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Autor: Ronaldo Gonçalves Cruz

Rev. 3 – 04/2010
“A operação segura de um equipamento se inicia
pelo seu conhecimento"

Editor e Responsável Técnico:

Ronaldo Gonçalves Cruz


Consultor Técnico – Engenheiro de Equipamentos Sênior

1
Índice

Introdução............................................................................................................................... 3
Capítulo 1: Movimentação de pequenas cargas ..................................................................... 5
Capítulo 2: Guindastes na movimentação de cargas ............................................................ 12
Capítulo 3: Acessórios.......................................................................................................... 20
Capítulo 4: Capacidade de içamento .................................................................................... 29
Capítulo 5: Controle de carga............................................................................................... 30
Capítulo 6: Cuidados na movimentação de cargas............................................................... 34
Capítulo 7: Sinalização......................................................................................................... 36
Capítulo 8: Testes de carga................................................................................................... 40
Capítulo 9: Contratando serviços ......................................................................................... 43
Capítulo 10: Regulamentação............................................................................................... 46
Capítulo 11: Padronização.................................................................................................... 49
APÊNDICE I ........................................................................................................................ 51
Bibliografia........................................................................................................................... 57

2
Introdução

Fornecer subsídios para que profissionais envolvidos com


operações de elevação e movimentação de cargas possam
avaliar e até mesmo indicar atitudes destinadas a garantir a
segurança destas operações. Assim pode ser definido o
objetivo deste treinamento.

Para alcançar a meta apontada a apresentação de alguns dispositivos e


equipamentos mais utilizados para movimentação de cargas não poderia deixar de
ser efetuada, sendo também abordadas referências de suas condições de serviço
e limitações. Conhecer limites é realmente importante, sobrecargas aplicadas a
estas unidades podem trazer como conseqüências perdas materiais e/ou injuries a
envolvidos com operações desta natureza. Portanto saber identificar a capacidade
de um equipamento pode requerer mais do que uma leitura de plaqueta de
identificação, mas algumas vezes realizar avaliações matemáticas relacionadas à
resistência mecânica de componentes como veremos adiante.
Porque se preocupar com simples acessórios? Infelizmente o desconhecimento
leva a utilização inadequada destes itens, fazendo com que mesmo diante de
segurança garantida na operação com um equipamento, ocorra um incidente
causado pela falha de um acessório de interligação entre o equipamento e a carga
içada, por exemplo, devido a um processo inadequado de manutenção a que este
fora submetido. A abordagem das referências adequadas para seleção e
conservação destes componentes também faz parte deste projeto.
Ao tomarmos conhecimento do equipamento que fará a movimentação da carga,
identificarmos seus limites, constatarmos que está dotado dos acessórios corretos
devidamente avaliados e aprovados, ainda estaríamos sujeitos a problemas na
operação se a carga a ser içada não corresponder ao valor então informado, ou se
colocarmos o equipamento em uma configuração na qual esta representaria uma
sobrecarga. A necessidade de dispositivos para monitoração de cargas é hoje
uma realidade, principalmente para guindastes, logo é importante conhecer suas
características construtivas e funcionais.
Comuns ao uso de todos os recursos disponíveis para movimentação de cargas
estão os cuidados relacionados à operação, estes devem incluir desde a avaliação
prévia a atitudes durante o uso. A rotina de do dia-a-dia deve incluir a busca do
conhecimento atualizado do estado em que se encontram todos os dispositivos ou
equipamentos.
Outro aspecto considerado neste compêndio é a necessidade de comunicação
eficiente entre o operador de uma máquina e seu auxiliar, logo a apresentação de
um padrão reconhecido internacionalmente como guia através de sinais não
poderia deixar de ser efetuada.

