Você está na página 1de 106

CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO

Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Professor Henrique Nunes


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Escalada 3
Equipamento Proteção Individual 19
Dar Segurança 44
Nós fundamentais 76
Técnicas de Escalada 85
Referências 105
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

UFCD 9450 – Escalada e Manobras de Corda

TIPOS DE ESCALADA

Professor Henrique Nunes


UFCD 9450
-
Adaptação de uma apresentação de Céu Sardinha
https://drive.google.com/file/d/1icm3k0-9btXQlVGV_nPwbwUMilT-6yUY/view?usp=sharing
O que é a ESCALADA?

Atividade física de ascensão a uma superfície vertical natural


(rocha, gelo) ou artificial (EAE, edifício, etc.), sendo possível
utilizar ou não, materiais que facilitem a deslocação do
escalador, bem como equipamento de segurança.
Como nasce a ESCALADA?

• Da necessidade de fugir a predadores refugiando-se em árvores


e zonas altas
• Alguns registos curiosos de presença de antepassados em locais
que pressupõem escaladas exigentes:
• sacrifício de jovens nos Andes
• “enterro” de corpos em falésias
• migrações e utensílios de caça
• Primeiras explorações montanhosas significativas nos Alpes, no
sec. XVIII
• Desde o nascimento que o “trepar” é um instinto natural.
• Ascensões cada vez mais exigentes, com intuito cada vez mais
desportivo
Como evoluiu?

• Ascensões de cada vez maior dificuldade, por itinerários


rochosos e íngremes
• Desenvolvimento de técnicas de segurança
• Surge uma corrente de escalada livre - free climbing -
dificuldade
• Divisão em duas vertentes: escalada clássica v.s. desportiva
• Desportiva:
• dificuldade, poder atlético
• segurança controlada ao máximo
• itinerários curtos
• comodidade, competição, estruturas artificiais
Tipos de ESCALADA

- Escalada Clássica
- Escalada Desportiva
- Escalada no gelo
- Escalada em Bloco
- Escalada Artificial
- Escalada em Solo
Integral
- Dry-Tooling
- Escalada Urbana
(Building)
Que disciplinas originaram?

Falésia
Bloco (boulder)
Estruturas
Desportiva Artificiais Grandes vias de
dificuldade
Competição
Solo Integral

Escalada
Big Wall Escalada Urbana
(buildering)
Gelo
Clássica Terreno Misto
Solitário Dry Tooling
Tipos de Escalada:

Escalada Clássica
Escalada de itinerários geralmente estabelecidos,
mas que não se encontram providos de pontos
intermédios de proteção, sendo necessário a
colocação de proteções móveis (friends e
entaladores) que garantem a segurança do
escalador em caso de queda. Nesta modalidade da
escalada aliam-se a dificuldade do itinerário à
tarefa da colocação do material de proteção,
sendo uma escalada exigente a nível físico e
Tipos de Escalada:

Escalada Desportiva
Escalada de itinerários previamente equipados
com pontos intermédios de proteção, que
garantem a segurança do escalador em caso de
queda. Nesta disciplina da escalada procuram-se
minimizar ao máximo os risco inerentes à sua
prática, de forma a que a atenção do escalador se
concentre na realização de todos os movimentos
necessários para atingir o topo da via de forma
livre, sem recurso a ajuda artificial. Realiza-se
Tipos de Escalada:

Escalada em Bloco
Escalada de problemas criados em pequenos
blocos de rocha ou em EAE. Nesta disciplina da
escalada, a queda ao solo é protegida pela
utilização de colchões de quedas combinada com
a assistência de um assegurador (spotter).
Procura-se subir pequenos itinerários (ou
problemas) que obrigam a utilizar uma técnica
muito apurada bem como força e potência para se
conseguir encadear o problema. Surgiu como uma
Tipos de Escalada:

Escalada em Big Wall


Escalada de itinerários, em clássica ou
artificial, que demoram 2 ou mais dias a
concretizar, obrigando à pernoita em parede.
Este tipo de escalada ocorre normalmente em
paredes com 500 ou mais metros de altura.
Ultimamente temos assistido à realização de
Speed Climbing, que consiste na realização de
vias de Big Wall num só dia ou mesmo em
poucas horas.
Tipos - quanto à maneira como
garantimos a segurança

