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TREINAMENTO

Técnicas de Escalada

e Deslocamento

em Torres de L.T.´s

com Equipamento

Anti-Queda

Curso de Técnicas de Escalada e Deslocamento em Torres de LT´s com Equipamento Anti-Queda 1


TREINAMENTO

Índice

1. Histórico

2. Objetivo

3. Capacidade dos equipamentos

4. Fator de queda

5. Força de impacto

6. Características do equipamento

7. Fatores sobre psicológico e condicionamento físico

8. Sistema de Escalada e Deslocamento

9. Trabalhos Específicos

10. Bibliografia

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1. Histórico

Na antiga empresa, a Eletropaulo, os eletricistas de manutenção de L.T.’s faziam uso de dois


tipos de cinturões, para a execução das suas atividades.

Um para o trabalho em linhas desenergizadas e outro para trabalhos em linhas energizadas,


que eram os padrões de cinturões adotados na época, sendo que em ambos os casos o sistema
de fixação era puramente abdominal e toda a movimentação era feita sem um ponto de conexão,
isto é, o eletricista só teria segurança quando estivesse amarrado a estrutura.

Este tipo de equipamento, devido a sua constituição não permitia que fossem adotados novos
procedimentos quanto a escalada, movimentação e resgate dos eletricistas.

Preocupada com esta situação, e considerando que já estavam aparecendo novos tipos de
equipamentos no mercado, foi criado um grupo de trabalho coordenado pelo Departamento de
Segurança do Trabalho com o intuito de definir um novo padrão de cinto, escalada e
movimentação em torres de L.T.´s.

Este processo teve continuidade após a cisão da empresa, onde a Bandeirante Energia S/A
fez um grande avanço quando implantou um novo modelo de cinturão, tipo pára-quedista, sendo
pioneira na época, onde além de alterar o equipamento de proteção foram modificados os
procedimentos a serem adotados na escalada, movimentação e resgate dos eletricistas.

A filosofia implantada era que a partir deste novo cinturão seria de que em momento algum,
tanto na escalada quanto na movimentação, o homem poderia ficar desamarrado na
estrutura.

Por ser uma nova técnica foram observadas ao longo do tempo quais os problemas que
estavam sendo constatados. Desta forma foram identificados os seguintes:

- Deslocamento do indivíduo após desconectar-se da linha de vida.


- Saída em cadeias de isoladores.
- Saída em cabos condutores.
- Resgate em vãos de Linhas de Transmissão.
- Trabalhos em torres com cabos verticais (tipo 1DB).
- Dores fortes nas costelas dos usuários.

Com base nestas informações, e considerando o avanço dos materiais, que possibilitaram a
implantação de novos procedimentos, novamente a empresa buscou no mercado, equipamentos
de última tecnologia que permitisse a aplicação de novos métodos visando não só a segurança
como também o aumento da flexibilidade do trabalho.

Considerando que este processo é altamente dinâmico, a busca de novas soluções e


tecnologias deve ser uma constante meta a ser atingida para que a técnica e os procedimentos
adotados não fiquem arcaicos.

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TREINAMENTO

Em Setembro de 2004 novamente a Supervisão de Manutenção de LT´s buscou novas


soluções para o deslocamento após a desconexão da linha de vida, implantando assim o talabarte
duplo “Y” com absorvedor de energia e ganchos MGO 110mm.

Foto 1 Piores posições de trabalho; à esquerda cinto antigo e à direita cinto pára-quedista

2. Objetivo

Capacitar os colaboradores de manutenção de L.T.’s e Telecomunicações a utilizarem as


novas técnicas de escalada, deslocamento e resgate em torres de L.T.´s e Telecomunicações.

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3. Capacidade dos Equipamentos

Todos os materiais utilizados tem suas capacidades expressas, geralmente em KN


(KiloNewtons) ou em daN (decaNewtons), é essencial o conhecimento do material a ser utilizado,
devido as grandes forças que podem ser originadas por uma queda, erroneamente as pessoas
costumam dizer a capacidade em Quilos que é uma unidade de massa e não de força. Veja o
exemplo abaixo:

Esforço / capacidade KN daN Kgf


Longitudinal fechado 22 2200 2200
Transversal 9 900 900
Longitudinal aberto 7 700 700
Mosquetão Pêra Tripla Trava

3.1. Unidades de Força

3.1.1. Sistema CGS

F= m.a

Unid. F = unid. m x unid. a

Unid. F = g x cm / S² 1 dyne é a força que, aplicada a um corpo de


massa 1 grama, produz nele uma aceleração de
Unid. F = g cm / S² = dyne 1 cm/s²

Unid. F = dyn

3.1.2. Sistema MKS

F= m.a
1 N é a força que, aplicada a um corpo de
Unid. F = unid. m x unid. a massa igual a 1 kg, produz nele uma
aceleração de 1 m/s².
Unid. F = kg x m / S² Quando a força de 1 N atua em uma massa de
1 kg, produz uma aceleração de 1 m/s².
Unid. F = kg x m / S² = Newton

Obs.: A medida de força do sistema MKS é definida como quilograma – força (kgf).

