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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ARGANIL

DOCUMENTO DE APOIO

DISCIPLINA – ATIVIDADES DE GINÁSIO


Ano letivo: 2017/2018

ATIVIDADE FÍSICA EM POPULAÇÕES ESPECIAIS


(MÓDULO 7245)

OBJETIVOS

- Analisar as evidências científicas sobre a relação entre o exercício físico e a saúde;


- Descrever os princípios, os pressupostos da avaliação e prescrição do exercício em populações especiais;
- Descrever as principais características, capacidades, necessidades e objetivos das populações nas fases
especiais da vida;
- Descrever as principais características, capacidades, necessidades e objetivos das populações com
determinados problemas de saúde, como hipertensão, diabetes, obesidade e osteoporose;
- Colaborar na conceção, promoção e análise dos programas de exercício físico para populações especiais;

EXERCÍCIO E SAÚDE

- Conceito de atividade física formal e informal

Atividade física engloba qualquer movimento corporal produzido pelo sistema músculo-esquelético
que resulte num aumento de gasto energético relativamente à taxa metabólica de repouso. Ou seja, pode
ser caracterizada pelo gasto energético envolvido em qualquer movimento do ser humano, não importando
o tipo de atividade física nem o contexto da sua realização (lazer, trabalho, desporto, …).
Quando a atividade física é planeada e estruturada pode ser designada de atividade física formal.
Se não houver planeamento nem estrutura na atividade realizada trata-se de atividade física informal.

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- Exercício físico como estímulo metabólico e biomecânico

Exercício físico pode ser considerado como uma subcategoria da atividade física planeada,
estruturada, repetitiva, que resulta em melhoria ou manutenção de uma ou mais facetas da aptidão física.
Os efeitos do exercício sobre o corpo podem ser vários. Durante um exercício aeróbio realizado por
30 a 45 minutos, a frequência respiratória aumenta aproximadamente e vezes acima da frequência de
repouso, enquanto que a quantidade de ar que penetra nos pulmões é 20 vezes maior. A frequência
cardíaca duplica ou triplica, o volume de sangues bombeado pelo coração aumenta quatro a seis vezes e o
oxigénio consumido pelos músculos do corpo que estão a trabalhar aumenta mais de 10 vezes acima dos
níveis de repouso. Estas alterações súbitas e temporárias das funções orgânicas causadas pelo exercício
são denominadas de respostas agudas ao exercício e desaparecem logo após o final do mesmo.
Se as sessões de exercícios aeróbio forem continuadas quase que numa frequência diária e ao
longo de várias semanas, as funções orgânicas começam a alterar-se tanto durante o repouso como
durante o exercício. A frequência cardíaca de repouso diminui 10 a 30 batimentos por minuto, e durante
qualquer esforço físico ao longo do exercício, o coração bate mais lentamente porque se torna uma bomba
mais eficiente.
O coração exercitado pode bombear mais sangue em cada batimento e os pulmões podem ventilar
mais ar quando solicitados em exercícios de maior intensidade. O resultado é que mais oxigénio é libertado
para os músculos permitindo que eles queimem mais combustível e produzam mais energia para o
exercício. A maior quantidade de oxigénio que pode ser consumida pelo corpo no ponto de esforço máximo
(VO2max) aumenta acentuadamente. Os músculos tornam-se mais eficientes no armazenamento e no
consumo de gorduras e hidratos de carbono. Estas alterações persistentes na estrutura e nas funções do
corpo após um programa de treino com exercícios regulares são denominadas de adaptações crónicas ao
exercício.

- Atividade física desportiva

A atvidade física desportiva envolve um conjunto mais restrito comparativamente com a atividade
física. Envolve movimento, contudo, está integrada num sistema complexo que abrange instituições,
regulamentos, técnicas, táticas, competições, entre outros exemplos.

- Evidências científicas sobre a relação entre o exercício físico e a saúde em populações em fases
especiais da vida e populações com determinado problema de saúde

Saúde
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “a Saúde é um estado de completo bem-estar
físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade.”.

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Promoção de saúde
Consideramos promoção de saúde o processo que visa criar condições que permitam aos
indivíduos controlar a sua saúde e agir sobre os fatores que a influenciam.

Aptidão Física
A aptidão física relacionada com a saúde pode ser definida como um estado caracterizado pela
capacidade de realizar as tarefas diárias com vigor e com traços e capacidades associados a um baixo risco
de desenvolvimento de doenças.
- Relaciona-se com o rendimento de todas as tarefas diárias realizadas;
- Envolve os domínios das aptidões físicas, psicomotoras, perceptivas e cognitivas;
- É um todo que deve ser trabalhado nos seus diversos domínios;
- Está diretamente relacionada com a promoção e manutenção da saúde.

Componentes da Aptidão Física relacionada com a saúde e justificação de cada componente


COMPONENTE JUSTIFICAÇÃO
Resistência cardiorespiratória - aumento da capacidade de trabalho
- redução da fadiga
- redução do risco de ocorrência de doenças cardio vasculares
Composição corporal - redução do risco de hipertensão arterial e de ocorrência de doenças
cardiovasculares e diabtes
Força Muscular - aumento da capacidade funcional (levantamento e transporte de
cargas)
- redução do risco de doenças lombares
Flexibilidade - aumento da capacidade funcional (amplitude de movimentos)
- redução do risco de dores lombares
Batista, et al (2017)

