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EM EDUCAÇÃO FÍSICA
autores
EDVALDO ANTUNES DE FARIAS
ÂNGELO LUIS DE SOUZA VARGAS
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2019
Conselho editorial roberto paes e gisele lima
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2019.
As responsabilidades 102
Responsabilidade administrativa 103
Responsabilidade civil 103
Responsabilidade Penal ou Criminal 105
Prezados(as) alunos(as),
7
Ética. Em seguida, apresentamos uma análise da origem legal da Profissão Educação
Física e ainda, a normatividade substantiva que ampara a ética profissional. Todos
esses conteúdos estão suportados em documentos que poderão ser consultados
simultaneamente nas suas integralidades nas referências assinaladas e também,
nos portais virtuais indicados. No capítulo, o estagiário tem a possibilidade de
estabelecer contato direto com as normatizações éticas e jurídicas de forma direta
com os órgãos representativos de categoria profissional, nomeadamente, o Sistema
CONFEF/CREF’s.
O capítulo III, que aborda conteúdos da disciplina Prática Profissional
em Educação Física II, abrange a carreira profissional em Educação Física, seu
planejamento e gestão, além do mercado de trabalho e suas mudanças nos diferentes
cenários empresariais. O propósito principal é fornecer a você, estudante de
Educação Física, a possibilidade de refletir sobre o que caracteriza o planejamento
de uma carreira profissional, em suas fases e providências essenciais, além de
conduzi-lo à observação do mercado de trabalho na área do bacharelado e como
articular a gestão e o planejamento da carreira com as demandas desse mercado,
de modo a preparar-se minimamente com vista ao sucesso profissional pretendido.
Utilizamos para isso não apenas conteúdo escrito, mas também propomos
atividades práticas ligadas a essa abordagem, além de sinalizar links de vídeos e
material de leitura sugerida como forma de contribuir com esse desenvolvimento.
O capítulo IV, aborda aos conteúdos da disciplina Prática Profissional em
Educação Física III, nosso foco de abordagem é a gestão de serviços ligados à
prática profissional no bacharelado em Educação Física e sua aplicabilidade nos
negócios em seus diferentes segmentos. Analisamos, ainda, conteúdos relacionados
ao comportamento do consumidor no processo de compra/venda de serviços
relacionados a nossa profissão, bem como das diferentes estratégias de venda de
serviços aos clientes ou consumidores e o relacionamento necessário a manutenção
dessa relação, gerando retenção e fidelização além de prevenir a evasão deles. Além
disso, propomos atividades ligadas ao perfil do gestor nas empresas relacionados à
prática profissional no bacharelado e seus papéis e responsabilidades na condução
dos negócios pelos quais são responsáveis.
O capítulo V, aborda conteúdos programáticos da Disciplina Prática
Profissional em Educação Física IV, e para contemplar toda a substância da ma-
téria, foi dividido em subitens para facilitar a compreensão dos objetivos a serem
alcançados durante a sua vivência profissional curricular. Esta subdivisão aborda
os aspectos:
1. Responsabilidade profissional com seus enquadramentos legais e, con-
sequentes desdobramentos jurídicos nas diferenciadas formas de responsa-
bilização no cosmo civil, administrativo e penal;
2. Desafios do exercício profissional no contexto do multiculturalismo
como estrutura paradigmática da sociedade contemporânea;
3. Meio ambiente, e suas características no modelo ecológico atual, desta-
cando a atenção para os riscos dos estilos de vida, seus fatores indutores do
sedentarismo e consequências deste status quo;
4. Inclusão social como importante desafio para a prática profissional em
educação física;
5. Relações de sexo e gênero e sua importância no exercício profissional
frente os novos desafios da moralidade consensual;
6. Tecnologias emergentes na prática laborativa, com suas características e
impactos no exercício de funções técnicas e;
7. Questões ambientais e suas relações com o multiculturalismo e as di-
versas formas e pilares que sustentam os conceitos de sustentabilidade e
suas relações com níveis de saúde desejáveis sob a ótica ecológica na socie-
dade contemporânea.
Bons estudos!
1
Diretrizes e
orientações de
conteúdo e forma
para elaboração do
relatório final de
estágio - RFE
Diretrizes e orientações de conteúdo e forma
para elaboração do relatório final de estágio-RFE
capítulo 1 • 12
apresentado por seu professor-orientador tão logo inicie cada período letivo nas
disciplinas Prática Profissional I, II, III ou IV. Mas, além disso, apresentamos, no
final deste capítulo, um exemplo de cada uma dessas páginas para sua orientação,
além dos Anexos obrigatórios, que devem ser adequadamente preenchidos em
função das especificidades de cada uma das disciplinas em tela.
OBJETIVOS
• Compreender a lógica de construção do Relatório Final de Estágio - RFE em cada uma de
suas partes componentes;
• Identificar e compreender a formatação textual e demais detalhes técnicos da estrutura do
Relatório Final de Estágio – RFE.
• Compreender e aplicar os itens obrigatórios que devem compor o conteúdo do Relatório
Final de Estágio – RFE
capítulo 1 • 13
Assim, apresentamos a seguir um conjunto de 15 (quinze) itens que obriga-
toriamente devem estar presentes na Introdução de seu RFE, com o respectivo
detalhamento deles. Ressaltamos, e pedimos sua especial atenção, para o fato de
que, todas as vezes em que a informação não puder ser disponibilizada pela em-
presa ou não for pertinente à sua realidade, você deve descrever isso no seu RFE
e não, simplesmente, deixar de abordar o item. Caso o faça, sua Introdução será
considerada inconsistente pela falta de informações consideradas obrigatórias.
Em síntese, a Introdução do RFE deve ser composta por um texto apresentati-
vo da instituição na qual a vivência profissional ocorreu, devendo conter mínima
e obrigatoriamente as informações sobre os itens listados no tabela 1.1, e descri-
tas em seguida, não necessariamente na ordem apresentada, em um tamanho que
não deve exceder a 2 laudas.
Entende-se por razão social o nome de registro formal da empresa junto aos
órgãos de registro comercial. Também conhecido como nome comercial ou de-
nominação social, nada mais é do que o nome dado à pessoa jurídica, que consta
em documentos legais como contratos ou escrituras. Representa a certidão do
capítulo 1 • 14
nascimento da empresa na Junta Comercial ou no Cartório correspondente à sua
sede, e funciona como uma evidência da constituição legal da empresa.
Já o nome fantasia, também conhecido como nome de fachada ou marca em-
presarial, representa o nome popular de uma empresa, e pode ou não ser igual à
razão social. Geralmente, é utilizado na divulgação e nas campanhas de marketing
e vendas da empresa. Seu registro, deve ser feito junto ao órgão responsável por
marcas e patentes, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Este
órgão determina que o direito de uso de uma marca pertence, e é exclusivo, de
quem tiver feito o registro primeiro. Esse registro não é obrigatório, mas, quando
é feito, passa a ser denominado marca registrada, e obriga a empresa a apresentar
o símbolo ® ao lado do nome, e assim ela passa a ser sua proprietária exclusiva,
incorporando-se ao patrimônio da empresa.
Localização completa
capítulo 1 • 15
Em relação a atividade econômica principal e secundária(s) da empresa na
qual você realiza seu estágio, temos que a atividade principal, é aquela que gera
a maior receita para uma empresa ou a que responde pela destinação maior da sua
atividade. A(s) atividade(s) secundária(s) são aquelas exercidas pela empresa na
mesma localização, mas que são derivadas da atividade principal, e que têm algu-
ma especificidade não abrangida por ela.
Essas informações estão descritas no CNPJ da empresa e, portanto, você deve
buscar ter acesso a ele para fazer a descrição correta da empresa concedente, já que
somente aquelas cujos registros sejam relacionados ao exercício profissional
em Educação Física nas suas diferentes formas de atuação, podem ser conceden-
tes de estágio profissionalizante capaz de complementar sua formação.
CONEXÃO
Para fazer esta verificação você pode acessar o portal da Receita Federal de posse do
número do CNPJ, ter acesso ao documento completo.
<http://receita.economia.gov.br/interface/servicos>
Devem ser descritos os telefones de contato com a empresa, fixos e móveis dis-
poníveis, além do endereço eletrônico, portal eletrônico ou perfis de redes sociais
que permitam um contato direto com a empresa.
Vários são os critérios utilizados para classificar o porte das empresas, e essa
classificação é diferente para empresas produtoras de bens (indústrias) e serviços,
que é o nosso caso específico. Assim, adotamos para efeito de classificação do porte
das empresas concedentes de estágio a classificação adotada pelo Serviço de Apoio
as Micro e Pequenas Empresas e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE, que está relacionada ao número de colaboradores, que apresentamos na
tabela 1.2, com destaque para o setor de serviços, que é o nosso caso.
capítulo 1 • 16
SETORES
PORTE
INDÚSTRIA(1) COMÉRCIO E SERVIÇOS (2)
MICROEMPRESA até 19 pessoas ocupadas até 9 pessoas ocupadas
Nesse item você deve apenas descrever se a empresa na qual realizou seu está-
gio é uma empresa pública (secretarias de governo, prefeituras, governos estaduais
ou federais), da iniciativa privada, ou se é algum tipo de iniciativa ou projeto social
realizado por alguma organização pertencente ao 3º. setor, como Organização
Não Governamental (ONG), Organização Social (OS), Organização da Sociedade
Civil (OSC) ou Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
capítulo 1 • 17
Além disso você deve buscar saber junto aos gestores, o valor do ticket médio
da empresa, que nada mais é do que o valor médio ou a média de compras
que cada cliente faz no negócio, o que inclui não apenas os serviços em si,
mas também despesas acessórias, correlatas, que contribuem para o aumento
da receita da empresa. Por exemplo, em um centro de treinamento físico, além
de pagar pelos serviços em si, o cliente gasta uma certa quantia de dinheiro com
alimentação na cantina, compra de roupas para a prática de exercícios, acessórios
fitness... (desde que essas vendas sejam feitas pela própria empresa e não por outras
que alugam os espaços para isso).
Essa métrica é muito utilizada tanto por segmentos de varejo, tecnologia e
serviços em geral, pois a partir dela é possível avaliar se as ações de aumento das
vendas e da lucratividade estão surtindo o efeito esperado. Seu cálculo é bem
simples, bastando para isso dividir o total das vendas (TV) pelo número de clientes
ativos (NC) ou, TM = TV / NC. Veja o exemplo a seguir.
Uma academia faturou em um determinado mês R$45.000,00 e teve um total
de 250 clientes ativos. O ticket médio desta empresa, no período, foi, portanto, de
R$187,50. Numa ação de marketing para captação, ela conseguiu aumentar sua
base de clientes ativos para 300 clientes e seu faturamento foi de R$56.250,00.
Seu ticket médio permaneceu em R$187,50, ou seja, cada cliente continua gastan-
do em média a mesma quantia de dinheiro na empresa.
capítulo 1 • 18
objetivo genérico ao definir como ela deseja ser vista mais à frente, embora precise
de coerência em relação à missão e normalmente deve funcionar como um moti-
vador de todas as ações e projeções de como poderá ser o futuro. Resumidamente,
pode ser vista como uma “autoimagem idealizada”, criada para que todos possam
buscar seu alcance.
Caso a empresa onde você estagiou não tenha missão e visão definidos, é pre-
ciso descrever a inexistência desses valores no seu RFE. Além disso, sugerimos que
você converse com os gestores sobre a possibilidade de construir esses valores com
a sua ajuda. O que você acha da ideia?
Supervisão do estágio
capítulo 1 • 19
CONEXÃO
A verificação deve ser feita por você mesmo no portal do CONFEF, acesse:.
<https://www.confef.org.br/confef/registrados/>
Aqui você deve descrever se existe um processo seletivo para realizar estágio
nessa empresa e, caso haja, quais são as fases desse processo. Além disso, você deve
conversar com seu supervisor de estágio e colher dele informações relacionadas a
existência, ou não, de um perfil desejado para os estagiários e como são feitas as
avaliações do desempenho desses estudantes. Por fim, procure saber se existe na
empresa uma política de aproveitamento dos estagiários para integrar o corpo
técnico da empresa.
Programa de estágio
Nesse item você deve buscar saber junto aos gestores da empresa ou com o
seu supervisor de estágio sobre a existência de um programa de estágio regular na
empresa. Para isso, busque identificar: regularidade de oferta de estágios, sistema
de avaliação do desempenho, progressão no estágio em função do tempo, remu-
neração do estágio, sistema de obrigações e compromissos do estagiário com a
empresa. Além dessas, toda e qualquer informação que você julgar pertinente e
interessante relatar, faça-o de modo a permitir que tenhamos informações consis-
tentes sobre a qualidade dos estágios que esta empresa oferece a futuros estudantes
de Educação Física de nossa universidade.
Este item refere-se a uma descrição sucinta feita por você da área de atuação
profissional que você escolheu para desenvolver seu estágio acadêmico. Apresente
argumentos que justifiquem sua escolha, tais como preferências pessoais, espaço
para atuação no mercado, escassez de profissionais interessados pela área, deman-
da potencial na sociedade... enfim, apresente as suas razões de escolha dessa área
neste estágio acadêmico e não em outras.
capítulo 1 • 20
Razões de escolha do estágio nesta empresa
tes elementos:
a) objetivo(s) da atividade;
b) fundamentação teórica da atividade desenvolvida (quando for o caso);
c) carga horária (CH) da semana.
TEÓRICA
capítulo 1 • 21
Veja no exemplo a seguir de como você deve estruturar a seção DESENVOL-
VIMENTO do seu RFE, com um aluno que cursa uma das disciplinas Prática
Profissional (I, II, III ou IV) e tem CH semanal de 12h em um estúdio de treina-
mento físico.
1.1 Parte Teórica – professor da disciplina desenvolveu na sala uma dinâmica de grupo
sobre trabalho em equipe, solidariedade e empatia nas relações profissionais.
CH = 2h
2.1 Parte Teórica – professor da disciplina fez uma apresentação, com assistência de
um vídeo seguida de uma discussão com a turma, sobre o papel do profissional de Edu-
cação Física na melhoria das condições de sociabilidade e relacionamento interpessoal -
CH = 2h
E assim sucessivamente...