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1 kgf = Peso de massa de 1 kg

1 kgf = 1 kg x 9,8 m / s²

1 kgf = 9,8 N Portanto 1 kgf ≅ daN ≅ 10 N

4. Fator de Queda

O fator de queda é a relação entre queda e comprimento de corda, e pode ser expressa pela
fórmula

F.Q. = 2H / L

Onde:

F.Q. = Fator de Queda


H = Distância do último ponto de segurança (costura)
L = Comprimento de corda

As provas efetuadas em laboratórios internacionais confirmam a teoria de que numa queda


fator 2, que é o valor máximo que se pode produzir em condições normais, não importando a
altura , a força de impacto será a mesma , aproximadamente de 6,8 kN à 9 kN com uma corda
elástica (de 5% à 9% de elasticidade por metro) e 13 kN à 18 kN com uma corda pouco elástica
ou um cabo estático.

Para se ter uma idéia o que significam estes valores, o organismo humano suporta um
impacto de no máximo 12 kN.

5. Força de Impacto

É a força que no momento de uma queda é transferida ao sistema (eletricista, costuras,


segurança, etc.).

A força de impacto depende de três fatores principais: tipo de corda ou sistema de segurança,
fator de queda e peso da pessoa.

Um fator muito importante para se amenizar a força de impacto é a escolha da corda ou


sistema de segurança. Existem dois tipos de corda e segurança:

- Estático (não há a absorção de impacto).


- Dinâmico (absorve o impacto)

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Para amenizar a força de impacto deve-se utilizar o talabarte duplo “Y” com absorvedor de
energia.

6. Características do Equipamento

6.1. Cinto profissional anti-queda (modelo navaho sternal)

Foto 2 Cinto profissional anti-queda (Navaho Sternal)


O cinto profissional anti-queda fornece total segurança ao usuário, provendo segurança a
possíveis quedas e uma posição de trabalho confortável. Esse modelo se difere do anterior por
haver um ponto central na cintura (indicado pela seta na foto acima), outro fato importante é a

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leveza do material, esse modelo com seus acessórios pesa 2,5 kg contra 4,3 kg do modelo
anterior. Antigos incômodos como aperto nas costelas foram sanados usando o ponto central.

É essencial que o usuário ajuste perfeitamente o cinto ao seu corpo, para garantir a correta
distribuição da força de impacto e para minimizar os efeitos da suspensão inerte.

6.1.1. Finalidade e Aplicação

Dispositivo Posicionado por fitas de nylon e fivelas, ao corpo do trabalhador, usado para
sustentá-lo ou evitar sua queda, através de corda ou talabartes presos com mosquetões e malhas
rápidas as argolas a ele fixadas.

6.1.2. Características

- O cinto é composto por fitas de poliamida e poliester.


- Elos (argolas) e fivelas de aço inox.
- Mosquetão de dura – alumínio com tarja vermelha para indicação de fechamento.
- Partes de fixação de ajustes de regulagem de policarbonato e PVC.
- Tratamento contra raios UV.

6.1.3. Cuidados

Os cintos são fabricados de poliamida que, mesmo sem uso, envelhecem naturalmente.

Os efeitos dos raios ultravioletas são muito nocivos e variam de acordo com a cor das fitas
e a qualidade do tratamento anti-UV aplicado.

Produtos químicos também fragilizam as fitas. Existe também os desgastes mecânicos,


como a abrasão, que corta as fibras na superfície e reduz gradualmente a resistência das fitas.
Outro problema são os minúsculos grãos de areia e terra que se introduzem nas fitas, sendo
corpos agressivos acabam cortando as fibras quando estas estiverem submetidas a tensão.

Para limitar estes problemas, o cinto deve ser lavado com certa regularidade e
armazenado em local sombreado, fresco e sem contato direto com cimento, que possui
substâncias que danificam o nylon.

Desta forma deve ser adotado, como prática, o acondicionamento do cinto em bolsa para
transporte de EPI.

- Qualquer modificação de componentes neste EPI é estritamente proibido


- Em caso de queda, deterioração e qualquer reparação, enviar o equipamento ao fabricante
ou ao seu representante.
- Inspecionar visualmente antes da utilização.
- Higienização com água, sabão para roupas delicadas e secagem na sombra.

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6.2. Trava quedas com mosquetão

É um equipamento projetado para interromper a queda do usuário, com modelos para uso
em corda e para cabo de aço.

Composto de mecanismo de travamento e uma extensão com corda de nylon, com 30 cm


de comprimento e com um mosquetão na ponta para engate ao cinto.

Este modelo permite livre movimento numa corda vertical, tanto na subida como na
descida. Porém, no caso de queda do usuário, ele trava, interrompendo-a. É o indicado para a
proteção de usuários em movimentação vertical.

6.2.1. Finalidade e Aplicação

Equipamento automático de travamento que se desloca, numa linha de ancoragem fixa e


flexível, destinado a travar a movimentação do cinto quando ocorrer uma queda.

6.2.2. Características

Trava quedas com mosquetão para corda, com distanciador em corda de 30 cm;
composição aço inox, com movimento automático na subida e descida, dupla trava de segurança
e sistema de freio acionado manualmente.

6.2.3. Cuidados

- Observar a posição correta de instalação (seta de indicação para cima).


- Qualquer modificação de componentes neste EPI é estritamente proibido.
- Em caso de queda, deterioração e qualquer reparação, enviar o equipamento ao fabricante
ou ao seu representante.
- Inspecionar visualmente antes de qualquer utilização.
- Durante a utilização, mantê-lo com ângulo sempre maior que zero.

6.3. Talabarte

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Foto 3 Talabarte (Grillon)

Acessório de segurança que serve de elo entre o cinto de segurança e a estrutura onde o
usuário quer fixar-se, seja limitar a movimentação, seja para impedir ou interromper uma queda.