- Conceitos, princípios e pressupostos da avaliação e prescrição do exercício

Os parâmetros a considerar na avaliação da aptidão física são ao nível de desenvolvimento das


capacidades motoras e da composição corporal.
A aptidão física, na perspetiva da saúde, encontra-se diretamente relacionada com o nível de
desenvolvimento das capacidades motoras. Neste contexto, é importante conhecer os processos de
elevação e manutenção da condição física, para se ganhar autonomia na sua aplicação quotidiana, ou seja,
conhecer:
- a estrutura das capacidades motoras;
- os processos de elevação e manutenção da condição física (os princípios do treino, cargas de
treino e seus efeitos);
- os fatores de saúde e riscos associados à prática de atividades físicas desportivas;
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- testes de controlo dos níveis de condição física;
- os exercícios adequados ao desenvolvimento das capacidades motoras;

- Tipo dos instrumentos e técnicas de avaliação da condição física

No contexto escolar, a bateria de testes Fitnessgram permite fazer uma avaliação do nível da
aptidão física de cada um. O controlo dos níveis de aptidão física é fundamental para que cada individuo
tome consciência do nível das suas capacidades motoras. Os resultados obtidos por cada um nos testes
permitem que o individuo se situe num determinada zona de aptidão física.

- O Continuum da Saúde

O conceito de “Continuum da Saúde” sugere que cada individuo se pode posicionar algures ao
longo do caminho entre a saúde e a morte:
SAÚDE
- Física: ausência de doenças e incapacidade. Energia e vitalidade para realizar as tarefas diárias;
- Social: interagindo socialmente;
- Espiritual: vivendo com amor, alegria, paz e plenitude;
- Mental: Manutenção de uma visão positiva da vida.

COMPORTAMENTOS DE ALTO RISCO


- Inatividade; - Tabagismo; - Dieta rica em gordura; - Stress elevado; Abuso de álcool e droga; Sexo não
seguro;

DOENÇA
- Doença coronária; - Osteoporose; - Acidentes; - Diabetes; - Cirrose; - Hipertensão; - Obesidade; - SIDA;
-Cancro.

MORTE
Nieman (1999)

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- Estratificação de risco de doença cardiovascular

As doenças cardiovasculares são doenças do coração e dos seus vasos sanguíneos. A doença
cardiovascular não é uma doença única, mas sim, um termo genérico para mais de 20 diferentes doenças
do coração e dos seus vasos.
Fatores de risco de doenças cardiovasculares:
- Tabagismo;
- Hipertensão;
- Colesterol elevado;
- Inatividade física;
- Hereditariedade;
- Aumento da idade;
- Diabetes;
- Obesidade;
- Stress.

Como o exercício físico previne a doença coronária?

As pessoas treinadas apresentam a maioria dos fatores de risco sob controlo (colesterol elevado,
obesidade, hipertensão). Além disso, as pessoas apresentam um coração maior e mais forte, com um
aumento do suprimento de sangue e de oxigénio e com artérias coronárias que podem expandir-se melhor
e são mais largas e menos rígidas na velhice.

- Hipertensão
O sangue é transportado do coração para todos os tecidos do corpo e órgãos pelos vasos
denominados de artérias. A pressão arterial é a força do sangue forçando contra as paredes dessas
artérias. O coração bate cerca 60 a 75 vezes por minuto e a pressão arterial é maior quando o coração se
contrai, bombeando sangue para as artérias. Essa pressão é denominada de pressão arterial sistólica.
Quando o coração repousa brevemente entre as batidas, a pressão arterial cai para um nível inferior e é
denominada de pressão arterial diastólica.
Ambas a pressões arteriais são importantes e usualmente são apresentadas juntas, como na
expressão 120/80mmHg, com o primeiro número representando a pressão arterial sistólica e o segundo a
distólica. As pressões artérias podem ser classificadas:
Sistólica (mmHg) Diastólica (mmHg)
Normal menos de 130 menos de 85
Normal máxima 130-139 85-89
Elevada 140 e superior 90 e superior

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Grande parte da população apresenta pressão arterial elevada, ou hipertensão. Quando não é
detetada e tratada ela pode:
- acarretar aumento do coração, podendo levar à insuficiência cardíaca;
- produzir a formação de pequenas ampolas (aneurismas) nos vasos cerebrais, podendo acarretar um
acidente vascular cerebral;
- acarretar o estreitamento dos vasos cerebrais dos rins podendo acarretar insuficiência renal;
- acarretar um endurecimento mais rápido das artérias do organismo especialmente no coração, cérebro e
rins, podendo levar ao ataque cardíaco, ao acidente vascular cerebral ou à insuficiência renal.
Culturalmente, nas sociedades em que a ingestão de sal e de álcool são elevadas, a ingestão de
potássio pelas frutas e pelos vegetais é baixa e em que a inatividade e a obesidade são frequentes, a
hipertensão é comum.
Normalmente, quando é diagnosticada a hipertensão os indivíduos começam a realizar medicação
relativamente a esta condição, contudo, os especialistas também acreditam que a prudência nos hábitos de
vida é a base para a prevenção e para o tratamento da hipertensão arterial. Na sequência desta linha de
pensamento, as seguintes sugestões podem ter um papel determinante na prevenção e tratamento da
hipertensão:
- Se o individuo é obeso: deve perder peso;
- Deve-se reduzir a ingestão de sal a menos de 2.300 mg (uma colher de chá) por dia;
- Manter a ingestão diatética adequada de potássio (frutas e vegetais);
- Limitar a ingestão alcoólica;
- Praticar exercícios regularmente.

