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ROTEIRO DO LABORATÓRIO

MORFOFUNCIONAL

CURSO DE MEDICINA

ORIENTADORES:
Prof.ª. Adriana Oliveira
Prof. Hudson Wallença
Prof.ª. Lyah Lamarck
Prof. Rômulo Dayan
AES 19 – DOENÇAS METABÓLICAS,
HORMONAIS E NUTRICIONAIS
DIABETES MELLITUS

OBJETIVOS:
- Analisar a relação histológica da pancreatite endócrina e exócrina;

- Descrever a secreção e os mecanismos regulatórios da secreção pancreática exócrina e endócrina;

- Relatar a fisiopatologia da Diabetes tipo 1 e tipo 2 com seus respectivos diagnósticos laboratoriais;

- Discutir sobre os hipoglicemiantes orais e insulinoterapia para o tratamento de Diabetes.


APRESENTAÇÃO

A diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta cerca de 3% da população mundial, com prospecto
de aumento até 2030, e tem sua prevalência aumentada dado o envelhecimento populacional. A diabetes
mellitus ocupa a nona posição entre as doenças que causam perda de anos de vida saudável. A alta
prevalência de diabetes mellitus e suas complicações apontam a necessidade de investimentos na
prevenção, no controle da doença e nos cuidados longitudinais.

BASEADO NOS OBJETIVOS PROPOSTOS, RESPONDA OS SEGUINTES COMANDOS:

01. Com auxílio do Livro do Harrison de Medicina Interna, observando as imagens abaixo, descreva
a regulação da homeostase da glicose (imagem 1) e os mecanismos de secreção da insulina
estimulada por glicose e anormalidades no diabetes (imagem 2).

