial lúmen-positivo.
Caso não tenha lido, observe os parágrafos em
Os diuréticos de alça possuem ação inibindo amarelo em algumas seções como “túbulo
fortemente a reabsorção do Mg2+ e aumentam sua proximal, alça de Henle, túbulo distal e ducto
excreção, podendo levar à hipomagnesemia. coletor medular, na seção “reabsorção e secreção
O magnésio é útil para a síntese proteica, ao longo de porções diferentes do néfron”.
importante para o complexo B1 e também no
processo de equilíbrio de cálcio e potássio.
77
REFERÊNCIAS
78
RESUMO:
79
80
81
compensações respiratórias e as compensações
PROBLEMA 4.3 renais. Os dois primeiros são mais rápidos,
enquanto o último necessita de mais tempo para se
FISIOLOGIA ÁCIDOBÁSICA desenvolver.
O balanço acidobásico está relacionado à
manutenção da concentração normal de íons
hidrogênio nos líquidos corporais.
82
ÁCIDOS FIXOS Essa equação é usada para calcular o pH de uma
solução tamponada. Ela se baseia na cinética das
São oriundos do catabolismo das proteínas e dos
reações reversíveis:
fosfolipídeos. As proteínas que contém
aminoácidos com enxofre (p. ex., metionina,
cisteína, cistina) geram ácido sulfúrico quando são
metabolizadas, e os fosfolipídeos produzem ácido
fosfórico. Esses ácidos não conseguem ser K1 é a constante de velocidade da reação direta e
eliminados pela respiração como o CO₂, logo K2 é constante de velocidade da reação inversa.
necessitam ser tamponados até que possam ser Quando as velocidades das reações direta e inversa
excretados pelos rins. ficam iguais, ocorre o estado de equilíbrio químico,
Em estados fisiopatológicos, os ácidos β- o qual não há mais alteração efetiva das
hidroxibutírico e acetoacético (diabetes mellitus concentrações de HA ou A⁻.
descompensado) e o ácido lático (exercício A lei de ação das massas estabelece que no
extenuante ou hipóxico) podem ser produzidos em equilíbrio químico:
grandes quantidades. Outros podem ser ingeridos,
como ácido salicílico (aspirina), ácido fórmico
(pela ingestão de metanol) e ácidos glicólico e
oxálico (pela ingestão de etilenoglicol). Ou seja:
TAMPONAMENTO
A proporção entre as constantes de velocidade pode
ser combinada em uma só constante, K, chamada
PRINCÍPIOS DE TAMPONAMENTO constante de equilíbrio:
Um tampão é uma mistura de ácido fraco com sua
base conjugada ou de base fraca com seu ácido
conjugado. A solução-tampão (tampão) consegue
resistir a alterações bruscas do pH.
Rearranjando:
Na nomenclatura de Bronsted-Lowry, para o ácido
fraco, a forma ácida é designada por HA e definida
como doadora de H⁺. A forma básica é designada
por A⁻ e definida como receptora de H⁺. Da mesma
maneira, para a base fraca, o doador de H⁺ é Para expressar [H⁺] como pH, coloca-se - log₁₀ de
chamado de BH⁺, e o receptor de H⁺ é chamado de ambos os lados da equação:
B.
83
A curva possui forma sigmoide. Na porção central
da curva só ocorrem pequenas alterações do pH
quando se adiciona ou remove H⁺. O
tamponamento mais eficaz ocorre nessa faixa. Essa
parte linear se estende por 1,0 unidade de pH acima
e abaixo do pK. Fora dessa faixa eficaz, o pH se
altera drasticamente quando se adiciona ou se
remove pequenas quantidades de H⁺.
O pK é valor característico de cada tampão. Ácidos Os principais tampões do LEC são bicarbonato e
fortes, como o HCl, são mais dissociáveis em H⁺ e fosfato.
A⁻, e têm constantes de equilíbrio mais altas e pKs
mais baixo. TAMPÃO BICARBONATO
84
Quando HCl é adicionado ao LEC, o H⁺ se combina
com parte de HCO₃⁻ para formar H₂CO₃. Assim,
um ácido forte é convertido em um ácido fraco. O
H₂CO₃ então se dissocia em CO₂ e H₂O, ambos
expirados pelos pulmões. O pH sanguíneo diminui,
mas não tão drasticamente quanto se não houvesse
tamponamento.
TAMPÃO HPO₄⁻⁻/H₂PO4⁻
85
respiratórios, o próprio CO₂ pode atravessar as O tampão do LIC mais significativo é a
membranas celulares. hemoglobina, presente em altas concentrações nas
hemácias. O pK da oxiemoglobina (hemoglobina
2) Em condições onde ocorre excesso ou déficit de associada ao oxigênio) é 6,7. Entretanto, a
ácidos fixos, o H⁺ pode entrar ou sair da célula desoxiemoglobina (hemoglobina não oxigenada) é
acompanhado por um ânion orgânico, como o tampão ainda mais eficiente, com pK de 7,9.
lactato. Preserva-se portanto a neutralidade da Quando o sangue passa pelos capilares sistêmicos,
célula. a oxiemoglobina libera o O₂ para os tecidos e se
3) Em outros casos, quando houver excesso ou transforma em desoxiemoglobina, aumentando a
déficit de H⁺ fixo sem acompanhamento de ânion eficiência de tamponamento do H⁺ proveniente da
orgânico, ocorrerá troca de H⁺ por K⁺, para reação do CO₂ com H₂O.
preservar a neutralidade elétrica.
MECANISMOS RENAIS NO BALANÇO ACIDOBÁSICO
Apesar de não estarem no LIC, as proteínas Os rins exercem dois papéis importantes na
plasmáticas podem tamponar o H⁺. Esse processo manutenção do balanço acidobásico normal. Sua
está intrinsecamente relacionado com o cálcio primeira função é a de reabsorver o HCO₃⁻ filtrado,
(Ca⁺⁺). Grupamentos com carga negativa nas de modo que não seja excretado na urina. A
proteínas (p. ex. albumina) podem se ligar ao H⁺ ou segunda função é a de excretar o H⁺ fixo, que é
ao Ca⁺⁺. Na acidemia, ocorre excesso de H⁺ no produzido pelo catabolismo das proteínas e dos
sangue. Como mais H⁺ se liga às proteínas do fosfolipídeos. Existem dois mecanismos para sua
plasma, menos cálcio é ligado, resultando em excreção:
aumento da concentração de Ca⁺⁺ livre. Na
alcalemia, ocorre déficit de H⁺ no sangue. Como 1) Na forma de ácido titulável, ou seja, tamponado
menos H⁺ se liga às proteínas do plasma, mais por fosfato urinário.
cálcio é ligado, resultando em diminuição da
2) Na forma de íons amônio (NH₄⁺).
concentração de Ca⁺⁺ livre (hipocalcemia).
Ocorrem, com frequência, sintomas de Em qualquer uma dessas situações ocorre síntese de
hipocalcemia na alcalose respiratória, incluindo HCO₃⁻ novo.
formigamento, adormecimento e tetania.
REABSORÇÃO DE HCO₃⁻ FILTRADO.
FOSFATOS ORGÂNICOS
Quase 99,9% do HCO₃⁻ filtrado são reabsorvidos.