Esta seção do seu RFE destina-se a dar espaço para você, a partir de tudo que
viveu, experimentou e assistiu durante a experiência profissional, descrever a que
conclusões chegou sobre tudo isso. É um texto livre, que não precisa e nem deve
ser referenciado, mas sim o resultado de suas percepções, aprendizagens e pontos
de vista em relação a experiência em si, a empresa, aos colegas de trabalho e a
todo o ambiente do qual você participou por um período de tempo destinado a
complementar sua formação acadêmica.
capítulo 1 • 22
Sendo assim, e como forma de dar uma diretriz geral para a construção desta
seção, definiu-se que deverá abordar OBRIGATORIAMENTE um posiciona-
mento pessoal em relação aos seguintes aspectos:
capítulo 1 • 23
ANEXO TÍTULO QUEM PREENCHE / ASSINA
Ficha de Avaliação do Estagiário estudante estagiário;
E na IES professor-orientador.
estudante estagiário;
F Ficha de Registro de Frequência
supervisor do estágio;
(PRÁTICO) (campo)
professor-orientador.
REFLEXÃO
Como você pode observar nesse capítulo, são muitos os detalhes relacionados a descri-
ção de uma empresa e suas atividades e peculiaridades, que de alguma forma impactam na
sua experiência profissional na condição de estagiário.
Da mesma forma, em relação a estrutura de construção do RFE, bem como suas partes
e respectivas configurações, são diretrizes que garantem a uniformidade nos documentos
finais de estágio além de colaborar com a ampliação dos conhecimentos relacionados a
descrição de atividades profissionais, o que certamente você deverá ser chamado a fazer ao
longo de toda a sua trajetória profissional futura.
Sendo assim, podemos afirmar que o cumprimento desta exigência além de atender
as demandas de registro documental das experiências vividas por você em sua formação
acadêmica, também contribuem para o aprendizado da elaboração de relatórios técnicos, o
que constitui um diferencial de nosso curso, posto que este conteúdo não é contemplado em
nenhuma outra disciplina.
Com isso, esperamos ter proporcionado a você uma experiência interessante de elabo-
ração de relatórios técnicos, baseados em experiências práticas vividas durante um período
capítulo 1 • 24
de sua formação, permitindo ainda que você tenha debruçado sobre essa experiência uma
análise crítica e capaz de contribuir com a melhoria da qualidade dessas experiências para
outros acadêmicos que cumprirão a mesma exigência curricular.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Instituto Nacional de Marcas e Patentes – INPI. Disponível em <http://www.inpi.gov.br/>.
Acesso em 12/02/2019.
BRASIL. Ministério da Economia. Receita Federal do Brasil – RFB. Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica. Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/interface/lista-de-servicos/cadastros/cnpj>.
Acesso em: 11/02/2019.
CONFEF. Conselho Federal de Educação Física. Consulta a profissionais registrados. Disponível em
<https://www.confef.org.br/confef/registrados/>. Acesso em 14/02/2019.
RAZÃO SOCIAL E NOME FANTASIA, Disponível em: <https://blog.egestor.com.br/o-que-e-razao-
social-e-nome-fantasia/>. Acesso em: 15/02/2019.
SEBRAE. Serviço de Apoio a pequena e Média Empresa. Classificação do porte das empresas pelo
número de colaboradores. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/
Anexos/Anuario%20do%20Trabalho%20Na%20Micro%20e%20Pequena%20Empresa_2013.pdf>.
Acesso em: 16/02/2019.
capítulo 1 • 25
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Cidade
ano
capítulo 1 • 26
NOME COMPLETO DO(A) ALUNO(A)
Professor-Orientador:
nome completo e titulação
Cidade
ano
capítulo 1 • 27
NOME COMPLETO DO(A) ALUNO(A)
__________________________________________________
Professor-Orientador da Prática Profissional X – nome completo e titulação
Universidade Estácio de Sá
capítulo 1 • 28
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
DESENVOLVIMENTO x
CONCLUSÕES y
REFERÊNCIAS z
capítulo 1 • 29
ANEXO B
Campus: Curso:
Nome: Matrícula:
Professor-Orientador:
Estágio de: EDUCAÇÃO FÍSICA
Nome da Instituição/Empresa: Telefone:
Endereço:
Contexto socioeconômico da Instituição/Empresa:
Professor responsável pelo Estágio na Instituição/Empresa:
Carga horária da Prática Profissional:
Início da Prática Profissional: ____ / ____ /________.
Término da Prática Profissional: ____ / ____ /________
OBJETIVOS
capítulo 1 • 30
CRONOGRAMA
DIAS DA
MANHÃ TARDE NOITE
SEMANA
____________________ _______________________________
Aluno Estagiário Professor-Orientador da Prática
Profissional na Universidade Estácio de Sá
capítulo 1 • 31
ANEXO C
COMPETÊNCIA: AUTONOMIA E
CLASSIFICAÇÃO
RESPONSABILIDADE
Disciplina 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pontualidade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Assiduidade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
COMPETÊNCIA: GERENCIAMENTO DO
CLASSIFICAÇÃO
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
Atenção 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Interesse pelo trabalho 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
capítulo 1 • 32
ANEXO D
DECLARAÇÃO
Declaro, para fins de comprovação de Prática Profissional, que o(a) aluno(a): __________
______________________________, regularmente matriculado no ____ período do Curso de
Educação Física da Universidade Estácio de Sá, cumpriu: _____ (________________________)
horas de estágio de (Observação, Coparticipação e/ou Participação), nessa Instituição.
________________________________________________
Representante Legal da Instituição/Empresa
Registro n°_____________________
capítulo 1 • 33
ANEXO E
SIM NÃO
Teve parecer favorável do Professor responsável pela Prática
Profissional da Instituição/Empresa?
Cumpriu a carga mínima de ______ horas de prática profissional?
Obteve na disciplina pontuação igual ou superior ao mínimo
exigido pela Universidade?
Apresentou relatório de prática profissional?
Teve frequência igual ou superior ao mínimo exigido na disciplina?
__________________________________________________________________________
Professor Orientador de Prática Profissional de Ensino da Universidade
capítulo 1 • 34
ANEXO F
FICHA DE REGISTRO DE FREQUÊNCIA
Campus: _______ ___________ _______________ Curso: Educação física Semestre: 20__/ ___
Prática Profissional de: BACHARELADO
Nome:______________________________________________________________________________________________________ Matrícula: _____________________________
Nome da Instituição/Empresa: __________ ___________________________________________________________________________ Telefone: _______________
Endereço: ______ _______________________________________________________________________________________________________________________________
Professor responsável pela Prática Profissional na Instituição/Empresa: ________________________________________________________________________
capítulo 1
• 35
_________________________________________________________________________
Professor Orientador de Prática Profissional de Ensino da Universidade
capítulo 1 • 36
2
Ética no exercício
profissional em
Educação Física
Ética no exercício profissional em Educação
Física
A ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pessoas que guiam,
ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade),
ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir. Mores
significa: usos e costumes. (VARGAS, 2007 p.2.)
Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado. Um dos objetivos da ética é a busca de justificativas para as
regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos – Moral e Direito –
capítulo 2 • 38
pois não estabelece regras - o que caracteriza a ética é a reflexão sobre a ação humana.
O sujeito da ética é o homem e os homens se distinguem pelos valores que vivem. Antes
de assumir formas objetivas a atividade humana é projetada subjetivamente por homens
que vivem determinados valores. Ao objetivar-se realizam valores. Valorização do mundo
através da criação intelectual, ética, estética. (VARGAS, 2007, p.2.)
OBJETIVOS
• Conhecer, compreender e analisar criticamente as questões éticas inerentes ao exercício
profissional em Educação Física nas dimensões filosóficas, jurídicas e atitudinais;
• Aplicar os conceitos, princípios e orientações éticas, filosóficas e jurídicas nas diferentes
experiências práticas vividas durante o estágio profissionalizante.
Os doutrinadores
capítulo 2 • 39
predominante limitou-se aos paradigmas dogmáticos e religiosos. Não obstante
é imperioso que façamos menção aos filósofos de maior destaque posto que ainda
que seus sistemas filosóficos estejam norteados pela moral e pela ética cristã;
na teoria, o dimensionamento dos valores, em muito demonstrou assimilação
dos postulados de Platão e Aristóteles. Estamos, portanto, a falar dos maiores
destaques deste período que são Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino com
sua “Escolástica”.
É importante ressaltar que o rompimento com o paradigma da moral
permanente cristã vai ocorrer com o Movimento Renascentista e as tentativas
de separação dos conceitos de filosofia e religião. Com efeito, os filósofos
renascentistas incumbiram-se de divorciar a razão humana da fé puramente
cristã e dentre as figuras de maior destaque é possível elencar:
THOMAS
Para o filósofo o ‘homem é lobo do homem”. A fundamentação da moral
HOBBES e do direito está no desejo natural de cada ser humano.
(1588 – 1679)
BARUCH DE
A ética na natural busca pela perfeição. Esta perfeição está no controle
ESPINOZA com paixões que conduzam ao egoísmo e ao egocentrismo.
(1632 – 1677)
A moral está assentada no respeito às leis sociais que agregam as pes-
JOHN LOCKE soas no sentido da solidariedade. A ética está pautada na “felicidade
(1632 – 1704) pública”, já que todos os homens nascem com os mesmos direitos a
liberdade, a propriedade, a vida.
O fundamento axiológico supremo que consagra a moral e a utilidade
DAVID HUME e, constitui um critério absoluto para gerar a “felicidade e a satisfação
(1711 – 1778) à sociedade”, ou seja, possibilita a felicidade de todos. Para Hume os
fundamentos da ética são a “utilidade” e a “simpatia”.
capítulo 2 • 40
A profissão: conceito e finalidades sociais
CONCEITO
Desde o início da humanidade, foram identificados alguns e imprescindíveis serviços
sociais como consagração (profissão) aos serviços religiosos, aos cuidados da família à
administração da justiça e à atenção aos enfermos. O vocábulo “profissão” tem originalmente
conotação religiosa que significa “profissão de fé” ou “professar” uma religião. Professar
ou confessar é sinônimo de disponibilizar-se para um determinado serviço, consagrar-se a
uma atividade.
A partir de então, conceitua-se o profissional como alguém consagrado a uma causa de
grande tendência social e humana. Por seu turno, a sociedade exige de seus profissionais,
correção e retidão no desempenho deste mister, outorgando-lhes determinados privilégios
como uma forma de retribuição aos que consagram a sua vida para servir os seus semelhantes.
... toda a vez que pessoas com a responsabilidade de executar funções relacionadas com
as dimensões mais sagradas da existência, como a religião, a justiça e a saúde, não respei-
tam valores morais inerentes à sua profissão, agridem a sociedade tornando-a diminuída nos
seus mandamentos éticos.
Profissão é, pois, uma atividade humana específica surgida em razão de uma necessidade
social, para a qual deve estar voltada com a missão fundamental de colaborar para o bem-
estar coletivo, o equilíbrio e a paz social.
Drumond, (p. 52) in Tojal; Barbosa (2006)
capítulo 2 • 41
ORDEM MORAL
NORMATIVIDADE
TÉCNICA
P
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DE
capítulo 2 • 42
É a ausência da moral. Decorre da impossibilidade de emitir
AMORAL um juízo da natureza moral sobre as ações de um indivíduo
ou grupo dentro de um determinado contexto social
É a ciência da moral. Seus princípios permitem avaliar se os
ÉTICA comportamentos entre pares ou grupos estão a observar or-
dem moral da sociedade
capítulo 2 • 43
Ainda sob esta ótica, a importância dos movimentos em prol da regulamenta-
ção profissional foi reconhecida de forma incontestável pelo Congresso Nacional,
quando, através do Ministério da Saúde, no ano de 1997, portanto um ano an-
tes do sancionamento da Lei Ordinária Federal, o Conselho Nacional de Saúde
através da Resolução nº 218 de 1997 elencou a Educação Física no conjunto de
outras profissões da área da saúde.
Com efeito, em primeiro de setembro de 1998, foi sancionada a Lei
Ordinária Federal número 9696 que, cujo o escopo, veio consagrar os legítimos
anseios de toda uma categoria profissional, tornando, destarte, legal àquilo que
historicamente foi legitimamente construído – a tão sonhada regulamentação do
Profissional de Educação.
Aduz ao cenário que, os mandamentos contidos na referida Lei Ordinária
Federal, passaram a contemplar o artigo V inciso XIII da Constituição da
República Federativa do Brasil.
CONEXÃO
capítulo 2 • 44
O conceito de Educação Física e espírito das normas éticas da profissão
CONEXÃO
Se você quiser acessar o documento na integra, acesse o portal do CONFEF:
<https://www.confef.org.br/confef/>
capítulo 2 • 45
Por derradeiro, é possível ainda assinalar que o conceito relativo a profissão
está explicitamente consagrada no documento, inclusive, quando enuncia o papel
social do Profissional de Educação como um “Interventor” social:
Não basta somente o conhecimento técnico nem tampouco o fazer profissional porque
o conhecimento não é um fim em si mesmo, por mais que esteja articulado a algum
interesse. Para além do conhecimento técnico e da práxis profissional é necessário um
terceiro e fundamental elemento integrador que é o saber estar na sociedade.
Esta, de fato, é a totalidade moral de uma profissão, pois significa a reflexão do saber e
do saber fazer...
É este juízo que torna o ato profissional próprio, justo e adequado, uma ação apropriada
é aquela que se acha conformada com a técnica (Tekhne) e por isso mesmo, própria à
determinada situação, como prescreve a arte (Lege Artis), na justa e benéfica (ou ade-
quada) consequência de uma ação realizada.
capítulo 2 • 46
No entanto, nem sempre o que é próprio ou bom é justo, do ponto de vista da moral
social. Daí porque, no exercício de uma profissão é cada vez mais frequente o enfren-
tamento de demandas contraditórias, face aos resultados dos atos profissionais em re-
lação às normas legais e morais. Isto se dá porque a vida profissional se compõe de
decisões pessoais, transacionais, articulações de interesses, satisfações esperanças e
expectativas. (in TOJAL; BARBOSA, 2006)
capítulo 2 • 47
CONEXÃO
Visite o portal do CONFEF:
< http://www.confef.org.br/ >
capítulo 2 • 48
DEVERES FUNDAMENTAIS DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA.
1.3 Informações registradas:
O registro de informações respeitantes aos comportamentos do beneficiário, as-
sim como os resultados parciais, é muito importante para o controle do trabalho e
a segurança do mesmo.
1.4 Informações de outros profissionais:
Quando da realização de trabalho em equipe, ainda que esta seja multiprofissional, é
importante o registro dos dados nos mesmos documentos de controle.