REGULAÇÃO DA HOMEOSTASE DA GLICOSE armazenamento dos carboidratos e a síntese de


gorduras e proteínas. A maior parte da glicose
REGULAÇÃO GLOBAL DA HOMEOSTASE DA
pós-prandial é utilizada pelo músculo
GLICOSE
esquelético, sendo um efeito da captação de
A homeostase da glicose reflete um equilíbrio glicose estimulada pela insulina. Outros tecidos,
entre o aporte de energia proveniente do mais notavelmente o cérebro, utilizam a glicose
alimento ingerido, a produção hepática de de uma maneira independente da insulina.
glicose (gliconeogênese) e a captação e Fatores secretados pelos miócitos esqueléticos
utilização da glicose nos tecidos periféricos. A (irisina), pelos adipócitos (leptina, resistina,
insulina é o regulador mais importante desse adiponectina etc.) e pelo osso também
equilíbrio metabólico, porém o influxo neural, os influenciam a homeostase da glicose.
sinais metabólicos e outros hormônios (p. ex.,
glucagon) resultam no controle integrado do
suprimento e da utilização da glicose. Os órgãos
que regulam a glicose e os lipídeos se
comunicam por mecanismos neurais e humorais
com a gordura e o músculo, produzindo
adipocinas, miocinas e metabólitos que
influenciam a função hepática. No estado de
jejum, os baixos níveis de insulina, juntamente
com elevação modesta do glucagon, aumentam
a produção de glicose ao promover a
gliconeogênese e a degradação do glicogênio
(glicogenólise) hepáticas e ao reduzir a captação
BIOSSÍNTESE DA INSULINA
de glicose nos tecidos sensíveis à insulina
(musculoesquelético e gordura), promovendo, A insulina, produzida pelas células beta das
assim, a mobilização dos precursores ilhotas pancreáticas, é inicialmente sintetizada
armazenados, como aminoácidos e ácidos como polipeptídeo precursor de cadeia simples
graxos livres (lipólise). O glucagon, secretado de 86 aminoácidos, a pré-proinsulina. O
normalmente pelas células alfa do pâncreas processamento proteolítico subsequente
apenas quando os níveis de glicemia e de remove o peptídeo de sinal aminoterminal,
insulina estão baixos ou durante o exercício, está dando origem à proinsulina. Do ponto de vista
aumentado no DM e estimula a glicogenólise e a estrutural, a proinsulina está relacionada com os
gliconeogênese pelo fígado e, em pequeno fatores de crescimento semelhantes à insulina I e
grau, pela medula renal. No período pós- II, os quais se ligam fracamente ao receptor de
prandial, a carga de glicose induz elevação na insulina. A clivagem de um fragmento interno de
insulina e queda no glucagon, dando origem a 31 resíduos da proinsulina gera o peptídeo C
uma reversão desses processos. A insulina, que é com as cadeias A (21 aminoácidos) e B (30
um hormônio anabólico, promove o aminoácidos) da insulina, que estão conectadas
por ligações dissulfeto. A molécula madura de despolarização das membranas das células beta,
insulina e o peptídeo C são armazenados juntos o que abre os canais de cálcio dependentes de
e cossecretados pelos grânulos secretores das voltagem (dando origem a um influxo de cálcio)
células beta. Como o peptídeo C é depurado e estimula a secreção de insulina. Os perfis
mais lentamente do que a insulina, constitui um secretores da insulina revelam um padrão pulsátil
marcador útil da secreção de insulina e possibilita de liberação hormonal, em que ocorrem
a discriminação das fontes endógenas e pequenos pulsos secretores aproximadamente a
exógenas de insulina na avaliação da cada 10 min, sobrepondo-se a oscilações de
hipoglicemia. Foram observados níveis séricos maior amplitude de cerca de 80 a 150 min.
elevados de proinsulina no DM tipo 1 e tipo 2, e Diversas vias metabólicas internas da célula beta,
acredita-se que possam indicar uma disfunção bem como estímulos hormonais externos,
das células beta. As células beta pancreáticas amplificam a secreção de insulina estimulada
cossecretam o peptídeo amiloide das ilhotas pela glicose. O peptídeo semelhante ao
(IAPP, de islet amyloid polypeptide) ou amilina, glucagon 1 (GLP-1) e o peptídeo insulinotrópico
um polipeptídeo com 37 aminoácidos, em dependente de glicose (GIP) são incretinas, que
conjunto com a insulina. O papel do IAPP na se ligam a receptores específicos na célula beta
fisiologia normal não está totalmente definido, para estimular a secreção de insulina por meio da
porém constitui o principal componente das produção de AMP cíclico; todavia, esse efeito só
fibrilas amiloides encontradas nas ilhotas de é observado quando o nível de glicemia está
pacientes com diabetes tipo 2, e um análogo é acima do nível de jejum. Os hormônios
utilizado ocasionalmente no tratamento do DM incretínicos também suprimem a produção e a
tipo 1 e tipo 2. A insulina humana é produzida secreção de glucagon. Os análogos da incretina
pela tecnologia do DNA recombinante; ou os agentes farmacológicos que prolongam a
modificações estruturais em um ou mais resíduos atividade do GLP-1 endógeno são usados
de aminoácidos modificam as características terapeuticamente no DM tipo 2. Classicamente,
físicas e farmacológicas da insulina. acreditava-se que a liberação de GLP-1 ocorria
apenas a partir das células L neuroendócrinas do
SECREÇÃO DE INSULINA
trato gastrintestinal após a ingestão de alimento.
A glicose é o principal regulador da secreção de Entretanto, estudos pré-clínicos recentes
insulina pelas células beta pancreáticas; porém, sugerem que a produção de GLP-1 dentro das
os aminoácidos, as cetonas, vários nutrientes, os ilhotas pelas células alfa pode desempenhar um
peptídeos gastrintestinais e os papel na regulação da secreção de insulina.
neurotransmissores também influenciam a
secreção de insulina. Os níveis de glicose > 3,9
mmol/L (70 mg/dL) estimulam a síntese de
insulina, principalmente por acelerarem a
tradução e o processamento das proteínas. A
estimulação da secreção de insulina pela glicose
começa com seu transporte para dentro da célula
beta por um transportador facilitador de glicose (
Fig. 396-5). A fosforilação da glicose pela
glicocinase é a etapa limitante do ritmo que
controla a secreção de insulina regulada pela
glicose. O metabolismo adicional da glicose-6-
fosfato pela glicólise gera trifosfato de adenosina
(ATP), que inibe a atividade de um canal de K+
sensível ao ATP. Esse canal consiste em duas
proteínas separadas: uma é o sítio de ligação AÇÃO DA INSULINA
para certos hipoglicemiantes orais (p. ex.,
Depois que a insulina é secretada e lançada no
sulfonilureias, meglitinidas); a outra é uma
sistema portal venoso, cerca de 50% dela é
proteína que retifica internamente o canal de K+
removida e degradada pelo fígado. A insulina
(Kir6.2). A inibição desse canal de K+ induz a
que não é extraída penetra na circulação insulina. Como exemplo, a ativação da via
sistêmica, onde se liga aos receptores nos sítios- fosfatidilinositol-3’-cinase (PI-3-cinase) estimula a
alvo. A ligação da insulina a seu receptor estimula translocação de um transportador facilitador da
a atividade intrínseca da tirosina cinase, levando glicose (p. ex., GLUT4) para a superfície celular,
à autofosforilação do receptor e ao recrutamento um evento que é de primordial importância para
de moléculas sinalizadoras intracelulares, como a captação da glicose pelo músculo esquelético
os substratos do receptor de insulina (IRSs). Os e pela gordura. A ativação de outras vias
IRSs e as outras proteínas adaptadoras iniciam sinalizadoras do receptor de insulina induz a
uma complexa cascata de reações de fosforilação síntese de glicogênio, a síntese de proteínas, a
e de desfosforilação, resultando nos efeitos lipogênese e a regulação de vários genes nas
metabólicos e mitogênicos generalizados da células que respondem à insulina.

MEDICINA INTERNA – HARRISON (20ª ED.)


02. Faça captura de lâmina histológicas do pâncreas, utilizando o recurso do histologyguide.com,
em aumento de 10 e 100, descrevendo a histologia pancreática especifica da função endócrina.