O modelo adotado é o regulável, onde o usuário através de dispositivo apropriado pode


ajustar o comprimento do talabarte.

6.3.1. Finalidade e Aplicação

Equipamento de um comprimento limitado em conjunto com cinto de segurança utilizado


para proporcionar ao usuário um posicionamento de trabalho e proteção contra quedas.

6.3.2. Características

Talabarte de segurança com regulador de comprimento de corda, mosquetão e malha


rápida. O dispositivo de regulagem (Grillon) pode ser regulado com apenas uma mão e trava-se
automaticamente.

A corda utilizada tem φ 11 mm com comprimento de 3 metros, instalado na corda há uma capa
preta elástica para proteção, que deve ser colocada em contato com as peças (estrutura, cabo,
isolador), está capa permite deslizamento da corda no seu interior facilitando o posicionamento de
trabalho.

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6.3.3. Cuidados

- Qualquer modificação de componentes neste EPI é estritamente proibido


- Em caso de queda, deterioração e qualquer reparação, enviar o equipamento ao fabricante
ou ao seu representante.
- Inspecionar visualmente antes da utilização.
- Higienização da corda com água, sabão para roupas delicadas e secagem na sombra.

6.4. Fitas (costuras)

São fitas tubulares de alta resistência, que são usadas como elos em um sistema que
podem sofrer impactos.

Assim como os mosquetões este equipamento tem inúmeras aplicações e normalmente


são numerosos num conjunto de equipamentos.

Com as fitas pode-se criar pontos para a fixação da corda, passando-as em volta das
treliças escolhidas para instalar o sistema de segurança. Podem ser instaladas também em
lugares com abrasão a fim de poupar a corda deste desgaste.

Como as fitas são confeccionadas com fibras de nylon, os cuidados a serem observados
são os mesmos adotados para as cordas.

6.4.1. Finalidade e Utilização

Fixar ancoragens e pontos de fixação na estrutura.

6.4.2. Características

Estropo com alça na extremidade, composto de 100% de poliester, tensão de ruptura de


2300 daN, dimensões, comprimento 70 cm, largura 3 cm, laço de 10 cm.

6.4.3. Cuidados

- Mantê-lo limpo.
- Não permitir o contato com produtos químicos.
- Inspecionar visualmente antes de utilizar.
- Em caso de queda ou deterioração, inutilizá-lo.

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6.5. Mosquetão

Foto 4 Mosquetão

São equipamentos de segurança de alta resistência, com capacidades para tolerar forças
de 22 kN à 50 kN. Tem a função de prover elos, e também funcionam como uma polia com atrito.
Podem ser compostos em aço, dura-alumínio e zicral.
Para poder contar com a máxima resistência do equipamento, deve-se dar atenção ao uso
e a manutenção.

A resistência do mosquetão varia com o sentido de tração; tracionando-o pelas


extremidades o valor da sua resistência mecânica será maior que o valor da resistência mecânica
com tracionamento nas laterais. Não deve sofrer torções, por isso deve ser instalado
corretamente, prevendo-se a forma como será solicitado sob tensão ou dentro de um sistema que
deterá uma queda.

Os mosquetões têm diversos formatos (oval, D assimétrico, pêra, gatilhos curvos, etc.), os
mosquetões utilizados em nossos métodos são:

- Oval: são usados nas costuras e são fabricados em aço.


- Pêra ou HMS (tripla trava): são usados onde é necessário segurança máxima, seu gatilho
possui uma tripla trava. São fabricados em dura – alumínio sendo mais leves.
- Am´d: são usados no fechamento do cinto na parte frontal, possui uma tarja vermelha
indicando que a rosca está aberta. São fabricados em dura – alumínio sendo mais leves.

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- Malhas rápidas: são uma espécie de mosquetão, se distinguindo por não possuírem
gatilho, a conexão é feita por uma porca, tem a função de prover elos fixos que não devem
ser abertos durante a execução das tarefas. São fabricados em aço inox.

6.5.1. Finalidade e Aplicação

Fazer o fechamento das costuras e atuar em caso de queda, se necessário em caso de


resgate servem como polia com atrito. Também fazem a fixação do talabarte e equipamentos de
segurança.

6.5.2. Características

Longitudinal Longitudinal Composição do


Mosquetão Transversal kN
fechado kN aberto kN material
Pêra tripla Dura – alumínio
22 9 7
trava
Oval 23 7 7 Aço inox
Malha rápida 25 10 - Aço inox
Am´d 28 7 8 Dura - alumínio

6.5.3. Cuidados

- Mantê-lo limpo.
- Quando em serviço, fazer o fechamento da rosca de aço inox.
- Os mosquetões compostos de dura – alumínio não podem sofrer quedas ou batidas em
nenhuma hipótese, pois pode haver micro – fissuras que danificam o material.
- Os gatilhos devem ser lubrificados com WD-40 e similares, com certa regularidade e não
devem ser lavados ou polidos com produtos abrasivos.

6.6. Cabo de fixação flexível (Corda)

As cordas podem ser de dois tipos:

Cordas dinâmicas:

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São cordas kernmantle de alto estiramento (elongação), usadas para fins esportivos em
escalada em rocha ou gelo. Elas são fabricadas para ter elasticidade de 6 % a 10% com uma
carga de 80Kg e de 40% com carga de ruptura. Esta característica lhe permite absorver o impacto
em caso de queda do escalador sem transferir a força do impacto, evitando assim lesões. É
importante usar uma corda de boa construção para situações em que o fator de queda seja
elevado.