3
Como proceder para obtermos a garantia de um desempenho adequado de um
equipamento de movimentação de cargas? A avaliação de performance efetuada
de maneira organizada, cercada de precauções e “checks” preliminares pode ser
obtida através de testes de carga. Algumas orientações básicas para condução de
tarefas desta natureza foram inseridas neste trabalho e poderão nortear atitudes.
Terceirização é uma realidade presente no mundo, já deixou de ser novidade,
menos ainda quando falamos de operações de movimentação de cargas. O uso
de equipamentos por locação, algumas vezes contemplando a operação é de
larga utilização em instalações industriais, justificando neste momento o
estabelecimento de algumas recomendações que visam à disponibilidade com
segurança destes bens e serviços.
As informações disponibilizadas devem ser consideradas como uma primeira luz
sobre o tema movimentação de cargas, devido à grande extensão de cada
assunto abordado. O conhecimento aprofundado em um determinado dispositivo,
equipamento ou mesmo procedimento pode vir a ser necessário em função da
atuação do profissional envolvido com estas operações, mas sem dúvida o mesmo
já terá a base necessária para iniciar um trabalho.

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Capítulo 1: Movimentação de pequenas cargas

Alguns dispositivos se destacam pela freqüente utilização na movimentação de


pequenas cargas, como os guinchos de alavanca e talhas. Neste capítulo
apresentaremos suas principais características e aplicações, assim como
orientações de como utilizá-los com segurança.

Guinchos de alavanca (tirfors - FIGURA 1.1)

Aplicações:
– Arraste de carga, mesmo a longas distâncias;
– Montagens industriais e de estruturas;
– Levantamento de cargas; Alavanca de retrocesso
– Operações portuárias;
Alavanca de abertura
– Agricultura. dos mordentes
Alavanca de tração

Mordente superior Alavanca telescópica


FIGURA 1. 1

O princípio de funcionamento é
semelhante ao puxar de uma corda, uma
vez introduzido o cabo de aço no interior
do guincho este é preso por mordentes
Cabo de aço Mordente inferior
atuados por molas, que evitam o
deslizamento do cabo. Ao acionarmos,
por exemplo, a alavanca de tração os
mordentes (FIGURA 1.2) puxam o cabo,
retendo seu movimento enquanto a
alavanca retorna.

FIGURA 1.2

5
A FIGURA 1.3 mostra a utilização de um
tirfor na montagem de uma torre de
transmissão elétrica.

A multiplicação da capacidade em função


do número de linhas de carregamento e a
possibilidade de utilização dos
dispositivos tanto para condição de
arraste como içamento demonstram sua
versatilidade, como pode ser visto na
FIGURA 1.4.

FIGURA 1.3

Cuidados na seleção e uso


1. Na seleção do guincho a ser
utilizado devem ser consideradas
a capacidade requerida e a
especificação do cabo empregado
(p.ex: 3,2 ton. – cabo 7/8 “–
arames 180/200kgf/mm2);

2. Em geral estes dispositivos são


projetados para suportar até cerca
de 30% de sobrecarga em relação
a sua capacidade nominal.
Solicitados acima deste limite
ocorre o cisalhamento de um pino
de segurança que interrompe seu
funcionamento, mantendo ainda a
carga suspensa. Estão disponíveis
pinos sobressalentes junto a cada
dispositivo, mas tal ocorrência
deve ser seguida de uma FIGURA 1.4
reavaliação da operação em andamento.

6
3. Não passar o cabo aço do tirfor em volta da carga;
4. Não aumentar a alavanca telescópica por meio de tubo o outro artifício;
5. Verificar se não há obstáculo no percurso de deslocamento da carga;
6. Fixar o tirfor apenas em locais apropriados;
7. Não permitir que o cabo do aço do tirfor entre em contato com cantos vivos
ou resíduos metálicos;
8. Manter pessoal não envolvido com operação a distância maior que o
comprimento do cabo tensionado.

7
Talhas (FIGURA 1.5)

Disponíveis em diferentes construções são dispositivos de larga utilização em


serviços como:
– Construção e manutenção de linhas de transmissões;
– Nas estruturas e montagens industriais;
– Oficinas de manutenção;
– No arraste e estiramento de cargas.
Em geral apresentam as seguintes características construtivas:
– Estrutura em chapa estampada;
– Corrente de alta resistência;
– Quantidade variada de número de linhas de corrente;
– Ganchos forjados com travas de segurança;
– Freios com travas de segurança;
As talhas de grande capacidade possuem reduções que
permitem o içamento de cargas com esforços de tração bastante
reduzidos. Por exemplo, para um determinado modelo com 9 ton.
de capacidade, é necessário um esforço de tração de apenas 28
kg. Vejam os exemplos na TABELA 1.1 a seguir. FIGURA 1.5

