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Nacionais dos
Programas de
Aprendizagem
Profissional
Comercial do
Senac
Diretrizes
Nacionais dos
Programas de
Aprendizagem
Profissional
Comercial do
Senac
Departamento Nacional
Diretor-geral
Sidney Cunha
Coordenação Editorial
Gerência de Marketing e Comunicação/Diretoria de Integração com o Mercado
D esde sua criação em 1946, o Senac tem por compromisso organizar e ofertar progra-
mas de aprendizagem profissional comercial, os quais, atualmente, atendem jovens
de 14 a 24 anos. Para tal, é essencial que possuam vínculo contratual especial de trabalho
com empresas do comércio de bens, serviços e turismo, e por elas sejam encaminhados
para formação profissional metódica.
No conjunto das ações educativas do Senac, os cursos destinados a esses jovens
configuram o “Programa de Aprendizagem Profissional Comercial”, com especifici-
dades que o caracterizam como tal e passam por constantes ajustes, em função
das transformações tecnológicas que afetam o mundo do trabalho e em decorrên-
cia das alterações efetuadas nas leis trabalhistas e educacionais.
Neste contexto, o Senac considera oportuna e necessária a publicação de do-
cumento normativo, contendo “Diretrizes Nacionais para a Aprendizagem Pro-
fissional Comercial”, elaborado a partir da interlocução entre o Departamento
Nacional e os Departamentos Regionais, objetivando democratizar o acesso
desses jovens candidatos a emprego no comércio, à educação profissional de
qualidade, fundamental na geração de possibilidades para o ingresso deles no
mercado de trabalho.
Com esse propósito, o documento “Diretrizes Nacionais dos Programas de
Aprendizagem Profissional Comercial no Senac”, observando a legislação per-
tinente e as políticas públicas de educação profissional e tecnológica, tem por
finalidade expor e sistematizar os compromissos e princípios que regem a atu-
ação do Senac, como também orientar a operacionalização da oferta desses
programas apresentando os principais aspectos, no âmbito legal, operacional e
pedagógico, que demonstram a ressignificação e a revitalização da aprendiza-
gem no Senac, por meio de ações voltadas para atender às demandas do comér-
cio de bens, serviços e turismo, bem como às expectativas de mudança no setor
e de crescimento das ações de educação profissional especialmente dirigidas aos
aprendizes.
Com base neste entendimento, este documento reforça o posicionamento da Ins-
tituição como referência brasileira em educação para o trabalho, conciliando ações
de promoção social, de relacionamentos empresariais e de comprometimento com a
sociedade, por meio de oferta de educação profissional de excelência em seus programas
de aprendizagem metódica.
Com a certeza de que a marca da Instituição fortalece os princípios sobre os quais o Senac
se constitui, o Departamento Nacional apresenta estas Diretrizes Nacionais dos Programas de
Aprendizagem Profissional Comercial, que representam um marco institucional, mantendo a
identidade do Senac em todas as Unidades da Federação.
Sumário
Apresentação 5
I. Antecedentes Históricos dos Programas de Aprendizagem Profissional 9
II. Bases Legais dos Programas de Aprendizagem Profissional 10
III. Dimensões do Programa de Aprendizagem Profissional 13
1. Atendimento às Instituições e à Sociedade 13
2. Atendimento às Empresas Contribuintes 13
2.1. Cota de Aprendizes 13
2.2. Benefícios do Programa de Aprendizagem 14
3. Atendimento aos Aprendizes 14
3.1. Contrato de Aprendizagem Profissional 14
3.2. Documentação para Matrícula nos Programas de Aprendizagem Profissional 15
a. Aprendiz 15
b. Empresa 15
3.3. Jornada de Trabalho 16
3.3.1. Trabalho aos Domingos e Feriados 16
3.3.2. Trabalho Noturno 16
3.4. Controle de Frequência e Avaliação 16
7
3.5. Férias 17
3.6. Gravidez 17
3.7. Extinção do Contrato Especial de Trabalho 17
4. Atendimento à Pessoa com Deficiência 17
IV. Concepção e Organização da Aprendizagem Profissional Comercial no Senac 19
1. O Conceito de Aprendiz 19
2. Programa de Aprendizagem Profissional Comercial 20
2.1. Aprendizagem Profissional Comercial em Qualificação Profissional, incluindo
Formação Inicial e Continuada de Trabalhadores 21