2. DEVER DA ATUALIZAÇÃO
O aprimoramento técnico continuo constitui um imperativo ético para o exercício
profissional em Educação Física. Neste processo, a participação em programar de
aperfeiçoamento contínuo, congressos técnicos, cursos de extensão e conclaves passa a
ser um meio eficiente de assegurar ao beneficiário o atendimento seguro no mais elevado
nível técnico e ético.
3. DEVER DE VIGILÂNCIA
O zelo e a máxima atenção ao beneficiário durante as sessões e, não raro, mesmo após
estas, constitui um mister do exercício profissional sob a égide da ética profissional. Em
última análise, tais procedimentos denotam a atenção e o respeito da parte do instrumento
o que, indubitavelmente eleva o nível de confiança da parte do beneficiário.
4. DEVER DE ABSTENÇÃO DO ABUSO
A renúncia a procedimentos precipitados e sem a observância da técnica é vedado ao
Profissional de Educação Física. O contato com as partes do corpo do beneficiário ainda
que com consentimento deste deve ser evitado excluindo-se, é claro as “situações de
risco ou de força maior”, ou mesmo quando o procedimento técnico assim o exige. Aduz
às circunstâncias que o acesso às partes do corpo da pessoa é um bem jurídico tutelado,
ficando destarte, o ofensor sujeito ao rigor das sanções legais.
capítulo 2 • 49
sistemática de fiscalização que, efetivamente, é implementada pela responsabili-
dade direta dos Conselhos Regionais nomeadamente através dos seus respectivos
departamentos de fiscalização.
No sentido de nortear a conduta ética do Profissional de Educação Física,
o CONFEF no ano de 2000, expediu uma Portaria específica publicando e
institucionalizando o Código de Ética do Profissional de Educação Física.
Atualmente, a versão vigente após as necessárias atualizações foi publicada através
da Resolução nº 307/2015. Com efeito, o referido documento é composto por
três partes a saber:
Redação preambular
capítulo 2 • 50
Princípios Norteadores
capítulo 2 • 51
o objetivo e, portanto, o espírito do Código, estão elencadas as sanções a serem
aplicadas após as tramitações processuais em obediência ao devido processo legal.
Capítulo VI finalmente, este capítulo dispõe sobre as Disposições Finais que,
por sua vez objetiva indicar as formas como serão tratadas as possíveis lacunas
do Documento.
CONEXÃO
Se você quiser acessar o documento na íntegra, acesse o portal do CONFEF.
<https://www.confef.org.br/confef/>
capítulo 2 • 52
ATIVIDADES
01. A partir de todos os materiais disponíveis e do vídeo institucional do CONFEF que você
pode assistir acessando: <https://www.youtube.com/watch?v=j6h7mbw00Z8> assinale as
opções que NÃO descrevem uma obrigação do sistema CONFEF/CREF’s em relação ao
exercício profissional em Educação Física.
a) Regulamentar o piso salarial do profissional de Educação Física no país e nos estados.
b) Fiscalizar o exercício profissional para que seja exclusivo aos profissionais
devidamente registrados.
c) Investigar todas as denúncias sobre exercício ilegal da profissão.
d) Emitir carteira de registro profissional a todos aqueles que preencherem os requisitos
essenciais ao registro profissional.
e) Definir o currículo dos cursos de formação em Educação Física.
REFLEXÃO
Encerramos este capítulo reforçando a ideia de que seu propósito não foi proporcionar
um “mergulho” árido na filosofia e nos aspectos jurídicos com o intuito de especializá-lo nes-
sas temáticas, mas sim, levá-lo a reflexões e contextualizações que se fazem absolutamente
capítulo 2 • 53
necessárias para o entendimento do exercício profissional e do conjunto de responsabilida-
des e obrigações que estão intimamente ligados a este fazer profissional.
Se por um lado não há dúvidas quanto ao fato das questões técnicas e seus respectivos
conteúdos terem alta relevância para o exercício profissional com padrões de excelência, por
outro, as determinações e obrigações éticas que permeiam este exercício têm igual impor-
tância, pelo pressuposto da obrigação de fazer sempre o melhor para os beneficiários a partir
das especificidades da profissão.
Dessa forma, buscamos contribuir não somente com o conhecimento da legislação es-
pecífica de nossa profissão, mas também com o seu pleno entendimento da necessidade
de definir caminhos e fazer escolhas no exercício de suas atividades laborativas, pautadas
sempre pelas orientações, limites e prerrogativas que os órgãos competentes definem por
meio de suas diretrizes, normas, procedimentos e recomendações.
Diante disso, prezado(a) estudante de Educação Física, esperamos ter despertado em
você o interesse pelo agir consciente e responsável na profissão que escolheu, construindo
assim uma trajetória de sucesso e pautada sempre nos princípios éticos e legais que nos
caracterizam na prestação de serviços e assistência a todas as pessoas que compõem a
nossa sociedade, independente de suas peculiaridades. Esperamos que todas as vezes que
agir profissionalmente tenha para si a certeza de estar fazendo o seu melhor, tanto técnica,
quanto eticamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERESFORD, H. Valores éticos e morais no Sistema CONFEF/CREF`s: contextualização,
conceituação e implicação científica. In: Tojal, João Batista (Org.). Ética profissional na educação física.
RJ: Shape, 2004.
BRASIL, CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil – Brasília: Imprensa Nacional, 1988.
CONFEF. Intervenção do Profissional de Educação Física. RJ: 2002.
CONFEF. Código de Ética do Profissional de Educação Física. RJ: CONFEF, 2019.
DRUMOND, J. G. F. A Ética da Saúde e a Educação Física, in TOJAL, J.B.; BARBOSA, A. P. A
Ética e Bioética na Preparação e na Intervenção do Profissional na Educação Física. BH:
Casa da Educação Física, 2006. Disponível em: <http://www.listasconfef.org.br/arquivos/etica/A.
Etica.e.a.Bioetica.4.pdf#page=128>.
FIEP. Manifesto Mundial da Educação Física – FIEP 2000. Foz do Iguaçu - PR: Delegacia Geral do
FIEP, 2000.
capítulo 2 • 54
TOJAL, J. B.; H. BARBOSA, A. P. (org.). A Ética e Bioética na Preparação e na Intervenção do
Profissional na Educação Física. BH: Casa da Educação Física, 2006. Disponível em: http://www.
listasconfef.org.br/arquivos/etica/A.Etica.e.a.Bioetica.4.pdf#page=128.
BRASIL, Lei Ordinária Federal 9696/98. Brasília: Imprensa Nacional, 1998.
VARGAS, A. (Organizador). Aspectos Jurídicos da Intervenção Profissional em Educação Física.
RJ: CONFEF, 2014.
VARGAS, A. (Organizador). Dimensionamento Ético da Intervenção Profissional em Educação
Física. Rio de Janeiro: CONFEF, 2017.
capítulo 2 • 55
capítulo 2 • 56
3
Planejamento e
gestão da carreira
profissional &
mercado de trabalho
em Educação Física
Planejamento e gestão da carreira
profissional & mercado de trabalho em
Educação Física
Começando pelo início, vamos alinhar, primeiramente, os conceitos que usa-
remos ao longo de todo este capítulo, relacionado à disciplina Prática Profissional
em Educação Física II, e que dão sentido a abordagem e ao próprio título dele.
Inicialmente, PLANEJAMENTO. Planejar, fazer planos, empreender ideias
a partir de projetos, intenções ou desejos. Mas afinal, o que são planos? Podemos
sintetizar, descrevendo planos como sendo o conjunto de projeções mentais cons-
truídas a partir de objetivos pessoais ou profissionais, cuja materialização será veri-
ficada a partir do alcance, ou não, dos resultados esperados e que foram definidos
a priori sob a forma de objetivos.
Em outras palavras podemos dizer que, em linhas gerais, um planejamento
nada mais é do que a “forma organizada de sair de uma condição ou status para uma
outra”, diferente e, normalmente, melhor do que a anterior. Assim, poderíamos
dizer que fazer planos é definir de forma clara, simples e organizada uma intenção,
ou conjunto de intenções, com seus respectivos detalhes em diferentes níveis, por
intermédio dos quais pretende-se viabilizar um produto, serviço ou ação, deixando
a condição de intenção e transformando-se em realidade tangível.
Assim, planejamento da carreira profissional nada mais é do que a estrutura
organizada, com passos, metas, métricas e ações concretas que um profissional deve
definir para que sua trajetória profissional evolua, se sofistique e atinja patamares
superiores em relação a uma condição ou status anterior. Podemos ousar afirmar
que uma carreira sem planejamento é viagem constante (porque o tempo não
para!!), mas sem rotas e sem um destino definido... ou seja, vai chegar a algum
lugar, mas não se sabe onde, como, quando e nem como chegou até lá!!!
Em seguida, e como uma consequência do planejamento, temos a GESTÃO,
mas o que é isso, afinal? e o que carreira tem a ver com gestão? gerir uma carreira
profissional, assim como tudo que se relaciona a um propósito, seja ele pessoal,
profissional ou empresarial, implica na busca por resultados pela via da gestão, e
não de esforço, como afirmam Nóbrega (2004); Kotler; Armstrong (2015), ambos
autores, clássicos na área de negócios e marketing.
capítulo 3 • 58
Em outras palavras, gestão é um meio e não um fim em si mesmo. Não se
gere simplesmente por gerir, mas sim para alcançar algum resultado, seja ele qua-
litativo (como qualidade de serviços) ou quantitativo (reduzir número de falhas
ou defeitos).
Diante desse contexto, podemos afirmar que se o propósito maior de uma
carreira profissional é exatamente conduzir seu sujeito com direção e sentido,
resultantes de decisões tomadas a partir das diferentes circunstâncias pelas quais ele
passa, por outro lado o repertório de competências, habilidades, atitudes associadas
ao talento de cada profissional precisam ser transformados em resultados tanto
para ele quanto para os negócios dos quais participa, sejam de que natureza for.
Assim, este capítulo se propõe a conduzir você, em processo de formação, e
com a carreira em fase de plena construção, a reflexões e escolhas capazes de pro-
mover, desde já, um direcionamento que tenha como base o mercado de trabalho
na profissão que você escolheu. Mas aliás, o que é MERCADO DE TRABALHO?
Conceitualmente, podemos dizer que mercado de trabalho é o espaço das
relações de troca entre competências, habilidades e talentos em uma ou mais áreas
de conhecimento, que pessoas detém, e a oferta de trabalho remunerado, ou não,
que precisa desses atributos profissionais para ser feito. A essência do mercado
de trabalho, mesmo na sociedade contemporânea é, na sua essência, a mesma do
“escambo” da era pré-industrial, quando se trocavam mercadorias como forma de
satisfazer necessidades humanas individuais ou coletivas.
Com isso, o que pretendemos neste capitulo é, também, levá-lo a compreender
que a gestão da sua carreira profissional precisa ser balizada pelas demandas de
trabalho inerentes à profissão que você escolheu, a Educação Física, o que significa
dizer que é preciso dar a devida atenção tanto ao que se apresenta como necessidade
evidente como também em termos de demandas potenciais.
Estar sintonizado nessas duas dimensões (presente e futuro) é sinônimo de
um design para a carreira que não garante o sucesso (porque isso não há como ga-
rantir!!), mas, como bem descreveu Farias (2005), pode desempenhar os papéis
de proteção do fracasso, posicionamento estratégico, recuperação imediata de
sobressaltos e alcance de resultados, sempre com foco na excelência. Então, con-
vidamos você a refletir sobre o planejamento e gestão do seu maior patrimônio,
a sua carreira profissional!!
Então, ao trabalho!!
capítulo 3 • 59
OBJETIVOS
• Compreender os conceitos de planejamento e gestão da carreira profissional, aplicado ao
mercado de trabalho em Educação Física;
• Analisar criticamente o mercado de trabalho em Educação Física em suas
múltiplas possibilidades;
• Conhecer e analisar criticamente as demandas de saber que caracterizam cada contexto
de intervenção no mercado de trabalho e respectivos perfis profissionais.
CONEXÃO
Inicialmente, convido você a assistir um interessante vídeo sobre este assunto e que
certamente vai servir para dar o start que precisamos para ir à frente na abordagem
dessa temática.
<https://www.youtube.com/watch?v=t6nleiFHcew>
capítulo 3 • 60
permitido fazer diferença na passagem pelo mundo, por um certo período de tem-
po, agindo, interagindo, formando, transformando, enfim, interferindo no curso
da história ao mesmo tempo em que faz história.
Assim, a atuação profissional, em qualquer que seja o nível, ocorre de um
jeito absolutamente diferente das épocas que nos antecederam, o que tem levado
algumas profissões a surgirem, outras a desaparecerem, mas todas, absolutamente
todas, a modificarem-se radicalmente em conteúdo e forma. Com isso, tanto as
profissões emergentes quanto as modificam-se, além de representar novas áreas de
intervenção engendram também novas formas de atuação, demandando com isso
novos saberes e novas formas de apreender.
Hoje, talvez mais do que em toda a história do trabalho humano, existem
demandas de conhecimento que perpassam praticamente todas as profissões, ao
que Farias (2005) denominou de “saberes comuns”, como também, aumentam
em quantidade e complexidade o que o mesmo autor denominou de “saberes
diferenciados”, identificados com áreas específicas de atuação.
Essa duplicidade tem conduzido a proposta de gestão de carreiras à
superação da dicotomia generalistas x especialistas, criando o paradigma da
“multifuncionalidade”, que demanda um repertório de saberes que permite ao
profissional atuar em áreas distintas que lhe dizem respeito, ao mesmo tempo
em que precisa dominar saberes específicos o suficiente para dar conta de
complexidades progressivamente maiores dessas mesmas áreas.
CONEXÃO
Sobre essa perspectiva de olhar a gestão da carreira profissional, recomendamos a as-
sistência do vídeo apresentado pelo Prof. Fábio Saba. Ele é uma referência de nossa profis-
são, atua diretamente na área de gestão e negócios de nossa área, e aborda, nesse vídeo, as
demandas de conhecimento exigidas para o desenvolvimento de uma carreira consistente
e com foco na excelência, onde ele recomenda um protagonismo do profissional nesse pro-
cesso. Vale a pena conferir!!
<http://www.fabiosaba.com.br/site_novo_2013/palestra/seja-o-protagonista
-da-sua-carreira/>
capítulo 3 • 61
desenvolvidas durante a formação profissional (graduação), ou seja, é preciso ir
além do básico se quisermos ser mais que o básico.