Livre: consiste em subir um itinerário de escalada sem recorrer a


equipamentos para progredirmos, servindo estes para
garantir a nossa segurança em caso de queda (excetuando os pés
de gato e o magnésio). A subida é levada a cabo por uma
combinação de força, destreza e técnica corporal.
Tipos - quanto à maneira como
garantimos a segurança

Artificial: Escalada de itinerários que não são possíveis de


realizar de forma livre, sendo necessário recorrer a equipamento e
técnicas específicas de progressão. Aqui o equipamento móvel
utilizado serve sobretudo para a progressão do escalador, não
garantido por vezes a sua segurança em caso de queda.
Tipos - quanto à maneira como
garantimos a segurança

Solitário: consiste em escalar em livre ou artificial uma via


sozinho, recorrendo a equipamento de proteção para garantir a
própria segurança em caso de queda, dispensando assim a
presença de um companheiro de cordada.
Tipos - quanto à maneira como
garantimos a segurança

Em estruturas Artificiais:

A escalada desportiva em Estruturas


Artificiais (EA) deriva da escalada
desportiva em rocha. As EA permitem
criar um “meio semelhante” à escalada em
rocha, podendo-se recriar a escalada de
bloco (junto ao solo, sem subir mais de 4
metros e sem recurso a cordas) e a
escalada desportiva (com recurso a corda
Tipos - quanto à maneira como
garantimos a segurança

As principais razões
para o surgimento das
EA foram:
• Necessidade de praticar a
escalada regularmente
durante a semana e mais
perto das cidades
• Necessidade de praticar a escalada em dias de intempérie
(indoor)

• Necessidade de realizar um treino mais específico para ajudar a


estabelecer novos itinerários cada vez mais difíceis.

• Realização de competições.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

UFCD 9450 – Escalada e Manobras de Corda

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Professor Henrique Nunes


Regras Gerais

• Homologação: CE ou UIAA

• Validade

• Preservação

• Utilização

• instruções e indicações do fabricante


Equipamento Proteção
Individual
Cordas de segurança
Arnês de cintura ou integral
Mosquetões ou Conectores
Cintas “Express”
Indispensável
Aparelhos de segurança (gri-gri, oito, atc, reverso,…)
Capacete
Pés de gato
Bolsa de magnésio
Complementar
Fitas/anéis
Cordeletas ou cordeletes
Corda

É o principal Equipamento de Proteção Coletiva (EPC).


Dividem-se em três grupos:
Estáticas – não permitem alongamento aquando da aplicação
de uma carga. Destinadas ao resgate.
Semi-estáticas – com uma % de alongamento reduzida.
Utilizadas na espeleologia ou canyoning.
Dinâmicas – elásticas e com alto grau de alongamento para
absorver a energia cinética associada a uma queda. Adequadas
à escalada (EN 892).
 
Cordas dinâmicas

As cordas dinâmicas dividem-se


em três tipos:
Simples – utilizadas em
cordadas simples, ou seja,
apenas um troço da corda faz
ligação ao praticante.
Duplas e Gémeas – utilizadas
aos pares, ou seja, o praticante
liga-se a dois troços da corda.
Cordas dinâmicas

O seu diâmetro é variável, mas é recomendado utilizar


cordas com diâmetros superiores a 10,2mm.
São formadas por um núcleo ou alma e por um
revestimento ou camisa.
Cordas - manuseamento

Antes de cada utilização Tomar cuidado com arestas vivas


da parede e/ou rebarbas nos
inspecionar a corda.
mosquetões e aparelhos.
Evitar pisar a corda.
Evitar descidas rápidas (rapel) que
Utilizar um saco de corda para desgastam a camisa.
a proteger e transportar. Realizar sempre um nó na ponta da
No encordoamento utilizar corda para que não escape do grigri

sempre o nó de oito (retira Respeitar tempos de vida da corda.

menos resistência à corda).