Objetivos e benefícios do exercício para a prevenção e controlo

Quando uma pessoa caminha rapidamente, pedala, corre nada ou pratica outra atividade aeróbica,
a pressão arterial, a pressão arterial sobe acentuadamente. Logo após o final de uma sessão aeróbia, a
pressão arterial cai abaixo dos níveis normais, um efeito que pode perdurar por pelo menos 30 a 120
minutos. A redução aguda da pressão arterial foi relacionada com a dilatação e relaxamento dos vasos
sanguíneos. No decorrer do tempo, quando o exercício é repetido, evidências crescentes sugerem que
pode ocorrer uma redução de longa duração da pressão arterial de repouso. Ou seja, por outras palavras, a
prática de exercício regular pode diminuir a pressão arterial pelos efeitos benéficos e aditivos das sessões
regulares de atividade física.

Que tipo de exercício é mais eficaz para diminuir a tensão arterial?


Está estudado e definido que a redução efetiva da pressão arterial pode ser atingida com exercícios
aeróbios de intensidade moderada realizados 3 a 5 vezes por semana e com sessões de 20 a 60 minutos.

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- Diabetes
Diabetes diminui a capacidade do organismo de queimar o material energético ou glicose que ele
retira dos alimentos para energia. A glicose é transportada pelo sangue para as células do corpo, mas, as
células necessitam de insulina, que é produzida no pâncreas, para permitir que a glicose se mova para o
seu interior. Sem insulina a glicose se acumula no sangue e é eliminada pela urina por meio dos rins.
Algumas vezes isso ocorre porque as células que produzem a insulina (células beta) são na maioria ou
completamente destruídas pelo sistema imunológico do organismo. Então o paciente passa a necessitar de
injecções de insulina para sobreviver e é diagnosticado como portador de diabetes melito insulino-
dependente, também designado diabetes tipo 1. Outras vezes, as células beta dos pacientes produzem
insulina, mas, os seus tecidos não são suficientemente sensíveis à hormona e utilizam-na de forma ineficaz,
sendo o paciente diagnosticado como diabético tipo 2 ou não insulino-dependente.
De acordo com alguns estudos, o diabetes insulino-dependente e o não insulino-dependente
possuem causas diferentes, ainda que dois fatores sejam importantes em ambos: primeiro deve ser
herdada uma predisposição à doença e segundo, algo no meio ambiente deve desencadear o diabetes.
O tratamento para qualquer tipo de diabetes procura obter o que o corpo humano normalmente
realiza: manter o equilíbrio adequado entre a glicose e a insulina. A alimentação faz com que a glicemia
aumente, enquanto que a insulina e o exercício fazem com que ela diminua. A solução poderá passar por
manipular estes três fatores para manter os níveis de glicose dentro dos níveis expectáveis.

Como o exercício afeta os níveis de insulina e de glicemia?


Para manter um nível de glicemia durante o exercício, a concentração de insulina cai em resposta
ao efeito “insulina-like” da contração muscular. Por isso, o trabalho muscular pode consumir glicose mesmo
que pouca insulina esteja presente. Uma outra hormona do pâncreas, o glucagon, estimula o fígado a
libertar a glicose para fornecer combustível para os músculos.

Qual o valor do exercício realizado regularmente para a pessoa com diabetes do tipo 1?
Embora o exercício regular realizado por pacientes com diabetes tipo 1 acarrete solicitações
diminutas de insulina, o controlo global da glicose não é melhorado. Entretanto, existem muitos outros
benefícios potenciais dos exercícios regulares, incluindo um melhor controlo dos fatores de risco de doença
cardiovascular, melhoria da aptidão física e elevação do bem-estar psicológico.

Existem riscos potenciais para uma pessoa com diabetes tipo 1 que inicia um programa de exercício físico?
O exercício físico não é isento de riscos para os pacientes com diabetes tipo 1. O principal risco é a
diminuição da glicemia, mas alguns diabéticos insulino-dependentes com níveis iniciais elevados de
glicemia podem aumentá-los ainda mais com o exercício. Também é possível que as complicações
diabéticas possam ser pioradas se o paciente não tomar as devidas percauções. Deste modo o paciente
deve ser alvo de um plano adaptado às suas características.

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Um individuo pode participar em desporto de competição sendo diabético insulino-dependente?
Com o apoio médico e educação, as crianças, adolescentes e adultos com diabetes tipo 1 podem se
desenvolver em termos desportivos. Deve ser dado um acompanhamento especial na monitorização da
glicemia no contexto de um programa cuidadosamente planeado e regular de medicação, treino e
alimentação.

O que o exercício acarreta em pessoas com diabetes não insulino-dependente (tipo 2)?
Para a maioria dos indivíduos com diabetes tipo 2, o exercício regular melhora o controlo da
glicemia, reduz certos fatores de risco da doença cardíaca, melhora o bem-estar psicológico e promove a
redução de peso.

Existe um programa de exercícios “adequado” para pessoas com diabetes?


As recomendações de exercícios para as pessoas com diabetes são similares àquelas para os
indivíduos saudáveis.

- Obesidade
Em Portugal, quase metade da população apresenta excesso de peso e perto de um milhão de
adultos sofre de obesidade.
Estes números preocupantes estão, entre outras causas, ligados a hábitos de vida mais
sedentários e à transformação dos hábitos alimentares, ocorrida ao longo das últimas décadas, que tem
favorecido o consumo de cereais refinados, açúcares e gorduras saturadas, em detrimento da tradicional
alimentação mediterrânica, rica em cereais integrais, peixe, vegetais, fruta e azeite.
Considerada, entretanto, pela Organização Mundial da Saúde como uma epidemia, a obesidade
afecta a longevidade e a qualidade de vida. Por favorecerem doenças como a diabetes mellitus tipo II, a
hipertensão arterial ou a dislipidemia, o excesso de peso e a obesidade levam a um importante aumento do
risco cardiovascular. Estima-se, por exemplo, que a hipertensão seja 2,5 vezes mais frequente nos
indivíduos obesos que em pessoas com peso normal.
A obesidade ocorre quando o número de calorias ingerido é superior ao gasto: quando tal sucede,
as calorias são armazenadas no organismo sob a forma de massa gorda, podendo vir a afectar toda a
saúde.