TABELA 1.1 - Exemplos de dados operacionais de talha


Capacidade (kg) 750 1500 3000 4500 6000 9000

Tipo de corrente ELOS

Bitola (mm) 6 8 8 8 8 8

Número de Ramais 1 1 2 3 4 6

Peso sem corrente (kg) 5,0 8,0 10 15 20 34

Redução 45:1 87:1 174:1 261:1 238:1 522:1

Esforço necessário (kg) 19 22 25 27 28 28

8
Além das talhas manuais como a apresentada na FIGURA
1.5, estão disponíveis ainda no mercado talhas de alavanca
(FIGURA 1.6) e talhas elétricas. Estas últimas em geral de
maior capacidade, podendo ser instaladas em troles
permitindo o deslocamento do conjunto ao longo de trilhos
suspensos e ainda contar com cabos de aço para içamento
(FIGURA 1.7 e 1.8),

FIGURA 1.6

FIGURA 1.7 FIGURA 1.8

Cuidados no uso

1. Leia as instruções de uso, operação e manutenção das talhas.


2. Mantenha-se com os pés firmes no chão ou em segurança, quando operar uma
talha manual.
3. Certifique-se que o gancho superior da talha está seguramente preso ao
suporte.
4. Certifique-se de que a carga está presa com dispositivo compatível e
devidamente fixado ao gancho inferior.
5. Certifique-se que a carga está livre para ser transportada e que não haverá
obstruções no caminho, quando operando uma talha com trole.
6. Confirme que a trava de segurança do gancho, quando existente, está fechada
e livre de qualquer carga.
7. Eleve cuidadosamente a carga alguns centímetros e cheque o equilíbrio da
carga antes de continuar o içamento.

9
8. Evite balançar a carga ou o gancho.
9. Inspecione a talha regularmente, substitua peças danificadas ou gastas e
mantenha sempre registros das manutenções.
10. Não sobrecarregue a talha além de seu limite de capacidade.
11. Não acione a talha antes de verificar se a corrente está apropriadamente
assentada na polia de carga.
12. Não utilize a corrente de acionamento da talha para içar a carga.
13. Não tente aumentar a extensão da corrente de carga ou reparar algum dano
na mesma.

Integridade

Presentes em muitas instalações industriais, talhas e tirfors demandam atenção


especial quanto ao acompanhamento de seu estado. Desta forma o
estabelecimento de um plano de manutenção preventiva que contemple
verificação de performance e integridade de seus componentes, passa a ser visto
como prioridade.
Por exemplo, a norma ABNT NBR 11393 1 informa que quando da instalação
talhas novas, talhas que foram reparadas ou modificadas e talhas que fiquem
inoperantes por mais de 90 dias sejam submetidas a ensaios operacionais, sendo
estes ensaios em vazio e com carga nominal. Esta informa ainda que inspeções
devam ser integradas ao plano de manutenção, com frequências diárias (se assim
utilizadas) e periódicas, estas últimas em intervalos que devam ser definidos pelo
usuário em função da severidade operacional e condições ambientais.

Nota: Não estão estabelecidos na norma citada pré-requisitos sobre a


qualificação dos profissionais destinados a operar tais equipamentos,
apenas referências básicas, como treinamento no uso dos equipamentos.

Estão relacionadas a seguir, como sugestão, algumas ações que podem ser
consideradas na avaliação de operacionalidade e integridade de talhas manuais
em serviço. Tirfors poderiam ser submetidos a programa semelhantes.

a) Estabelecimento de periodicidades de inspeção e ensaios mecânicos


A periodicidade da inspeção deve ser definida com base na severidade
operacional a que está submetido o equipamento, sendo recomendável que
não ultrapasse o prazo máximo de 1(um) ano.
Além das condições previstas na norma, os ensaios de carga devem ser
realizados no máximo a cada 2 anos, também considerando a severidade
operacional no estabelecimento de sua periodicidade de teste.