2.2. Aprendizagem Profissional Comercial Técnica de Nível Médio 22
2.3. Modalidades de Ensino 23
2.3.1. Educação Presencial 23
2.3.2. Educação a Distância (EAD) 23
V. Normas para a Operacionalização da Aprendizagem Profissional Comercial no Senac 26
1. Autonomia Institucional 26
2. Formação Técnico-profissional Metódica – Regime de Alternância 26
3. Referenciais Institucionais 26
3.1. Diretrizes de Educação Profissional do Senac 27
3.2. Modelo Pedagógico do Senac 27
3.3. Elaboração de Plano de Curso 27
4. Corpo Técnico-pedagógico 29
5. Infraestrutura e Ambientes Pedagógicos 30
6. Recursos Tecnológicos 31
7. Certificação Profissional 31
VI. Monitoramento e Avaliação dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial 32
1. Acompanhamento de Egressos 32
Referências 31
Anexos 35
1. Aprendizagem Profissional – Histórico da Base Legal 35
2. Agentes e Atribuições 36
3. Legislação Pertinente ao Programa de Aprendizagem Profissional 37
8
I. Antecedentes Históricos dos
Aprendizagem Profissional
Este capítulo apresenta as legislações governamentais e diretrizes do Senac para o desenvolvimento dos pro-
gramas de aprendizagem.
7. Segundo o Decreto-Lei nº 5.091, de 15 de dezembro de 1942, o aprendiz é conceituado como “traba-
lhador, menor de 18 anos e maior de 14 anos, sujeito à formação profissional metódica do ofício em que
exerça o seu trabalho”. Por sua vez, o Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que aprovou a Con-
solidação das Leis Trabalhistas (CLT), dedica capítulo especial sobre a proteção do trabalho do menor e,
em particular, a aprendizagem.
8. Este é o cenário no qual foi instituído, pelo Decreto-Lei nº 8.621, de 10 de janeiro de 1946, o Serviço Na-
cional de Aprendizagem Comercial (Senac), com o objetivo de criar e administrar escolas de aprendizagem
comercial.
9. No mesmo dia, o Decreto-Lei nº 8.622 dispôs sobre a aprendizagem dos comerciários definindo que:
• os cursos destinados à aprendizagem comercial dos praticantes funcionariam no horário normal de
seu trabalho;
• os candidatos à admissão como praticantes, além de terem a idade mínima de 14 anos, deveriam ter
concluído o curso primário ou possuir os conhecimentos mínimos essenciais à preparação profissional.
10. No Decreto Federal nº 31.546, de 6 de outubro de 1952, o conceito de empregado aprendiz foi tratado
como “o contrato individual de trabalho realizado entre um empregador e um trabalhador maior de 14 e
menor de 18 anos”.
11. O Decreto Federal nº 61.843, de 5 de dezembro de 1967, por sua vez, ao aprovar o Regulamento do Senac,
10 em seu “Capítulo I – Da Finalidade”, define os objetivos da aprendizagem a ser realizada pela Instituição.
12. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, consi-
dera adolescente a pessoa de 14 a 18 anos, e, ao dispor sobre o direito à profissionalização e à proteção
ao menor (art. 60), proibiu qualquer trabalho aos jovens com idade inferior a 14 anos, salvo na condição
de aprendiz.
13. A aprendizagem passa a ser caracterizada, também, como formação técnico-profissional ministrada se-
gundo as diretrizes e bases da educação nacional, definidas pela Lei nº 9.394/1996 e pelas normas edu-
cacionais subsequentes. Essa formação técnica convive com os programas de Qualificação Profissional,
incluindo os destinados à Formação Inicial e Continuada de trabalhadores, especialmente por conta da
defasagem idade/série no ensino fundamental brasileiro.
14. Os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial devem obedecer, ainda, aos princípios de garantia
de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular, execução de atividades profissionais compatíveis
com o desenvolvimento físico, mental e emocional do contratado, e cumprimento de horário especial para
o exercício dessas atividades conjugadas de aprendizagem para o trabalho.
15. O art. 227 da Constituição Federal de 1988, ao incluir a profissionalização como um dos direitos que deve
ser garantido com “absoluta prioridade”, provocou ampla revisão no conjunto da legislação que até então
regulamentava o trabalho do menor, culminando com a promulgação, em 19 de dezembro de 2000, da
Lei nº 10.097.