Medidas para prevenir e combater a obesidade

A regra essencial é manter o gasto calórico do corpo igual ou superior à quantidade de calorias
ingeridas.
1. Siga as proporções recomendadas pela Roda dos Alimentos
Pratique uma dieta equilibrada e variada, rica em legumes, cereais integrais, fruta e peixe. Reduza
os alimentos com açúcar e as gorduras saturadas, presentes sobretudo nas gorduras processadas
industrialmente (hidrogenadas), carnes vermelhas, manteiga, e lacticínios gordos.

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2. Aprenda a conhecer os alimentos e os nutrimentos
Quando ingere um alimento, procure saber que tipo de nutrientes está a fornecer ao seu organismo.
Não precisa de transformar-se num “conta-calorias”, mas é importante ter a noção de que certos alimentos
são mais calóricos do que outros.
Aprenda sobretudo a detectar as calorias escondidas nos alimentos pré-cozinhados ou processados
industrialmente(muitas vezes sob a forma de gorduras invisíveis).

3. Coma cada 3 a 4 horas


Comendo várias vezes ao dia não tem demasiada fome quando chega à refeição seguinte. Coma
porções suficientes para se sentir saciado. Use o seguinte truque: comece as refeições principais com uma
sopa de legumes, sem batata. Para além de conter água, muitas vitaminas e sais minerais, ajuda a saciar a
sensação de fome. Isto evita a ansiedade que certas dietas de emagrecimento podem causar.

4. Mantenha uma actividade física regular


Escolha uma actividade que lhe dê prazer e inclua-a na sua rotina, de preferência diária. A
regularidade é importante. Sempre que possível, ande a pé nas suas deslocações e privilegie o contacto
com a natureza com pequenos passeios ou caminhadas ao ar livre.

5. Emagrecer e manter um peso saudável


Muitas pessoas conseguem perder peso em tempo recorde. No entanto, o mais comum é que estas
“dietas relâmpago” resultem, pouco tempo depois, no inverso: a recuperação do peso, acompanhada,
frequentemente, de um aumento superior ao peso original.
Se tem excesso de peso, procure ser acompanhado por um médico ou nutricionista e estabeleça
metas razoáveis para a sua dieta .Tão importante como emagrecer é manter um peso saudável ao longo do
tempo.

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Obesidade e IMC

O índice de massa corporal (IMC) permite classificar o grau de obesidade de uma pessoa. Calcula-
se dividindo o peso (em Kg) pela altura elevada ao quadrado (em metros).
Segundo a OMS, o excesso de peso corresponde a um IMC entre 25 e 30 e a obesidade surge
quando o IMC é igual ou superior a 30.
IMC = Peso (Kg)/ Altura 2 (m)

Classificação IMC (Kg/m2)


Baixo peso < 18.5
Variação normal 18.5 – 24.9
Pré-obesidade 25.0 – 29.9
Obesidade Classe I 30.0 – 34.9
Obesidade Classe II 35.0 – 39.9
Obesidade Classe III ≥ 40.0
Fundação Portuguesa de Cardiologia – Fatores de risco

Obesidade infantil
As estatísticas mostram que, a nível nacional, 31,5% das crianças entre os 9 e os 16 anos são
obesas ou sofrem de excesso de peso. A alimentação incorrecta e a escassa prática de actividade física
são a base desta situação, favorecendo na população infantil uma predisposição para um conjunto de
doenças, como a diabetes e as alterações do foro cardiovascular, em idade adulta.
Se não se contrariar esta tendência, a esperança média de vida destas crianças vai ser mais curta
do que aquela que a geração dos pais tem neste momento.

- Osteoporose
A Osteoporose é uma doença que enfraquece os ossos e que se desenvolve gradualmente e os
torna tão frágeis que podem fraturar-se em condições normais. A osteoporose, por vezes, denominada
doença do osso frágil, e tem origem do termo latino que significa “osso poroso”. As zonas do corpo mais
afetadas são, normalmente, a coluna vertebral, a cintura pélvica e os antebraços.
A osteoporose é uma “doença silenciosa” que vai progredindo sem dar sinais visíveis, por vezes,
durante décadas, até que ocorra uma fratura. Frequentemente essas fraturas são consequência de
pequenas quedas ou de um pequeno impacto que normalmente não a causariam. As pessoas podem
apresentar uma diminuição da estatura por causa do colapso de uma vértebra (denominada de “corcunda
de viúva”) se se aperceberem que apresentam osteoporose.
Após entrar na menopausa um terço das mulheres apresenta osteoporose.
O osso não é uma estrutura dura e inerte, mas, um tecido vivo complexo que fornece suporte
estrutural para os músculos, protege os órgão vitais e armazena cálcio, essencial para a força e densidade

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óssea. Os ossos vivos e dinâmicos do corpo renovam-se durante a vida por via de um processo de
degradação-produção.
Durante a puberdade, ocorrem aumentos rápidos do crescimento e de densidade óssea, com o pico
de densidade óssea a ser atingido entre os 20 e os 30 anos de idade. Após atingir o pico de densidade
óssea a dinâmica do funcionamento do osso permanece em equilíbrio até aproximadamente aos 45-50
anos. A partir dessa idade os adultos começam a perder paulatinamente massa óssea. Na menopausa, as
mulheres normalmente apresentam uma perda acelerada de massa óssea mineral durante vários anos à
medida que perdem o efeito protector dos estrogénios.
As melhores estratégias para a prevenção da osteoporose são a formação de ossos fortes,
especialmente antes dos 35 anos de idade e a redução da perda óssea nos anos posteriores.
Vários factores de risco revelam aqueles que devem estar mais envolvidos na prevenção da
osteoporose:
- Idade
- Sexo
- Raça
- Estrutura óssea e peso corporal
- Menopausa/história menstrual
- Estilo de vida
- Medicação
- História familiar

Não existe cura para a osteoporose, mas, os especialistas recomendam vários passos para atenuar
a sua progressão: dieta, estrogénios e outros medicamentos e a prática regular de exercício físico.