Inclui o trifosfato de adenosina (ATP), o difosfato A intensidade dessa reabsorção pode ser calculada
de adenosina (ADP), o monofosfato de adenosina comparando a carga filtrada (TFG x [plasmática])
(AMP), a glicose-1-fosfato e o 2,3-bifosfoglicerato com sua intensidade de excreção (Fluxo Urinário x
(2,3-DPG). O H⁺ é tamponado pelo radical fosfato [urina]).
dessas moléculas orgânicas.
A maior parte da reabsorção ocorre no túbulo
Seus valores de pK vão de 6,0 até 7,5. proximal.
PROTEÍNAS
86
MECANISMOS
1) A membrana luminal contém trocador Na⁺-H⁺ O bicarbonato pode ser reabsorvido de duas
(transporte ativo secundário). Quando o sódio se formas:
move do lúmen para a célula, a favor do seu
gradiente eletroquímico, o H⁺ vai da célula para o A) Simporte com o sódio.
lúmen contra o seu gradiente (antiporte). B) Troca Cl⁻-HCO₃⁻.
2) O H⁺ secretado se combina com HCO₃⁻ filtrado, Resumo: o processo resulta em reabsorção efetiva
formando H₂CO₃, que se decompõe em CO₂ e H₂O. de sódio e bicarbonato. Não ocorre secreção efetiva
Essa reação é catalisada pela anidrase carbônica da de H⁺, pois todo H⁺ secretado volta na forma de
borda em escova. O CO₂ e a H₂O atravessam a H₂O. Como não ocorre secreção efetiva de H⁺, esse
membrana luminal e entram na célula. mecanismo produz pouca alteração do pH do
É nessa etapa que age os fármacos inibidores de líquido tubular.
anidrase carbônica.
EFEITO DA CARGA FILTRADA DE HCO₃⁻.
3) Dentro da célula a reação se inverte, formando Normalmente, toda carga filtrada é reabsorvida.
novamente H₂CO₃, convertido em H⁺ e HCO₃⁻. Entretanto, quando a concentração de bicarbonato
Reação catalisada pela anidrase carbônica no plasma supera 40 mEq/L, a carga filtrada fica
intracelular. O H⁺ retorna para a primeira etapa e é tão grande que o mecanismo de reabsorção fica
secretado no lúmen e o HCO₃⁻ é transportado pela saturado. Com isso, qualquer bicarbonato que não
membrana basolateral para o sangue. consiga ser absorvido, será excretado.
87
EFEITO DO VOLUME DO LEC reabsorvido, funcionando como mecanismo de
compensação da acidose. Na alcalose respiratória
No túbulo proximal, as variações do volume do
ocorre basicamente o oposto, ou seja, o equilíbrio
LEC alteram a reabsorção isosmótica (de
bicarbonato no caso) por meio de variações das químico é deslocado para a formação de mais CO₂
forças de Starling nos capilares peritubulares. e H₂O, reduzindo a reabsorção de bicarbonato.
LEC. A ANG II estimula a troca Na⁺-H⁺ no túbulo Ácido titulável é excretado principalmente pelas
proximal, estimulando, desse modo, a reabsorção células intercaladas α da porção final do túbulo
de HCO₃⁻ e aumentando sua concentração no distal e dos ductos coletores.
sangue. Esse mecanismo explica o fenômeno da
alcalose da contração (p. ex.: tratamento com 1) Ocorre secreção de H⁺ por meio da H⁺ ATPase
diuréticos de alça, diuréticos tiazídicos, vômito). da membrana luminal das células intercaladas,
sendo estimulada pela aldosterona.
EFEITO DA PCO₂ O outro mecanismo envolve a secreção de H⁺ pela
Aumento da PCO₂ aumenta a reabsorção de H⁺-K⁺ ATPase (antiporte) da membrana luminal.
bicarbonato e a diminuição da PCO₂ a diminui.
No lúmen, o H⁺ se combina com a forma A⁻ do
Na acidose respiratória, o aumento da PCO₂ desvia tampão fosfato, HPO₄⁻⁻, produzindo a forma HA
o equilíbrio químico das células renais tubulares desse tampão, o H₂PO₄⁻. O H₂PO₄⁻ é o ácido
para formação de H⁺ e HCO₃⁻. Assim, mais H⁺ pode titulável que é excretado.
ser secretado e mais bicarbonato pode ser
88
2) O H⁺ secretado pela H⁺ ATPase é produzido nas QUANTIDADE DE TAMPÃO NA URINA
células renais a partir do CO₂ e H₂O, que se A quantidade de H⁺ excretado como ácido titulável
combinam para formar ácido carbônico na presença depende da quantidade de tampões disponíveis na
da anidrase carbônica. Quando se dissocia, o H⁺ é urina. Quanto mais tampão, menores serão as
secretado e o bicarbonato é reabsorvido via variações de pH que a urina irá ocorrer por secreção
trocador Cl⁻-HCO₃⁻. de H⁺.
3) Para cada H⁺ excretado como ácido titulável,
novo bicarbonato é sintetizado e reabsorvido, PK DOS TAMPÕES URINÁRIOS
restaurando o estoques de HCO₃⁻ consumidos no O pK dos tampões também afeta a quantidade de
tamponamento de H⁺ fixo. H⁺ que é excretado. Quanto mais próximo do pH
fisiológico, mais H⁺ poderá ser excretado.
89
3) Duto coletor: o H⁺ pode ser secretado pela H⁺ duto coletor, onde irá se combinar com o H⁺ para
ATPase ou pela H⁺-K⁺ ATPase. Quando é formar NH₄⁺. O NH₄⁺ não é lipossolúvel e é retido
secretado, a amônia se difunde do seu local de alta no duto coletor.
concentração no LEC medular para o lúmen do
90
Em pessoas com cetoacidose diabética, a produção
EFEITO DO PH URINÁRIO SOBRE A EXCREÇÃO DE
NH₄⁺ de ácido fixo pode estar aumentada por até 10
vezes, 500 mEq/dia. A excreção de NH₄⁺ é
À medida que o pH da urina diminui, a excreção de
aumentada, pois a acidose induz enzimas
H⁺, como NH₄⁺, aumenta. Quando o pH da urina
envolvidas no metabolismo da glutamina,
diminui, fração maior do tampão urinário se
aumentando a síntese de amônia. Na cetoacidose,
encontra na forma de NH₄⁺ e menos na forma de
os sais butirato e acetoacetato são filtrados e
NH₃. Quanto mais baixa a concentração luminal de
servem com tampões urinários, igual ao fosfato.
NH₃, maior o gradiente para a sua difusão do LEC
medular para o líquido tubular. Na insuficiência renal crônica, ocorre perda
progressiva dos néfrons, e os mecanismos renais de
Vantagem: Na acidose, onde o pH da urina tende a
excreção de ácidos fixos ficam muito prejudicados,
ser baixo, existe grande quantidade de H⁺ para ser
pois: 1) a filtração glomerular, e
excretada.
consequentemente, a carga filtrada de fosfato
diminuem; 2) a síntese de amônia está prejudicada
EFEITO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DE K⁺
nos néfrons doentes. Logo, ocorre acidose
SOBRE A SÍNTESE DE NH₃
metabólica por falha de excreção.
A hipercalemia inibe a síntese de amônia e reduz a
capacidade de excretar H⁺ na forma de NH₄⁺, DISTÚRBIOS ACIDOBÁSICOS
causando acidose tubular renal. O K⁺ entra na
Acidemia: aumento da concentração de H⁺ no
célula e o H⁺ sai, reduzindo o pH intracelular e
sangue ou a diminuição de pH, sendo causada pela
inibindo a síntese de amônia a partir da glutamina.
acidose.