16. A referida Lei representa importante marco para o Programa de Aprendizagem Profissional, promovendo o
12
III. Dimensões do Programa de
b. Empresa
42. Para encaminhar o contratado como aprendiz para o Programa de Aprendizagem Profissional, a empresa
precisa apresentar ao Senac os seguintes documentos:
• Guia GFIP (apenas se a empresa não estiver cadastrada no Sistema de Acordos e Empresas Contri-
buintes) para verificar;
Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial do Senac
• uma via do Contrato de Aprendizagem na matrícula para a pasta do aluno e devidamente assinada
(aluno e empresa).
3.5. Férias
49. De acordo com o art. 130 da CLT, após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato, o
aprendiz tem direito ao gozo de férias. Para os aprendizes com idade inferior a 18 anos, as férias devem
coincidir, obrigatoriamente, com um dos períodos de férias escolares, sendo vedado o parcelamento, con-
forme parágrafo 2º do art. 136 e parágrafo 2º do art. 134.
50. Quando a empresa oferecer férias coletivas, o aprendiz com idade inferior a 18 anos não perde o direito
3.6. Gravidez
51. De acordo com Nota Técnica nº 97, de 30 de abril de 2015, da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT/
MTE), a gestante empregada como aprendiz tem direito à estabilidade de forma idêntica ao que acontece
em qualquer outro tipo de contrato profissional. Por se tratar de um contrato com início e fim, este não
interfere na duração do curso.
52. Caso haja constatação médica de impossibilidade de frequentar as aulas, cabe à instituição formadora
prever plano de atividades domiciliares.
Direitos
Direitosdo
doJovem Aprendiz
Jovem Aprendiz
• Carteira de Trabalho (CTPS) assinada pela empresa contratante, conforme dados do Con-
trato de Aprendizagem.
• Remuneração mensal
• 13º salário
• Férias de 30 dias (após cada período de 12 meses de vigência do contrato).
• PIS (Programa de Integração Social)
• FGTS
• INSS
• Vale-transporte (VT)
• Direitos de verbas rescisórias (ver página 30 do Manual de Aprendizagem do Ministério do
Trabalho e Emprego).
18
IV. Concepção e Organização da Aprendizagem
1. O Conceito de Aprendiz
59. O aprendiz é o adolescente ou jovem maior de 14 e menor de 24 anos de idade, estudante da educação
básica (ensino fundamental ou médio) ou concluinte do ensino médio inscrito em Programa de Aprendi-
zagem nos termos do art. 428, da CLT. Essa idade máxima de 24 anos não se aplica a aprendizes com
deficiência.
60. A condição de aprendiz pressupõe formalização do contrato do jovem pela empresa e matrícula em curso
ou Programa de Aprendizagem Profissional no Senac. Para os fins do Contrato de Aprendizagem, faz-se
necessário comprovar a matrícula e a frequência do aprendiz à escola, caso não haja conclusão do ensino
médio. Ressalta-se que nas localidades onde não houver oferta de ensino médio, a contratação do apren-
diz poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental, de
acordo com o parágrafo 7º do art. 428 da CLT.
Aprendiz
Aprendiz PCD
Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial do Senac
61. Em observância aos princípios contidos no Decreto-lei nº 5.598/2005, a contratação de aprendizes deverá
priorizar os adolescentes de 14 a 18 anos, exceto em situações de atividades insalubres ou perigosas.
Sendo assim, para a realização destas atividades, deverão ser admitidos obrigatoriamente, jovens na faixa
etária entre 18 e 23 anos ou pessoas com deficiência a partir dos 18 anos, conforme disposto no mesmo
Decreto, sem limite máximo de idade.
62. A seleção do aprendiz é feita pelo empregador, que dispõe de total liberdade para sua escolha, desde que
observado o princípio constitucional da igualdade e a vedação a qualquer tipo de discriminação atentatória
aos direitos às liberdades fundamentais, bem como a observância aos dispositivos legais pertinentes à
aprendizagem e à prioridade conferida aos adolescentes na faixa etária de 14 a 18 anos, além das diretri-
zes próprias e das especificidades de cada Programa de Aprendizagem Profissional desenvolvido.
Apresenta carga horária destinada à formação educacional, carga horária mínima para
formação na empresa e total do programa.