1
Critérios de utilização de talhas de corrente com acionamento manual

10
Deverão ser efetuados registros das observações efetuadas durante a
inspeção e ensaios, que passarão a integrar o histórico de manutenção do
equipamento.

b) Inspeção visual PERIÓDICA


Os componentes: gancho de içamento, gancho de sustentação, correntes e
ancoragem devem ser submetidos à inspeção visual conforme as normas
aplicáveis2. A inspeção visual também deverá ser efetuada diante de
ocorrências anormais, como por exemplo, aplicação de sobrecarga ou
operação indevida.

c) Ensaios não destrutivos


Ganchos, olhal e pino de ancoragem
Devem ser inspecionados por líquido penetrante ou partícula magnética, não
sendo descartada a realização de inspeção pelos dois métodos diante de
indicações dúbias. Esta inspeção deve ocorrer antes e após os ensaios
mecânicos previstos ou diante de ocorrências anormais, como por exemplo,
aplicação de sobrecarga ou operação indevida.

d) Ensaios mecânicos
A avaliação da viabilidade de condução dos ensaios no local de instalação dos
equipamentos deve ser efetuada, principalmente quando se tratar de
equipamentos de pequeno porte. A disponibilidade de cargas aferidas ou de
um dinamômetro calibrado ratificam tal ação.

1. Ensaio de Freio: com 10%, 50% e 100% da carga nominal para medir a
eficiência de frenagem, neste ensaio o freio deve reter as cargas
aplicadas;
2. Ensaio de funcionamento: aplicar uma carga igual a 100% da
capacidade nominal da talha. A carga deve ser elevada e abaixada por
um percurso suficiente para que todas as engrenagens dêem, pelo
menos, uma volta completa. A talha não pode se romper ou se deformar
permanentemente.

IMPORTANTE:
– Os ensaios mecânicos apontados estão de acordo com as
indicações das normas NBR 10401 “Talhas de corrente de
acionamento manual” e NBR 10402 “Talha de acionamento manual -
Ensaios mecânicos”, devendo ser realizados conforme os
procedimentos descritos nas mesmas.
– Lembramos que as normas em questão estão relacionadas à
fabricação de talhas, sendo os itens indicados anteriormente
considerados como propostas de adequação para a condição em
serviço destes equipamentos.

2
CONTEC N -2170 – Inspeção em serviços de acessórios de carga.

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Capítulo 2: Guindastes na movimentação de cargas

Construídos para movimentar cargas elevadas, incompatíveis com içamento


manual, tais máquinas tem seu princípio básico de projeto bastante simples, mas
as características de serviço determinaram diferenças construtivas entre grupos
destes equipamentos.

Equilíbrio de esforços

É intuitivo percebermos que um princípio básico presente no projeto destes


equipamentos é o equilíbrio de momento (produto força x distância), ou seja, para
uma determinada carga suspensa pela lança de um guindaste é necessário um
esforço equivalente e oposto presente. Contribuem para tal efeito o peso de
componentes como a lança, o contrapeso, o chassi e toda estrutura montada
sobre o mesmo, sendo que o saldo resultante das diferentes contribuições, seja
este orientado de modo a “tombar” o equipamento para frente ou para trás,
anulado pela reação imposta pela conexão com sua base de giro.
Tomemos por exemplo na FIGURA 2.1, um guindaste de comprimento de lança L,
dividida em seções, nas seguintes situações:
a) Efetuando um içamento a uma distância bem próxima a L, ou seja, com a
lança bastante distendida;
b) Içando cargas a uma distância de 0,5 L. Desta forma estamos com a lança
elevada em relação à horizontal.

FIGURA 2.1

Pela equação de momento, o guindaste deve elevar cargas maiores na condição


b), uma vez que o braço de alavanca é menor que na condição a), permitindo com
isto que uma carga maior seja suspensa. Comportamentos diferentes em relação
e este podem ocorrer, mas sem dúvida não são comuns e podem denotar
problemas no projeto do equipamento.
O esforço capaz de provocar o colapso do equipamento é denominado de
momento de tombamento, e pode fazer com que um equipamento como um
guindaste sobre esteiras ou rodas, eleve sua traseira até o tombamento, assim
como derrubar uma unidade offshore do pedestal após ruptura de sua fixação.