O pâncreas é uma glândula mista exócrina e endócrina. A


maior parte do pâncreas (~95%) é composta por células
exócrinas que secretam enzimas digestivas no duodeno.
Espalhados por todo o pâncreas estão aglomerados de
apenas algumas células a vários milhares de células (2 a 5%)
que secretam hormônios no sangue que regulam a glicose.
Essas "ilhas" de células endócrinas (ou ilhotas de Langerhans)
apresentam coloração mais clara do que as células exócrinas
por H&E.
As células endócrinas ocorrem como cordões irregulares
rodeados por capilares fenestrados.
(Observe que o tamanho de uma ilhota não pode ser inferido a partir de sua seção transversal em uma
única seção. A seção transversal é do topo, do meio ou da parte inferior das ilhotas elipsóides?)
As ilhotas contêm quatro tipos principais de células
endócrinas:
• Células Beta – mais comuns e secretam insulina.
• Células Alfa - segundas mais frequentes e secretam
glucagon.
• Células Delta - secretam somatostatina.
• Células PP - secretam polipeptídeo pancreático.
Esses tipos de células não podem ser distinguidos por H&E.
No entanto, eles podem ser obtidos por microscopia
eletrônica ou coloração imuno-histoquímica para os
hormônios.
SITE: HISTOLOGY GUIDE
03. Sabemos que uma das funções do pâncreas é a participação na secreção de insulina. Guyton (e
Hall, 2011) apresenta essa função ao mostrar um esquema (figura abaixo) que mostra o mecanismo
dessa secreção. Diante disso, baseado no esquema a seguir, descreva a secreção de insulina pelo
pâncreas.

produz um influxo de cálcio, que estimula a fusão


das vesículas contendo insulina com a membrana
celular e a secreção da insulina no líquido
extracelular por exocitose.

Outros nutrientes, tais como certos aminoácidos,


também podem ser metabolizados pelas células
beta para aumentar os níveis de ATP intracelular
e estimular a secreção de insulina. Alguns
hormônios, tais como glucagon, peptídio-1
semelhante ao glucagon (GLP-1), peptídeo
insulinotrópico dependente de glicose (peptídeo
A Figura mostra os mecanismos celulares básicos
inibidor gástrico) e a acetilcolina, aumentam os
da secreção de insulina pelas células beta
níveis de cálcio intracelular por meio de outras
pancreáticas em resposta ao aumento da
vias de sinalização e aumentam o efeito da
concentração de glicose no sangue, que é o
glicose, embora não apresentem grandes efeitos
controlador primário da secreção de insulina.
na secreção de insulina na ausência de glicose.
As células beta têm um grande número de
Outros hormônios, incluindo a somatostatina e a
transportadores de glicose que permitem o
noradrenalina (por meio da ativação de
influxo de glicose que é proporcional à
receptores alfa-adrenérgicos), inibem a exocitose
concentração plasmática na faixa fisiológica.
da insulina.
Nas células, a glicose é fosforilada pela
Os fármacos da classe das sulfonilureias
glicoquinase em glicose-6-fosfato.
estimulam a secreção de insulina por meio da
A glicose-6-fosfato é subsequentemente oxidada ligação com os canais de potássio sensíveis ao
de modo a formar ATP, que fecha canais de ATP, bloqueando sua atividade. Esse mecanismo
potássio inibidos por ATP da célula. resulta em um efeito despolarizante, que
desencadeia a secreção de insulina, o que torna
O fechamento dos canais de potássio despolariza esses medicamentos úteis para estimular a
a membrana celular, abrindo, assim, os canais de secreção de insulina em pacientes com diabetes
cálcio controlados por voltagem. Esse efeito tipo 2.

Fatores que influenciam a secreção de insulina


Aumenta a secreção Diminui secreção
Aumento da glicose sanguínea
Aumento de ácidos graxos livre no sangue
Aumento de aminoácidos no sangue
Diminuição da glicose sanguínea
Hormônios gastrointestinais (gastrina,
Jejum
colecistoquinina, secretina, GIP, GLP-1)
Somatostatina
Glucagon, hormônio de crescimento, cortisol
Atividade alfa-adrenérgica
Estimulação parassimpática; acetilcolina
Leptina
Estimulação beta-adrenérgica
Resistência à insulina; obesidade
Medicamentos à base de sulfonilureia
(gliburida, tolbutamida)

TRATADO DE FISIOLOGIA MÉDICA – GUYTON & HALL.


04. Observando a imagem abaixo que demonstra o modelo temporal para o desenvolvimento do
diabetes tipo 1. Descreva a patogênese e fisiopatologia da Diabetes tipo 1.

O DM tipo 1 resulta de interações de fatores evolução mais lenta para o diabetes ao longo de
genéticos, ambientais e imunológicos que um período de vários anos.
acabam acarretando a destruição das células
As características do diabetes só se tornam
beta pancreáticas, assim como uma deficiência
evidentes após a ocorrência de uma perda limiar
de insulina.
da secreção de insulina e da massa de células
Pode surgir em qualquer idade, porém beta. Os eventos que induzem a transição da
desenvolve-se mais comumente antes dos 20 intolerância à glicose para o diabetes franco
anos de idade. A maioria dos indivíduos tem estão associados, com frequência, a maiores
evidência de autoimunidade dirigida contra as demandas de insulina, como poderia ocorrer
ilhotas pancreáticas. durante infecções ou na puberdade.