Porém, uma corda que alonga pode ser uma desvantagem quando utilizada para resgate,
ou quando se precisa descer uma carga do alto de um prédio ou uma maca suspensa por corda
em operação de resgate. Por outro lado, as cordas dinâmicas são menos resistentes à abrasão e
desgaste.

Cordas estáticas:

É uma corda que possui uma alma de nylon de baixo estiramento (elongação), sendo seus
cordões internos os que aportam a maior resistência ao esforço. Para que a resistência da corda
seja consistente, estes cordões devem ser contínuos, sem emendas ao longo de toda a corda. Ao
mesmo tempo, para garantir uma elasticidade mínima, estes cordões devem ser paralelos entre si,
ao contrário das cordas dinâmicas em que são torcidos. Ou seja, a alma (kern) é quem suporta a
carga, sendo a capa (mantle) a responsável pela proteção contra sujeira, abrasão e desgaste.

As aplicações mais comuns das cordas estáticas KM III são: serviços em fachadas de
prédios, operações de resgate, linhas de vida, operações de resgate em espaços confinados.

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Resistência da corda:

A corda deverá ter sempre uma carga de ruptura várias vezes maior que a carga que irá
suportar. Esta relação entre resistência e carga é conhecida como fator de segurança. Se a
resistência da corda é de 2.500 lb (1.134Kg) e a carga de 500 lb (226Kg), então o fator de
segurança será 5:1.

Para se ter uma idéia, esse fator de 5:1 é considerado adequado para transportar
equipamentos, mas insuficiente quando vidas humanas dependem da resistência da corda. Por
exemplo, nos EUA se recomenda um fator de segurança bem mais conservador, de 15:1. Ou seja,
que para a mesma carga de 500 lb (226Kg) a corda deverá ter uma resistência de no mínimo
7.500 lb (3.402Kg). A corda de resgate de ½ polegada (12,5mm) tem uma resistência mínima de
ruptura de 9.700 lb (4.403Kg).

Outro fato a ser considerado, é que embora materiais usados na fabricação das cordas
sintéticas sejam maus condutores, as cordas não podem ser usadas em contato com pontos
energizados, por dois motivos importantes:

1. A umidade e a poluição que eventualmente penetram entre os fios das cordas reduzem
bastante suas características isolantes, podendo, levar a altas correntes de fuga, que
causam a deteriorisação que pode ser detectada numa inspeção visual.
2. Pesquisas internacionais concluíram que até mesmo correntes de fuga pequenas, da
ordem de 100 µA, em pouco tempo reduzem a resistência mecânica das cordas
sintéticas, podendo mesmo levá-las a ruptura.

Vida útil:

A vida útil de uma corda não pode ser preestabelecida. A sua duração depende de uma
grande quantidade de variáveis, incluindo o cuidado individual, a freqüência de uso, o tipo de
equipamentos utilizados, a velocidade de descida em descensão, a exposição a abrasão, o clima
e o tipo de carga que é submetida.

Qualquer corda é vulnerável às forças destrutivas. Qualquer uma pode apresentar falha
após ter sido descuidada ou submetida a condições extremas como cargas de impacto ou bordas
afiadas. Você deve aposentar a corda quando ela apresentar cortes, quando a abrasão tenha
causado um desgaste significativo na capa, após uma queda forte, quando existir suspeita de
contaminação por agentes químicos ou em qualquer outra situação em que existam dúvidas à
respeito.

Inspeção da corda: antes de cada uso deve-se inspecionar a corda palpando-a em todo
seu comprimento. Prestar atenção a qualquer irregularidade, caroço, encurtamento ou
inconsistência. Em especial deve-se estar atento ao efeito “ampulheta”, o emagrecimento da alma
que indica que a corda se encontra perigosamente debilitada.
Inspeção visual: verificar se a capa está desgastada até o ponto em que mais do que a
metade dos fios externos pareçam partidos, se a capa encontra-se acumulada em qualquer um

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dos extremos ou se a alma sair da capa (foto 5). Qualquer um destes indicadores significa que a
corda deve ser aposentada. Além de palpar a corda e inspeciona-la visualmente, é bom formar um
semicírculo com a corda em toda sua extensão; se em algum local a corda não formar uma curva
uniforme, isso significa que a mesma encontra-se deteriorada, devendo ser cortada naquele local.

1 2

Foto 5 n.º 1 capa deteriorada com a alma exposta; n.º 2 capa deteriorada

6.6.1. Finalidade e aplicação

Proteger o usuário em caso de queda, e a utilização em resgates, ascensão e descensão.

6.6.2. Características

Construção em kernmantle: capa trançada com 48 fios que aumenta sua resistência a
abrasão, alma de fibras de nylon 6.6 torcidas juntas à esquerda e à direita em forma de cordões.
Diâmetro 11 mm, peso 89,3 (gr x metro), carga de ruptura 3632 kg, carga de trabalho
242,13 (15:1), elongação 2% a 3%.

6.6.3. Cuidados

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- Mantê-la limpa.
- Não permitir o contato com produtos químicos.
- Inspecionar visualmente antes de utilizar.
- Em caso de queda ou deterioração, inutilizá-la.

6.7. Grigri

Foto 6 Grigri

O grigri é um dispositivo assegurador e descensor, bloqueia-se automaticamente quando é


submetido a uma tensão forte e brusca.