A hipocalemia estimula a síntese de amônia e
Alcalemia: diminuição da concentração de H⁺ no
aumenta a capacidade de excretar H⁺ como NH₄⁺.
sangue ou aumento de pH, sendo causada pela
O potássio sai das células renais e o hidrogênio
alcalose.
entra, reduz o pH intracelular e estimula a síntese
de amônia a partir da glutamina. Os distúrbios do pH sanguíneo podem ser causados
por alterações primárias da concentração de
COMPARAÇÃO DA EXCREÇÃO DE ÁCIDO TITULÁVEL bicarbonato ou por alteração primária da pressão
COM A EXCREÇÃO NH₄⁺ parcial do CO₂. Eles são descritos como distúrbios
metabólicos ou respiratórios, respectivamente.
Em pessoas normais, cerca de 50 mEq de H⁺ fixo 3) Acidose respiratória: aumento da PCO₂ causado
são produzidos diariamente. Os rins excretam 40% por hipoventilação.
como ácido titulável e 60% como NH₄⁺.
91
4) Alcalose respiratória: diminuição da PCO₂
causada pela hiperventilação.
HAP AUMENTADO
92
ao plasma, aumentando a osmolaridade plasmática 1) Distúrbios metabólicos: tem uma faixa apenas de
medida. Como a osmolaridade plasmática estimada valores esperados, pois a compensação respiratória
não leva em conta estes solutos pouco comuns, ocorre imediatamente.
existirá um hiato.
2) Distúrbios respiratórios: tem duas faixas de
HAP NORMAL valores esperados, uma para distúrbio agudo e
outro para distúrbio crônico. O primeiro está
Nos casos de diarreia, acidose tubular renal, entre
outros, nenhum ânion orgânico fica acumulado. presente antes da compensação renal, tendo pH
Ocorre aumento proporcional de cloreto. Esse tipo mais anormal. O segundo está presente após
de acidose é denominada acidose metabólica compensação renal, levando vários dias. O pH
tende a ser mais normal.
hiperclorêmica com hiato aniônico normal.
Se os valores estiverem dentro da área sombreada,
MAPA ACIDOBÁSICO pode-se concluir que o distúrbio é simples. Caso
Método conveniente de avaliar o estado contrário, ele é misto (mais de um distúrbio junto).
acidobásico do paciente.
93
REGRAS PARA AS RESPOSTAS COMPENSATÓRIAS respiratório, as regras preveem alteração
compensatória esperada da concentração de HCO₃⁻
Mecanismo alternativo ao mapa acidobásico. Para
para dada variação da PCO₂. Nos distúrbios
cada distúrbio metabólico, as regras preveem a
respiratórios existem as previsões agudas e
alteração compensatória esperada da PCO₂ para
crônicas.
dada variação da [HCO₃⁻]. Para cada distúrbio
94
4) Correção renal. O excesso de H⁺ vai ser 2) Tamponamento. Para utilizar os tampões do LIC,
excretado na forma de ácido titulável e de amônio. o H⁺ sai das células em troca de K⁺, resultando em
Simultaneamente, mais HCO₃⁻ é sintetizado nas hipocalemia.
células renais.
3) Compensação respiratória. Aumento da PCO₂.
ALCALOSE METABÓLICA
95
Na acidose respiratória crônica, a compensação
renal está ocorrendo, o que aumenta a concentração
de bicarbonato.
Na acidose respiratória aguda, a compensação renal OBS: não ocorre compensação respiratória, pois é
não ocorreu e o pH tende ser muito baixo. a causa do distúrbio.
96
PROBLEMA 5
LÍQUIDOS CORPORAIS
97
COMPOSIÇÃO DO LÍQUIDO INTRACELULAR E mais proteínas do que o líquido intersticial, já que
EXTRACELULAR os capilares são pouco permeáveis às proteínas
plasmáticas.
98
MEDIDA DA ÁGUA TOTAL DO CORPO rápido pelas membranas vasculares. Para isso, são
usados o corante azul de Evans(T-1824), que se
A água radioativa (trítio, 3H2O) ou a água pesada
liga rapidamente à proteínas plasmáticas e a
(deutério, 2H2O) podem ser usados para medir a
utilização da albumina sérica ligada à iodo
quantidade de água no corpo. Essas formas se
radiativo (125I-albumina).
misturam à água do corpo e podem ser usadas para
determinar o volume pelo princípio da diluição.
CALCULO DO VOLUME DE LÍQUIDO INTERSTICIAL
Outra substância que pode ser usada é a antipirina, Também medido de forma indireta:
que altamente lipossolúvel e pode se difundir
rapidamente pelas membranas celulares e Volume intersticial = Volume LEC – Volume plama
distribuir-se uniformemente pelos compartimentos
MEDIDA DO VOLUME SANGUÍNEO
intra e extracelulares.
Pode ser feita com qualquer substância que se A distribuição dos líquidos entre os
difunda pelo plasma e não seja permeável pela compartimentos intra e extracelulares é
membrana celular. Alguns exemplos estão na determinada pelo efeito osmótico de solutos
tabela acima, retirada do Guyton. Essas substâncias menores, como sódio, cloreto e eletrólitos, agindo
se dispersam completamente pelos compartimentos através da membrana. Uma explicação para isso é
de 30 a 60 minutos. Entretanto, uma pequena parte que as membranas celulares são muito permeáveis
se difunde pelas células, como por exemplo, o à água e pouco permeáveis à íons menores que a
sódio radiativo, e em vez de falar do volume real, água. Assim, a água se move rapidamente através
fala-se de espaço de sódio e espaço de inulina. da membrana celular e o líquido intracelular
permanece isotônico em relação ao líquido
CÁLCULO DO VOLUME INTRACELULAR extracelular.
Não pode ser calculado diretamente, por isso, usa-
se a fórmula: OSMOLALIDADE
99
CÁLCULO DA OSMOLARIDADE E PRESSÃO OSMÓTICA O EQUILÍBRIO OSMÓTICO É MANTIDO ENTRE OS
DE UMA SOLUÇÃO LÍQUIDOS INTRA E EXTRACELULARES
Utilizando-se da lei de Van’t Hoff é possível Para aumento de cada miliosmol no gradiente de
encontrar a pressão osmótica potencial de uma concentração de soluto impermeante na membrana,
solução, assumindo-se que a membrana é 19,3 mmHg de pressão osmótica são aplicados à
impermeável ao soluto (p.933, no pdf da 13ªEd.). membrana celular. Caso a membrana celular (282
mOsm/L no líquido intracelular) seja exposta à
OSMOLARIDADE DOS LÍQUIDOS CORPORAIS água pura, a pressão osmótica potencial pode
Cerca de 80% da osmolaridade total do líquido superar 5400mmHg.
intersticial e do plasma são influenciados
SOLUÇÕES ISOTÔNICAS, HIPOTÔNICAS E
principalmente pelos íons sódio e cloreto, enquanto HIPERTÔNICAS
no líquido intracelular, por causa do potássio. A
osmolaridade total de cada um dos três Abaixo, considera-se os solutos impermeantes:
compartimentos fica em torno de 300mOsm/L,
Isotônicas (=282 mOsm/L): não alteram o volume
sendo a osmolaridade do plasma 1 mOsm/L maior
da célula nessa solução. Por exemplo, cloreto de
que nos outros dois porque os efeitos osmóticos das
sódio a 0,9% ou glicose a 0,5%. São importantes
proteínas do plasma causam um aumento de
para a medicina por não alterarem o equilíbrio
pressão osmótica de 20mmHg maior que nos
osmótico da célula em estados normais.
espaços intersticiais adjacentes.