70. Os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial podem ser ofertados nas modalidades de ensino
presencial ou a distância, ambos respeitando a legislação de aprovação definida pelo MTE.
Presencial EAD
21
Presencial EAD
73. Observados os parâmetros, o Senac, na elaboração dos Programas de Aprendizagem Profissional Co-
mercial para a etapa de formação educacional, organiza a(s) ocupação(ões) considerando os níveis de
complexidade progressiva.
74. Os Departamentos Regionais do Senac, em parceria com as empresas que contrataram os aprendizes,
devem organizar e definir a(s) jornada(s) diária e semanal, considerando o perfil dos aprendizes quanto à
faixa etária e à escolaridade para que lhes seja garantido o direito à frequência à escola regular e o tempo
dedicado aos estudos, salvo quando o aprendiz já tiver concluído o ensino médio.
75. Os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial em Qualificação Profissional, incluindo Forma-
ção Incial e Continuada de trabalhadores, atendem aos arts. 2º e 3º do Decreto nº 5.154, de 23 de julho
de 2004, e demais normas relativas à formação. Além disso, estes programas específicos cumprem as
diretrizes gerais e curriculares, mesmo no que se refere aos conteúdos destinados à formação humana
e científica, devidamente contextualizados, nos termos dos incisos I, II e III do art. 10 da Portaria MTE
nº 723/2012.
22
2.2. Aprendizagem Profissional Comercial Técnica de Nível Médio
76. Entende-se por Aprendizagem Profissional Técnica de Nível Médio quando a parte da formação educa-
cional da aprendizagem é proporcionada por instituição ofertante de cursos técnicos de nível médio, que
seguem as Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação e as diretrizes
operacionais estabelecidas no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio (CNCT), administrado
pelo MEC.
77. Os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial Técnica, organizados por eixos tecnológicos, pos-
sibilitam a construção de diferentes itinerários formativos e podem contar com saídas intermediárias de
qualificação profissional técnica.
78. Segundo o art. 12 da Portaria MTE nº 723/2012, para o reconhecimento dos Programas de Aprendizagem
que envolvam cursos técnicos de nível médio, devem ser atendidos os requisitos que caracterizam os
Contrato de Aprendizagem Profissional, conforme o disposto no art. 428 da CLT.
79. Considerando que o Senac integra o sistema federal de ensino, as atividades práticas realizadas durante
a vigência do Contrato de Aprendizagem poderão ser reconhecidas para efeitos de contagem de eventual
carga horária exigida para cumprimento de atividades de estágio obrigatório, desde que explicitada no
projeto pedagógico do curso e que os termos desta equivalência constem do Termo de Compromisso
firmado entre o estagiário, o Senac e a parte concedente do estágio, conforme descrito no parágrafo 1º
do art. 12 da Portaria MTE nº 723/ 2012. Excepcionalmente, quando o curso Técnico de Nível Médio tiver
duração superior ao correspondente Programa de Aprendizagem, de acordo com o parágrafo 4º do art. 12
Referenciais Programas
de Qualidade para Deliberações do de Aprendizagem
Desenvolvimento e Comitê Permanente com Metodologia de
Validação dos Cursos de Aprendizagem Educação a Distância
de Aprendizagem a Profissional registrados no
Distância Conap
Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial do Senac
Fluxo de Encaminhamento de Aprendizagem Profissional Comercial Senac
Sim
Sim Não
Unidade encaminha
confirmação de vaga e faz
matrícula conforme procedimento Senac oferta aprendizagem
específico da Unidade
V. Normas para a Operacionalização
Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial do Senac
1. Autonomia Institucional
87. O Senac é uma Entidade privada vinculada ao sistema sindical, conforme o art. 240 da Constituição
Federal de 1988. De acordo com o disposto no art. 20 da Lei nº 12.513/2011, na redação dada pela Lei
nº 12.816, de 5 de junho de 2013, o Senac integra o Sistema Federal de Ensino, com autonomia para
criação de Unidades Educacionais e oferta de cursos e programas de Educação Profissional e Tecnológica,
incluindo Programas de Aprendizagem Profissional Comercial. O Senac é uma Entidade especializada na
formação técnico-profissional metódica, criada por Lei específica para essa finalidade, legalmente quali-
ficada para oferta de cursos de Aprendizagem, com autonomia para levar à apreciação do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) novos programas, conforme descrito no art. 8º do Decreto-lei nº 5.598/2005.