Com isso, podemos afirmar que estamos em pleno voo, mudando de rotas
e, ao que parece, muitos de nossos estudantes de Educação Física e até mesmo
colegas de profissão, não estão percebendo que um cenário inteiramente novo,
sem antecedentes e cujos paradigmas eram, até bem pouco tempo, inimagináveis.
Podemos inferir, baseado nesse contexto, que talvez a maior mudança no contexto
do trabalho ocorrida desde o final do século passado e início deste foi exatamente
a mudança nos padrões de estruturação da carreira profissional, tanto no âmbito
das relações de trabalho empresas como fora delas.
Nesse novo cenário, os profissionais passaram a pensar e planejar suas
carreiras de forma não-linear, não sequencial exatamente quando perceberam
que era preciso empreender estratégias diferenciadas para construir, enriquecer e
diversificar suas carreiras. Definitivamente o profissional de Educação Física do
século XXI começa a perceber que seu trabalho não é mais o mesmo, os clientes
também não e, por conseguinte, novas demandas geram novas formas de entrega
e, por conseguinte, novos profissionais são necessários para que isso aconteça.
Seja a mudança do perfil dos clientes com suas expectativas e necessida-
des, seja pelo impacto do desenvolvimento tecnológico, seja pela globalização
das economias e dos mercados, ou pela associação de tudo isso, o fato é que o
próprio conceito de emprego e trabalho, tem sido responsável pela negação ou
reposicionamento das convicções em relação a estes assuntos, fazendo com que
a busca por respostas e soluções diferenciadas e sob medida seja mais importante
do que muitas tradições mantidas imutáveis por muitos anos até aqui. Em outras
palavras, podemos dizer que, à luz do que assistimos hoje no mundo de trabalho
e, por conseguinte, na formação e desenvolvimento das carreiras profissionais,
“tudo que é sólido, tende a virar pó muito mais rápido do que poderíamos imaginar”
Dessa forma, seja na vida acadêmica, seja no mundo do trabalho, existe uma
necessidade imperativa de preparar-se para enfrentar, não como vítima, mas sim
como protagonista do processo de desenvolvimento e enriquecimento da carreira
profissional, como bem afirmou o Prof. Fábio Saba no vídeo anterior.
Sobre essa necessidade imperativa, temos em Chiavenato (2013), uma afirma-
tiva contundente quando afirma que “você é aquilo que você faz”, que representa a
ideia de que sua carreira é construída à imagem e semelhança de seu dono, ou seja,
ela é a síntese das suas experiências, saberes, aprendizagens e diversificações, que
capítulo 3 • 62
dão o tom de uma carreira mais ou menos rica e composta de muitos ou poucos
ingredientes, o que compõe, em última análise, o seu valor agregado.
Segundo este mesmo autor, e corroborando Farias (2005), quando olhamos
ao nosso redor é possível perceber evidências que definem, em certa medida,
algumas das características de nossa profissão e, por conseguinte, das tendências do
trabalho e das demandas de habilidades e competências necessárias à construção
da carreira necessárias para os próximos anos. Por força de consequência, analisar
o cenário profissional dessa forma também nos permite, por contraste, uma visão
bem nítida dos caminhos a evitar na construção da carreira.
Faria (2009), corroborando Chiavenato (2008), destaca como ponto
fundamental para a construção de carreiras sólidas e prósperas dirigir o foco
das ações para a identificação dos talentos pessoais, habilidades, preparação,
programação, contemplação e estratégias, ao invés de buscar soluções rápidas por
meio de “fórmulas mágicas” ou “gurus de circunstância”. Segundo ela, a trajetória
profissional de maior ou menor sucesso vai depender de um planejamento que
combinará todos esses pontos, que agindo de modo sinérgico, serão a fonte para
a construção de uma carreira promissora e crescente continuamente. A carreira
dos sonhos, portanto, não é o resultado apenas de vontade, mas de um trabalho
meticuloso, empreendido a cada dia desde a formação acadêmica, que precisa de
um plano bem definido a ser seguido e da sua gestão cuidadosa.
Ainda que não seja possível definir com precisão absoluta os caminhos pelos
quais a carreira do profissional de Educação Física vai caminhar ao longo de sua
vida produtiva, é fato que já existem, hoje, alguns pilares sobre os quais não so-
mente as carreiras profissionais, mas também as empresas nas quais essas pessoas
poderão atuar deverão sustentar sua atuação para que sejam competitivos e sobre-
vivam no mercado. Aqui destacamos 5 (cinco) fatores fundamentais que mesmo
não exercendo papel hegemônico serão, certamente, referências de crescimento
e diferenciais competitivos tanto para as empresas do segmento fitness & wellness
quanto para pessoas. São eles:
a) sintonia com as tecnologias emergentes;
b) riqueza e uso inteligente da informação;
c) impactos da globalização;
d) qualidade na prestação de serviços e;
e) gestão e atualização constante do conhecimento.
capítulo 3 • 63
Todas elas, direta ou indiretamente, deverão fazer parte do conjunto de es-
tratégias que tanto as empresas como os profissionais deverão assumir no sentido
de planejar-se para estar presente no cenário do trabalho daqui por diante. Não é
possível imaginar um profissional que seja bem sucedido sem que esteja alinhado
com as tendências tecnológicas inerentes ao seu trabalho, que não seja capaz de fa-
zer uso estratégico da diversidade de informações disponíveis, que não esteja atento
aos impactos da globalização nos serviços que presta, que não assuma compromisso
com a qualidade em cada ação profissional e nem esteja absolutamente atualizado
em termos de conhecimento com tudo que se relaciona ao seu trabalho.
Reforçamos aqui a ideia de que, todos esses fatores merecem atenção desde
a formação acadêmica do profissional, o que significa dizer que formar-se ‘muito
mais do que simplesmente ir as aulas, fazer provas e obter notas satisfatórias. O
que as universidades nos oferecem é um currículo “mínimo” e, ele torna todos os
estudantes e profissionais absolutamente iguais. Portanto, a diferenciação é resultante
do currículo “máximo”, e este é o resultado das decisões e escolhas individuais.
Ainda que produzido no século XX, mas com alto teor de modernidade, Vianna
(1998), aborda de modo claro um fenômeno que denominou “supervalorização da
carreira”. Para este autor, um estrategista que sempre esteve à frente de seu tempo,
há algumas ações que definem o sucesso de um profissional em sua carreira, como
pode ser visualizado na tabela a seguir:
Este mesmo autor, corroborado por Yeda (2011), destaca ainda que, sob essa
perspectiva, o emprego, da forma como o conhecemos, está condenado à morte,
capítulo 3 • 64
mas o trabalho sobreviverá, pois é ele que movimenta a própria vida humana e o
mundo. Cada vez mais deixaremos de ter tarefas contínuas, exercida por pessoas
por muito tempo numa mesma empresa. A tendência é que pessoas, agrupadas
ou individualmente, atuem por projetos, onde houver gente precisando de sua
intervenção ou contribuição. A personalização deixará de ser algo para poucos
para ser característica da prestação de serviços.
Assim, completamos a ideia deste autor afirmando que, nessa perspectiva, a
prestação de serviços em Educação Física “sob medida” deverá predominar sobre
o “tudo igual para todos”, e as carreiras profissionais deverão ser construídas para
atuar nesse contexto ou, em outras palavras, a diferença entre ser um bom profis-
sional e ser um profissional de excelência estará cada vez mais nas sutilezas que a
carreira puder gerar na sua atuação no mercado de trabalho.
Mas se por um lado é bastante tangível e inquestionável a necessidade
emergente de gerenciar a carreira profissional desde a sua construção, que começa
na formação acadêmica, por outro torna-se no mínimo intrigante saber como
fazer isso, certo? Essa deve ser a pergunta, de natureza prática, que você já deve
ter feito a si mesmo e que volta a fazer aqui. Nesse momento temos uma notícia
“ruim” e uma notícia “boa” para te oferecer...
A notícia “ruim” é que não existe uma receita ou fórmula pronta e única que
garanta o sucesso para quem a seguir na construção e gerenciamento da carreira.
Por outro lado, a notícia “boa” é que existem, SIM, algumas ações bem concretas
que podem, e têm contribuído para quem as adota, proporcionar o controle da
situação sobre a evolução da carreira profissional em Educação Física.
Assim, sugerimos a você 8 (oito) ações que têm sido amplamente adotadas
pela grande maioria das pessoas que você vê no mercado da Educação Física
atuando com excelência, sendo referência de sucesso e que podem ser considerados
profissionais bem-sucedidos na profissão. São elas:
capítulo 3 • 65
Através de ações de planejamento com foco em resultados concretos,
crie metas para o curto, médio e longo prazo de forma que essas metas
2. ESTABELEÇA sejam a materialização da superação de deficiências e potencialização
METAS de suas capacidades, fazendo com que a sua carreira tenha uma dire-
ção claramente definida;
Com base nas tendências do mercado onde está inserido, analise criti-
camente as necessidades de aprendizado que seu crescimento profis-
3. AUDITE SEU sional demanda, incluindo aí desde especializações, pós-graduações,
PORTFÓLIO capacitações ou mesmo participação em grupos de estudo. O que im-
porta é que você tenha condição de saber responder a pergunta: o que
preciso fazer para ser melhor do que sou hoje?
Defina claramente seu posicionamento diante das pessoas e empre-
sas do segmento em que atua de tal forma que todas as suas ações
4. CRIE UMA
representem exclusivamente VOCÊ. Independente se é na sua em-
MARCA presa ou na de alguém, faça com que aquilo que você faz tenha a sua
PESSOAL “impressão digital” inconfundível e que esta marca seja sinônima de
uma qualidade “impar”;
Analise cenários possíveis no seu segmento profissional e faça planos
que te permitam visualizar suas reações diante de riscos ou ameaças,
5. CONSIDERE
de modo a criar em você uma visão alternativa para o “inesperado”.
AS Defina procedimentos e recursos necessários para transformar tudo
ADVERSIDADES isso em ação concreta, mesmo que a probabilidade de ela acontecer
seja pequena;
Verifique nas trajetórias da sua carreira que se apresentam se é isso
6. ANALISE
mesmo que você queria e, se precisasse começar de novo, se esta
COM O seria sua escolha. Às vezes é melhor recomeçar algo na direção certa
CORAÇÃO do que trilhar a direção errada até o fim.
Observe ao longo e sua caminhada aquelas pessoas com as quais você
sempre percebeu que “sempre aprendia algo a mais”. Dentre elas, es-
7. ESCOLHA UM colha aquela em quem você gostaria de espelhar-se profissionalmente.
MENTOR Este é seu mentor e você deve procurá-lo para construir um plano de
“crescimento assistido” e monitorado por ele e você;
Siga seu plano de desenvolvimento de forma determinada e faça de
tudo para que a cada dia este sonho se construa um pouco. Além disso,
8. CONVERTA não deixe de perceber que os sonhos são fundamentais e alimentam a
SONHOS própria vida humana, mas a parte mais bonita deles é quando deixam
de ser sonhos e viram realidade;
capítulo 3 • 66
comunicar, não pode deixar que o tempo se transforme em seu adversário ou, em
outras palavras, que seja vista como uma profissão exclusivamente de jovens.
Sendo assim, é preciso considerar duas características extremamente re-
levantes da carreira profissional em Educação Física e que, por isso mesmo,
merecem nossa atenção e análise cuidadosa. São elas a MUTABILIDADE e
TRANSITORIEDADE.
A primeira, mutabilidade, representa a necessidade ou decisão pessoal de mu-
dar o que se faz no dia a dia do exercício da profissão, seja em função de novas
demandas do mercado de trabalho, seja pela aquisição de novas competências e
habilidades para um trabalho diferente. Veja a seguir 2 exemplos práticos dessa
caraterística de uma carreira profissional em Educação Física:
EXEMPLO
Exemplo 1
Um profissional bacharel que trabalhe dando aulas de ginástica localizada por vários
anos desejando mudar sua forma de atuar pode preparar-se tecnicamente e empreender
esforços e recursos para assumir a atividade de treinamento personalizado para um determi-
nado segmento de sociedade.
Exemplo 2
Um profissional licenciado e bacharel que atua com educação física escolar na educação
infantil em rede escolar de ensino opta por mudar sua atividade laboral para atuar na con-
dução de turmas de iniciação desportiva em uma determinada modalidade de seu interesse.
capítulo 3 • 67
Veja a seguir 2 exemplos de aplicação dessa caraterística a gestão de uma carreira
profissional em Educação Física:
EXEMPLO
Exemplo 1
Um profissional bacharel, que trabalha dando aulas de modalidades coletivas por vários
anos em academias, deseja mudar sua forma de atuar e resolve preparar-se tecnicamente
para assumir a coordenação técnica de atividades coletivas em uma determinada academia.
Exemplo 2
Um profissional licenciado e bacharel que atua como professor de educação física es-
colar na educação infantil opta por mudar sua atividade laboral e atuar em uma empresa que
ele mesmo criou, oferecendo serviços na área de recreação e lazer em colônias de férias
corporativas, condomínios e projetos sociais relacionados a práticas esportivas e recreativas.
capítulo 3 • 68
A notícia desconcertante é NÃO!! Ainda bem que não há mais previsibilidade
quanto ao exercício profissional e muito menos quanto as demandas de conheci-
mentos, habilidades e atitudes que deverão estar presentes no exercício da profis-
são em Educação Física, pois muitas são as forças que influenciam os destinos des-
te “fazer profissional” e, por conseguinte, muitas são as mudanças que deveremos
fazer para continuar no jogo!
Quem poderia, por exemplo, imaginar a apenas uma década, que aplicativos
para smartphones poderiam ser usados como ferramenta para a prescrição, orienta-
ção, acompanhamento e gestão de resultados gerados a partir da prática de exercí-
cios, sem que o profissional esteja frente a frente com seu cliente?
Sobre isso, preocupa-nos bastante que muitos cursos de formação profissional,
sobretudo no nível superior, ainda cumpram um discreto papel de “reprodutores
de um saber estático”, imutável e pouco útil em um contexto de tantas mudan-
ças em conteúdo, forma e paradigmas, mesmo diante de um mercado, plástico,
mutável e que sofre alterações em conteúdo e forma nunca antes vistos. Essa preo-
cupação nos remete a um questionamento que deveria ser preocupação de todo e
qualquer estudante, e que compartilhamos aqui com você:
Corremos o risco de estarmos formando e sendo formados, profissionais
dotados de conhecimentos sofisticados e complexos, mas que não conseguem
aplicá-lo ao contexto das demandas da sociedade, resolvendo seus problemas e
melhorando a vida das pessoas que a compõem? Sim, infelizmente corremos!!!