Arnês ou Baudrier

É a peça do EPI que protege diretamente o praticante contra o


risco de quedas.
Permite a união da corda ao escalador e tem uma resistência
muito elevado (1600Kg)
Fabricado em fibras de nylon e Kevlar (muito resistentes à
abrasão).
Construídos de acordo com a norma EN 12277.
Arnês ou Baudrier

Existem 4 tipos:
Integrais para adulto – A;

Integrais para criança (até 50Kg) – B;


Cintura – C;
Cintura + Peito – D.
Arnês ou Baudrier

Os do Tipo C são os mais utilizados na escalada.


Arnês ou Baudrier

Para colocar
corretamente o
arnês, primeiro
ajusta-se a seção
superior
(cintura).
Arnês ou Baudrier

Para colocar corretamente o arnês (…) e só depois a


inferior (pernas).
Conectores - Mosquetões

Servem para interligar os pontos da cadeia de segurança entre si à parede.


Construídos de acordo com a norma EN 12275.
São feitos de uma liga leve chamada ZYCRAL, que é muito resistente à
tensão mas relativamente frágil ao choque, pelo que não se devem atirar
ou deixar cair.
Têm obrigatoriamente inscrito na sua superfície as várias resistências:
Carga máxima no seu eixo maior
Carga máxima no seu eixo menor

Carga máxima com o gatilho aberto


Conectores - Mosquetões

Tipos de mosquetões:
com fecho de segurança - servem basicamente para
utilizar com aparelhos ou em situações em que, pelo
manuseamento, a corda se possa soltar do mosquetão
(ex. uma reunião com assegurador). Existem diversos
sistemas de fecho: rosca, baioneta, ball lock.
Conectores - Mosquetões

Tipos de mosquetões:
sem fecho de segurança - servem para os pontos
intermédios de segurança utilizados na escalada à frente
(express = 2 mosquetões unidos por uma fita), tendo o
gatilho reto ou curvo para facilitar a “mosquetonagem”
quando se escala à frente.
Conectores - Mosquetões

Formas dos mosquetões:


Em forma de pêra (Tipo B);

Ovais (Tipo X);

Em D (Tipo H).
Expresses

Constituídas por 2 mosquetões sem fecho de segurança


unidos por uma fita ou cinta.
Um mosquetão com gatilho reto – para colocar nas
plaquetas – e um de gatilho curvo – para passar a corda.
Normalmente utilizam-se mosquetões em forma de D.
As podem ter vários comprimentos, mas são mais usuais,
na escalada desportiva, fitas entre os 10 e os 17cm.
Equipamento Essencial

APARELHOS DE SEGURANÇA –
GRI-GRI
Auto-bloqueante, em caso de queda ele trava automaticamente
a corda

Risco de desresponsabilização do segurador

Dificuldade em dar corda na escalada à frente


Equipamento Essencial

APARELHOS DE SEGURANÇA –
GRI-GRI

MUITO IMPORTANTE: apesar


de bloquear automaticamente a
corda, o gri-gri por si só não
impede a ocorrência de
acidentes, a atenção e correto
manuseamento são
Equipamento Essencial

APARELHOS DE SEGURANÇA – OITO


(DESCENSOR)
É um mecanismo dinâmico de bloqueio em forma de 8,
pensado para a descida por cordas.

Mais versáteis e mais baratos

Atenção do segurador

Risco de queimaduras

Risco na escalada à frente


Equipamento Essencial

APARELHOS DE SEGURANÇA –
CAPACETE

Auxilia no caso do risco de queda de objetos


(mosquetões, expresses, etc.), de uma queda a escalar e
ao dar segurança. O capacete deve ser utilizado com
todas as fitas ajustadas e a calote bem colocada de
forma a que este não salte fora durante uma queda.
Equipamento Essencial

APARELHOS DE SEGURANÇA – PÉS


DE GATO
Favorecem muito o aperfeiçoamento das técnicas

Favorecem o rendimento

São caros e personalizados

Muitas formas, tamanhos e modelos


Bolsa de Magnésio

Com o esforço associado à escalada, é natural que o suor


se instale o que, obviamente, diminui a aderência às presas.
Para tal, é frequente o escalador transportar à cintura uma
bolsa com carbonato de Magnésio.
Fitas e Anéis