Alguns indivíduos que possuem o fenótipo Após a manifestação clínica inicial do DM tipo 1,
clínico do DM tipo 1 carecem de marcadores pode seguir-se uma fase de “lua de mel”, durante
imunológicos indicativos de um processo a qual o controle glicêmico é conseguido com
autoimune envolvendo as células beta e os doses moderadas de insulina ou, raramente, a
marcadores genéticos do diabetes tipo 1. insulina não é necessária. Entretanto, essa fase
transitória de produção endógena de insulina
Acredita-se que esses indivíduos desenvolvam
pelas células beta residuais desaparece, e o
uma deficiência de insulina por mecanismos não
indivíduo torna-se deficiente em insulina.
imunes desconhecidos e possam ser propensos
à cetose; muitos são de ascendência negra ou Muitos indivíduos com DM tipo 1 de longa
asiática. duração produzem uma pequena quantidade de
insulina (refletida pela produção de peptídeo C),
O declínio temporal da função e da massa de
enquanto outros com 50 anos de DM tipo 1
células beta que precede o desenvolvimento do
apresentam células positivas para insulina no
DM tipo 1 é mostrado esquematicamente na
pâncreas à necrópsia.
Figura.

Nos indivíduos suscetíveis, acredita-se que o


processo autoimune seja desencadeado por um
estímulo infeccioso ou ambiental. Na maioria dos
pacientes, autoanticorpos contra antígenos de
células beta aparecem depois desse evento
desencadeante, seguidos de perda progressiva
da secreção de insulina.

A taxa de declínio da função das células beta


varia amplamente entre os indivíduos, e alguns
pacientes progridem rapidamente para o
diabetes clínico, enquanto outros têm uma

FIGURA 396-6 Modelo temporal para o desenvolvimento do diabetes tipo 1.

Os indivíduos com predisposição genética são expostos a um fator desencadeante que inicia um processo
autoimune, resultando no desenvolvimento de autoanticorpos contra as ilhotas pancreáticas e declínio
gradual na massa e função das células beta. A doença no estágio 1 caracteriza-se pelo desenvolvimento
de dois ou mais autoanticorpos contra as células das ilhotas, porém com manutenção da normoglicemia.
A doença no estágio 2 é definida por autoimunidade continuada e desenvolvimento de disglicemia. O
estágio 3 é definido pelo desenvolvimento de hiperglicemia que excede os critérios diagnósticos para o
diagnóstico de diabetes. A inclinação descendente da massa de células beta varia entre indivíduos e pode
não ser contínua. Pode-se observar uma fase de “lua de mel” nos primeiros 1 ou 2 anos após o início do
diabetes, que está associada a uma redução das necessidades de insulina.
FISIOPATOLOGIA

Do ponto de vista patológico, as ilhotas parte, ineficazes ou apenas temporariamente


pancreáticas apresentam infiltração modesta de efetivos para diminuir a velocidade de destruição
linfócitos (um processo denominado insulite). das células beta. Por esse motivo, dá-se maior
Após a destruição das células beta, acredita-se ênfase atualmente às intervenções mais precoces
que o processo inflamatório diminua, e as ilhotas na evolução da doença (i.e., durante os estágios
se tornam atróficas. Estudos identificaram as 1 e 2 da doença; Fig. 396-6).
seguintes anormalidades no sistema imune: (1)
As moléculas das ilhotas pancreáticas que
autoanticorpos contra células das ilhotas; (2)
funcionam como alvo para o processo autoimune
linfócitos ativados nas ilhotas, nos linfonodos
incluem insulina, descarboxilase do ácido
peripancreáticos e na circulação sistêmica; (3)
glutâmico (GAD, a enzima biossintética para o
linfócitos T que proliferam quando estimulados
neurotransmissor GABA), ICA-512/IA-2
por proteínas das ilhotas e (4) liberação de
(homologia com tirosina-fosfatases) e um
citocinas dentro da insulite.
transportador de zinco específico da célula beta
As células beta parecem ser particularmente (ZnT-8). A maioria dos autoantígenos não é
suscetíveis ao efeito tóxico de algumas citocinas específica da célula beta, o que levanta a questão
(TNF-α], γ-interferona e IL-1). Os mecanismos de como essas células são seletivamente
precisos da morte das células beta são destruídas. As teorias atuais apontam para o
desconhecidos, mas podem envolver a formação início de um processo autoimune dirigido para
de metabólitos do óxido nítrico, apoptose e uma única molécula da célula beta, que a seguir
citotoxicidade direta da célula T CD8+. se propaga para outras moléculas das ilhotas à
medida que o processo imune destrói as células
A destruição das ilhotas é mediada por linfócitos
beta e cria uma série de autoantígenos
T, e não pelos autoanticorpos dirigidos contra
secundários. As vias e processos de estresse que
células das ilhotas, pois esses anticorpos, em
surgem na célula beta podem exacerbar a
geral, não reagem com a superfície celular das
autoimunidade por meio do desenvolvimento de
células das ilhotas e não são capazes de transferir
proteínas modificadas ou “neoantígenos”, que
o DM para os animais. Os esforços para suprimir
atuam como alvos imunes adicionais.
o processo autoimune por ocasião do
diagnóstico de diabetes têm sido, em grande MEDICINA INTERNA – HARRISON (20ª ED.)