6.7.1. Finalidade e aplicação

- Proteger o eletricista em caso de queda, funcionando como freio.


- Usado como descensor em resgates e trabalhos específicos.

6.7.2. Características

- Deve ser usado em cordas com diâmetro de no mínimo 10 mm e máximo 11 mm.


- Força de impacto máximo: de 7 à 9 kN. Bloqueio completo da corda sem esforço de
tração.
- Composto em alumínio e aço.

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6.7.3. Cuidados

- Evitar ao máximo batidas.


- Mantê-lo limpo.
- Nó na ponta da corda, É ESSENCIAL UM NÓ AO FIM DA CORDA, VÁRIOS ACIDENTES
OCORREM DEVIDO A DESATENÇÃO EM RELAÇÃO AO FIM DA MESMA, COM UM
NÓ PODE-SE BLOQUEÁ-LA, IMPEDINDO UM POSSÍVEL ACIDENTE.
- Qualquer modificação de componentes neste EPI é estritamente proibido
- Em caso de queda, deterioração e qualquer reparação, enviar o equipamento ao fabricante
ou ao seu representante.
- Inspecionar visualmente antes da utilização.

6.8. Estribo

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Foto 7 Estribo

São fitas costuradas com degraus, em sua parte superior há um elo para o uso de
mosquetões, são sempre utilizados em par. São utilizados em métodos de ascensão e onde se
faz necessário o apoio dos pés.

6.8.1. Finalidade e aplicação

Deve ser utilizado em métodos de ascensão, saída em cadeia e resgate.

6.8.2. Características

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Fitas costuradas de nylon.

6.8.3. Cuidados

- Mantê-lo limpo.
- Higienização com água, sabão para roupas delicadas e secagem na sombra.

6.9. Ascensor

Foto 8 Ascensor
Peça metálica de alumínio que tem a função de travar quando solicitado um esforço para
baixo e correr livre em movimentos para cima. Possui uma empunhadura emborrachada para as
mãos, e são projetados para a mão esquerda e mão direita. Vulgarmente é conhecido como
Jumar.

6.9.1. Finalidade e aplicação

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Ascensão em corda em trabalhos específicos (meio de vãos, torres 1DB,etc...)

6.9.2. Características

- Deve ser utilizado com corda de no mínimo 8mm e máximo 13 mm.


- A capacidade em esforço de tração estático é de 6 kN, com fator de queda 0,5 em corda
estática é de 5,2 kN, com fator de queda 1 em corda estática é de 5,4 kN.
- Contém 3 orifícios para engate de mosquetões.
- A peça sozinha em esforço longitudinal tem a capacidade variando de 15 kN à 20 kN
dependendo do orifício.

6.9.3. Cuidados

- Mantê-lo limpo.
- Evitar batidas ao máximo.
- Verificar a correta colocação do ascensor na corda.
- Colocar um mosquetão abraçando a corda no orifício superior.
- Utilizar a peça de acordo com a mão a ser utilizada, em virtude do gatilho.
- Qualquer modificação de componentes neste EPI é estritamente proibido
- Em caso de queda, deterioração e qualquer reparação, enviar o equipamento ao fabricante
ou ao seu representante.
- Inspecionar visualmente antes da utilização.

6.10. Roldana para cabo

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Foto 9 Roldana para cabo

Roldana em alumínio para deslocamento em cabo condutor com distorcedor.

6.10.1. Finalidade e aplicação

Deslocamento do usuário por cabo condutor.

6.10.2. Características

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- Peso 1470 gramas.


- O diâmetro máximo do cabo 55 mm.
- Distorcedor com malha rápida.
- Carga de trabalho 500 kg (6:1).
- Carga de ruptura 3000 Kg
- Engate rápido ao cabo condutor.

6.10.3. Cuidados

- Mantê-la limpa.
- Evitar batidas.

6.11. Capacete

Foto 10 á esquerda capacete, à direita nº1 cremalheira de ajuste de cabeça


nº2 cremalheira de ajuste da nuca

Os capacetes para trabalhos em altura não devem possuir sobre viseira para o usuário ter
total visão ao executar um determinado trabalho, outro fato importante é que o capacete antigo em
posições de cabeça para baixo regularmente saía da cabeça do usuário. O novo capacete permite
uma melhor regulagem e acomodação na cabeça (foto 10).

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TREINAMENTO

6.11.1. Finalidade e aplicação

Proteção contra impactos na cabeça.

6.11.2. Características

- Atende as normas internacionais EN 397.


- Isolamento elétrico 440 V AC.
- Existem duas cremalheiras para regulagem não sendo necessário tirar o capacete.
- Dois tipos de acolchoado fino e grosso.
- Suporte para lanterna de cabeça.
- Diâmetro de cabeça 53 à 63 cm.

6.11.3. Cuidados

- Se necessário desinfetar, utilizar produtos que não agridam a poliamida, poliester, PVC,
policarbonato.
- Acondicioná-lo em local protegido de locais com temperatura elevada e produtos químicos.