As fitas têm como principal objetivo realizar o contacto direto


com o ponto de ancoragem. É a eles que a corda se vai unir
através de um conector (mosquetão).
Fabricadas em nylon, apresentam duas formas: planas e
tubulares.
Podem ser adquiridas ao metro ou em anéis pré-costurados
(preferível).
Devem ter, no máximo, 26mm de largura.
Cordeletes e cordinos

Cordas estáticas ou semi-estáticas de diâmetro entre os 4 e


os 8mm.
Destinam-se a suportar esforços, mas não a absorver
energia.
Utilizadas para nós autoblocantes (Prussik e Marchard).
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

UFCD 9450 – Escalada e Manobras de Corda

DAR SEGURANÇA

Professor Henrique Nunes


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Fatores de Segurança 47
Formas de Dar Segurança 52
Escalada em “Top-Rope” 58
Escalada a Abrir 59
Colocação das Expresses 60
Manobra de Descida 62
Factor de Queda 71
Transporte da Corda 75
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

A maioria dos acidentes nas manobras de


cordas provém de descuidos, insuficiência
de conhecimentos técnicos,
desentendimentos na comunicação entre
os intervenientes e excesso de confiança.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

Comunicação Atenção

Segurança

Hetero Auto verificação


verificação EPI EPI
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

Comunicação

• Precisa e correta
• Dar corda: - mou; dá corda; fá
folga, etc.
• Puxar corda: pi, tensa, bloca,
recolhe, etc.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

• O assegurador não se pode


distrair dos movimentos do Atenção
escalador.

• 3 regras essenciais:
– Vigilância;
– Antecipação;
– Mobilidade.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

• O escalador e o assegurador
devem inspecionar o seu
equipamento, os nós e fivelas
do seu arnês antes de iniciar a
manobra.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

• O escalador e o assegurador
devem inspecionar o
equipamento, nós e fivelas do
arnês do companheiro antes
de iniciar a manobra.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

• Existem 3 formas de dar segurança:

– Bloco ou dar spot;

– Do solo, escalador à frente;

– Do solo, escalador em “Top Rope”.


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

• Bloco ou dar Spot:


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

• Em qualquer forma de dar segurança, a corda


que vem do escalador passa por um
dispositivo de bloqueio e vai à mão do
assegurador.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

• O controle da corda requer uma atenção


constante:
– Para garantir que a corda fica suficientemente
frouxa ou tensa de acordo com as necessidades do
escalador.
– Para prevenir que uma possível queda não
termine com o escalador a embater contra uma
saliência ou a própria rocha.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Dar Segurança

• Nos bloqueadores manuais (oito, nó UIAA), a


fricção é exercida pelo bloqueador e pela mão
do assegurador.

• Nos bloqueadores automáticos (ATC, gri-gri), a


fricção é exercida apenas pelo bloqueador.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Posição do Assegurador

• próxima da vertical da • na vertical do topo da


primeira expresse na via na ”escalada em
escalada a abrir. Top-Rope”.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada em Top-Rope

• O deslocamento do escalador deve ser


realizado, sempre que possível, na vertical.
• O assegurador deverá pesar, pelo menos, 2/3
do peso do escalador.
• O assegurador deverá auto-segurar-se para
evitar ser projetado para cima.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir

• O escalador, conforme • O assegurador deve


progride na parede, vai manter a corda tensa,
colocando as expresses na subida, para diminuir
nos pontos de o factor de queda que,
ancoragens fixas e nesta vertente, é maior.
passando a corda pelo
mosquetão de gatilho
curvo da expresse.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Colocação da Expresses

1. Encontrar uma posição segura e


estável para poder libertar uma mão.

2. Colocar mosquetão de gatilho reto


colocado na ancoragem fixa
(plaqueta) com o gatilho orientado
para lado oposto do escalador.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Colocação da Expresses

3. Passar a corda de dentro para fora pelo mosquetão de


gatilho curvo.

(a “corda do escalador” passa para o lado de fora do mosquetão e a


“corda do assegurador “ fica sempre do lado de dentro do mosquetão.)