Hipotônicas (<282 mOsm/L): o volume da célula
aumenta por causa da osmose. Soluções com
cloreto de sódio a menos de 0,9% causam esse
fenômeno. Caso o inchamento ultrapasse a
capacidade de distensão da membrana, ela se
rompe.
100
A hipófise anterior secreta seis (dentre vários
PROBLEMA 8.1 outros) hormônios peptídicos importantes para o
controle das funções metabólicas:
SISTEMA ENDÓCRINO
• Hormônio do crescimento: nome
O sistema endócrino representa glândulas que autoexplicativo.
produzem hormônios que caem na corrente • Adrenocorticotropina (corticotropina):
sanguínea em direção aos tecidos alvo, agindo controla secreção de hormônios
como “sinalizadores” para processos importantes. arenocorticais que afetam o metabolismo da
glicose.
HIPÓFISE
• Hormônio estimulador da tireoide
(tireotropina): controla a secreção de
tiroxina e tri-iodotironina, que controlam a
velocidade da maioria das reações químicas
intracelulares do organismo.
• Prolactina: desenvolvimento da glândula
mamária e estimula produção de leite.
• FSH e LH: crescimento dos ovários e
testículos e controle de suas atividades
hormonais e reprodutivas.
101
O hipotálamo é estimulado por fatores diversos,
como excitação, medo, dor, depressão, cheiro, entre
outros. Isso nos mostra que ele é responsável por
coletar informações acerca da situação do corpo.
102
FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DO HORMÔNIO DO • Aumento do transporte de aminoácidos
CRESCIMENTO através das membranas celulares: isso
deve causar um aumento nas proteínas
Diferente dos outros principais hormônios da
produzidas.
hipófise anterior, o hormônio de crescimento não
age em uma glândula-alvo. De maneira singular, • Aumento na tradução de RNA para
ele age diretamente em quase todos os tecidos do provocar a síntese de proteínas pelos
corpo. ribossomos.
• Aumentar a transcrição nuclear de DNA
EFEITOS NO CRESCIMENTO
para formar RNA: talvez a função mais
importante do hormônio de crescimento.
O hormônio do crescimento, também chamado de Aumenta a síntese proteica.
somatotropina ou hormônio somatotrópico, é uma
• Redução do catabolismo de proteínas e
pequena molécula proteica contendo 191
dos aminoácidos: provavelmente por
aminoácidos em cadeia única, com peso molecular
aumentar a disponibilidade de ácidos
22005.
graxos.
Estimula divisão celular, aumento no tamanho das
AUMENTO DA MOBILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS
células e diferenciação de alguns tipos celulares em
tecidos que podem crescer. Isso só ocorre até Essa última função é provocada pelo aumento da
atingir a fase adulta, em que, por exemplo, o conversão de ácidos graxos em Acetil-CoA e sua
crescimento ósseo não aumenta tanto e os tecidos utilização como fonte de energia. Sob a influência
moles continuam a se desenvolver. Esse fato se do hGH, a gordura é utilizada como fonte principal
deve à estabilização do crescimento ósseo depois de energia, em detrimento ao carboidrato e a
da união das epífises dos ossos longos. proteínas. O problema disso é que o excesso de GH
pode levar à cetose por excesso de formação de
ácido acetoacético e, em consequência da
mobilização excessiva de ácidos graxos, deposição
de gordura no fígado.
EFEITOS METABÓLICOS
Todas essas alterações resultam da resistência à
insulina induzida pelo hormônio de crescimento.
Os efeitos metabólicos da somatotropina, além do Isso provoca um aumento da quantidade de glicose
crescimento, são três: disponível no sangue e um aumento compensatório
AUMENTO DA SÍNTESE DE PROTEÍNAS
nos níveis de insulina. Por isso esses efeitos são
chamados de diabetogênicos, já que são muito
O crescimento leva ao aumento da deposição de parecidos com os encontrados na diabetes tipo II.
proteínas nos tecidos por meio de mecanismos Acredita-se que os ácidos graxos contribuam para a
como: ocorrência dessa resistência.
103
CRESCIMENTO ÓSSEO membranosos. Os ossos da mandíbula podem
continuar a crescer mesmo após o fim da
adolescência, assim como os da face, causando
protusões. O GH não funciona em pessoas sem
pâncreas e nem com carência de carboidratos.
104
plasmáticas. Por outro lado, a somatomedina C tem adolescente, cerca de 6 ng/mL, podendo atingir
ligação forte com uma proteína plasmática, tendo 50ng/mL no jejum intenso acompanhado da
meia-vida de cerca de 20 horas. Como resultado, o depleção das reservas de proteína e carboidrato.
IGF-I é secretado lentamente de sangue para os
tecidos. A hipoglicemia, sob situações agudas é o mais
potente estimulador da secreção do hormônio de
crescimento. Em caso de condições graves de
desnutrição proteica (Kwashiorkor), a ingestão de
quantidades adequadas de caloria não é capaz de
corrigir o excesso de produção do hormônio de
crescimento.
105
ANORMALIDADES RELACIONADAS
Vale salientar que catecolaminas, dopamina e O GH é específico de cada espécie, podendo ser
atualmente produzido a partir da bactéria
O GHRH estimula a secreção do GH ao se ligar a Escherichia coli como resultado da aplicação da
receptores específicos de membrana celular nas tecnologia do DNA recombinante.
superfícies externas da das células do hormônio de
crescimento, na hipófise. Esse sinal ativa a Gigantismo: Ocasionalmente, as células
adenilato ciclase, que aumenta o nível de AMPc acidofílicas produtoras de GH ficam muito ativas e,
que, à curto prazo, causa o aumento do transporte às vezes, até mesmo tumores acidofílicos ocorrem
de cálcio e liberação das vesículas que contém o na glândula. Como consequência, são produzidas
GH e, à longo prazo, aumenta a transcrição de grandes quantidades de hormônio. Esse fato ocorre
genes responsáveis pela estimulação da produção se o tumor ocorrer antes da adolescência.
do hormônio de crescimento. Acromegalia: causada pelo aumento da secreção
Logo, por não conhecermos de fato os mecanismos de GH após a adolescência. O paciente não cresce
por trás de seu controle, acredita-se que os mais, porém há incremento na espessura dos ossos
principais controladores da sua secreção são o e crescimento dos tecidos moles.
estado nutricional tecidual geral, especialmente o
HIPÓFISE POSTERIOR E SUA RELAÇÃO COM O
nível proteico. Isso nos mostra que níveis baixos de HIPOTÁLAMO
proteína ou necessidade extrema (como no
exercício físico intenso) causam sua estimulação. Também chamada de neuro-hipófise, a hipósfise
posterior é composta por células semelhantes às
glias, chamadas pituícitos. Elas têm função de
suporte às terminações nervosas oriundas do
hipotálamo, principalmente dos núcleos
supraóptico e paraventricular. Esses tratos chegam
à hipófise posterior pelo pedúnculo hipofisário. As
terminações nervosas são botões bulbosos que
possuem vários grânulos secretores.