6.12 Talabarte Duplo “Y” com Absorvedor de Energia

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TREINAMENTO

Foto 11 Talabarte Duplo “Y” com absorvedor de energia

6.12.1 Finalidade e aplicação

Movimentação e deslocamento em estruturas, projetado para proteger o colaborador em


caso de queda absorvendo o impacto gerado pela aceleração da gravidade.
Quando o usuário sofrer uma queda que gere uma força de aproximadamente 360 kgf , o
dispositivo de absorção de impacto é acionado, dissipando parte desta energia que de outra forma
seria transmitida ao seu corpo. Isto diminui consideravelmente as chances de lesões graves no
usuário. È utilizado em conjunto com ganchos MGO 110

6.12.2. Características

- Fita

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TREINAMENTO

Composta em poliéster de alta tenacidade

- Absorvedor
Quando o usuário sofre uma queda que gere uma carga de choque superior à 360kgf,
algumas das costuras do absorvedor de impacto se rompem progressivamente dissipando a
energia, que de outra forma seria transferida ao seu corpo causando lesões significativas.

- Ganchos MGO 110mm


Construído em liga de alumínio e aço inox com 110 mm. de abertura.
Conector de grande abertura para utilização em talabartes de progressão em estruturas
metálicas ou em cabos de aço de grande bitola.
Seu gatilho, possui um sistema de trava automática, de fácil manejo, que impede sua abertura
acidental, fazendo-o extremamente seguro.
Peso 665g

6.12.3. Cuidados

- Quando este dispositivo de absorção de impactos for acionado mesmo que parcialmente, o
talabarte deve ser imediatamente descartado (não há possibilidade de reparos).
- Mantê-lo limpo.
- Não permitir o contato com produtos químicos.
- Inspecionar visualmente antes de utilizar.
- Evitar batidas bruscas com as peças.

7. Fatores sobre psicológico e condicionamento físico

Os trabalhos em Linhas de Transmissão são altamente específicos onde se faz necessário


uma grande qualificação dos trabalhadores, são profissionais treinados que enfrentam
adversidades e riscos todos os dias. É importantíssimo não só o treinamento, mas também que
esses profissionais tenham:

- Bom psicológico para lidarem com os riscos e adversidades do dia-a-dia, principalmente


no que diz respeito a situações onde se faça necessária a atuação de resgate.
- Condicionamento físico, em virtude das tarefas exigirem grandes esforços físicos.

A principal e mais importante ferramenta de trabalho em serviços em estruturas de L.T.´s e


Telecomunicações é o homem propriamente dito.

8. Sistema de escalada e movimentação

Os suportes de linhas aéreas são formados na sua grande maioria por estruturas metálicas
treliçadas com distância relativamente grande entre as travessas.

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TREINAMENTO

O método aplicado garante a segurança de todos os colaboradores envolvidos na escalada e


deslocamento.

Para a escalada da estrutura o primeiro homem sobe utilizando o talabarte duplo “Y” com
absorvedor de energia alternando o uso dos ganchos MGO, caso sofra uma queda, a mesma é
interrompida e dissipando a força de impacto que seria transmitida ao corpo do colaborador pela
fita absorvedora de energia. Quando o primeiro homem atinge o topo da estrutura o mesmo fixa a
corda, que servirá de linha de vida a ser utilizada com trava-quedas.

Durante o deslocamento após desconexão da linha de vida, o talabarte duplo “Y” com
absorvedor de energia alternando o uso dos ganchos MGO.

Nesse sistema em momento algum o colaborador poderá estar desconectado da


estrutura.

8.1. Escalada em suportes

Antes de qualquer escalada, por motivo de segurança, o eletricista deverá considerar todos os
condutores energizados. A escalada deverá ser iniciada pela pedarola, até atingir a distância
mínima de segurança, neste momento, o eletricista deverá passar a subir pelo centro do suporte,
respeitando sempre as distâncias de segurança.

• Quando da subida, toda sua atenção deve estar voltada para esta operação, com olhar
dirigido para cima, orientado o posicionamento das mãos.
• Para a subida na torre, deve ser usada a parte onde estão instaladas as pedarolas ou
pedais. Nas estruturas em que não hajam pedarolas, a subida deve ser efetuada pelo da
linha a ser trabalhada.
• Pise a pedarola com a região metatarsiana, evitando dessa maneira escorregamento do
solado.
• Caso a subida seja interrompida, o eletricista deverá amarrar-se a estrutura,
imediatamente.
• No caso da subida usando a linha de mão esta deve estar presa a carretilha, segura ao
cinto e permanecer esticada pelo ajudante, evitando que a mesma enganche na torre.
• Quando a estrutura não tem pedarola ou na falta de algum pedal os pés devem estar bem
apoiados nas treliças, pois estas nem sempre estão em condições ideais para apoio,
devido a sua posição inclinada.
• Durante a operação, você só deverá retirar um pé do apoio com o outro bem apoiado e as
mãos bem seguras. Quando do deslocamento de uma das mãos a outra deve estar bem
firme, além dos pés bem apoiados.
• Da mesma forma, como na subida por pedarolas, se houver paradas, você deverá prender
imediatamente o talabarte à estrutura.
• Todo o cuidado deve ser tomado, quando da passagem do deslocamento vertical para
horizontal, pois as condições de equilíbrio se modificarão. Durante os deslocamentos, não
poderão ser feitos simultaneamente outros serviços.

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TREINAMENTO

• Quando do deslocamento nas vigas ou braços, o máximo cuidado deve ser observado
quanto as distâncias de segurança das linhas. A mesma providência deve ser adotada,
ainda que esteja, apenas parado aguardando o material ou instruções.
• Na descida da torre, os procedimentos adotados para a subida, devem ser igualmente
observados. Você deve descer até a primeira pedarola ou a parte mais baixa da estrutura,
até colocar o pé no chão, não devendo em hipótese alguma pular.