Pinça de dedos Pinça de polegar


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Manobra de Descida

• Muitos dos acidentes em vias desportivas


acontecem depois de escalar, relacionando-se
com a descida (rappel).
• Encordoar-se mal, depois de passar a corda
através das proteções do top ou da reunião é
a manobra responsável pela maioria dos
acidentes.
• Deve-se controlar tudo a dobrar.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Manobra de Descida

• Atingido o topo da via, na escalada a abrir, é


necessário preparar a manobra de descida, ou
seja, é necessário passar a corda do escalador
pela reunião para que o assegurador possa
controlar o rappel do escalador.

• Isso implica uma série de passos que devem


ser realizados, com a máxima atenção,
utilizando sempre o mesmo método.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Manobra de Descida

1º Passo

• Autossegurar-se ao
topo através de uma
fita ou de uma expresse
(transportada no porta-
material)
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Manobra de Descida

2º Passo:

• Puxar cerca de 1,5m de


corda da corda ligada ao
arnês e passá-la
dobrada, pelas argolas
do topo, do lado do
assegurador para o lado
contrário.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Manobra de Descida

3º Passo:

• Dar um nó de oito em
dupla e ligar à argola do
arnês, através de um
mosquetão de seguro.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Manobra de Descida

4º Passo:

• Desatar o nó de
encordoamento
realizado no solo e
puxar a corda para a
ponta sair da reunião.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Manobra de Descida

5º Passo:

• Testar o sistema.
• Verificar tudo duas vezes e
informar o assegurador que
queres testar o sistema. (O
assegurador puxa a corda e o
escalador deve sentir tensão
na corda.)
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Manobra de Descida

6º Passo:

• Informar o assegurador
que estás pronto a
descer.
• Quando ele confirmar
que está preparado,
retirar a expresse do
auto-seguro.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Escalada a Abrir – Manobra de Descida

7º Passo:

• Iniciar a descida da via.


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Factor de Queda – Conceito

• É  a relação entre a altura de queda de um


corpo e o comprimento do equipamento que
vai suportar a energia cinética gerada pela
mesma.

• Indica a “dureza” de uma queda para o


escalador (e equipamento).
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Factor de Queda – Determinação

4m/2m 3m/2m 2m/2m 1m/2m 0m/2m


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Factor de Queda – Explicação


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Factor de Queda – Classificação


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Factor de Queda – Transporte da Corda

• É de extrema importância a maneira como levamos


a corda durante a escalada.

• Progressão vertical – corda entre as pernas.


• Progressão horizontal – corda por cima do pé ou
perna oposto ao deslocamento.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

UFCD 9450 – Escalada e Manobras de Corda

NÓS FUNDAMENTAIS

Professor Henrique Nunes


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Nó de oito simples
Nó de oito costurado ou de encordoamento
Nó de oito em dupla
Nó de pescador duplo ou nó de cotovia
Nó Prussik (autoblocante)
Nó Marchard (autoblocante)
Nó UIAA ou dinâmico
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Nó de oito simples

Este nó não é utilizado


diretamente em nenhuma
manobra ou união, mas dominá-
lo é essencial para realizar os
nós de encordoamento e de oito
em dupla.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Nó de oito costurado ou de encordoamento

É o nó recomendado
para a união do
escalador à corda.
Muito resistente;
Grande segurança;
Distribuição
homogénea de forças;
Revisão visual rápida e
fácil.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Nó de oito em dupla
É o nó utilizado na manobra de
descida depois da escalada a
abrir.
Frequentemente utilizado na
ligação do escalador à corda em
vias montadas, através de um
conector.
Difícil de desfazer quando
sujeito a tensões muito grandes.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Nó de pescador duplo ou Nó de cotovia