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Fatores complementares contribuem para determinação da capacidade de
içamento do guindaste, tanto a nível estrutural, mas especificamente atrelado a
resistência mecânica de componentes, como relacionado à potência disponível,
esta por sua vez é função da forma de acionamento a ser utilizada.
Conhecendo o equipamento

As FIGURAS 2.2 e 2.3 nos permitem


identificar os principais componentes de
um guindaste onshore (terrestres). As
diferenças construtivas estão relacionadas
à condição operacional a que os
equipamentos se destinam.

FIGURA 2.3

FIGURA 2.2

A utilização destes equipamentos na PETROBRAS deve seguir o estabelecido na


norma CONTEC N-19653, que relaciona referências para planejamento de
operações, manutenção e inspeção do equipamento, bem como parâmetros para
se obter a garantia da segurança operacional durante a movimentação de cargas.
A caracterização de um içamento como crítico, segundo estabelecido por este
documento, determina a necessidade de um plano de “rigging” a ser executado
por profissional reconhecidamente habilitado para tal, onde constarão não apenas
a sequência de ações previstas, mas também a completa identificação dos
recursos envolvidos, informações sobre dimensionais do equipamento e carga,
massa da carga, forma de fixação de acessórios e etc.. Sendo ainda indicada a
necessidade de registros das memórias dos cálculos realizados para definição de

3
Movimentações de carga com guindaste terrestre

13
centros de gravidades das cargas, seleção de acessórios de sustentação e, se
aplicável de eventuais juntas soldadas que se façam necessárias.

Cuidados no uso

– Garanta que estejam disponíveis e conhecidas as indicações de capacidade


em função dos raios de operação contidas nas tabelas de carga dos
equipamentos;
– Certifique-se de que a operação será conduzida por profissional qualificado
para uso do equipamento selecionado;
– Verifique o distanciamento de qualquer parte o equipamento de redes
energizadas, como referência deve-se utilizar a TABELA 2.1 a seguir, transcrita
da N-1965;
TABELA 2.1 – Afastamento de redes energizadas
Voltagem (kV) Distância (m)
Até 50 3,5
De 51 a 200 4,6
De 201 a 350 6,1
De 351 a 500 7,6

– Certifique de que não foram


deixados equipamentos, ferra-
mentas ou componentes soltos
sobre o guindaste, com atenção
especial sobre a lança;

– Deve-se atentar para as diferentes


condições de equilíbrio do guindaste
em função do giro da máquina com
carga, o que pode implicar em
diferentes capacidades de içamento
nos quadrantes. A FIGURA 2.4
permite a visualização deste efeito.

– Verifique o alinhamento do cabo de


içamento em relação à lança
(FIGURAS 2.5 e 2.6) de modo a evitar
a transferência de esforços de forma
inadequada ao equipamento.

FIGURA 2.4

14
FIGURA 2.5 FIGURA 2.6

– O posicionamento adequado das


sapatas pode eliminar tal ocorrência, FIGURA 2.8
por exemplo, como nas FIGURAS 2.7 e
2.8.

FIGURA 2.7

Unidades onshore e offshore

A percepção das condições diferenciadas de


operação entre os serviços on e offshore
determinou a necessidade de estabelecimento
de características estruturais e funcionais
destinadas principalmente a garantir a
segurança e adequabilidade dos projetos
destinados ao uso offshore. Vejamos as
justificativas para tal afirmativa:
– Momento de tombamento
Em uma unidade onshore o contrapeso é
elemento fundamental para garantia de
equilíbrio em operações, podendo determinar
a capacidade máxima do equipamento
(FIGURA 2.9). Nesta condição, mesmo que o
momento resultante dos esforços presentes