3. Referenciais Institucionais
90. Para o Senac o Programa de Aprendizagem deve articular esforços nas áreas de educação, trabalho,
emprego, esporte e lazer, cultura, ciência e tecnologia, desenvolver a cidadania do jovem e a compreen-
são das características do mundo do trabalho e tem como o principal objetivo preparar o jovem para uma
atuação ética e cidadã, favorecendo o protagonismo juvenil e a possibilidade de que esses jovens possam
se posicionar de forma crítica e sustentável no mercado de trabalho e na sociedade. O Programa é o início
de um itinerário formativo para promover mobilidade do jovem no mundo do trabalho e, por isso, os planos
de cursos devem se relacionar com as ocupações codificadas na CBO e não trazer para sua concepção
formativa as qualificações profissionais voltadas para essas ocupações na íntegra (ter ocupações rela-
cionadas ao Programa de Aprendizagem é diferente de ‘atrelar’ o perfil das aprendizagens a ocupações
específicas ou trazer para o escopo da Aprendizagem os cursos de qualificação profissional).
3.1. Diretrizes da Educação Profissional do Senac
101. O plano de curso de um Programa de Aprendizagem, baseado no Modelo Pedagógico do Senac e nas
normas complementares definidas pelo MTE, é composto pelos itens a seguir.
4. Corpo Técnico-pedagógico
108. A qualificação e a quantidade de profissionais no corpo técnico-docente e de apoio envolvidos na execu-
ção do Programa de Aprendizagem devem ser adequadas à proposta pedagógica descrita no plano de
curso e a duração do programa. Os docentes deverão ter formação requerida para ministrar os cursos
na área específica e deve ser determinado um técnico responsável pelo acompanhamento das atividades
dos aprendizes na empresa. Salienta-se que a comprovação da existência de quadro-técnico docen-
te deve acompanhar o termo de compromisso do Programa de Aprendizagem, segundo Portaria MTE
nº 723, de 23 de abril de 2012, com redação dada pela Portaria MTE nº 1.005, de 1º de julho de 2013.
Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial do Senac
109. Recomenda-se que, para a realização de cursos do Programa de Aprendizagem, os Departamentos
Regionais tenham em sua estrutura o coordenador e/ou supervisor de formação profissional na em-
presa. No caso da modalidade de ensino a distância, também, é necessário haver o acompanhamento
do tutor na formação educacional.
Envolvidos no processo
Senac
Coordenador
e Docente/ Empresa
Tutor (EAD) Supervisor e
Aprendiz
7. Certificação Profissional
121. De acordo com o art. 31 do Decreto-lei nº 5.598/2005, o Senac deverá conceder certificado de qualifi-
cação profissional aos aprendizes que concluírem os Programas de Aprendizagem com aproveitamento.
122. O certificado de qualificação profissional deverá enunciar o título e o perfil profissional para as ocupa-
ções nas quais o aprendiz foi qualificado. A formação em Aprendizagem de Nível Técnico deve seguir as
diretrizes estabelecidas no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, devendo ser acrescidas as horas de
prática necessárias à ocupação específica, conforme descrito no anexo I, da Portaria MTE nº 723/2012.
Este programa confere “Cerificado de Aprendizagem Profissional Técnica de Nível Médio em (nome do
curso)”. No mesmo certificado deve ser informada a ocupação, com respectivo código da CBO, para a
qual foi qualificado.
31
123. No caso de rescisão de contrato por parte da empresa, o aluno receberá somente uma declaração de
estudos de acordo com o Regimento do Departamento Regional.
VI. Monitoramento e Avaliação dos
Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial do Senac
Programas de Aprendizagem
Profissional Comercial
Este capítulo refere-se às orientações sobre o processo de avaliação dos Programas de Aprendizagem Profis-
sional Comercial e o acompanhamento de egressos.
124. Conforme o inciso VII, do art. 5º da Portaria do MTE nº 723/2012, o Senac deve desenvolver mecanismos
de acompanhamento e avaliação de aprendizagem, mediante registro documental das atividades teóricas
e práticas, com a participação do aprendiz e da empresa. A avaliação da aprendizagem constitui um
processo de caráter diagnóstico e formativo, pois seus resultados devem informar os progressos e as
dificuldades do aprendiz, tendo em vista um trabalho de intervenção no sentido de contribuir para o ple-
no desenvolvimento das competências (conhecimentos, habilidades e valores mobilizados para a ação),
definidas nos perfis profissionais de conclusão dos planos de cursos.