Não é utilizado para unir o
escalador à corda.
Permite unir as pontas de
uma corda para criar uma
cordeleta.
Importante por estar na
base dos nós
autoblocantes como o Nó
de Pursik e de Marchard.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Nó autoblocante de Prussik
Realizado com uma cordeleta a
envolver a corda.
Fornece segurança na descida
em rappel, bloqueando a
corda quando sujeito a tensão.
Substitui sistemas como o
“shunt”.
Une-se, através de um
conector, ao arnês do
escalador.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Nó autoblocante de Marchard
Realizado com uma cordeleta a
envolver a corda.
Fornece segurança adicional ao
escalador, na descida (rappel)
bloqueando a corda quando
sujeito a tensão.
Substitui sistemas como o
“shunt”.
Une-se, através de um conector,
ao arnês do escalador.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Nó UIAA ou Dinâmico
Este nó permite que a corda
deslize controladamente pelo
conector.
Deve ser utilizado em
conjunto com outros nós que
reforçam a sua segurança.
Utilizado, por exemplo, num
sistema dinâmico de rapel.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

UFCD 9450 – Escalada e Manobras de Corda

TÉCNICAS DE ESCALADA

Professor Henrique Nunes


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Prevenção de Lesões 87
Técnica de Escalada 88
Princípios fundamentais 90
Tipos de Presas 94
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Prevenção de Lesões

• As lesões mais frequentes


resultam do excesso de
esforço:
– Dedos, a nível dos tendões;
– Pulsos, ombros, costas,
joelhos e tornozelos, a
nível articular e muscular.
• Fundamental um bom
aquecimento e não
esforçar demasiado os
dedos.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Técnica de Escalada

• A escalada é uma jogo de equilíbrio com a


força da gravidade; é um jogo entre a técnica
e a força.
• Em cada situação, a força, a dinâmica e a
técnica desempenham um papel fundamental
na manutenção do equilíbrio ou na progressão
na via.
• Na maioria dos casos, a técnica é o fator
determinante.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Técnica de Escalada

Técnica

Força
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Princípios Fundamentais da Técnica

3 pontos de apoio

Peso suportado pelos pés

Movimento reversíveis
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

3 Pontos de Apoio

• O escalador deve,
sempre que possível,
ter três pontos de apoio
bem seguros para
deslocar o outro.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Verticalidade

• Corpo próximo da
parede.
• O deslocamento do CG
deve ser compensado
pelos membros
superiores.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Distâncias

• A progressão deve ser feita em pequenos


passos.
• As mãos e os pés devem percorrer pequenas
distâncias entre os pontos de apoio.
• As mãos devem manter-se abaixo da cabeça.
• Os pés devem manter-se abaixo dos joelhos.
• Em vias de maior dificuldade é frequente ter
que ultrapassar estas regras.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas

Presas

Tipo de Direção
carga da carga

Apoio Tracção Normais Laterais Invertidas


CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas

• Deve-se usar apenas a força necessária para


não cair para evitar desperdício de energia.

• Quanto maior a superfície utilizada para


agarrar uma presa, mais vantajoso será.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas – Mão cheia

• Presa mais fácil porque


se agarra com toda a
mão
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas – Pega

• Presa fácil porque se


agarra com uma grande
superfície da mão.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas – Invertida

• Presa mais difícil porque


é de tracção.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas – Pinça

• Presa difícil porque a


superfície de contacto é
reduzida.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas – Aplait

• Presa difícil porque a


aderência é muito
reduzida.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas – Dedos

• Pode ser monodedo ou


bidedo.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas – Mantel

• Presa invertida de
apoio.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas – Reglette

• Superfície muito
reduzida.
• Pode ser reforçada com
colocação do polegar
sobre indicador.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Tipos de Presas – Fissuras

• Presa criada com


oposição ou
entalamento de dedos,
mão ou punho.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Referências Bibliográficas

• Autor desconhecido, (S/D). Desportos


Individuais – Módulo 1 – Escalada e Manobra
de Cordas.

• CRUZ, Alberto (2019). O Ensino da Escalada no


Desporto Escolar e Educação Física. Documento
de Apoio para Ação de Formação APPEFIS.

• Autor desconhecido, (2007). Curso de Escalada


– Nível I. Amigos da Montanha.
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE DESPORTO
Departamento de Expressões - Grupo de Educação Física

Referências Web

• Canal Youtube Victor Carvalho -


https://www.youtube.com/channel/UCzih_q-
LDnybtBHTqBF_0VA

Você também pode gostar