106
O ADH é formado, primeiramente, nos núcleos supraópicos e paraventriculares transmitem
supraópticos, enquanto a ocitocina é produzida, impulsos para a hipófise posterior, que secreta
primeiramente, nos núcleos paraventriculares. E quantidades até 20 vezes maiores de ADH.
essas duas porções podem sintetizar cerca de um Também, acredita-se que os osmorreceptores
sexto do outro hormônio. (células sensíveis a alterações de osmolaridade do
líquido extracelular) estejam localizados no
Quando impulsos nervosos são transmitidos para hipotálamo.
baixo, ao longo das fibras dos núcleos, o hormônio
é imediatamente liberado dos grânulos secretores Baixo volume sanguíneo e a baixa pressão
por exocitose. Tanto a neurofisina (proteínas sanguínea estimulam a secreção de ADH
transportadoras de ADH e ocitocina) quanto o (vasopressina). Concentrações elevadas de
hormônio são secretados juntos, porém com ligação vasopressina aumentam a contração das arteríolas
fraca entre si. do corpo e, por fim, aumentam a resistência e
pressão arterial.
OCITOCINA
REGULAÇÃO DO ADH
107
para o sangue do mesmo modo que o cloreto,
PROBLEMA 8.2 praticamente.
IODO
108
Silverthorn – Fisiologia (2017)
Assim que entra no coloide, o iodo perde um Inicialmente, a superfície apical das células da
elétron, em virtude da ação da enzima tireoide tireoide emite pseudópodes, que cercam porções do
peroxidase, e é adicionada à tirosina na molécula coloide, formando vesículas pinocíticas. Proteases
de globulina. Se apenas um iodo for adicionado, a presentes nos lisossomos que são incorporados a
molécula formada é a monoiodotirosina (MIT). vesículas digerem a tireoglobulina e liberam
Quando dois, di-iodotirosina (DIT). Quando o MIT tiroxina e triiodotironina, que são liberados nos
se une ao DIT por uma reação de acoplamento, capilares adjacentes. Entretanto, de acordo com o
triiodotironina (T3). Quando dois DIT se unem, Silverthorn de fisiologia (2017, p.736), pode ser
formam a tetraiodotironina (T4 ou tiroxina). que esses hormônios saiam para a corrente por
meio de uma isoforma do transportador
Quando o os hormônios já foram produzidos, cada monocaboxilato (MCT8).
molécula de tireoglobulina contém cerca de 30
moléculas de tiroxina e algumas de T3. Após liberadas no sangue, se ligam a proteínas
transportadoras, como a globulina de ligação de
Entretanto, a molécula de tireoglobulina não é tiroxina (TGB) e, em menor intensidade, com a pré-
liberada diretamente, sendo primeiramente clivada. albumina de ligação de tiroxina e albumina.
109
A tiroxina se liga fortemente às proteínas e é estimulam a síntese de enzimas, proteínas
liberado mais lentamente em relação à estruturais, transporte de proteína e outras
triiodotironina. Ao entrar no meio intracelular, substâncias. Com a ação desse hormônio, algumas
novamente se ligam a transportadores, como o proteínas podem ser produzidas com intensidade
MCT8, MCT10 e OAT. Por muito tempo, sextuplicada.
acreditou-se que o T4 era o hormônio mais ativo,
porém, sabe-se que o T3 é muito mais potente (3 a
5 vezes) nas células-alvo. Essas células possuem
enzimas chamadas deiodinases, no caso é a
5’iodinase, que removem um iodo do T4.
Problemas na tireoide podem demorar meses para
serem descobertos em virtude da lenta secreção
desse hormônio.
110
formação de trifosfato de adenosina para fornecer de glicose pelas células, aumento da glicose, da
energia para as funções celulares. gliconeogênese e da absorção gastrointestinal.
111
rejeitos metabólicos e maior utilização de oxigênio. sono é dificultado pelo aumento da atividade
Isso causa dilatação na maioria nos tecidos e, na sináptica.
pele, exerce um papel importante na eliminação do
excesso de calor. O aumento da dilatação aumenta Efeito em outras glândulas endócrinas. A
o débito cardíaco em até 60%, em casos extremos. tiroxina aumenta a o metabolismo de glicose em
todos os tecidos, o que faz com que haja aumento
Aumento da frequência cardíaca e da força de também na produção de insulina pelo pâncreas.
contração. Provavelmente o hormônio age Também, estimula a formação óssea, aumentando
aumentando a excitabilidade das células cardíacas, a necessidade de paratormônio. O hormônio
que aumenta sua frequência. Esse sintoma é usado tireoidiano também aumenta a inativação de
para a identificação do quadro de hipertireoidismo. glicocorticoides adrenais pelo fígado, que conduz à
Por outro lado, aumento ligeiro da concentração do estimulação por feedback da produção de
hormônio é o suficiente para aumentar a força de adrenocorticotrópico pela hipófise anterior, e,
contração pelo aumento da atividade enzimática (o consequentemente, aumento da secreção de
Constanzo de fisiologia fala sobre a produção de glicocorticoides pelas adrenais.
bombas de sódio e potássio). Quando a
concentração se eleva muito, à longo prazo, a força Efeito na função sexual. A falta desse hormônio
de contração fica deprimida por causa do aumento no homem pode causar a perda de libido, enquanto
da degradação proteica. Segundo o Constanzo, de o grande excesso pode causar impotência.
fisiologia, esses efeitos são causados pelo aumento Nas mulheres, a falta pode causar perda da libido,
de receptores beta-adrenérgicos nas fibras. menorreia e polimenorreia. A ausência pode causar
Pressão arterial normal. Geralmente a pressão amenorreia e ciclos irregulares. No excesso, pode
não se altera muito, mas, em virtude do aumento da causar oligomenorreia (redução do volume de
circulação, a pressão sistólica pode se elevar em 10 sangramento mensal).
a 15mmHg, enquanto a diastólica diminui na REGULAÇÃO DA SECREÇÃO
mesma proporção.
112
secreção da tireotrofina (FSH), pela adeno- O TSH age aumentando a secreção da tiroxina
hipófise, mediante à ativação do sistema de pelos seguintes efeitos:
segundo mensageiro da fosfolipase, que produz
fosfolipase C, que é seguido pela ativação de uma • Aumento da proteólise da tireoglobulina;
cascata de segundos mensageiros, como íons cálcio • Aumento da atividade da bomba de iodeto;
e diacilglicerol, que provocam a liberação de TSH. • Aumento da iodização da tirosina;
• Aumento do tamanho e da atividade
secretora das células tireoidianas;
• Aumento do número de células tiroidianas.
113
o normal causa uma resposta de secreção de TSH endocitose normal de coloide, diminuição
para quase zero. É provável que esse feedback da irrigação local e diminuição no tamanho
negativo ocorra em virtude do efeito do hormônio da tireoide. Logo, o iodeto é aplicado
tireoidiano na própria hipófise anterior. algumas semanas antes para diminuir o
tamanho da glândula e diminuir o
sangramento, para facilitar o procedimento
de remoção.