125. O processo de avaliação estende-se ao período de prática profissional do aprendiz na empresa, requer
acompanhamento metódico das atividades laborais, mediante anotações diárias de ações, com destaque
para novas experiências, descobertas, problemas e soluções. Os registros devem ser assinados, sema-
nalmente, tanto pelo aprendiz como por seu responsável na empresa.
126. Durante a prática profissional na empresa, deverão ser promovidos encontros de orientadores e reuniões
com os aprendizes, com o objetivo de esclarecer questões sobre legislação educacional e trabalhista,
transmitir informações sobre o Programa de Aprendizagem Comercial e, sobretudo, acompanhar as ati-
vidades práticas dos aprendizes. De acordo com o art. 29, do Decreto-lei nº 5.598/2005, em caso de
desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, o Senac deve elaborar laudo de avaliação, após
consulta ao estabelecimento onde se realiza a aprendizagem. Conforme descrito no anexo II, da Portaria
MTE nº 723/2012, os planos de curso, ofertados na modalidade de educação a distância, precisam
32 prever avaliações presenciais, com controle de frequência, zelando pela confiabilidade e credibilidade na
certificação do aprendiz.
1. Acompanhamento de Egressos
127. Cabe ao Senac realizar pesquisas com egressos, com objetivo de avaliar o impacto das ações formativas
e acompanhar a inserção dos aprendizes no mercado de trabalho após o término do Contrato de Apren-
dizagem. Essa pesquisa visa contribuir para a melhoria das metodologias educacionais utilizadas para
aprimoramento contínuo da oferta dos Programas de Aprendizagem.
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. Decreto n. 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jul. 2004.
BRASIL. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 ago. 2009.
BRASIL. Decreto n. 31.546, de 6 de outubro de 1952. Dispõe sobre o conceito de aprendiz. Diário Oficial da
União, Rio de Janeiro, 11 out. 1952.
BRASIL. Decreto n. 61.843, de 5 dezembro de 1967. Aprova o Regulamento do Serviço Nacional de Aprendi-
zagem Comercial (Senac) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 dez. 1967.
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.091, de 15 de dezembro de 1942. Dispõe sobre o conceito de aprendiz, para os
efeitos da legislação do ensino. Coleção das Leis do Brasil, Rio de Janeiro, 31 dez. 1942.
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário
Oficial da União, Rio de Janeiro, 9 ago. 1943.
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.598, de 1º dezembro de 2005. Regulamenta a contratação de aprendizes e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 dez. 2015.
BRASIL. Decreto-Lei n. 8.621, de 10 de janeiro de 1946. Dispõe sobre a criação do Serviço Nacional de Apren-
dizagem. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 12 jan. 1946.
BRASIL. Decreto-Lei n. 8.622, de 10 de janeiro de 1946. Dispõe sobre a aprendizagem dos comerciários,
estabelece deveres dos empregadores e dos trabalhadores menores relativamente a essa aprendizagem e dá
33
outras providências. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 12 jan. 1946.
BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Republicado em 27 set. 1990.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 1.
BRASIL. Lei n. 10.097, de 19 de dezembro de 2000. Altera dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho
– CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20
dez. 2000.
BRASIL. Lei n. 10.748, de 22 de outubro de 2003. Cria o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego
para os Jovens - PNPE, acrescenta dispositivo à Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, e dá outras provi-
dências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 2003. Revogada.
BRASIL. Lei n. 10.940, de 27 de agosto de 2004. Altera e acrescenta dispositivos à Lei nº 10.748, de 22 de
outubro de 2003, que cria o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para os Jovens – PNPE e
à Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o Serviço Voluntário, e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 ago. 2004.
BRASIL. Lei n. 11.180, de 23 de setembro de 2005. Institui o Projeto Escola de Fábrica, autoriza a concessão
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o Programa de Educação Tutorial – PET [...]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 set. 2005.
BRASIL. Lei n. 12.513, de 26 de outubro de 2011. Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
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BRASIL. Lei n. 12.816, de 5 de junho de 2013. Altera as leis 12.513, de 26 de outubro de 2011, para ampliar
o rol de beneficiários e ofertantes da bolsa-formação estudante, no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao
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