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TREINAMENTO

8.2. Procedimentos para escalada e deslocamento

8.2.1. Subida

1º Homem

• Colocar o cinto fazendo todos os ajustes;


• Instalar o talabarte duplo “Y” com absorvedor de energia no ponto de conexão do peito
com mosquetão tripla trava;
• Instalar a corda com o nó oito duplo, no cinto do 1º homem;
• Instalar a carretilha de serviço ao cinto;

Foto 12 Escalada com o talabarte duplo “Y” com absorvedor de energia alternando o uso dos
ganchos MGO
1.º Homem

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TREINAMENTO

• Sobe alternando a conexão dos ganchos do talabarte duplo “Y” com absorvedor de
energia;
• Observar a correta instalação dos ganchos deixando-os preferencialmente na posição
vertical em treliças horizontais retas, não colocar em peças onde possa ocorrer
deslizamento do gancho ou esforço de torção no mesmo;
• Ao alcançar o topo da estrutura, amarrar-se com o talabarte de posicionamento e fixar a
corda de linha de vida através de duas fitas anelares e dois mosquetões, em seguida
instalar a carretilha de serviço;
• A equipe de solo fixará a linha de vida no grigri esticando-a levemente para que o trava-
quedas corra de maneira correta.

Demais homens

Foto 13 Colaborador se preparando para escalar a estrutura com trava-quedas

• Colocar o cinto fazendo todos os ajustes e instalando o conjunto trava quedas;


• Instalar o conjunto trava quedas na corda, observando a posição da seta;

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TREINAMENTO

• Testar o conjunto trava quedas;


• Subir escalando a estrutura.

8.2.2. Descida

Demais homens

- Descer utilizando o trava-quedas.

Último homem

• A equipe de solo desconecta o grigri da linha de vida deixando-a livre;


• Amarrar-se e soltar a corda engatando-a no cinto com o nó oito duplo;
• Desinstalar a carretilha de serviço;
• Descer alternando a conexão dos ganchos do talabarte duplo “Y” com absorvedor de
energia;

8.3. Procedimentos para deslocamento

• Após o sistema de escalada estar devidamente instalado e for necessário a desconexão


da linha de vida, fixe-se com o talabarte duplo “Y” com absorvedor de energia;
• Solte o trava quedas e movimente-se em sentido ao local necessário;
• Alterne a conexão dos ganchos do talabarte duplo “Y” com absorvedor de energia;
• Observar a correta instalação dos ganchos deixando-os preferencialmente na posição
vertical em treliças horizontais retas, não colocar em peças onde possa ocorrer
deslizamento do gancho ou esforço de torção no mesmo;

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TREINAMENTO

Foto 14 Detalhe do talabarte duplo “Y” com absorvedor de energia

• Quando concluir sua tarefa, retorne a linha de vida instale o trava quedas corretamente, e
solte o talabarte duplo “Y” com absorvedor de energia.

9. Trabalhos específicos

Trabalhos específicos são aqueles realizados com pouca freqüência, mas de extrema
importância, e que apresentam certa dificuldade pelo difícil acesso e posicionamento, sendo
necessário o uso de técnicas mais específicas (ascensão e descensão), os mesmos são citados
abaixo:

• Torres com cabos verticais tipo 1DB.


• Vãos de L.T.’s (retirada de objetos estranhos, instalação de tirantes, etc.)
• Cadeias de isoladores e conexões de difícil acesso.
• Resgates

9.1. Descensão

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TREINAMENTO

• Instalar o grigri corretamente no ponto central;


• Testar o grigri;
• Instale uma linha de vida paralela para ser usada com o trava quedas (segurança caso a
corda utilizada para descensão se rompa);
• Certifique-se que as cordas têm comprimento sobrando no chão e estejam com nó
adequado ao fim da corda; para evitar acidentes;

Foto 15 Descensão

• Inicie a descida com cautela e sem ganhar velocidade, pois a mesma danifica a corda;
• Retire o grigri logo que chegar ao chão, pois o calor gerado pelo atrito pode danificar a
corda.

9.2. Ascensão

• Instalar o ascender corretamente com mosquetão de segurança e estribo na corda;


• Instalar o grigri no ponto central corretamente;
• Utilize uma linha de vida paralela para ser usada com o trava quedas;
• Teste o conjunto de ascensão;
• Inicie a subida alternando o peso do corpo na cintura e pernas.

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TREINAMENTO

Foto 16 Detalhe colaborador da esquerda armando sistema para descensão e colaborador da


direita realizando ascensão.

Nota importante

Para os dois métodos ascensão e descensão, cada corda deve ser fixada com nó oito
duplo em fitas duplas. Confira atentamente a instalação da corda.

9.3. Deslocamento em cadeia de isoladores

• Realizar inspeção prévia do estado geral da cadeia de isoladores.

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TREINAMENTO

• Certificar-se de que os equipamentos para tracionar a cadeia de isoladores satisfazem os


requisitos mínimos de segurança de carga de trabalho a que serão submetidos.
• Realizar inspeção minuciosa nas cordas e mosquetões antes do trabalho.
• Atentar para partes cortantes como porcelana lascada.
• Dar preferência a saída na cadeia de isoladores com amarração a um nível
superior,utilizando talabarte longo e Grillon no ponto central do cinto.
• Instalar uma segunda segurança(back-up) nas costas do colaborador com corda de linha
de vida e Grigri.
• Quando não houver opção devido a configuração da cadeia, sair por baixo da cadeia
utilizando os estribos.