05. O gráfico abaixo, demonstra as alterações metabólicas durante o desenvolvimento do diabetes


melito (DM) tipo 2. Baseado na imagem descreva a fisiopatologia do diabetes 2 e explique as
alterações metabólicas que ocorrem durante seu desenvolviento. (TGN, tolerância à glicose normal;
TGD: tolerância à glicose diminuída).
A resistência à insulina e a secreção anormal de excessiva de glicose, metabolismo anormal das
insulina são essenciais para o surgimento do DM gorduras e inflamação sistêmica de baixo grau.
tipo 2. Apesar de o defeito primário ser
A obesidade, particularmente visceral ou central,
controverso, a maioria dos estudos apoia a
é muito comum no DM tipo 2 (80%). Nos estágios
opinião de que a resistência à insulina precede
iniciais do distúrbio, a tolerância à glicose
um defeito na secreção de insulina, mas que o
continua sendo quase normal, não obstante a
diabetes se instala somente quando a secreção
resistência à insulina, pois as células beta
de insulina se torna inadequada.
pancreáticas realizam uma compensação
FISIOPATOLOGIA aumentando a produção de insulina (Fig. 396-7).
O DM tipo 2 caracteriza-se por Com a progressão da resistência à insulina e da
comprometimento da secreção de insulina, hiperinsulinemia compensatória, as ilhotas
resistência à insulina, produção hepática pancreáticas de certos indivíduos tornam-se
incapazes de preservar o estado
hiperinsulinêmico. Instala-se a seguir uma TGD, se torna mais resistente à insulina (passando do
caracterizada por elevações da glicose pós- ponto A para o ponto B), a secreção de insulina
prandial. aumenta. A incapacidade de realizar uma
compensação pelo aumento da secreção de
Um declínio adicional na secreção de insulina e
insulina resulta inicialmente em tolerância à
um aumento na produção hepática de glicose
glicose diminuída (TGD; ponto C) e, finalmente,
resultam em diabetes manifesto com
em DM tipo 2 (ponto D). TGN, tolerância à glicose
hiperglicemia de jejum. Por fim, instala-se
normal.
falência das células beta. Possivelmente devido à
supressão inadequada da insulina, o glucagon é
relativamente produzido em excesso e
secretado, aumentando ainda mais a produção
hepática de glicose.

Embora tanto a resistência à insulina quanto a


secreção diminuída de insulina contribuam para
a patogênese do DM tipo 2, a contribuição
relativa de cada uma varia de um indivíduo para
outro.

FIGURA 396-7 Alterações metabólicas durante o


desenvolvimento do diabetes melito (DM) tipo 2.
A secreção de insulina e a sensibilidade à insulina
estão relacionadas, e, à medida que o indivíduo
MEDICINA INTERNA – HARRISON (20ª ED.)

06. A hiperglicemia é a elevação da glicose no sangue, em geral acompanha-se também de altos


níveis de açúcar na urina, causando polaciúria e polidipsia. Conhecer dentre outras coisas, sobre o
diagnóstico laboratorial para hiperglicemias se torna importante. Diante disso, descreva sobre os
critérios para diagnóstico para a diabetes tipo I e II.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA O DIABETES MELITO

DIAGNÓSTICO CLÍNICO sintomas iniciais. Cerca de 80% dos pacientes


têm excesso de peso.
Os sintomas clássicos do DM (poliúria, polidipsia
e polifagia, associadas à perda ponderal) são DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
bem mais característicos do DM1, no qual são
A menos que haja um diagnóstico clínico claro
quase sempre encontrados. No entanto, a
(ex: paciente em crise hiperglicêmica ou com
obesidade não descarta esse diagnóstico.
sintomas clássicos de hiperglicemia e glicose
No DM2, cerca de 40 a 50% dos pacientes plasmática aleatória de > 200 mg/dℓ), o
desconhecem ter a doença por serem diagnóstico requer dois resultados anormais de
assintomáticos ou oligossintomáticos, glicemia de jejum (GJ), hemoglobina glicada
apresentando mais comumente sintomas (HbA1c) ou glicemia de 2 horas no teste oral de
inespecíficos, como tonturas, dificuldade visual, tolerância à glicose (TOTG) da mesma amostra
astenia e/ou cãibras. Vulvovaginite de repetição ou em duas amostras de teste separadas. Se um
e disfunção erétil podem ser, também, os paciente tiver resultados discordantes de dois
testes diferentes, deve ser repetido o teste que
estiver acima do valor do ponto de corte para o 56.11). Nessa situação, os pacientes devem ser
diagnóstico. submetidos a um TOTG.