Qual a melhor atividade desportiva para ajudar a reduzir o risco de apresentar osteoporose?
Muitos estudos demonstram que os atletas possuem maior densidade óssea do que a população
sedentária. Atividades como os desportos de equipas, corrida e desportos de raquete, nas quais o peso é
suportado pelos pés e pelas pernas durante os movimentos enérgicos, são mais eficazes na manutenção
da densidade dos ossos da perna e da coluna do que as atividades sem suporte de peso como o ciclismo e
a natação.

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EXERCÍCIO, DESENVOLVIMENTO E ENVELHECIMENTO

Influência da idade na aptidão aeróbia: algumas evidências apontam no sentido de que uma
percentagem significativa da deterioração atribuída à idade pode ser explicada pela tendência das pessoas
se exercitarem menos à medida que envelhecem. Contudo, também há evidências que indicam que existe
uma tendência para a diminuição de algumas capacidades ao longo da vida. O VO2max, normalmente,
diminui 8-10 por cento por cada década após os 25 anos de idade. A força muscular é bem preservada até
aproximadamente aos 45 anos de idade, mas, posteriormente, deteriora cerca de 5 a 10 por cento por
década.
Em qualquer idade, os indivíduos que se exercitem de forma vigorosa podem ser mais bem
treinados que os sedentários, mas, por causa do processo de envelhecimento, menos treinados do que as
pessoas jovens que se exercitam.

- Principais capacidades, necessidades e objetivos das populações nas fases especiais da vida:
crianças jovens e idosos
A maioria dos especialistas acredita que as crianças e os jovens necessitam de atividade física
diária para se manterem treinados e saudáveis. Contudo, tem sido observado que quando as crianças
participam em atividades físicas, elas misturam episódios curtos de atvidade intensa com atividades fáceis e
moderadas. As crianças frequentemente acham difícil realizar exercícios num ritmo constante por 20
minutos ou mais e preferem participarem jogos e atividades desportivas que sejam mais do tipo intermitente.

Para as crianças os pais e professores são aconselhados a apresentar atividades sobre a forma de
jogos e desportos simples. O prazer tem sido uma das principais razões pelas quais as crianças participam
em atividades físicas.
As crianças necessitam de brincadeiras ativas, bons programas de educação física e envolvimento
dos pais como fatores estimulantes de um estilo de vida ativo. Como forma de manter e de tornar os nossos
jovens ativos as escolas podem ser aconselhadas a adoptar certas medidas como:
- proporcionar atividades nos intervalos (exemplo: saltar à corda);
- não adoptar como medida sancionatória a suspensão da presença em eventos desportivos
(exemplo: torneios escolares e desporto escolar);
- enfatizar áreas como dança e caminhada para encorajar hábitos que perdurem para toda a vida;
- incentivar os pais para se manterem fisicamente ativos juntamente com os seus filhos.

Para os jovens os programas de atividades físicas, possivelmente são mais eficazes quando:
- enfatizam a participação como fonte de prazer em atividades que são facilmente realizáveis
durante toda a vida;
- oferecem uma variedade de atividades não competitivas e competitivas adequadas para idades e
habilidades diferentes;
- fornecem aos jovens habilidades e a confiança necessária para que eles se mantenham
fisicamente ativos;

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- promovem a atividade física por meio de um programa de saúde escolar com ligações com a
comunidade.

As crianças e os jovens respondem aos programas de exercícios aeróbios da mesma maneira que
os adultos?
Antes de atingirem a maturidade, as crianças e os jovens podem aumentar a aptidão aeróbia em
resposta à prática de exercícios, mas, num menor grau do que os adultos.

É seguro que as crianças e os jovens pratiquem levantamento de pesos?


Sim, mas, antes que a maturidade física seja atingida o treino com pesos deve ser moderado e
supervisionado visando essencialmente a aquisição da técnica dos exercícios e utilizando cargas
correspondentes à composição corporal de cada individuo.

A atividade física regular auxilia as crianças e os jovens a evitar a obesidade?


A obesidade nas crianças e nos jovens tem sido associada com a inatividade física.

As crianças que praticam exercícios apresentam menor risco de adoecer?


Embora muitos outros fatores do estilo de vida estejam envolvidos, parece que a atividade física
regular auxilia a manter alguns fatores de risco sob controlo, especialmente em crianças que apresentam
maior necessidade de melhoria.