Foto 17: Serviço onde se faz necessário o deslocamento em cadeia de isoladores

9.4. Saída em cabos condutores

Cálculo para homem se deslocando no cabo condutor

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TREINAMENTO

TF = To √ [1 + Q / P . 3 + (Q / P)²]
Onde:

TF = Tração após carga (kgf)


TO = Tração Inicial (kgf)
Q = Carga móvel (kg)
P = Peso do cabo por metro X distância do vão

Após o cálculo confronte o resultado obtido com a carga de ruptura do condutor estabelecendo
uma margem de segurança, observando que o valor da carga móvel só será máximo quando o
mesmo atingir a parte mais baixa da catenária.

Nota: é expressamente proibido o deslocamento em cabos pára-raios e cabos condutores sem


alma de aço.

• Realizar cálculo de carga móvel.


• Realizar inspeção com binóculo ao longo de todo vão a ser trabalhado percorrendo
todo cabo condutor, ferragens e isoladores.
• Enviar roldana solitária com corda de linha até o ponto a ser trabalhado, testar a nível
de solo colocando o peso de dois colaboradores.
• Realizar inspeção na cadeia de isoladores e engates antes de sair na mesma.
• Ultrapassar a cadeia de isoladores e jamper.
• Instalar a roldana no ponto central do cinto e os ganchos do talabarte duplo “Y” com
absorvedor de energia diretamente no cabo como segunda segurança (back-up).
• Iniciar o deslocamento sempre com a linha de vida conectada ao colaborador.
• Tomar cuidado durante o deslocamento no cabo com as mãos para não entrarem na
roldana, o trabalho de frear ou puxar o colaborador fica sob a responsabilidade da
equipe solo.

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TREINAMENTO

Foto 18: Deslocamento em cabo condutor

9.5. Escalada em pórticos de estações

Antes de iniciar a subida, por motivo de segurança, deverá ser realizado o planejamento do
serviço juntamente com profissional da área de estações, o aterramento, a sinalização,
inspeção visual nos equipamentos, e observar a distância de segurança de possíveis pontos
energizados.
Estabelecer técnicas de escalada e deslocamento com um sistema de proteção anti-queda
onde o colaborador estará protegido contra eventuais quedas partindo do chão até o topo da
estrutura protegido.

9.5.1. Escalada em pórticos de concreto

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TREINAMENTO

Foto 19 Substituição de isoladores em pórtico de estações

• Fixar nas extremidades da escada de extensão as fitas de segurança com mosquetão;


• Instalar a corda da linha de vida com contra-peso amarrado;
• Posicionar a escada próximo a uma das extremidades do vão onde será executado o
serviço;
• Levantar a escada e suspendê-la até atingir a altura correta; soltar a corda
gradativamente até o contra-peso atingir o solo passando por trás da estrutura
metálica;
• Instalar o sistema de proteção antiqueda para proteger o colaborador durante a subida
na escada com o trava-quedas;
• Quando o colaborador atingir o topo da escada executar a amarração;

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TREINAMENTO

• Fixar o talabarte e recuperar a ponta da linha de vida encordando-se com nó oito


duplo;

Subida dos demais colaboradores

Executar a subida na escada com o trava-quedas devidamente conectado a linha de vida;.

Desinstalação do sistema (último homem)

Realizar o processo inverso do item anterior.

9.5.2 Escalada em pórticos de estruturas metálicas

• Iniciar a escalada pela estrutura metálica com o tabarte duplo “Y” com absorvedor de
energia.
• Subir alternando a conexão dos ganchos do talabarte duplo “Y” com absorvedor de
energia;
• Observar a correta instalação dos ganchos deixando-os preferencialmente na posição
vertical em treliças horizontais retas, não colocar em peças onde possa ocorrer
deslizamento do gancho ou esforço de torção no mesmo;
• Ao alcançar o topo da estrutura, amarrar-se com o talabarte de posicionamento e fixar a
corda de linha de vida através de duas fitas anelares e dois mosquetões, em seguida
instalar a carretilha de serviço;
• A equipe de solo fixará a linha de vida no grigri esticando-a levemente para que o trava-
quedas corra de maneira correta;
• Para o deslocamento horizontal conectar o talabarte duplo “Y” com absorvedor de energia
e desconectar-se da linha de vida;
• Deslocar-se alternando a conexão dos ganchos do talabarte duplo “Y” com absorvedor de
energia;
• Observar a correta instalação dos ganchos deixando-os preferencialmente na posição
vertical em treliças horizontais retas, não colocar em peças onde possa ocorrer
deslizamento do gancho ou esforço de torção no mesmo;

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TREINAMENTO

10. Bibliografia

- Catálogo técnico Petzl.


- Catálogo técnico Ultra-Safe.
- Catálogo técnico New England
- Catálogo técnico Komet
- Apostila - “Técnica de Escalada e Deslocamento em torres de L.T.´s” - Bandeirante
Energia S/A
- Instrução Normativa N.S.T. 07.00 – Segurança do Trabalho em Linhas de Transmissão
Aéreas.
- Fotos – Danilo Henrique Kleine e Arquivo TGSM

Elaboração

Danilo Henrique Kleine – Técnico em Eletricidade Pleno

Apoio

Fabiano Turci – Eletricista Pleno


Jair Lemes Filho – Eletricista Pleno
José Silvio Carlos da Silva – Eletricista Pleno
Eduardo da Silva – Eletricista Pleno
Divisão de Saúde e Segurança - AHS

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