- Glicemia em Jejum (GJ) A hiperglicemia inequívoca (ex: GJ > 250 a 300


mg/dℓ) com descompensação metabólica aguda
Representa o meio mais prático de avaliar o
ou sintomas óbvios de DM torna desnecessária a
status glicêmico, e dois valores superiores ou
repetição do exame em um outro dia para
iguais a 126 mg/dℓ, obtidos em dias diferentes,
confirmação do diagnóstico da doença.
são suficientes para estabelecer o diagnóstico de
diabetes melito. Níveis entre 100 e 125 mg/dℓ
caracterizam a GJ alterada (Quadros 56.10 e

- Teste oral de tolerância à glicose durante os últimos 2 a 3 meses, que é o tempo de


sobrevida das hemácias. Quanto maior a
No TOTG, coleta-se amostra de sangue para a
concentração de glicose plasmática e maior o
dosagem da GJ, administram-se 75 g de glicose
período de contato, maior a porcentagem da
anidra (equivalentes a 82,5 g de glicose
HbA1c.
monoidratada [Dextrosol®]), dissolvidos em 250
a 300 mℓ de água. Após 2 horas, obtém-se uma Embora a HbA1c seja considerada representativa
nova amostra para medir a glicemia. Em crianças, da média ponderada global das glicemias
a sobrecarga de glicose deve ser de 1,75 g/kg, médias diárias durante os últimos 2 a 3 meses,
até um máximo de 75 g. O TOTG deve ser modelos teóricos e estudos clínicos sugerem
realizado pela manhã, após 8 a 14 horas de jejum que, em pacientes com controle estável, 50% da
e pelo menos 3 dias de dieta sem restrição de HbA11c são formados no mês precedente ao
carboidratos (ingestão superior a 150 g/dia). exame; 25%, no mês anterior a este; e os 25%
restantes, no terceiro ou quarto mês antes do
Níveis de glicemia de 2 horas < 140 mg/dℓ, entre
exame.
140 e 199 mg/dℓ e ≥ 200 mg/dℓ são
considerados como tolerância normal à glicose, HbA1c é considerada o padrão-ouro na avaliação
tolerância diminuída à glicose e diabetes melito, do controle glicêmico, devendo ser realizada a
respectivamente. Tolerância diminuída à glicose cada 3 a 4 meses.
e glicemia de jejum alterada caracterizam o
A ADA tem recomendado como meta níveis de
chamado pré-diabetes, situação com risco
HbA1c < 7% (53 nmol/mol), uma vez que valores
elevado de progressão para diabetes.
acima desse patamar implicam elevação
- Hemoglobina glicada progressiva no risco para as complicações micro
e macrovasculares, bem como aumento nas
A hemoglobina glicada (HbA1c ou A1C)
mortalidades cardiovasculares, por doença
representa 4 a 6% da hemoglobina total. Os
arterial coronariana (DAC) e por todas as causas.
valores da HbA1c refletem a média das glicemias
Na avaliação do tratamento, a dosagem da
HbA1c deve ser realizada duas vezes por ano em meses) está indicada quando o controle
pacientes com controle glicêmico estável e glicêmico ideal ainda não tiver sido alcançado.
dentro dos objetivos do tratamento. Uma
ENDOCRINOLOGIA CLÍNICA – VILAR.
avaliação mais frequente (p. ex., a cada 3 a 4

07. Preencha a tabela abaixo, descrevendo sobre o mecanismo de ação, farmacocinética, efeitos
adversos e interações medicamentosas do representante elencado de cada classe abaixo, para o
tratamento diabetes.

SULFONILUREIA: GLIBENCLAMIDA BIGUANIDAS: METFORMINA

É uma sulfonilureia de 2° geração utilizada no - Mecanismo de Ação: diminui os níveis de


tratamento de pacientes com diabetes mellitus glicose no sangue diminuindo a produção
tipo II. Geralmente é administrado a pacientes hepática de glicose (também chamada de
que não podem ser tratados com a terapia gliconeogênese), diminuindo a absorção
padrão de 1° linha, a metformina. intestinal de glicose e aumentando a
sensibilidade à insulina por aumentar a captação
- Mecanismo de Ação: estimula a secreção de
e utilização periférica de glicose. Está bem
insulina por meio do fechamento dos canais de
estabelecido que a metformina inibe a atividade
potássio sensíveis ao ATP nas células beta,
do complexo mitocondrial I, e desde então tem
elevando as concentrações intracelulares de íons
sido geralmente postulado que seus potentes
de potássio e cálcio.
efeitos antidiabéticos ocorrem por meio desse
- Farmacocinética: Administradas por via oral, as mecanismo. A metformina também retarda a
sulfonilureias ligam-se às proteínas séricas, são absorção intestinal de açúcar e melhora a sua
biotransformadas pelo fígado e são excretadas captação e uso periférico. Pode ocorrer redução
pelo fígado e pelos rins. A duração de ação varia de massa corporal, pois a metformina diminui o
de 12 a 24 horas. apetite.