Estudos realizados para a população dos Estados Unidos da América indicam que
aproximadamente 85 por cento das pessoas idosas apresentam uma ou mais doenças ou problemas de
saúde.
Os problemas de saúde que ocorrem com mais frequência entre as pessoas idosas são:
- artrite;
- hipertensão arterial;
- doenças cardíacas;
- problemas auditivos;
- problemas ortopédicos;
- cataratas;
- diabetes;
- problemas visuais;
O processo de envelhecimento varia bastante entre as pessoas e é influenciado tanto pelo estilo de
vida como por fatores genéticos. Exercícios, dieta, tabagismo e outros hábitos possuem um grande efeito
tanto sobre a melhoria da extensão quanto da qualidade de vida.
Um estudo norte americano demonstrou uma diferença drástica nas taxas de morte entre os
indivíduos que seguiam sete hábitos saudáveis simples (nunca fumar, ingestão moderada de álcool, tomar
pequeno-almoço, não petiscar, dormir sete a oito horas por noite, exercitar-se regularmente e manter o peso
ideal) e aqueles que não o seguiam.

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De acordo com muitos gerontologistas, um ingrediente fundamental para um envelhecimento
saudável é a atividade física regular. De todos os grupos etários, as pessoas idosas são as mais
beneficiadas pela atividade. O risco de muitas doenças e problemas de saúde comuns na velhice diminui
com a atividade física regular.
O exercício regular também pode diminuir a gordura corporal e aumentar a força muscular, assim
como melhorar a aptidão aeróbia. As pessoas idosas treinadas fisicamente podem cuidar de si de forma
mais adequada e envolver-se nas atividades comuns da vida. As pessoas idosas que se exercitam relatam
que dormem melhor, são menos vulneráveis às doenças virais e possuem melhor qualidade de vida do que
as sedentárias.

O exercício é tão eficaz para manter o idoso em forma como o é para as pessoas mais jovens?
Sim, mas é necessário que seja dada uma maior atenção à dieta e à prática habitual de exercícios.

Um programa de treino com pesos auxilia as pessoas mais velhas a ganhar força?
Sim, estudos mostram que nunca é muito tarde para aumentar a força e a massa muscular pelo
treino com pesos e as pessoas idosas que o realizam melhoram bastante a função muscular e a qualidade
de vida. No entanto, para manter a força e a massa muscular próximas dos níveis do adulto jovem é
necessário a prática de exercícios de resistência para todo o corpo durante toda a vida.

O treino aeróbio melhora a condição cardíaca e pulmonar mesmo nos idosos?


A aptidão aeróbia diminui cerca de 8 a 10 por cento por década durante a vida adulta. O treino
aeróbio regular pode auxiliar as pessoas de todas as idades a atingirem níveis de aptidão aeróbia iguais aos
das pessoas não-treinadas muito mais jovens do que elas.

Existem orientações específicas para os programas de exercícios aeróbios para pessoas idosas?
Os mesmos programas básicos de exercícios aeróbios feitos para adultos jovens podem ser
aplicados para pessoas idosas. No entanto, para evitar lesões, as pessoas idosas que iniciam um programa
de exercícios devem ser aconselhadas a progredir mais lenta e com maior precaução.

Pessoas ativas vivem mais tempo?


Sim, quase todos os estudos demonstram que as taxas de morte para todas as causa combinadas
são inferiores nas pessoas fisicamente ativas e treinadas quando comparadas às das que praticamente
evitam qualquer exercício.

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EXERCÍCIO COMO FATOR DE INTERVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA

Do ponto de vista da saúde pública, fazer com que a maioria da população fisicamente inativa se
torne moderadamente ativa levará a grandes ganhos na saúde.
Para evitar os problemas de saúde da vida sedentária, alguns especialistas aconselham que todo o
adulto realize 30 minutos ou mais de atividade física de intensidade moderada (não necessariamente de
uma só vez) quase todos os dias da semana. Enquanto que o exercício aeróbio é mais importante para os
benefícios da saúde, a manutenção do tonus muscular e da força muscular melhora a qualidade de vida e a
capacidade de realizar as tarefas rotineiras, especialmente na velhice. Outros especialistas sugerem que
seja necessário um mínimo de 60 minutos diários de atividade física, não necessariamente vigorosa ou
realizada de uma só vez, combinados com pelo menos duas ou três sessões de 30 minutos de exercício
vigorosos por semana.

Benefícios da atividade física regular para a Saúde


Através da análise de vários estudos é possível concluir que a atividade física regular melhora a
saúde da seguintes formas:
- Reduz o risco de morte prematura (aumenta a esperança média de vida);
- Reduz o risco de morte por doenças cardíacas;
- Reduz o risco de desenvolvimento de diabetes;
- Auxilia na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial;
- Reduz o risco do desenvolvimento do cancro do cólon.
- Reduz os sentimentos de depressão e de ansiedade, enquanto melhora o humor e auto-estima;
- Auxilia o controlo do peso;
- Auxilia na construção e manutenção de ossos e músculos saudáveis e melhora a aptidão cardíaca
e pulmonar;
- Melhora a qualidade de vida dos adultos mais velhos, de pacientes doentes e de pessoas de todas
as idades.
A nível político seria importante que fossem tomadas medidas que facilitassem a inclusão da
atividade física na rotina quotidiana das pessoas. Entre essas recomendações podemos encontrar os
seguintes exemplos:
- Solicitar a criação de mais parques e locais de exercícios, de maneira a que o acesso seja mais
conveniente para todos;
- Barrar o acesso de automóveis nos centros das cidades e criar vias para pedestres, trilhos para
caminhadas e para corrida e ciclo vias que encorajem as pessoas caminhas, correr ou andar de bicicleta;
- Solicitar programas de atividade física que sejam prontamente disponíveis para todas as escolas,
locais de trabalho, centros comunitários e parques;
- Aprovar legislações fiscais que encorajem produtos e serviços que promovam a atividade física.