Mesmo no mercado dos empregos formais (que se reduzem quantitativamen-
te no mundo), são exigidas pessoas com escolaridade progressivamente maior e
dotadas de múltiplas competências e habilidades capazes de dar conta das deman-
das da sociedade, com tomadas de decisão cada vez menos operacionais e cada
vez mais estratégicas, o que significa menos procedimentos e mais alternativas;
menos operação e mais criação, menos hardware, mais software, e porque não
dizer peopleware. No que se inserem novos perfis, comportamentos, valores éticos,
habilidades interpessoais, conhecimentos e experiências múltiplas. Em síntese,
podemos afirmar que são as sutilezas que fazem a diferença numa carreira profis-
sional e, portanto, desenvolvê-las e cultivá-las passou a ser o combustível para a
realização e sucesso profissional.
E são exatamente essas sutilezas que obrigam você a questionar, por exemplo,
se de fato conhece as múltiplas formas de ter um trabalho digno, de qualidade e
relacionado diretamente com a formação que escolheu ou, caso contrário, se já
assumiu que estas possibilidades estão delimitadas apenas aos empregos que estão
capítulo 3 • 69
à sua volta nos locais que já conhece e para fazer o que já existe em quantidade
muito maior do que é preciso.
Infelizmente esse modo de pensar ainda é comum entre jovens profissionais
que se formam a cada ano e, não são raros os que desistem da profissão pelo fato
de não vislumbrarem a possibilidade do emprego com o qual sonharam.
Enquanto isso, outros, exatamente por não acreditarem no fracasso anuncia-
do e não se satisfazerem com esse status quo, olhando com outros olhos e indo
em busca de "fazer o que não se está fazendo", se dispondo a trabalhar com quem
pouco recebe atenção, quem é esquecido ou, simplesmente, indo atrás das opor-
tunidades que poucos estão a ver....
Então, diante dessa descrição, quem você acha que tem razão? Quem tem
“medo de perder” ou quem tem “vontade de ganhar”?
Se as tendências apontam não para uma crise momentânea do emprego no
mundo, mas sim, para uma mudança radical na forma de estabelecer relações
profissionais, pensamos que esperar a crise passar é entregar a própria vida como
passaporte dessa espera.
Assim, e como forma de contribuir para esta sua necessária reflexão e con-
sequente design de sua trajetória profissional daqui por diante, apresentamos a
você na figura 3.1 a seguir, com a respectiva descrição de cada dimensão a seguir,
o Modelo das 3 Dimensões de planejamento e gestão da carreira profissional em
Educação Física, adaptado da Pirâmide das Possibilidades de Atuação Profissional,
proposto por Farias (2005), quando propunha quatro formas absolutamente dife-
renciadas de atuar no contexto da contemporaneidade.
Você EMPRESARIO
Você S.A.
Você EMPREGADO
capítulo 3 • 70
É importante observar que essas dimensões não são excludentes, ou seja, é
possível atuar em uma, mais de uma ou todas elas, desde que para isso o profissio-
nal enriqueça sua carreira com as respectivas competências, habilidades e atitudes
necessárias para uma atuação dentro de padrões de excelência profissional.
capítulo 3 • 71
Mas para isso, é preciso que sua carreira seja vista como um sinônimo e uma
referência de sua capacidade de trabalho, das suas realizações e do seu jeito de fa-
zer o que faz, de tal modo que seja inconfundível mesmo diante da concorrência.
A isso denominamos de MARCA, que precisa ser associada ao seu conteúdo, ou
PATRIMÔNIO, que nada mais é do que o conjunto de saberes e experiências acu-
muladas por você desde o início de sua formação e que deverá durar toda a sua vida.
será que estamos fazendo o nosso melhor na construção da marca de nossas carreiras
profissionais? Da forma como nos vestimos, falamos, nos comportamos e interagimos,
presencialmente ou nas redes sociais, somos a representação exata daquilo que gosta-
ríamos de ser, aos olhos dos nossos clientes e pares?
capítulo 3 • 72
a marca projetada pela carreira profissional diz muito sobre o que efetivamente
somos, exatamente pelo fato de chegar antes de nossa ação profissional ou mesmo
de sermos conhecidos pessoalmente. Pense nisso!!
Além disso, e abordando a outra face dessa mesma moeda, temos o patrimô-
nio, que nada mais é do que o portfólio de habilidades, competências, saberes
acumulados, experiências e sobretudo relações estabelecidas com outros seres hu-
manos e que, embora intangível, descreve muito daquilo que você efetivamente é
quando consideramos a ótica dos que com você se relacionam e compram serviços.
Nesse momento é possível que você esteja lendo isso e perguntando a si mesmo
ou a mim: “mas o que essa história de marca e patrimônio tem a ver com carreira
profissional em Educação Física?
É exatamente aí que reside um dos propósitos deste capítulo: demonstrar que
temos muito a aprender com as marcas, sobretudo as grandes marcas, pois são
exatamente elas que conseguem fazer exatamente aquilo que todo profissional gos-
taria que acontecesse toda vez que alguém falasse de um serviço relacionado aquilo
que ele faz: que o seu nome fosse a primeira expressão que viesse à mente das
pessoas interessadas na compra!!!
CONEXÃO
Convido você a assistir a um vídeo muito interessante, onde são descritas algumas ca-
racterísticas essenciais a uma carreira profissional próspera, a partir de um investimento no
marketing pessoal. A associação do que você vai ouvir com a atuação profissional na nossa
profissão fica por sua conta, mas sugiro que observe as semelhanças nas características
descritas com aquelas que estão presentes no dia a dia do profissional de Educação Física.
<https://www.youtube.com/watch?v=uM8xEcX4Fv4>
capítulo 3 • 73
a ela a direção e o empoderamento que precisa para que sua trajetória seja conti-
nuamente ascendente.
Por isso mesmo, acrescentamos aqui a interessante abordagem, descrita por
Farias (2005), relacionada a necessidade de atenção e cuidado sobre 6 (seis)
atitudes que devem ser evitadas a qualquer custo, em relação ao planejamento e
gestão da carreira profissional”.
Por conta disso, recomendamos a leitura atenta e análise cuidadosa dessas
“verdades”, evitando assim investir em caminhos que não agregam nada as
carreiras, além de gerar perda de tempo e energia, além de gerar desgaste da
imagem profissional. São elas:
1. CRESCIMENTO PROFISSIONAL DEPENDE DE SORTE
Mais do que simples sorte, e fato o que é preciso é estar adequadamente preparado para
as oportunidades quando elas surgem. Obviamente é necessário estar no lugar certo
e na hora certa, mas isso somente se desdobra em sucesso se o profissional estiver
devidamente preparado para assumir uma posição no mercado de trabalho. Quando as
oportunidades surgem e não encontram o profissional preparado, normalmente nos ve-
mos diante de frustração e fracasso, que não se explicam pela falta de sorte, mas sim pela
falta de competência;
capítulo 3 • 74
4. CHEGAR NO TOPO É CHEGAR AO SUCESSO
Tal qual nas antigas e enganosas propagandas de cigarro, pessoas que atingem posições
no topo da pirâmide organizacional nada mais fizeram do que cumprir uma trajetória
que, de verdade, terminou. Assumir uma posição de topo na pirâmide, na verdade, pode
incorporar uma grande ilusão à carreira profissional pois, nesses casos, normalmente
as pessoas descuidam-se do crescimento pessoal e profissional e, além disso, sentem-
se “inatingíveis e infalíveis”. E isso pode custar caro a uma carreira profissional!!, pois
o “Olimpo” é apenas um lugar onde deuses e outras entidades recebem saudações,
reverências e bajulações, porque lá não se trabalha!!! Na verdade, é preciso perceber, e a
dinâmica do ambiente empresarial nos relata isso o tempo todo, que “subidas meteóricas”
são o melhor caminho para “descidas retumbantes” e rápidas, já que depois de não ter
mais para onde subir, o próximo passo é descer.
capítulo 3 • 75
ATIVIDADES
01. Considerando que você está realizando seu estágio em uma empresa voltada ao exercí-
cio profissional em Educação Física, solicitamos que você realize um levantamento de dados
com no mínimo 3 (três) profissionais que atuam nessa empresa, relacionado a carreira pro-
fissional deles e como as gerenciam, a partir do seguinte roteiro de entrevista.
a) O que eles consideram um profissional de excelência nessa área de atuação?
b) Eles têm a prática de gestão de suas carreiras profissionais?
c) Como eles fazem isso?
d) Esses profissionais atualizam-se em seus conhecimentos?
e) Como eles fazem isso? Usam que estratégias?
f) Como eles descrevem o perfil de um profissional de excelência nessa área de atuação?
g) Como eles visualizam o mercado de trabalho neste segmento?
h) Existem saberes específicos para atuar nesse segmento do mercado de trabalho?
i) Quais são as maiores dificuldades para construir uma carreira profissional de sucesso?
Com base nas respostas obtidas, elabore uma síntese pessoal sobre elas e, a partir daí,
descreva 4 (quatro) sugestões que você daria para que uma carreira profissional fosse pro-
dutiva e caminhasse na direção do sucesso.
02. Levando em conta tudo que foi abordado até aqui, assinale dentre as características
apresentadas a seguir, aquelas que considera essencial à uma carreira profissional de exce-
lência em Educação Física.
a) Capacidade de trabalhar em equipe.
b) Capacidade de integrar conhecimentos de diferentes áreas.
c) Habilidade para lidar com tecnologias emergentes.
d) Capacidade de prestar serviços idênticos e aplicáveis a todas as pessoas.
e) Competência de ser empático para tomar decisões que envolvem pessoas.
f) Habilidade para negociar com clientes com base no ganha-ganha.
REFLEXÃO
Finalizamos o capítulo reforçando a ideia de que não queríamos oferecer receitas prontas
de como chegar ao sucesso profissional, construindo uma carreira brilhante e sem obstáculos.
Fazer ou prometer isso, seria gerar apenas ilusões e deixar de contribuir com a sua formação.
capítulo 3 • 76
Pelo contrário, nosso intuito foi, e esperamos ter conseguido, despertar sua atenção para
a importância de você dar atenção para a construção de uma carreira dinâmica, flexível, ou-
sada e, sobretudo, que te conduza pelo caminho que você idealizava quando escolheu essa
bela profissão e, por conseguinte, ajudar você a chegar onde sonha na profissão.
Dessa forma, buscamos contribuir não somente com a construção da sua carreira, como
futuro profissional de Educação Física, que está sendo inserido no mercado de trabalho por
meio do estágio profissionalizante, mas principalmente colaborar com ideias e provocações
que ajudem você a definir caminhos e fazer escolhas, mesmo assumindo que não temos uma
receita de “acertar sempre” mas sim, o de criar condições para “errar o mínimo possível”
aprendendo sempre com cada erro que, porventura, venha a cometer.
Em última análise, nossa abordagem sobre planejamento e gestão da carreira profis-
sional, para você que está em pleno crescimento, foi fundamentada em três pilares funda-
mentais. São eles: (1) autoconhecimento, identificação e reconhecimento tanto das forças
quanto das fragilidades em termos de habilidades e competências necessárias ao sucesso
profissional; (2) visão panorâmica da realidade do mercado de trabalho, que denomi-
namos análise de cenários visíveis e potenciais e (3) preparação para inserção nesse
mercado, que representa a tomada de decisões necessárias para ser diferenciado pelo con-
junto de competências, habilidades e atitudes, num processo de melhoria contínua desde a
formação acadêmica.
Diante disso, prezado(a) estudante de Educação Física, esperamos ter despertado em
você a curiosidade e o interesse por tornar-se protagonista de sua própria história e autor
de sua carreira profissional, dando a ela todos os ingredientes de que precisa para projetar
todo o brilho que seu talento puder produzir, e uma trajetória da qual você se orgulhe imen-
samente, e que te leve a excelência profissional, visibilidade e reputação que orgulhem todas
as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para você chegar até aqui.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: Dando Asas ao Espírito Empreendedor (3a. ed.). SP: Saraiva.
2008.
CHIAVENATO, I. Carreira e Competência: você é aquilo que faz (3a. ed.). SP: Manole. 2013.
FARIAS, E. Panejamento e Gestão da Carreira Profissional; Ferramentas e Ações para o Sucesso.
RJ: Sprint, 2005.
FARIA, V. M. Manual de Carreira: Identifique e Destaque o Talento que Existe em Você. SP:
Saraiva, 2009.
capítulo 3 • 77
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing (15a. ed.). SP, SP, Brasil: Pearson Education
- Br. 2015.
VIANNA, M. A. F. Futuro: Prepare-se! Cenários e Tendências para um Mundo de Oportunidades. SP:
Gente, 1998.
YEDA, O. Gestão da Carreira Profissional: Uma Perspectiva Holística. SP: Livrus, 2011.
capítulo 3 • 78
4
A gestão dos negócios
e serviços ligados
à educação física:
prestação de serviços,
vendas, relacionamento
com clientes e o papel
do gestor
A gestão dos negócios e serviços ligados
à educação física: prestação de serviços,
vendas, relacionamento com clientes e o
papel do gestor
capítulo 4 • 80
qual seu perfil e que responsabilidades lhes cabem? Essas são questões de alta re-
levância que abordaremos, sem oferecer respostas prontas e acabadas, é verdade,
mas sinalizando para que você faça suas reflexões e entenda o mundo do trabalho
e dos negócios ligados à profissão que escolheu.
Então, vamos em frente?
OBJETIVOS
• Analisar criticamente a realidade da gestão nas empresas de serviços ligados à Educação
Física em todas as variáveis determinantes dos resultados;
• Conhecer e analisar os aspectos: prestação de serviços, vendas e relacionamento com
clientes nos serviços ligados à Educação Física;
• Compreender e analisar o papel do gestor na condução dos negócios em Educação Física.
capítulo 4 • 81
“operários especializados”. Enquanto isso, pessoas que não eram qualificadas para
a agricultura e nem para atuar na indústria eram relegadas a um plano secundário
na força produtiva que era a prestação de serviços, reforçando assim a imagem de
atividade sem prestígio, de segunda categoria, de gente desqualificada.
Com isso, forma-se um conceito de que prestar serviço é sinônimo de “servir”,
que deriva de servidão e que remete ao trabalho desqualificado e escravo, que
servia ao seu senhor de maneira, muitas vezes, humilhante. Diante desse contexto,
não é difícil compreender que prestar serviços não representa exatamente um
compromisso entre quem presta e quem recebe, mas no máximo uma obrigação,
que em outras palavras torna-se sinônimo de “não fazer o seu melhor”.