- Efeitos Adversos: aumento de massa corporal, - Farmacocinética: A metformina é bem


hiperinsulinemia e hipoglicemia. Elas devem ser absorvida por via oral, não se liga a proteínas
usadas com cautela na insuficiência hepática ou séricas e não é biotransformada. A excreção é
renal, pois seu acúmulo pode causar pela urina.
hipoglicemia. A glibenclamida pouco atravessa a
- Efeitos Adversos: as reações adversas mais
placenta e pode ser uma alternativa à insulina em
comuns com o uso da metformina são
gestantes.
perturbações do trato gastrointestinal, como
- Interação Medicamentosa: O uso anorexia, náuseas, diarréia e desconforto
concomitante de outros medicamentos abdominal.
hipoglicemiantes, como insulina, outros
- Interação Medicamentosa: o uso
derivados das sulfonilureias ou medicamentos
concomitante de fármacos catiônicos eliminados
que aumentam a sensibilidade à insulina, pode
pelo rim, tais como digoxina, morfina, amilorida,
aumentar o risco de hipoglicemia (níveis baixos
quinidina, procainamida, quinina, triantereno,
de glicose no sangue). Alguns AINEs, como o
trimetoprima, cimetidina, ranitidina e
ibuprofeno e o naproxeno, podem aumentar o
vancomicina, podem aumentar as concentrações
efeito hipoglicemiante da Glibenclamida. O
plasmáticas da metformina; furosemida aumenta
consumo excessivo de álcool pode potencializar
a ASC da metformina em cerca de 15%; o uso
o efeito hipoglicemiante da Glibenclamida.
concomitante dos seguintes fármacos pode
Alguns medicamentos usados para tratar
aumentar a hiperglicemia: estrogênios,
problemas cardíacos, como beta-bloqueadores,
anticoncepcionais orais, corticosteroides,
podem mascarar os sintomas de hipoglicemia,
isoniazida, niacina, fenotiazinas, fenitoína,
tornando-a menos perceptível.
simpaticomiméticos, hormônios tireoidianos.
INIBIDORES DE DDP-4: SITAGLIPTINA - Interação Medicamentosa: com diuréticos a
dapagliflozina pode aumentar o efeito diurético
- Mecanismo de Ação: inibem a enzima DPP-4,
da tiazida e dos diuréticos da alsa e pode
que é responsável pela inativação dos hormônios
aumentar o risco de desidratação e hipotensão.
incretina, como o GLP-1. O prolongamento da
atividade dos hormônios incretina aumenta a ANÁLOGO DE GLP-1: EXENATIDA
liberação de insulina em resposta às refeições e a
- Mecanismo de Ação: é um agonista do
redução na secreção imprópria de glucagon. Os
receptor do peptídeo-1 semelhante ao glucacon
inibidores da DPP-4 podem ser usados como
humano (GLP-1) . Ao ativar este receptor, a
monoterapia ou em associação com
secreção de insulina é aumentada e a secreção
sulfonilureias, metformina, TZDs ou insulina.
de glucagon é diminuída de maneira
- Farmacocinética: bem absorvidos após dependente da glicose. A exenatida também
administração por via oral. Os alimentos não retarda o esvaziamento gástrico e diminui a
afetam a extensão da absorção. Alogliptina e ingestão de alimentos. Esses efeitos funcionam
sitagliptina são principalmente excretadas sinergicamente para melhorar o controle
inalteradas na urina. glicêmico, reduzindo a probabilidade de hiper e
hipoglicemia. Além disso, esses fármacos
- Efeitos Adversos: Em geral, os inibidores da
melhora a secreção de insulina dependente de
DPP-4 são bem tolerados. Os efeitos adversos
glicose, retardam o esvaziamento gástrico,
mais comuns são nasofaringite e cefaleia.
diminuem a ingestão de alimento aumentando a
- Interação Medicamentosa: aumenta a saciedade (sensação de plenitude), diminuem a
concentração plasmática da digoxina. secreção pós-prandial de glucagon e promovem
a proliferação de células β. Consequentemente,
INIBIDORES DE SGLT-2: DAPAGLIFOZINA diminuem o ganho de massa corporal, a
- Mecanismo de Ação: inibe o hiperglicemia pós-prandial e os níveis de HbA1C.
contratransportador sódio-glicose 2 (SGLT2) que - Farmacocinética: Sendo polipeptídeos, precisa
está localizado principalmente no túbulo ser administrada por via SC. A exenatida é
proximal do néfron. O SGLT2 facilita 90% da eliminada principalmente por filtração
reabsorção de glicose nos rins e, portanto, sua glomerular e tem meia-vida muito mais curta.
inibição permite que a glicose seja excretada na Devido à sua duração de ação mais curta, a
urina. Essa excreção permite melhor controle exenatida precisa ser injetada duas vezes ao dia
glicêmico e potencial perda de peso em dentro de 60 minutos antes do desjejum e do
pacientes com diabetes mellitus tipo 2. A inibição jantar.
do SGLT2 também diminui a reabsorção do sódio
e causa diurese osmótica. Por isso, os inibidores - Efeitos Adversos: Os principais efeitos
do SGLT2 podem reduzir a pressão arterial. adversos dos incretinomiméticos são náuseas,
Contudo, não são indicados no tratamento da êmese, diarreia e constipação. Exenatida foi
hipertensão. associada com pancreatite.