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PROGRAMAS DE EXERCÍCIO PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA

-
Deficiência em Portugal

Direito à prática desportiva para as pessoas portadoras de deficiência está salvaguardado, tanto a nível
nacional como a nível internacional em documentos como:
- Declaração Universal dos Direitos do Homem
- Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes
- Declaração de Salamanca
- Declaração de Madrid
- Constituição da República Portuguesa

Declaração Universal dos Direitos do Homem


Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes


Parágrafo 3º
As pessoas com deficiência têm o direito inalienável ao respeito pela sua dignidade humana. As
pessoas com deficiência, qualquer que seja a origem, natureza e gravidade de suas deficiências, têm os
mesmos direitos fundamentais que seus concidadãos da mesma idade, o que implica, antes de tudo, o
direito de desfrutar de uma vida decente, tão normal e plena quanto possível.

Constituição da República Portuguesa


Artigo 71.º
(Cidadãos portadores de deficiência)
1.Os cidadãos portadores de deficiência física ou mental gozam plenamente dos direitos e estão
sujeitos aos deveres consignados na Constituição, com ressalva do exercício ou do cumprimento daqueles
para os quais se encontrem incapacitados.
2. O Estado obriga-se a realizar uma política nacional de prevenção e de tratamento, reabilitação e
integração dos cidadãos portadores de deficiência e de apoio às suas famílias, a desenvolver uma
pedagogia que sensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles e a
assumir o encargo da efectiva realização dos seus direitos, sem prejuízo dos direitos e deveres dos pais ou
tutores.

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Desporto para Todos

Em Portugal, está reconhecida a igualdade de oportunidades, participação e acesso à Cultura, Desporto


e Lazer:
- Constituição da República Portuguesa
- Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto
- Regime jurídico da prevenção, habilitação, reabilitação e participação da pessoa com deficiência Lei
n.º38/2004

Constituição da República Portuguesa


Artigo 79.º
(Cultura física e desporto)
1. Todos têm direito à cultura física e ao desporto.

Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto


Artigo 29.º
Pessoas com Deficiência
A actividade física e a prática desportiva por parte das pessoas com deficiência é promovida e
fomentada pelo Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais com as ajudas técnicas adequadas,
adaptada às respectivas especificidades, tendo em vista a plena integração e participação sociais, em
igualdade de oportunidades com os demais cidadãos.

Regime jurídico da prevenção, habilitação, reabilitação e participação da pessoa com deficiência


Lei n.º38/2004
Artigo 38.º
Direito à Prática do Desporto e Tempos Livres
Compete ao Estado adoptar medidas específicas necessárias para assegurar o acesso da pessoa
com deficiência à prática do desporto e à fruição dos tempos livres, mediante, nomeadamente, a criação de
estruturas adequadas e formas de apoio social.
Artigo 39.º
Alta Competição
Compete ao Estado adoptar medidas específicas necessárias para assegurar a prática do desporto
de alta competição pela pessoa com deficiência, mediante, nomeadamente, a criação de estruturas
adequadas e formas de apoio social.

Ano letivo de 2017/2018 17


Desporto Adaptado

“A organização da prática desportiva revela-se um instrumento privilegiado de intervenção


com portadores de deficiência. O universo do desporto subdivide-se em várias vertentes, nomeadamente,
educativa, recreativa, terapêutica e competitiva, todas elas aplicáveis às populações especiais, e também
todas elas promotoras de integração social.”
“O desporto tem o mérito de dar visibilidade às capacidades dos indivíduos, e não às suas
dificuldades, pois ninguém pratica uma atividade desportiva e recreativa em que não tenha oportunidade de
colocar em evidência as suas capacidades.”

Valor do Desporto e da Actividade Física na Pessoa com Deficiência

Contribui também para o desenvolvimento social, nomeadamente:


- Através do esclarecimento do público acerca da situação particular dos grupos de deficiência,
acerca das suas experiências, comportamento, atuação e das suas reais capacidades;
- Permitindo construir uma melhor camaradagem entre deficientes e não deficientes;
- Promovendo a integração social de portadores de deficiência através da realização de provas com
pessoas com deficiência em eventos para pessoas sem deficiência;
- Os desportistas com deficiência funcionam como modelo de superação dos próprios limites para
outros elementos com deficiência, permitindo que estes possam encontrar soluções para as suas
próprias barreiras à integração e participação na sociedade;
- Despertando um maior interesse da comunidade científica para o estudo das deficiências,
sobretudo no que diz respeito às áreas científicas que estudam o comportamento. A partir daí, a
intervenção com esta população terá uma mais-valia no que diz respeito à qualidade desta;
- Promovendo o desenvolvimento de soluções técnicas e de materiais cada vez mais adaptados, que
permitam a atenuação das desvantagens provocadas pelas deficiências.

A nível do próprio indivíduo, poderá contribuir para:


- O desenvolvimento da condição física (aumento da força, da resistência, da velocidade, da
flexibilidade);
- O psicomotor (melhoria no controlo postural, na coordenação motora, no equilíbrio, no
conhecimento do corpo e das suas reais potencialidades quer psicomotoras, quer físicas);
- A estimulação de centros nervosos e de estruturas anatómicas lesadas, que poderá acelerar o
processo terapêutico;
- Potenciar o desenvolvimento cognitivo;
- Potenciar um aumento do autoconceito;
- Potenciar um aumento da comunicação;
- Potenciar a prevenção de estados depressivos e de ansiedade;
- Potenciar a redução da irritabilidade e da agressividade;

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- A produção de uma sensação de bem-estar e equilíbrio;
- Ajudar no desenvolvimento intelectual, sobretudo nas idades mais tenras;
- Potenciar a integração social e a qualidade de vida.