Porém, com o processo de desenvolvimento econômico, onde as cidades
passam a acolher, ao mesmo tempo, as indústrias e os consumidores com suas
famílias e demandas por consumo, surge o desafio de oferecer a estes o acesso
ao consumo de bens e serviços relacionados ao que a indústria produzia, além
dos serviços derivados dessa produção, demandando, portanto, uma operação
mais eficaz e rentável. Se as pessoas não podiam ir até as indústrias, as indústrias
precisavam chegar às pessoas, pois o consumo é, em síntese, ao “combustível” da
rentabilidade delas.
Nesse momento surge a necessidade de incrementar as atividades de prestação
de serviços tanto nas regiões industrializadas como também nas suas periferias,
e sendo assim, serviços que vão desde as atividades ligadas ao lazer e esporte
(nossa área de atuação), a informática, a propaganda e todas aquelas ligadas
ao profissional liberal ou pequenas empresas de prestação de serviços pessoais
(lavanderias, livrarias etc.) surgem como poderosa fonte de geração de riqueza,
impactando decisivamente para uma mudança na configuração das economias e,
por conseguinte, do Produto Interno Bruto – PIB dos países.
Com isso, a prestação de serviços, vista antes com desprezo, adquire grande
importância até chegar à situação de hoje, quando é responsável por empregar
grande número de pessoas e por quase 70% do PIB brasileiro. Deixa de ser vista
como atividade de segunda classe, passa a ser fundamental para a economia e
não é mais uma atividade de pessoas despreparadas, que a executavam por
não conseguirem coisa melhor, mas sim, passa a ser exercida por profissionais
devidamente formados e voltados para este segmento, o da venda e prestação
de serviços.
Mas como nada é estático, sobretudo no mundo dos negócios, novos cenários
levam a novas demandas e, por isso mesmo, um problema sequer imaginado em
capítulo 4 • 82
períodos anteriores começa a ganhar espaço e servir de base para o consumidor. A
qualidade na prestação de serviços. Apesar de muitas iniciativas pontuais de relativo
sucesso, como aquelas empreendidas por escolas de formação de profissionais de
serviços, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, que
ainda hoje oferece ao mercado excelentes programas de preparação e atualização
profissional, estamos longe do suficiente e necessário.
Como clientes, cada um de nós já deve ter vivido muitas situações que se
transformaram em experiências negativas com a prestação de serviços, seja isso em
academias, estúdios hotéis, relacionadas à pouca qualidade da mão de obra. Pode
ser algo acontecido em um hotel, restaurante, serviços de tv por assinatura, tele-
fonia móvel dentre outros. O traço comum entre todas as experiências negativas
com serviços é o mesmo: uma frustração em relação às expectativas e o desempe-
nho do serviço em si, ou seja, não era exatamente o que você esperava o que lhe
foi entregue, certo?
Mas a essa altura você já deve estar se perguntando e me perguntando: OK,
entendi a evolução das economias e o surgimento da necessidade pelos serviços.
Mas o que isso tem a ver como a prática profissional em Educação Física e com
a prestação de serviços a ela ligados? Minha resposta a você é simples e pode ser
expressa por uma única expressão: TUDO! Sabe por quê?
Porque “a prestação de serviços é uma corrente com diversos elos”. E você já
deve ter ouvido falar que a força de uma corrente é igual a força de seu elo mais
fraco e, por isso mesmo, na corrente da prestação de serviços o elo mais fraco,
sem dúvida, o atendimento pessoal, a relação entre quem presta e quem recebe os
serviços, pois é exatamente essa relação que define a compra e sua continuidade,
ou não, por parte do cliente, não é mesmo?
Mas isso nem sempre foi assim e ainda hoje, boa parte das empresas presta-
doras de serviços, e incluímos aí muitas das que fazem parte do segmento fitness
& wellness e desportivo, recebem relações de clientes ainda como algo aborrecedor
e que são o resultado de “caprichos” desses consumidores. Ainda não temos, em
nosso segmento como em tantos outros, uma cultura do atendimento orientado
ao cliente, com o foco nas suas demandas. Isso, absolutamente, é sinônimo de
subserviência a ele, mas sim da necessidade de ouvir o que espera receber, como
espera receber, quais resultados espera obter e, por último quanto vai custar tal
investimento. Sua decisão de compra vem exatamente da conjugação dessas res-
postas! (FARIAS, 2004; 2013)
capítulo 4 • 83
Felizmente este cenário modificou-se e continua numa frenética metamorfose,
em face da concorrência progressivamente maior e da diversidade de serviços ofe-
recidos à sociedade pelas empresas deste segmento. Paralelamente, o consumidor
continua aumentando seus níveis de exigência, definindo a sobrevivência ou não
das empresas apenas com sua escolha, ou não, delas para atender suas demandas, e
o atendimento a eles, os clientes, é parte visceral de todo esse processo.
Da mesma forma que na compra de bens tangíveis, se um determinado serviço
apresenta um padrão de qualidade que além de satisfazer as expectativas as supera,
produzindo aquela sensação de UAU!!, existe uma grande possibilidade de quem
o comprou voltar a comprar este serviço toda vez que precisar dele, certo?
Mas antes mesmo da nova compra este consumidor certamente vai falar com
mais alguém sobre essa satisfação e encantamento, e isso será um fator gerador de
novas compras por pessoas que, como ele, precisarem desse serviço, seja ele prestado
por uma empresa aérea, uma operadora de telefonia móvel, uma escola de natação
ou um estúdio de treinamento físico (LOVELOCK; WIRTZ; HEMZO, 2011).
Pois bem, mas afinal, diante de tantas mudanças radicais na prestação de ser-
viços e no atendimento a clientes, o que é preciso fazer minimamente para que
sejamos capazes de produzir essa sensação de UAU! Nessas pessoas e, além disso,
transformá-los em propagadores de nossa qualidade para aqueles que ainda sequer
conhecemos, mas que são clientes potenciais?
CONEXÃO
Conceito de cliente potencial
<https://conceito.de/cliente-potencial>
Propomos a você, para reflexão e discussão com seus colegas e seu professor
uma análise de 6 (seis) sugestões de atitudes, que aqui denominamos PONTOS
DE ATENÇÃO, que representam, aos olhos dos clientes, um atendimento de
qualidade na prestação de serviços, que traga como consequência direta a satisfa-
ção desses clientes, continuidade na compra e, se possível, indicação para novas
compras por outras pessoas, que venham a transformar-se em novos clientes, ge-
rando assim um ciclo virtuoso na prestação de seus serviços.
capítulo 4 • 84
Não é a toa que temos duas orelhas e uma boca apenas. Logo, é pre-
ciso ouvir mais e falar menos, o que significa que devemos dar mais
1. ATENÇÃO atenção ao que o cliente diz para que possamos atendê-lo naquilo
que ele, efetivamente, precisa.
Mesmo que um cliente esteja a ponto de perder a calma e a sere-
nidade, cabe você fazê-lo ver que entende o problema dele e que
2. CALMA lá está para buscar a solução da melhor maneira possível. Se a
sua serenidade for embora, a do cliente vai logo atrás e a relação
está comprometida.
Clientes geralmente querem um atendimento rápido. Mesmo que
você não possa atendê-lo naquele exato momento, seja atencioso,
estabeleça uma data ou hora para fazer o atendimento. Deixe a sen-
3. COMPREENSÃO sação que você genuinamente se preocupa com ele e que vai aten-
dê-lo assim que for possível. O que não é importante pra você pode
ser urgente para um cliente!
Sempre que for possível fazer algo mais pelo seu cliente, inspi-
ra lealdade e gera durabilidade na relação de consumo. Aos olhos
4. CONFIANÇA dos clientes devemos ser sempre a melhor opção, e não apenas
mais uma delas e confiabilidade nos serviços prestado tem muito a
ver com isso.
Deixe sempre claro ao cliente que ele é parte importante da sua vida
5. LEALDADE AOS e do seu trabalho. Mostre também que você não abre mão do seu
VALORES elevado nível de qualidade e de honestidade.
Buscar crescer muito rapidamente nem sempre é uma boa opção, a
menos que seja possível garantir plenamente a qualidade do serviço.
6. SENSO DE Às vezes é preferível indicar um outro prestador de serviço do que
LIMITE tentar atender e fazer isso mal feito, porque essa impressão tende
a cristalizar-se.
E então, ficou claro que esses pontos são fundamentais, simples, fáceis de
praticar, mas infelizmente não são encontrados em todas as empresas relacionadas
à nossa profissão?
CONEXÃO
Nesse momento você pode estar pensando: será que existem pontos ou procedimen-
tos que são obrigatórios, padrão, que independentemente do tipo de atividade devem estar
presentes numa relação de atendimento aos clientes? A resposta é SIM, existem. Assista o
vídeo deste empreendedor no segmento de centros de fitness e observe o que ele tem a nos
capítulo 4 • 85
dizer sobre isso. Depois de assistir, sugerimos a você que durante sua experiência profissio-
nal no estágio que está realizando, observe e converse com seus colegas e seu supervisor
do estágio sobre isso e identifique como é feito e gerenciado o atendimento aos clientes
na empresa.
<https://www.youtube.com/watch?v=WOfFEBbRIBs>
CONEXÃO
Dito isso, é preciso avançar e definir o que é, de fato vender serviços e qual a diferença
entre vender o que é tangível (bens) e o que é intangível (serviços). Sugerimos que você
assista ao vídeo, rápido, objetivo e feito por quem entende de vendas como poucos, acesse
o link a seguir.
<https://www.youtube.com/watch?v=KI0MUki7Ud4>
Ficou claro que a sutileza da venda de serviços nos obriga a fazer muito mais
do que entregar um produto, receber um dinheiro e finalizar o contato? Vendas
pressupõem relacionamento e, por conseguinte, interação!
Embora a quantidade de literatura sobre vendas seja extensa, podemos afir-
mar, com alguma dose de certeza, que nos negócios ligados a Educação Física, seja
no âmbito das atividades desportivas excetuando o alto rendimento, seja nos ne-
gócios em fitness & wellness, o nível de desinformação ainda é de mesma dimensão,
e abriu espaço para o aparecimento de “receitas mágicas” e “gurus de plantão” que
prometem levar empresas ao sucesso por meio de palestras motivacionais, piadas
e exemplos caricatos. Vender é sim, um processo comunicacional e pessoal, mas é
muito mais que mobilização das emoções, já que serviços de qualidade não pre-
cisam ser vendidos, pois são desejados, comprados e recomendados por quem
o fez e foi superado nas suas expectativas!
capítulo 4 • 86
Sem qualquer dúvida o processo de vendas é motor dos negócios no mundo
de hoje, e tudo que se pensa e faz nas empresas, hoje, deve ser orientado a esta
direção. Então, surgem questões que propomos aqui para sua reflexão e conversas
com seus colegas, seu supervisor do seu estágio e os demais profissionais da empre-
sa onde está vivendo uma experiência profissional:
O que há de novo a esse respeito em relação à serviços? Será que os negócios
em fitness & wellness estão alinhados com as tendências contemporâneas das ven-
das de serviços? Podemos afirmar que há sinais de ênfase no processo de vendas, na
qualificação de todas as pessoas envolvidas no processo e, sobretudo, na implan-
tação de uma política de vendas orientada aos clientes? O que precisa fazer uma
equipe de vendas para que as taxas de conversão sejam compatíveis com as expec-
tativas dos gestores, garantindo com isso crescimento e prosperidade do negócio?
Intrigantes e interessantes essas questões, não é mesmo?
Assim, como forma de oferecer orientações que consideramos fundamentais à
melhoria nas vendas de serviços que entregamos aos nossos clientes, descrevemos
a seguir 10 (dez) características que devem estar presentes no processo de vendas
de nossas empresas, de modo a transformá-las em um negócio rentável e que
atende rentabilidade quanto na satisfação dos clientes e que por isso mesmo deve
ser pensado como conteúdo obrigatório em programas de capacitação profissional
na área de vendas.
capítulo 4 • 87
Traduzida pela necessidade de todo prestador de serviços, por
conseguinte um vendedor, de conhecer diferentes aspectos
5. VISÃO PANORÂMICA DO relacionados ao serviço que entrega a seus clientes de modo
NEGÓCIO a evitar a inadmissível expressão “essa parte já não é comigo...”
infelizmente ainda muito comum nas relações de consumo.
Traduzida pela necessidade de todo e qualquer colaborador
perceber-se como um vendedor dos serviços que sua empresa
6. MULTIFUNCIONALIDADE entrega aos clientes, o que substitui a “visão fragmentada” na
qual cada um faz uma fase sem conectar-se com a anterior e
a subsequente.
São iniciativas que precisam estar presentes na venda de ser-
7. RECOMPENSA E viços fitness & wellness cuidando para que não sejam apenas
RECONHECIMENTO uma “única entrega”, mas sim uma rentável “sucessão de en-
tregas” sempre com a qualidade esperada.
Talvez uma das características mais marcantes na venda de
intangíveis, exatamente por oferecer aos clientes a possibilida-
8. ACONSELHAMENTO de de comprar mais do que o serviço em si, mas também con-
ceitos e percepções gerados a partir do seu assessoramento
representado bem pelo papel de “consultor”.
Corresponde exatamente ao “capital intelectual agregado” ao
9. CONHECIMENTO serviço, que precisa ser perceptível em todo o processo de
venda criando diferenciais a seu favor na mente dos clientes.
Representa a certeza, pelo cliente, de que não haverá prejuízo
caso a satisfação pretendida não seja alcançada, no todo ou
em parte, o que, de certa forma, induz este cliente a fazer um
10. GARANTIAS TANGÍVEIS investimento em conhecer algo que ainda não faz parte do seu
dia a dia, tal qual nos “Test Drive” oferecidos nas vendas de
alguns bens tangíveis.
capítulo 4 • 88
CONEXÃO
Finalmente, recomendamos que você assista ao vídeo de Mário Persona, profissional de
referência no mundo de negócios, que descreve com clareza, simplicidade e riqueza de deta-
lhes o que é preciso para que as vendas de serviços sejam positivas e, de verdade, agreguem
valor a quem compra e, por conseguinte, rentabilidade para quem vende.
<https://www.youtube.com/watch?v=Roefua31kek>
capítulo 4 • 89
deles o que percebem sobre isso e como fazem para gerir os relacionamentos com
seus clientes. Com base no que disserem, leve as posições deles para a turma e dis-
cuta com seus colegas e o professor da disciplina, ouvindo deles os resultados que
obtiveram nesse questionamento, ok?