- Farmacocinética: é disponibilizada para uso - Interação Medicamentosa: pode afetar a ação


por via oral em adultos e a dose recomendada é dos medicamentos que são tomados oralmente
de 10 mg, uma vez ao dia, a qualquer hora do dia, e que precisam passar pelo estômago
na presença ou ausência de alimentos. rapidamente, porque ele lentifica o esvaziamento
do estômago. No caso de antibióticos orais, estes
- Efeitos Adversos: as infecções genitais de devem ser tomados no mínimo 1 hora antes da
mulheres por fungos (p. ex., candidíase aplicação.
vulvovaginal), infecções do trato urinário e
frequência urinária. Também ocorreu FARMACOLOGIA ILUSTRADA, WHALEN +
hipotensão, particularmente em pacientes idosos HTTPS://GO.DRUGBANK.COM/ +
ou sob tratamento com diuréticos. Assim, o DICIONÁRIO TERAPÊUTICO, KOROLKOVAS.
estado hídrico deve ser avaliado antes de iniciar
estes fármacos.
08. As insulinas é outra opção para o tratamento da diabetes. As insulinas podem ser classificadas
quanto ao tempo de duração em: insulinas de longa duração, duração intermediária, duração rápida
e ultrarrápida. Assim, discorra sobre essas insulinas descrevendo suas características farmacológicas
e suas aplicações clínicas.

INSULINAS DE AÇÃO ULTRARRÁPIDA

Os análogos de insulina de ação ultrarrápida, como lispro, aspart e glulisina, podem ser aplicados cerca
de 10 minutos antes das principais refeições, com o objetivo de cobrir os períodos de hiperglicemia
prandial, coincidindo com seu pico de ação em aproximadamente 1 hora. Pelo rápido início de ação,
também podem ser administrados logo após as refeições, de acordo com a quantidade de carboidrato
ingerida, uma vantagem principalmente em crianças pequenas, com padrão alimentar imprevisível.

INSULINAS DE AÇÃO RÁPIDA

Insulinas de ação rápida são administradas para mimetizar a liberação prandial (hora da refeição) de
insulina e controlar a glicose pós-prandial. Elas podem ser usadas também em casos em que são
necessárias correções rápidas de glicose elevada. Em geral, insulinas de ação rápida e curta são usadas
em conjunto com uma insulina basal de ação mais longa que provê controle para a glicemia de jejum. A
insulina regular deve ser injetada por via SC 30 minutos antes da refeição, ao passo que as insulinas de
ação rápida são administradas 15 minutos antes ou de 15 a 20 minutos depois de iniciar a refeição. As
insulinas de ação rápida são comumente usadas em bombas externas de insulina e são apropriadas para
administração IV, embora a insulina regular seja usada mais comumente quando a via IV é necessária.

INSULINAS DE AÇÃO INTERMEDIÁRIA

Insulina neutra com protamina Hagedorn (NPH) é uma insulina de ação intermediária formada pela adição
de zinco e protamina à insulina regular. (outra denominação para essa preparação é insulina isofana). A
combinação com protamina forma um complexo que é menos solúvel, resultando em retardo na absorção
e ação prolongada. A insulina NPH é usada para controle basal (jejum) nos diabetes tipos 1 e 2 e, em geral,
é dada junto com a insulina de ação rápida ou curta para controle na hora da refeição. A insulina NPH deve
ser dada somente por via SC (nunca IV), e não deve ser usada quando é necessário baixar rapidamente a
glicose (p. ex., cetoacidose diabética).

INSULINAS DE AÇÃO PROLONGADA/LENTA

O ponto isoelétrico da insulina glargina é menor do que o da insulina humana, levando à formação de um
precipitado no local da injeção, o qual libera insulina por um período prolongado. Tem início mais lento
do que a insulina NPH e um efeito hipoglicêmico achatado e prolongado, sem pico. A insulina detemir tem
uma cadeia lateral de ácido graxo que aumenta a associação com albumina. A dissociação lenta da
albumina resulta em propriedades de longa ação similares às da insulina glargina. Como com a insulina
NPH, a insulina glargina e a insulina detemir são usadas para controle basal e devem ser administradas
somente por via SC. Nenhuma insulina de longa ação deve ser misturada na mesma seringa com outras
insulinas, pois isso pode alterar o perfil farmacodinâmico.
09. De acordo com o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas, descreva sobre os seguintes
aspectos relacionados ao tratamento não medicamentoso das diabetes tipo 1 e 2: terapia nutricional
e exercícios físicos.

Inclui: modificações no estilo de vida (MEV) (dieta, atividade física, perda de peso, cessação do tabagismo.)

EXERCÍCIO FÍSICO

Para indivíduos com pré-diabetes, em risco aumentado de desenvolver DM2, 150 minutos de atividade
física aeróbica de moderada intensidade reduz o risco de diabetes tipo 2.

Para pessoas com DM2, a prática de exercícios combinados resistidos (pelo menos 1 ciclo de 10 a 15
repetições de 5 ou mais exercícios, duas a três sessões por semana, em dias não consecutivos) e aeróbicos
(no mínimo 150 minutos semanais de moderada ou equivalente de alta intensidade, sem permanecer mais
do que dois dias consecutivos sem atividade) promovem reduções significativas da HbA1c.

ALIMENTAÇÃO

Não existe uma estratégia alimentar universal para prevenir ou retardar o início do DM2.

Incentivar a perda de peso estruturada em um plano alimentar saudável, com redução de calorias, redução
de gorduras saturadas e aumento da ingestão de fibras, associado à prática de atividade física é essencial.

A adoção de um padrão de alimentação saudável leva em conta as preferências individuais, permitindo,


assim, a adesão ao tratamento nutricional a longo prazo.
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