(Instituto Português do Desporto e Juventude - http://www.idesporto.pt/conteudo.aspx?id=27)

Necessidades Educativas Especiais

Estruturas Organizativas do Desporto Adaptado

FPDD – Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência


- ANDDVIS – Associação Nacional de Desporto para Deficientes Visuais;
- ANDDI - Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual;
- ANDDEMOT - Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Motora;
- LPDS – Liga Portuguesa de Desporto para Surdos;
- PC –AND – Paralisia Cerebral Associação Nacional de Desporto;

CPP – Comité Paralímpico Português

Num primeiro nível encontramos a FPDD – Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com
Deficiência englobando o trabalho com as Associações Nacionais de Desporto por Área de Deficiência
(ANDDVIS; ANDDI; ANDDEMOT; LPDS; PC –AND ) articulando com os Núcleos/Clubes/Delegações.
No nível seguinte o trabalho desenvolvido pelo CPP – Comité Paralímpico Português em conjunto com
as Federações de Modalidades em articulação com a FPDD.

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Tipos de programas de exercício para populações portadoras de deficiência

Promover desporto para pessoas com deficiência exige do treinador a capacidade de se adaptar:
- Adaptações físicas dos locais para a prática desportiva;
- Adaptações nos modelos de treino;
- Adaptações sociais e sensibilização do grupo para com os atletas;
- Adaptações aos diferentes tipos de deficiência de acordo com as características específicas da
modalidade.
Ajudas Técnicas
Determinados tipos de deficiência necessitam de ajudas técnicas para permitir ao atleta desenvolver
a sua prática desportiva. Indivíduos com paralisia cerebral ou com deficiência motora podem beneficiar da
utilização de equipamentos como cadeiras de rodas ou prótese adaptas à sua realidade.

Noções de Elegibilidade e Classificação


Para se poder determinar que cada atleta reúne as características que lhe permitem participar numa
competição definida para uma população específica é necessário que este atleta passe por um processo de
Classificação de modo a se comprovar que este reúne as condições para poder competir (por exemplo:
para uma atleta poder competir numa competição para atletas cegos ou com baixa visão é necessário que
este realize uma bateria de testes oftalmológicos para avaliar a sua percentagem de visão.

Diversidade das populações no âmbito do Desporto Adaptado

- As estatísticas indicam que a percentagem da população com deficiência é de 10%.


- As Necessidades Educativas Especiais podem ser classificadas de diferentes formas:

DEFICIÊNCIA VISUAL

Dificuldades passíveis de acontecer junto desta população:


- Demonstração visual;
- Fraco conhecimento proprioceptivo;
- Grandes dificuldades em termos de expressão corporal;
- Postura pobre.
-
Estratégias:
- Sala bem iluminada;
- Instruções precisas e específicas (verbalização das ações);
- Familiarização prévia com os espaços e com os materiais.

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DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Dificuldades passíveis de acontecer junto desta população:


- Comunicação;
- Socialização dos atletas;

Estratégias:
- Maximizar a capacidade auditiva residual, caso ela ainda exista;
- Trabalho de pares com colegas que tenham audição normal;
- Utilizar sinais visuais;
- Aprender um pouco de Linguagem Gestual Portuguesa;
- Recorrer à utilização de esquemas explicativos;

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Dificuldades passíveis de acontecer junto desta população:


- Transtorno na relação social;
- Funcionamento intelectual abaixo da média;
- Perturbação da comunicação (compreensão da linguagem e expressão);
- Dificuldades de locomoção.
-
Estratégias:
- Explicação simples
- Demonstração para repetição
- Tarefas pouco complexas
- Exigência de períodos de atenção mais curtos.

Exemplos de modalidades no âmbito do Desporto Adaptado


- Boccia
- Goal Ball
- Basquetebol em cadeira de rodas
- Judo Paralímpico
- Judo Surdolímpico
- Voleibol sentado
- Rugby Sentado

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BIBLIOGRAFIA

-Batista, R., Rêgo, L. & Azevedo, A. (2017). Em Movimento (Vol.1) 10º/11º/12º. Asa.
- Nieman, D. (1999). Exercício e Saúde – Como se prevenir de doenças usando o exercício como seu
medicamento. Manole.
- Documentos de Apoio “O treino em judocas portadores de deficiência na etapa do alto rendimento”
Jerónimo Ferreira e Fernando Seabra, Curso de Treinadores de Judo Grau III, 2016.
- Documentos de Apoio da disciplina “Ensino Integrado em Educação Física” do Curso de Ciências do
Desporto e Educação Física da FCDEF-UC.

NETGRAFIA

-. http://www.fpcardiologia.pt/saude-do-coracao/factores-de-risco/obesidade/
- Declaração Universal dos Direitos do Homem
http://www.fpce.up.pt/sae/pdfs/Decl_Univ_Direitos_Homem.pdf [pesquisa efetuada em 10/11/2017]
- Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes - http://www.esscvp.eu/wordpress/wp-
content/uploads/2015/06/DeclaradosDireitosdasPessoasDeficientes.pdf [pesquisa efetuada em 10/11/2017]
- Constituição da República Portuguesa - http://www.parlamento.pt/legislacao/documents/constpt2005.pdf
[pesquisa efetuada em 10/11/2017]
- Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto - http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/Lei_5_2007.pdf
[pesquisa efetuada em 10/11/2017]
- Regime jurídico da prevenção, habilitação, reabilitação e participação da pessoa com deficiência Lei
n.º38/2004 - http://www.inr.pt/bibliopac/diplomas/lei_38_2004.htm [pesquisa efetuada em 10/11/2017]

Prof. Hugo Ângelo

Ano letivo de 2017/2018 22

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