Bom, seguindo em frente, e antes de nos aprofundarmos, como o significado
da expressão relacionamento com clientes é amplo, optamos por definir claramente
e padronizar percepções para que seja possível caminharmos juntos ao longo de
nossa abordagem, certo?
Se buscarmos na internet é comum que encontremos uma associação direta da
expressão “gestão do relacionamento com o cliente” com sistemas disponíveis para
fazer isso, e dentre ele o mais comum é o CRM (do inglês, Customer Relationship
Management). Essa confusão faz algum sentido, mas precisa ser superada, pois na
verdade quando falamos de um sistema estamos abordando apenas um software,
uma ferramenta que colabora no registro de dados, transformados em valiosas
informações sobre a relação prestadores de serviços-clientes.
A gestão do relacionamento com o cliente é um conceito amplo no contexto
empresarial e no segmento de prestação de serviços, e se refere ao conjunto de
estratégias adotadas pela empresa para atrair novos consumidores, converter
oportunidades em novos negócios e manter um saudável relacionamento com
clientes, atendendo suas demandas em relação aos serviços que a empresa oferece
à sociedade. Para que isso aconteça é necessário que se envolvam minimamente as
áreas de marketing, vendas e atendimento ao cliente de uma empresa.
Assim, chamamos sua atenção para 3 dimensões (PESSOAS, PROCESSOS,
TECNOLOGIA), ao mesmo tempo distintas e interdependentes, que descreve-
mos a seguir, sob as quais deve estar apoiada a gestão eficaz do relacionamento
com clientes. Essas dimensões devem ser vistas como uma “unidade medular” nos
negócios ligados à Educação Física, predominantemente intangíveis na entrega,
mas plenamente mensuráveis na percepção dos clientes em relação as expectativa
pré-consumo. São elas:
Dimensão PESSOAS
Considerando que sem pessoas não existem relacionamentos e sem eles não é
possível prestar serviços, podemos afirmar que esta dimensão é a de maior importân-
cia. Por isso mesmo, a gestão de relacionamentos passa por ações relacionadas as pes-
soas que atuam e interagem numa empresa, já que tudo que acontece numa empresa
capítulo 4 • 90
de serviços, desde o atendimento inicial do cliente, passa e depende das pessoas que
vão atuar na transformação de expectativas em resultados das outras, os clientes.
Assim, destacamos primeiramente que a seleção dos profissionais que farão as
entregas aos clientes deve ser tão cuidadosa quanto eficaz. Aqui vale lembrar uma
máxima da administração que nos diz: “tudo que for economizado numa seleção
malfeita será gasto, no mínimo em dobro, para tentar capacitá-los”, quando poderá
já ser tarde demais, pois o cliente já terá ido embora.
Dessa forma, a montagem de uma equipe de alta performance passa pela
busca por um perfil alinhado com a qualidade das entregas proposta pela empresa,
tendo como algumas características consideradas críticas, as que exemplificamos
na figura 4.1 a seguir.
Empatia
Paciência
Saber ouvir
Autocontrole
Trabalhar em equipe
Foco em resultados
Persuasão
Saber lidar com inesperado
Comunicador eficaz
capítulo 4 • 91
em políticas de educação continuada de seus colaboradores. É importante o re-
gistro de que fala-se aqui não somente de treinamentos técnicos, mas também de
treinamento comportamental / relacional, nos quais os profissionais são levados
a refletir e buscar desenvolver-se em competências fundamentais a uma interação
positiva com as outras pessoas nas relações de consumo.
Aqui sugerimos a você que busque saber, com seu supervisor de estágio,
com os profissionais da empresa ou com os gestores, se existe um programa de
capacitação continuada dos colaboradores, quais os critérios adotados para o
seu design e qual o tamanho do investimento anual nessas ações.
Dimensão PROCESSOS
Da mesma forma que as pessoas são fator essencial ao sucesso dos negócios em
serviços, podemos afirmar também que sem a definição clara dos processos de pro-
dução dos serviços e seus respectivos resultados, torna-se bastante difícil mensurar
o nível de desempenho da empresa.
capítulo 4 • 92
Assim, a gestão do relacionamento com os clientes será tão mais eficaz se hou-
ver um controle efetivo de todos os processos relacionados à prestação dos seus
serviços a sociedade.
Mas para isso é preciso que sejam adotadas tanto métricas operacionais como
também métricas de satisfação dos clientes.
A essa altura você deve estar perguntando para si mesmo: mas o que são essas
métricas, afinal?
Métricas operacionais são assim denominadas por se referirem a indicadores
que estão diretamente em contato com os clientes, como: metas de produtividade,
de comportamento. Enquanto as primeiras (produtividade) se referem a quantida-
de de serviços executados individualmente ou pelo grupo (atendimentos telefôni-
cos, atendimentos diretos na recepção). As metas de comportamento representam
indicadores relacionados aos profissionais individualmente ou em grupos, mas
retratam desempenhos pessoais como faltas, atrasos, reclamações direcionadas de
clientes, nível de conhecimento técnico...
Por outro lado, as metas de satisfação de clientes são poderosas ferramentas
para a gestão do relacionamento com eles, e nesse caso os indicadores podem ser:
ISC – Índice de Satisfação de Clientes, NPS (do inglês Net Promoter Core) que
nada mais é do que o nível de indicação da empresa e seus serviços para parentes
e amigos dos clientes da empresa, ou ainda a Taxa de Evasão (saída ou desistência)
que representa conhecer com detalhes as razões de desistência do cliente e da in-
terrupção de suas compras.
Assim, tanto o conhecimento das quantidades relacionadas ao atendimento
e as entregas a clientes pela empresa, como também o conhecimento qualitativo
da satisfação e das razões de evasão desses clientes são poderosas ferramentas
para gerir a relação de consumo / prestação de serviços e seus pontos fortes e
passíveis de melhoria. Em ambos os casos, o foco está na relação entre as duas
partes interessadas no negócio e na sua durabilidade, que caracteriza uma relação
de fidelidade.
Dimensão TECNOLOGIA
capítulo 4 • 93
constantemente competitivo e plástico (pois modifica-se a todo momento) de-
manda, por isso mesmo, agilidade na gestão do relacionamento com seus clientes.
Assim, seja pelo controle dos canais de atendimento (telemarketing e recep-
ção) e sua eficácia, seja pelas tecnologias que propiciem algum nível de auto-
mação nas entregas aos clientes (séries de treino disponíveis em aplicativos para
smartphones), seja pela infraestrutura responsável por conferir agilidade (p. ex.
propiciar pagamentos por débito automático), praticidade (por ex.: o recebimento
de comunicados no smartphone), evitando o retrabalho ou a burocracia, é funda-
mental para a gestão do relacionamento com os clientes entender como um inves-
timento exato e adequado em tecnologia pode impactar diretamente na melhoria
dessa relação, gerando diferenciação da concorrência e fidelização de clientes.
Da mesma forma que fizemos nos itens anteriores, sugerimos a você, que
busque informações na empresa onde você realiza seu estágio profissional,
sobre como as tecnologias são utilizadas para gerir o relacionamento com
clientes, e ainda, quais os critérios adotados por seus gestores para gerenciar
tudo isso. Após obter essas informações, sugerimos que leve para a turma e
seu professor-orientador para que sejam debatidas as diferentes percepções de
seus colegas sobre essa importante ação na gestão das empresas, que é gerir o
relacionamento com seus clientes.
capítulo 4 • 94
CONEXÃO
Sugerimos que você assista, reflita, chegue as suas próprias conclusões e compartilhe
com seus colegas da turma, seu supervisor do estágio e gestores da empresa sobre o quanto
podemos adaptar esses parâmetros nos negócios relacionados a nossa profissão, ok?
necessidade
do cliente
pesquisa
propósito
constante
atendimento
conhecimento
on-line
cultura do
SIM
<https://www.youtube.com/watch?v=sjI2PDJDaQg>
ATIVIDADES
01. Considere que você está realizando seu estágio profissional em uma empresa voltada
a oferta de serviços relacionados à prática de exercícios físicos orientados, e foi solicitado
a você por um cliente a explicação das razões que levaram a inclusão de um determinado
movimento no seu programa de treinamento. Ao solicitar isso, seu cliente está, na verdade,
requisitando que você utilize um dos princípios essenciais da gestão do relacionamento com
clientes. Qual é esse princípio?
a) Necessidades do cliente c) Conhecimento intrínseco e) Propósito
b) Pesquisa constante d) Atendimento on-line
capítulo 4 • 95
02. Levando em conta as 3 dimensões abordadas nesse capítulo, pelas quais a gestão do
relacionamento com clientes deve ser sustentada, a qual delas relacionam-se os elementos:
saber ouvir, autocontrole, empatia e foco em resultados?
REFLEXÃO
Encerramos o capítulo desejando que tenhamos proporcionado a você leitura agradável,
reflexões provocantes e, sobretudo, um olhar diferenciado sobre as diferentes nuances que
a gestão de um negócio em serviços ligados a nossa proporção precisa dar atenção para
que sejam, ao mesmo tempo, prósperos financeiramente, benéficos a quem consome seus
serviços e motivo de orgulho e realização pessoal e profissional para quem os entrega. Não
temos a menor pretensão de esgotar o tema e nem de que esta seja a única ou a melhor
forma de fazer isso. Apenas trazemos aqui um ponto de vista que merece ser considerado por
você, que está muito próximo de tornar-se um profissional e que, por isso mesmo, deseja su-
cesso e prosperidade na carreira, seja ela atuando na empresa de alguém ou na sua própria.
Tal como já assumimos em capítulos anteriores, nosso intuito foi somente despertar sua
atenção para que na sua experiência profissional prática, vá além da execução operacional,
reconhecidamente importante é verdade, mas não a única forma de olhar para a prestação
de serviços em nossa profissão.
Como já dissemos em outras oportunidades, o cenário dos negócios em serviços de
nossa profissão tem-se modificado como talvez nunca antes tenha acontecido, e nessa “me-
tamorfose” as coisas materiais, tecnológicas e de infraestrutura têm sido transformadas em
“lugar comum”, não mais geradora de diferenciação. Por outro lado, a riqueza das experiên-
cias vividas pelos clientes, esta sim, tem sido geradora de diferenciação mercadológica e
razão para o triunfo de uns e fracasso de outros.
Em última análise, prezado(a) estudante de Educação Física, esperamos mais uma vez
ter despertado em você a curiosidade e o interesse por olhar para além do que a maioria vê,
assumindo que as sutilezas do mercado e do sucesso dos negócios está à espera daqueles
que tenham “olhos de ver e ouvidos de ouvir”.
Desejamos a você todo sucesso que você tiver plantado ao longo dessa bela trajetória
que está apenas começando, e que esperamos, com ela, ter contribuído com este material!!
capítulo 4 • 96
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALVIN, J. O Novo Manual das Boas Vendas. In: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
No. 198, julho de 2005.
FARIAS, E. de. Qualidade na Prestação de Serviços. MG: Revista Empresário Fitness &
Health, 2004.
FARIAS, E. de. Atendimento a Clientes: Uma Questão de Relações Interpessoais. Material
Didático da Disciplina Gestão de Negócios e Projetos em Educação Física. Curso de Educação Física –
Universidade Estácio de Sá, 2013.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 12a ed. RJ: Prentice-Hall do Brasil, 2015.
LOVELOCK, C., WIRTZ, J.; HEMZO, M. A. Marketing de Serviços: Pessoas, Tecnologia e Estratégia
(7a. ed.). SP, Brasil: Pearson Prentice Hall. 2011.
RELACIONAMENTO. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2018. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/relacionamento/. Acesso em: 25/02/2019.
VIANNA, M. A. F. Futuro: Prepare-se! Cenários e Tendências para um Mundo de Oportunidades.
SP: Gente, 1998.
VIANNA, M. A. F. Futuro: O Líder Cidadão e a Nova Lógica do Lucro. SP: Qualitymark, 2003.
capítulo 4 • 97
capítulo 4 • 98
5
Temáticas
transversais
relacionadas
ao exercício
profissional em
educação física
Temáticas transversais relacionadas ao
exercício profissional em educação física
capítulo 5 • 100
OBJETIVOS
• Compreender e analisar os aspectos jurídicos inerentes ao exercício profissional em
Educação Física;
• Conhecer e analisar os impactos da globalização no mercado de trabalho e no exercício
profissional em Educação Física em suas múltiplas possibilidades;
• Analisar a relação entre os pressupostos da sustentabilidade e o exercício profissional em
Educação Física;
• Identificar e analisar a relação entre o exercício profissional em Educação Física e as
demandas emergentes relacionadas à diversidade cultural;
• Conhecer e analisar o contexto das inovações tecnológicas e dos ambientes virtuais e suas
relações com o exercício profissional em Educação Física.
CONEXÃO
Neste contexto, o exercício profissional nos âmbitos das atividades físicas e desportivas,
em observância ao artigo 5º (quinto) de nossa Lei Maior, Constituição da República Federa-
tiva do Brasil – CRFB, mais especificamente no seu inciso XIII (treze), remetem à imperiosa
observância da Lei Ordinária Federal 9696/98 que tem como escopo a regulamentação
profissional. Para conhecê-la melhor, acesse:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>
Com efeito, é imperativo destacar que o espírito da Lei alcançou a total prote-
ção da sociedade, colocando-a a salvo das agressões oriundas de pessoas não quali-
ficadas tecnicamente já que, o mandamento legal exige o concernente Registro no
órgão de categoria profissional, nomeadamente Sistema CONFEF/CREF’s, dos
indivíduos oriundos do Curso Superior de Educação Física.
capítulo 5 • 101
CONEXÃO
Se você deseja conhecer a íntegra da Lei Ordinária Federal 9696/98, acesse:
<https://cref1.org.br/media/uploads/2017/05/lei-n-9696.pdf>
CONEXÃO
Acesse o documento "Intervenção do Profissional de Educação Física":
<https://www.crefsc.org.br/principal/wp-content/uploads/2016/04/intervencao_
profissional_de_ef.pdf>
As responsabilidades
capítulo 5 • 102
Responsabilidade administrativa
Responsabilidade civil
A responsabilidade civil pode ser definida como um dever jurídico que determinada
pessoa (no caso o Profissional de Educação Física) possui de reparar um dano causado
a outra(...), em âmbito patrimonial, em razão de ato próprio, de pessoa por quem ela
responde, de alguma coisa que a ela pertence ou de simples imposição legal(...).