DOENÇAS DA TIREOIDE
HIPERTIREOIDISMO
114
No caso, o metabolismo basal está aumentado de O Bócio Coloide Atóxico idiopático cria a
+30 ou +60 no hipertireoidismo grave. A condição de bócio, porém sem ocorrer em
concentração de TSH pode ser medida por deficiência de iodo. Pode-se ocorrer a deficiência
radioimunoensaio. Se ocorre tireotoxicose, a do mecanismo de captação do iodeto, deficiência
secreção de TSH pela hipófise anterior está da peroxidase, deficiência da conjugação de
suprimida graças às elevadas concentrações de T3 tirosinas iodadas na molécula de tireoglobulina,
e T4. ou deficiência na enzima deiodinase. O bócio
pode causar tireoidite leve, que pode causar o
No caso de imunoglobulinas autorreativas, a aumento da secreção de TSH e sua ação em regiões
concentração de TSI é medida por não inflamadas.
radioimunoensaio. E ela pode ser alta na
tireotoxicose, porém baixa no adenoma tireoidiano. CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS
O tratamento pode ser realizado mediante à Tanto no bócio endêmico, no bócio coloide atóxico,
remoção cirúrgica de parte da tireoide. Isso se dá destruição de tecido ou remoção cirúrgica de tecido
mediante à estabilização do metabolismo graças ao tireoidiano, os efeitos fisiológicos são os mesmos.
propiltiouracil e à administração de altas doses de Pode ocorrer fadiga e sonolência extremas,
iodo para a diminuição da irrigação sanguínea da provocando sono prolongado de cerca de 12-14
glândula. Também, pode ser administrado o iodo horas de sono por dia, lentidão muscular,
radiativo para a destruição de células hiperplásicas, ocasionalmente aumento de peso, constipação,
já que cerca de 80 a 90% de uma dose injetada de lentidão mental, redução do crescimento do cabelo
iodo pode ser absorvida. de descamação da pele, rouquidão e em alguns
casos, aparência edematosa em todo o corpo.
HIPOTIREOIDISMO
Mixedema: ocorre com a ausência quase total da
No hipotireoidismo, os efeitos são opostos ao função do hormônio tireoidiano. Pode ocorrer
hipertireoidismo, porém com mecanismos flacidez nas regiões sobre os olhos, inchaço da face.
distintos. Em alguns casos, como no da Tireoidite Isso pode ocorrer por causa das elevadas
de Hashimoto, acontece uma reação autoimune concentrações de ácido hialurônico e sulfato de
contra a glândula, que leva à destruição do tecido, condroitina, que, ligados à proteínas, forma excesso
ocasionada pela reação e subsequente fibrose. de gel nos líquidos intersticiais, que leva ao
inchaço.
Bócio Coloide Endêmico Causado por
Deficiência Dietética de Iodeto. Em regiões em
que o solo possuía pouco iodo e uma dieta com
concentração anual inferior a 50 mg de iodo, é
comum o desenvolvimento de bócio, chamado
endêmico. O mecanismo envolvido é o seguinte: a
falta de iodo impede a produção de T3 e T4, e,
assim não é possível inibir a síntese de TSH. Ainda
ativo, estimula a liberação de coloide de
tireoglobulina de forma progressiva. Isso leva ao
crescimento da glândula, já que não há iodo
suficiente para a produção de mais hormônios.
115
O tratamento se dá principalmente mediante à cretinismo, na qual há deficiência do crescimento
ingestão oral de tiroxina, o que permite uma vida corporal e retardo mental.
com o mínimo de complicações.
O bebê sem tireoide pode apresentar características
Vale salientar que a falta de hormônio aumenta a normais no nascimento provavelmente por ter
concentração sanguínea de colesterol , devido à recebido alguma quantidade de hormônio da mãe.
alteração do metabolismo de lipídeos, o que pode Se a deficiência hormonal for corrigida poucas
aumentar a chance de aterosclerose. semanas após o nascimento, os danos do
desenvolvimento mental podem ser evitados,
CRETINISMO enquanto os de crescimento podem ser revertidos
O hipotireoidismo extremo em fetos, bebês e com a medicação.
crianças pode causar uma condição chamada
116
HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS Zona Glomerulosa: formada por uma fina camada
de célula imediatamente abaixo da cápsula e
constitui apenas 15% do córtex. Mesmo assim, é
capaz de suprir a demanda de aldosterona (já que
possui a aldosterona sintase. A produção é
controlada pela concentração extracelular de
potássio e de Angiotensina II.
117
GLICOCORTICOIDES níveis de potássio no meio extracelular sobem
• Cortisol – muito potente, cerca de 95% da rapidamente e grandes quantidades de sódio e
ação; cloreto são rapidamente eliminados do organismo,
• Corticosterona – 4% da atividade o que cauda diminuição do débito cardíaco.
glicocorticoide;
Rapidamente se desenvolve redução do débito
• Cortisona – sintético, quase tão potente cardíaco, que evolui para um estado semelhante ao
quanto o cortisol; choque, seguido de morte. Toda essa sequência
• Prednisona – sintética, 4x mais potente que pode ser impedida pela administração de
o cortisol; aldosterona ou algum outro mineralocorticoide.
• Metilprednisona – sintética, 5x mais Portanto, diz-se que os mineralocorticoides são a
parte aguda, “salvadora de vida”, dos hormônios
potente que o cortisol;
adrenocorticais. (Guyton)
• Dexametazona – sintética, 30x mais potente
A aldosterona é o principal hormônio liberado pelas
que o cortisol;
suprarrenais, representando cerca de 90% da
Os medicamentos (três últimos) potentes podem ser atividade mineralocorticoide, sendo que o cortisol,
aliados para aumentar a atividade glicocorticoide embora mais fraco (cerca de 3000 vezes) é cerca de
sem comprometer o funcionamento da ação 2000 vezes mais concentrado no sangue.
mineralocorticoide.
O cortisol pode se ligar a receptores de
Cerca de 90 a 95% do cortisol se liga a proteínas mineralocorticoide, logo, nos rins a enzima 11b-
plasmáticas, chamadas de globulina ligadora de hidroxiesteroide desidrogenase do tipo 2 (11b-
cortisol ou transcortina e, em quantidades HSD2) age inativando o cortisol e impedindo que
menores, à albumina. O cortisol possui meia vida ele ative os receptores. Em uma pessoa que
de cerca de 60 a 90 minutos. Isso permite que o apresenta deficiência dessa enzima, o cortisol pode
organismo evite flutuações de hormônio seguindo ter efeitos importantes, causando um quadro
as flutuações de ACTH. chamado de síndrome do excesso aparente de
mineralocorticoide (AME). A ingestão de altas
Os hormônios são destruídos principalmente pelo quantidades de alcaçuz pode causar esse quadro,
fígado e formam conjugados, que formam, graças à inibição dessa enzima pelo ácido
principalmente, ácido glicurônico e também glicirretínico.
poucos sulfatos.
EFEITOS RENAIS E CIRCULATÓRIOS DA
A concentração normal de aldosterona no sangue é
ALDOSTERONA
de cerca de 6 nanogramas a cada 100 mL, e a
secreção de cerca de 0,15 mg/dia. A concentração A aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e
média de cortisol no sangue é de cerca de 12 secreção de potássio, especialmente pelas células
mg/100mL, enquanto a intensidade secretora é de principais do túbulo renal e, em menor quantidade,
cerca de 15 a 20 mg/dia. nos túbulos distais e ductos coletores.
118
O controle desse efeito, como foi outrora discutido 1) Formação de enzimas. Por exemplo, a
é chamado de natriurese de pressão e diurese de adenosina trifosfatase de sódio-potássio,
pressão, a depender se a referência é o sódio o a que serve como parte principal do trocador
água. Nesse caso, após a elevação da pressão, o sódio-potássio nas membranas basolaterais
corpo começa a estimular a excreção de água e sal. das células do túbulo renal.