FIGURA 2.9
15
(peso próprio de componentes e carga suspensa) possa ser suportado pelos
elementos cons-tituintes da base de giro, a massa do contrapeso poderá permitir o
tombamento da máquina, uma vez que esta não está “ancorada” no solo. Mas o
uso do contrapeso para estes guindastes é benéfico, pois é possível efetuar-se
alterações como aumento de comprimento de lança sem comprometimento da
capacidade de içamento, bastando adicionar-se massa ao contrapeso. Esta
operação ainda é facilitada também pela viabilidade de locomoção da unidade,
permitindo que outro guindaste posicione adequadamente o acréscimo de
contrapeso.
As unidades offshore que utilizam contrapeso são equipamentos mais antigos, em
geral provenientes de adaptações de guindastes onshore. A presença destes itens
não é prática, pois em geral em uma plataforma um guindaste não possui alcance
suficiente para efetuar operações de montagem ou remoção de contrapesos em
outro guindaste, podendo ainda aumentar significativamente o peso total do
equipamento, o que afetaria o projeto de sua fixação no convés. Nesta condição
de serviço, a base de giro passa a ter a responsabilidade de manter o
equipamento firme no pedestal.

– Carregamento dinâmico
Quando em operações sobre o mar, a diferença de velocidade relativa entre o
gancho do sistema de elevação de carga e a carga posicionada no convés de uma
embarcação, pode transferir ao guindaste esforços elevados pelo tensionamento
brusco do cabo de aço. Denomina-se carregamento dinâmico a ocorrência citada
acima, podendo o choque resultar em
uma aplicação de esforços bastante
superiores ao peso da carga içada. De FIGURA 2.10
modo a suportar tal ocorrência, as
unidades offshore possuem reforços
estruturais na fixação de tambores,
projeto do cavalete etc.. , bem como
utilizam componentes de resistência
mecânica superior aos correspondentes
em equipamentos de uso onshore, a
exemplo da fixação a base de giro. Tal
fato também influencia as condições de
carregamento, sendo necessário
considerar-se fatores de segurança
diferenciados para operações sobre o
mar e convés para estes equipamentos.
– Intensa movimentação de lança
A condição de equipamento fixo em
pedestal (FIGURA 2.10) faz com que uma
unidade offshore efetue intensa
movimentação de lança de modo a

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posicionar ou elevar determinada carga situada em pontos diferentes da
plataforma. O dimensionamento do tambor destinado à acomodação do cabo de
aço deste sistema demandará atenção, de modo a evitar desgaste prematuro
neste acessório, bem como danos resultantes do seu constante enrolamento e
desenrolamento no tambor. Em geral, estes tambores são de diâmetros maiores
se comparados a aqueles instalados em unidades onshore, uma vez que tal fato
reduz os esforços transmitidos ao cabo de aço.
A seguir algumas imagens de tipos de guindastes.

FIGURA 2.11 – treliçado Onshore FIGURA 2.12 – offshore adaptado

FIGURA 2.13 – Box boom onshore

FIGURA 2.14 – Offshore c/ rolamento de giro

FIGURA 2.15 – Box boom offshore

17
Não há dúvidas que entre os equipamentos de movimentação de cargas, o
guindaste é o de maior complexidade. A capacidade de trabalho depende de uma
relação extensa de variáveis, sendo comum, em função do princípio de projeto
discutido no capítulo anterior, que esta varie de acordo com o raio de operação.
Vejamos o exemplo de uma tabela de carga de guindaste offshore na TABELA
2.2 e sua interpretação.

TABELA 2.2 – Exemplo de tabela de carga de guindaste


Tabela de carga - Guincho principal . 4 pernadas de cabo
Compr. Ângulo Raio Capacidade Capacidade
de lança estática dinâmica (ton.)
(graus) (m)
(m) (ton.)
80 8,3 20 15
70 13,9 20 15
120 ft 60 19,2 18 12
50 24,0 15 9
40 28,2 12 6
30 31,5 10 4
20 34,0 8 3

Vamos observar os dados básicos contidos na tabela:


a) É prevista operação do guincho principal a partir de um ângulo da lança
em relação à horizontal de 20 graus, que corresponde a um raio de 34
m;
b) À proporção que se eleva o ângulo da lança, a capacidade do guindaste
aumenta;
c) A capacidade mínima prevista para o equipamento é de 8 ton. sobre o
convés e 3 ton. sobre o mar, correspondendo à condição citada em a);
d) O equipamento pode operar até o ângulo máximo de inclinação da lança
de 80 graus, ou a um raio de 8,3 m ;
e) A capacidade máxima corresponde a 20 ton. sobre o convés e 15 ton.
sobre o mar; ocorrendo na condição citada em d);
f) Há um a redução significativa de capacidade de içamento para
operações na condição dinâmica em relação à estática em todos os
ângulos da lança .