O dever de reparação se baseia primeiramente na ocorrência de um ato ilícito é realiza-
do em conformidade com a lei e produz efeitos esperados ou aceitos pelo ordenamento;
enquanto isso, o ato ilícito decorre da violação de um direito ou do excesso aos limites
impostos a um direito por seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos costumes e
é responsável por causar um dano a terceiro (...). (Vargas et al, 2018, p.62).
capítulo 5 • 103
de suas funções venha ferir, de alguma forma, os direitos dos beneficiários sob a
sua responsabilidade técnica.
Ainda, é imperioso ressaltar que o tipo de Responsabilidade Civil anterior
descrito enquadra-se no tipo “Subjetivo” e se baseia na “Teoria da Culpa” e, por
sua vez, possui requisitos essenciais para ser abrangido pelo escopo da Lei. São eles:
A) AÇÃO OU OMISSÃO
Ocorre quando ao agir ou deixar de agir o Profissional de Educação fere ou coloca em
risco um direito do beneficiário ou grupo destes.
A conduta ativa decorre de uma ação a qual o Profissional deveria por ofício, eximir-se
de praticar.
Por sua vez, a conduta omissiva ocorre a contrário senso.
B) CULPA OU DOLO
O resultado da ação ou da omissão do Profissional de Educação Física, denota um
elemento subjetivo o que significa a possibilidade de uma ação intencional. Neste caso,
a conduta ofensiva objetivou causar um dano, e o resultado foi eficaz, caso em que se
configura o “dolo”. Não obstante, o resultado danoso poderá ocorrer por imprudência ou
negligência do Profissional de Educação Física, caso em que, mesmo sem intenção de
prejudicar, o resultado feriu um direito por uma conduta tecnicamente inadequada; o que
configura a “culpa”.
C) DANO
O resultado da conduta deverá sempre ter provocado um dano ao beneficiário.
D) NEXO CAUSAL
Entende-se por nexo causal o processo lógico entre a ação do Profissional de Educação
Física e o resultado propriamente dito.
No que respeita a Responsabilidade Objetiva seu enquadramento baseia-se na “Teoria do
Risco” e por esta razão, independe da culpabilidade.
Neste caso, qualquer evento que venha a ocorrer e que, gere um fator de risco ou
ferimento aos direitos do beneficiário independentemente da ação do Profissional e,
portanto, decorre do “risco” do exercício da atividade técnica.
capítulo 5 • 104
Por exemplo, uma das previsões para a responsabilidade objetiva está no Código
de Defesa do Consumidor (CDC), que se aplica ao Profissional de Educação Física
quando da prestação dos seus serviços: art. 14 o fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência da culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua função e risco. (VARGAS, 2018 p.63).
CONEXÃO
Interessante isso, não? Por isso, se você deseja aprofundar seus conhecimentos nessa
importante área de conhecimento, pode baixar gratuitamente, diretamente para seu compu-
tador, tablet ou smartphone, a obra integral intitulada O Direito no Desporto e na Prática
Profissional em Educação Física, organizado pelo Prof. Dr. Ângelo Vargas, acesse:
<https://www.crefsp.gov.br/wp-content/uploads/CREF-Livro-14-O-Direito-no-
-Desporto-e-na-Pr%C3%A1tica-Profissional-em-Educa%C3%A7%C3%A3o-F%-
C3%ADsica.zip?x39259>
EXEMPLO
Imaginemos um indivíduo que venha a fraudar um diploma universitário para conseguir
registrar-se no Sistema CONFEFE/CREF’s.
capítulo 5 • 105
A Responsabilização Administrativa a cargo do Sistema, objetivará o restabelecimento da
ordem através de procedimento próprio no sentido do cancelamento do pedido ou do próprio
registro, com base no artigo 23, X, do Estatuto do CONFEF.
Neste caso, ao Ministério Público caberá promover a ação de responsabilização penal
por falsificação de documento público, fato típico e antijurídico previsto no artigo 297 do
Código Penal.
Por fim, os beneficiários que acreditaram estar sendo atendidos por um Profissional de
Educação Física, terão o direito de promover ação própria de responsabilização civil, pelos
possíveis danos decorrentes das atitudes do “falso profissional”.
(VARGAS, 2018, p.65-66)
capítulo 5 • 106
Importa referir que, já no ano de 2000, o Manifesto Mundial da Federação
Internacional de Educação Física (FIEP, 2000), enunciava a importância da in-
tervenção do Profissional de Educação Física com vistas a prevenção ao estabeleci-
mento de uma situação de risco na sociedade, como pode ser visto no trecho que
apresentamos a seguir:
CONEXÃO
E então, te interessa consultar este importante documento na sua versão integral? Caso
queira tê-lo, basta acessar o link a seguir e baixar para seu computador, tablet ou smartphone.
<http://www.spef.pt/image-gallery/74144727224212-Notcias-Manifesto-Mundial-
-de-Educao-Fsica-FIEP-2000.pdf>
capítulo 5 • 107
Neste contexto, a prática das atividades físicas e desportivas deve ser acessível
a todos, independentemente das diferenças no cosmo social.
É imperioso considerar que estes fatores, passaram a constituir um dos
maiores desafios da intervenção profissional em Educação Física. Com efeito, o
Profissional deverá estar preparado para, constantemente, ser desafiado para atuar
em contextos de dissenso com pessoas com características e expectativas distintas.
Objetivando exemplificar, é possível citar as pessoas com necessidades
especiais que, não raro, exigem do Profissional de Educação Física um preparo
técnico especializado no sentido de minimizar ou mesmo, eliminar os naturais
constrangimentos adstrito das limitações pessoais.
O Manifesto Mundial da Federação Internacional de Educação Física (FIEP,
2000), enuncia:
(...) que existem pessoas com danos físicos e psíquicos, inatos ou adquiridos, e por isto
não são capazes de garantir mesmos níveis de habilidades que outros;
que existem pessoas com situações biológicos passageiras que necessitam de atenção
especial (grávidas);
que inúmeros estudos mostram que as diferentes formas de atividades físicas, como
meios específicos da Educação Física, podem ativar positivamente como opções para o
equilíbrio das pessoas com as necessidades especiais (...)
(...) A Educação Física ao ser reconhecida como meio eficaz de equilíbrio e melhoria em
diversas situações, quando oferecida a pessoas com necessidades especiais, deverá
ser cuidadosamente adaptada às características de cada caso (...)
(FIEP,2000, P.41)
capítulo 5 • 108
Nos tempos atuais, já não estamos, apenas, perante um proposito de igualdade de
direitos entre sexos que são diferentes, mas entre gêneros onde as diferenças não são
as mesmas. A alteração semântica sexo/gênero não é neutra. Ela acentua a passagem
da diferenciação biológica para a diferenciação social.
(CONSTANTINO, 2018).
CONEXÃO
Acesse o porta Dinheiro Vivo:
<https://www.dinheirovivo.pt/economia/18-milhoes-de-portugueses-tem-de-mudar
-de-emprego-ate-2030/>
No que respeita a Educação Física, como não poderia ser diferente, o impacto
do universo tecnológico e virtual assume considerável magnitude.
Dentre as atividades técnicas possíveis de serem desenvolvidas como uso dos
meios tecnológicos, estão os programas de periodização de exercícios físicos, as
diversas formas de avaliações de desempenho físico-desportivo, que além de utili-
zarem tecnologias operacionais de última geração, ainda permitem o desenvolvi-
mento de estudos para o melhor acompanhamento dos atletas e dos beneficiários
no que tange a performance no caso primeiro, e da saúde no caso dos beneficiários.
capítulo 5 • 109
CONEXÃO
Para melhor compreensão desse contexto, e dos impactos que afetam e afetarão dire-
tamente o exercício profissional em Educação Física, sugerimos a assistência dos 4 (quatro)
vídeos a seguir. Eles abordam diferentes possibilidades da incorporação de novas tecnolo-
gias ao exercício profissional em Educação Física. Assista, tire suas próprias conclusões e
converse com seus colegas e professores sobre os conteúdos abordados nos vídeos.
Professor de Educação Física cria metódo de malhação e vira celebridade
na internet
<https://recordtv.r7.com/esporte-fantastico/videos/professor-de-educacao-fisica-cria-
-metodo-de-malhacao-e-vira-celebridade-na-internet-15092018>
capítulo 5 • 110
empreendimentos economicamente viáveis com base na sustentabilidade, os dife-
rentes setores da sociedade, nomeadamente aqueles diretamente ligados à saúde e
ao entretenimento tem implementado estratégias de sustentabilidade.
Importa referir que os termos sustentabilidade e qualidade de vida estão
semanticamente ligados na sociedade contemporânea, justamente, pelas conse-
quências que as estratégias hoje implementadas, promovem em relação ambiente
atual e ao futuro. Aduz a este contexto que, o desenvolvimento sustentável está
alicerçado em princípios basilares, cujos impactos afetam o equilíbrio societário e
consequentemente a qualidade de vida das pessoas.
CONEXÃO
O que é sustentabilidade?
<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-e-sustentabilidade.htm>
capítulo 5 • 111
De acordo com Fogaça (2019), em matéria publicada no portal Brasil Escola,
o desenvolvimento sustentável apresenta os seguintes pontos base:
• Ser ecologicamente correto
Significa estabelecer estilos de vida saudáveis com o uso equilibrado dos recur-
sos da natureza respeitando os limites do meio ambiente.
capítulo 5 • 112
de exemplificar algumas estratégias básicas que devem ser observadas optamos por
listar alguns tópicos:
a) Sob a perspectiva SOCIAL:
A empresa atenta para:
• Oferecimento de estratégias de segurança no sentido da permanência
do beneficiário;
• Os pisos e materiais de limpeza oferecem segurança às pessoas;
• São realizadas atividades complementares com vistas ao estabelecimento
e otimização das relações interpessoais entre beneficiários, profissionais e
demais empregados;
• São desenvolvidas estratégias de identificação pessoal dos beneficiários;
• São implementadas estratégias de endomarketing para valorização das pes-
soas tais como, a lembrança e divulgação das datas de aniversário.
capítulo 5 • 113
Por derradeiro, é importante, mais uma vez ressaltar que, a prática de ativi-
dades físicas e desportivas constituem no mundo contemporâneo, uma vez orien-
tados por profissionais especializados, nomeadamente o Profissional de Educação
Física, no meio mais natural e eficaz para a preservação da saúde em um ambiente
saudável de convívio social. Este, portanto, é o fim da intervenção profissional e
para onde toda e qualquer ação deve ser orientada.
ATIVIDADES
01. Sabemos que a sustentabilidade tem não panas uma, mas sim três dimensões, que ape-
sar de interdependentes, apresentam peculiaridades distintas, ainda que em ultima análise
todas estejam relacionadas a vida humana e a sua melhoria contínua. Dessa forma, assinale
dentre as opções abaixo, a perspectiva que está relacionada diretamente a necessidade de
manutenção das relações entre pessoas na sociedade, de tal forma que seja possível man-
tê-la em equilíbrio dinâmico ou, em outras palavras, que permita a continuidade do seu coti-
diano preservando os diferentes segmentos sociais e sua integridade, individual e coletiva.
a) Dimensão social d) Dimensão ambiental
b) Dimensão interpessoal e) Todas as dimensões anteriores
c) Dimensão econômica
REFLEXÃO
Como você pode observar nesse capítulo, são muitas temáticas que se entrecortam no
exercício profissional em Educação Física, o que deixa evidente a necessidade de uma am-
pliação da visão de nossa profissão e de seu papel social, para além da performance espor-
tiva, estética ou de qualquer outro matiz semelhante. Mais do que isso, a proposta de uma
capítulo 5 • 114
Educação Física consciente, crítica, reflexiva e comprometida com a melhoria da sociedade e
das pessoas vai além do simples prescrever, medir e acompanhar rendimentos.
Tem sim o compromisso com a melhoria da vida das pessoas, individual e coletivamente,
com a construção de uma sociedade melhor para todos, por meio da oferta de oportunidades
de construir uma vida saudável, não apenas sob a ótica biológica, mas também numa pers-
pectiva de qualidade de vida em seu sentido amplo, ou seja, físico, mental, social e espiritual,
promovendo assim ganhos qualitativos na existência humana e não apenas longevidade.
A perspectiva que procuramos apresentar a você nesse capítulo nos permite afirmar que,
para além do conjunto de conteúdos de disciplinas que compõem a matriz curricular, todos
de grande e indiscutível relevância, há saberes que transcendem ao fazer profissional, para
um “saber o que fazer com o que de sabe”, que implica um nível de maturidade intelectual
que certamente você possui, já que está prestes a tornar-se um profissional de Educação
Física pleno.
Com isso, esperamos ter proporcionado leituras, vídeos e reflexões úteis na construção
de sua carreira em Educação Física, de modo a fazer com que perceba a importância de seu
trabalho, de sua intervenção na sociedade, quando associa todo o saber técnico assimilado a
essas temáticas que acabamos de discorrer neste capítulo.
No capítulo seguinte, e último, apresentaremos a você o conjunto de diretrizes, conteúdos
e especificidades necessárias à construção de seu RFE – Relatório Final de Estágio, de
modo a oferecer condições a você de respeitar o padrão definido pelo curso, utilizando o
documento final de estágio para relatar precisa e minuciosamente suas experiências, que
esperamos sejam sempre as mais proveitosas e contributivas para a sua formação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONSTANTINO, J. M.; MACHADO, M. Desporto, Género e Sexualidade. Lisboa: Visão e
Contextos, 2018.
DELEGAÇÃO GERAL DA FIEP, FIEP. Manifesto Mundial da Educação Física.Foz do Iguaçu, 2000.
FOGAÇA, J. R. V. O que é Sustentabilidade? Portal Brasil Escola. Disponível em: <https://
brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-e-sustentabilidade.htm>. Acesso em: 17 de janeiro
de 2019.
VARGAS, A. (Org.). O Direito no Desporto e na Prática Profissional em Educação Física. São
Paulo: CREFSP, 2018.
capítulo 5 • 115
GABARITO
Capítulo 2
02. B, C e D
Capítulo 3
02. A, B, C, E e F
Capítulo 4
01. C
Capítulo 5
01. A
02.
1) Ser socialmente justo
2) Ser ecologicamente correto
3) Ser culturalmente diverso
4) Ser economicamente viável
capítulo 5 • 116
ANOTAÇÕES
capítulo 5 • 117
ANOTAÇÕES
capítulo 5 • 118
ANOTAÇÕES
capítulo 5 • 119
ANOTAÇÕES
capítulo 5 • 120