Essa normalização é chamada de escape de 2) Síntese de proteínas importantes.
aldosterona. Por outro lado, o aumento de Proteínas como as dos canais epiteliais de
aldosterona pode causar hipocalemia, que pode sódio estão inseridos na membrana luminal
levar à fraqueza muscular, principalmente quando das mesmas células, que permitem a difusão
os níveis caem para menos da metade do valor desse íon.
médio de 4,5 mEq/L. Além disso, ainda pode levar
à alcalose metabólica, porque também estimula as
células intercaladas a realizarem a troca de
hidrogênio por potássio.
119
REGULAÇÃO DOS MINERALOCORTICOIDES 1. O cortisol aumenta as enzimas necessárias
para a gliconeogênese por meio da ativação
A regulação da secreção de aldosterona é
de fatores de transcrição pelas células
basicamente dependente da regulação da pressão
hepáticas (a aldosterona age da mesma
arterial, do volume do LEC, volume sanguíneo e
forma nos túbulos renais ao ativar mRNAs);
vários aspectos da função renal. Entretanto, sua
2. O cortisol aumenta a mobilização de
produção na zona glomerulosa é independente da
aminoácidos, principalmente nos músculos;
regulação do cortisol e dos androgênios. Os fatores
3. O cortisol antagoniza os efeitos da insulina
que mais influenciam são:
para inibir a gliconeogênese (por causa do
• Elevação da concentração de potássio estímulo no fígado para a produção de
extracelular aumenta a secreção de glicogênio).
aldosterona; Por causa do aumento da concentração de
• Aumento da concentração de Angiotensina glicogênio, há aumento da ação de hormônios
II circulante aumenta a secreção de como epinefrina e glucagon, para aumentar da
aldosterona; disponibilidade de glicose entre as refeições.
• Aumento do sódio no líquido extracelular
reduz a secreção de aldosterona; REDUÇÃO DA UTILIZAÇÃO CELULAR DE GLICOSE
• A concentração de ACTH é importante para Não são conhecidos os mecanismos exatos para
a produção de aldosterona, mas não possui isso, mas se sabe que ocorre a diminuição da
grande efeito no controle da secreção. translocação de GLUT4 para a membrana, o que
causa resistência à insulina. Pode-se atribuir aos
Pode-se perceber que a concentração de potássio e
glicocorticoides, também, a interferência na
a ação do complexo renina-angiotensina-
utilização de lipídeos e proteínas. Além disso,
aldosterona são os fatores mais importantes para o
podem reduzir os níveis de substrato do receptor de
controle da secreção. Assim, as suprarrenais
insulina 1 e fosfatidinilinositol 3 cinase,
auxiliam o rim no que tange à reabsorção de sódio
importantes para a ação da insulina e oxidação de
e elevação da pressão arterial em casos em que há
NADH.
baixo fluxo renal.
ELEVAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO SANGUÍNEA DE
FUNÇÕES DOS GLICOCORTICOIDES
GLICOSE E “DIABETES ADRENAL”
Os glicocorticoides são hormônios que assumem Já que a gliconeogênese aumenta e a utilização de
papel importante no controle do estresse e de glicose é diminuída, ocorre a elevação nos níveis
situações que exijam muito do físico ou da mente. séricos de glicose, que estimulam a liberação de
Além disso, animais com severa deficiência de mais insulina. Como o cortisol também diminui a
corticoides podem apresentar baixa resistência às sensibilidade de tecidos como músculos e tecido
infecções e doenças leves. O cortisol também é adiposo à insulina, a utilização dessa glicose é
chamado de hidrocortisona. alterada.
120
insulina tem os efeitos reduzidos graças à Além de demorar várias horas para se tornar
resistência dos tecidos. funcionalmente relevante, esse mecanismo não é
tão potente quanto a falta de insulina.
EFEITOS NO METABOLISMO DE PROTEÍNAS
Dessa forma o cortisol é importante para a retenção
A redução dos depósitos de proteína em todo o
de glicogênio no corpo, à longo prazo. Entretanto,
corpo, exceto no fígado, são esperados na ação do
o excesso de cortisol leva à obesidade, com
cortisol. Além disso, pode-se observar a
deposição excessiva no tórax e na face, o que é
diminuição da síntese de proteínas e aumento do
chamado de “giba de búfalo” e “face em lua cheia”.
catabolismo proteico, que são decorrentes da
Provável que isso seja causado pelo aumento da
redução do transporte de proteínas nos tecidos
ingestão alimentar causada pelo cortisol e a
extra-hepáticos e, principalmente, da diminuição da
oxidação de ácidos graxos insuficiente.
síntese de RNA em tecidos como o muscular e o
linfoide. Isso pode acarretar fraqueza muscular O CORTISOL É IMPORTANTE NO ESTRESSE E NA
generalizada e também redução da função INFLAMAÇÃO
imunológica.
O cortisol é liberado em inúmeras situações de
As concentrações plasmáticas e hepáticas de estresse em virtude do aumento do nível de ACTH
proteínas estão aumentados no estado de pela hipófise anterior. Isso pode ser observado no
elevação nos níveis de cortisol. As proteínas aumento nos níveis de corticosteroides de cerca de
produzidas pelo fígado estão aumentadas no 6 vezes no caso de um rato com as duas pernas
líquido extracelular e o transporte de aminoácidos quebradas.
para o fígado também aumenta.
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animal ou doenças debilitantes podem aumentar a autoimunes como a artrite reumatoide e, na maior
concentração desses hormônios. parte dos casos, age reduzindo os sintomas dentro
de cerca de 24 horas após a administração de altas
É provável que a importância nesses casos é que os doses, o que pode salvar a vida do paciente.
corticosteroides podem aumentar a disponibilidade
de glicose e aminoácidos para a síntese de
MECANISMO CELULAR (IMUNOLÓGICO)
substâncias importantes para o reparo celular, como Inicialmente, observa-se a utilização de um
purinas, fosfatos de creatina e pirimidinas. Embora medicamento corticoide, que à priori, é um anti-
seja apenas uma teoria, o fato que pode embasá-la inflamatório, mas age como um imunossupressor.
é que o cortisol só aumenta a disponibilidade de Quando há uma infecção, o corpo normalmente
proteínas não funcionais (por exemplo, as proteínas reconhece o patógeno, e, por meio do TLR, ativa o
musculares ativas e as proteínas de neurônios são NF-kb (fator de transcrição NF kappa beta) e
mantidas intactas) até que todas as outras proteínas estimula a produção de citocinas pró-inflamatórias.
sejam degradadas.
No caso do uso de corticoides por períodos
EFEITOS ANTI -INFLAMATÓRIOS superiores a 7 dias, como no caso da paciente, e em
Sempre que tecidos são lesionados por algum concentrações suficientes, induz ao
trauma, infecção ou outros fatores, eles ficam reconhecimento intracelular do fármaco e ativa, por
inflamados. Em algumas doenças, especialmente as sua vez o fator inibidor Kb. Este, por sua vez,
autoimunes, o dano maior é causado pela inativa o NF-Kb, que seria responsável por ativar a
inflamação do que pelo próprio agente que causou produção de citocinas antimicrobianas. Em
o dano inicial. Em alguns casos, a aplicação de tentativa de contrabalancear a falta de respostas
grandes quantidades de corticoides pode bloquear a imunes adaptativas eficientes, a medula óssea passa
inflamação ou reverter o quadro inflamatório. a disponibilizar neutrófilos em fases precoces de
maturação (não segmentados), e isso leva à
A inflamação é caracterizada por cinco sinais presença do efeito de desvio à esquerda.
cardinais, que são: rubor, edema, dor, calor e perda (IMUNOLOGIA RESUMIDA; Rocha, L.G.R.,
de função. Após identificados padrões associados à 2020)
dano (DAMPs) ou a patógenos (PAMPs), sinais
celulares iniciam a liberação de moléculas REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE CORTISOL
(histamina, bradicinina, leucotrienos e O ACTH, também chamado de corticotropina ou
prostaglandinas) que estimulam a vasodilatação e adrenocorticotropina é basicamente o hormônio
aumento da permeabilidade vascular, que causam o que regula a liberação de cortisol e também
rubor (eritema), edema e o calor. estimula a liberação de androgênios.
O cortisol também age estabilizando a membrana O ACTH é controlado na hipófise anterior, por um
de lisossomos (o que dificulta a liberação de hormônio hipotalâmico, chamado de fator
substâncias proteolíticas), reduzindo a liberador de corticotropina (FLC), liberado no
permeabilidade dos capilares, diminui a migração plexo capilar primário sistema portal hipofisário, na
de leucócitos, suprime a resposta imune e diminui eminência mediana do hipotálamo. Os corpos
a liberação de IL-1 (mediadora da febre), de forma celulares dos hormônios secretores de FLC se
a impedir os sintomas. encontram principalmente no núcleo
paraventricular do hipotálamo, que responde a
Assim, o cortisol administrado pode reduzir as sinais do sistema límbico.
chances de ocorrência de sintomas em doenças
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O ACTH age ao ativar a adenil ciclase na CICLO CIRCADIANO DA SECREÇÃO DE
membrana celular, que induz a formação de AMPc, GLICOCORTICOIDES
que ativa enzimas intracelulares capazes de auxiliar A secreção de FLC e ACTH são altos no início da
a formação de hormônios adrenocorticais. A manhã, mas baixas no final da noite. O cortisol
produção de hormônios é limitada, entretanto, pela varia de 20 mg/dL na manhã para cerca de 5 mg/dL
ativação da enzima proteína cinase A, que inicia a no final da noite.
conversão de colesterol em pregnenolona. Essa é a
explicação de porque o ACTH é importante para a
síntese de qualquer hormônio adrenocortical.
123
Como esses outros hormônios são produzidos em glicocorticoides diariamente, os danos podem ser
pequena quantidade, geralmente não há importante reduzidos e a morte evitada.
ação deles no organismo, mas, nos casos de
estímulo de grandes quantidades de ACTH, podem Deficiência de Mineralocorticoides: pode causar
se tornar mais expressivos. a perda de grandes quantidades de sódio e cloreto
na urina, que leva à diminuição do volume do LEC,
O gene do POMC é muito ativo no núcleo arqueado que pode levar à hiponatremia, hipercalemia e
do hipotálamo, células da derme e tecido linfoide. acidose leve, graças à incapacidade de trocar íons
O produto derivado do POMC vai depender do tipo hidrogênio e potássio por sódio (reabsorção), no
de enzima envolvida no processamento. Assim, lúmen tubular.
células corticotróficas hipofisárias expressam o
pró-hormônio convertase 1 (PC1), mas não de A soma dos sintomas anteriores pode levar ao óbito
PC2, que leva à produção de ACTH, peptídeo N- por choque hipovolêmico.
terminal, peptídeo de junção, β-lipotropina e β- Deficiência de Glicocorticoides: a perda da
endorfina. secreção de cortisol torna os pacientes portadores
No hipotálamo, a PC2 leva à produção de α, β e γ- da condição incapazes de manter quantidades
MSH, mas não de ACTH. Nos melanócitos o MSH normais de glicose no sangue entre as refeições, já
estimula a produção e dispersão do pigmento que os pacientes não conseguem quantidades
melanina. Se um indivíduo possui uma pars suficientes por meio da gliconeogênese.
imediata muito desenvolvida, pode apresentar Além disso, mesmo com quantidades suficientes ou
liberação excessiva de MSH. A injeção desse até excessivas de glicose e outros nutrientes, os
hormônio por 8 a 10 dias pode escurecer a pele. músculos podem se apresentar fracos, indicando
O ACTH, por ter um segmento de sequência gênica que os glicocorticoides são importantes para outras
MSH, pode apresentar 1/30 do efeito estimulador funções metabólicas dos tecidos.
de melanócitos do MSH. E graças à quantidade HIPERADRENALISMO (SÍNDROME DE CUSHING)
muito maior de ACTH no indivíduo, pode ser que
A secreção aumentada de cortisol é a causa
esse hormônio desempenhe um papel muito
principal dessa condição, mas a secreção
importante na expressão da cor da pele.
aumentada de androgênios pode também causar
ANORMALIDADES DA SECREÇÃO ADRENOCORTICAL alguns efeitos importantes. O hiperadrenalismo
Hipoadrenalismo (Doença de Addison): pode ser causado por adenomas na hipófise
incapacidade do córtex adrenal de produzir anterior, função anormal do hipotálamo, secreção
hormônios causado por atrofia primária, lesão ou ectópica graças a tumor em outra parte do corpo, ou
também destruição tuberculosa do córtex por adenomas no córtex adrenal. Entretanto, a causa
câncer. A diminuição de ACTH pode ser a causa da mais comum e á secreção aumentada de ACTH.
atrofia da suprarrenal (secundária à fala de Para distinguir o hiperadrenalismo causado por
estímulo), o que diminui a produção de cortisol e ACTH do causado por secreção primária
aldosterona, podendo causar também insuficiência aumentada de cortisol, utiliza-se doses elevadas de
renal. Além dexametasona, com o intuito de acionar o feedback
Um paciente com destruição adrenal total pode vir negativo na hipófise. Se a causa for primária da
a morrer se não for tratado. Mas om injeção de adrenal, os níveis de hormônio não serão reduzidos,
pequenas doses de mineralocorticoides e embora o ACTH possa ser reduzido a níveis quase
indetectáveis ou muito inferiores ao normal.
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Também, os sintomas podem estar associados ao quando a cirurgia é inviável. Caso isso não puder
uso de medicamentos corticoides para tratamento ser feito, a única alternativa é a adrenalectomia
de infecções crônicas. bilateral parcial ou total e administração de
esteroides adrenais para compensar qualquer falta.
A síndrome de Cushing pode ser caracterizada
principalmente pela mobilização e deposição de ALDOSTERONISMO PRIMÁRIO (SÍNDROME DE
lipídeos nas regiões torácica e epigástrica, gerando CONN)
a aparência de giba de búfalo. A secreção de Quando ocorre um pequeno tumor na zona
esteroides pode também causar acne e o aumento glomerulosa que secreta grandes quantidades de
dos níveis de androgênicos pode causar o aldosterona, a condição é chamada de
hirsutismo (crescimento anormal dos pelos da aldosternonismo primário ou Síndrome de
face). A face pode se apresentar arredondada, em Conn. Em alguns casos, o córtex hiperplásico pode
aspecto de “lua cheia”. Os pacientes podem se secretar aldosterona em vez de cortisol. Isso pode
apresentar hipertensos graças à ação levar à hipocalemia (que pode causar paralisia
mineralocorticoide do cortisol. muscular), alcalose metabólica leve, ligeira
redução do LEC e pequeno aumento da
concentração plasmática de sódio.
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