18
Consideremos o içamento de uma carga de 15 ton. sobre o convés. Tal operação
deveria ser iniciada no ângulo mínimo de 50 graus ( ), e uma vez iniciado o
carregamento não é possível o abaixamento da lança, sendo viável apenas a
elevação da mesma, pois para ângulos maiores a capacidade aumenta . Na
condição dinâmica, o mesmo içamento apenas poderia ser efetuado a partir de um
ângulo de 70 graus ( ).

Abaixo também na FIGURA 2.16 a transcrição da tabela de um guindaste de


aplicação onshore.

FIGURA 2.16

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Capítulo 3: Acessórios

A diversidade de acessórios utilizados na movimentação de cargas é muito


grande, desta forma abordaremos aqueles de uso mais freqüente tecendo
considerações sobre emprego seguro dos mesmos.

Cintas

Atualmente estão disponíveis no mercado dois tipos de cintas destinadas a


operações de elevação de cargas:
• Cintas planas – constituídas por um componente de fita costurada, com tecido
de alta tenacidade, dotadas ou não de acessórios.(FIGURA 3.1).

FIGURA 3.1

• Cintas tubulares – constituídas de um núcleo de cabos de multifilamento


cobertos por uma capa de tecido em forma tubular, dotadas.ou não de
acessórios. (FIGURAS 3.2 e 3.3)

FIGURA 3.3
FIGURA 3.2
Podem ser constituídas em poliéster (PES), poliamida (PA) e polipropileno (PP) e
como estes materiais têm propriedades mecânicas e químicas bastante diferentes,
há necessidade de atenção especial quando da seleção em função do serviço.
Uma etiqueta colorida identifica a matéria-prima com a qual a cinta foi fabricada,
sendo: AZUL - Poliéster; VERDE - Poliamida e MARROM – Polipropileno. A
etiqueta deve conter ainda as seguintes informações:
(1) Carga máxima de trabalho na posição vertical;
(2) Material utilizado na fabricação (PES, PA ou PP);
(3) Comprimento nominal;
(4) Identificação do fabricante;
(5) Código de rastreabilidade;
(6) Norma de fabricação.

Na seleção da cinta a ser utilizada, além da capacidade requerida deve-se


considerar a forma de sustentação da carga e da própria cinta, em função das
suas extremidades (uso de ganchos, anéis etc..). As cintas utilizadas para
elevação de carga, tem sua capacidade nominal para içamento vertical indicada
pela sua cor, veja a TABELA 3.1 a seguir.

20
TABELA 3.1 – Capacidades x cor da cinta
CAPACIDADE (TON.) COR

1 Violeta

2 Verde

3 Amarelo

4 Cinza

5 Vermelho

6 Marrom

8 Azul

As referências citadas acima para identificação constam da norma ABNT NBR


156374 Parte 1 (Cintas planas) e Parte 2 (Cintas tubulares), que tem como seu
escopo especificar requisitos para projeto, fabricação e verificação de atendimento
das características determinadas pela norma. Desta forma estão apontados no
documento aspectos como:
• Ensaios mecânicos de fabricação;
• Valores dos fatores de utilização (FU), relacionados à definição da capacidade
de elevação em função da forma de utilização da cinta;
• Valores mínimos dos fatores de segurança, sendo 04 para cintas com
acessórios e 07 para cintas sem acessórios;
• Dimensões de olhais.

IMPORTANTE: A norma determina que as cintas devam ser submetidas a


inspeções periódicas, adequados às condições de serviço, mas estas deverão ser
inspecionadas pelo menos uma vez por ano.

Nas FIGURAS 3.4 a 3.7 temos exemplos de tabelas de produtos fabricados em


poliéster.

FIGURA 3.4 FIGURA 3.5

4
Baseada na norma EN-1492-1:2000

21
FIGURA 3.6 FIGURA 3.7

IMPORTANTE: Os olhais dobrados e costurados devem ser reforçados com o


mesmo material da cinta, ou couro, além disto, as costuras das cintas devem ser
feitas com fios do mesmo material que está sendo usado na fabricação da cinta.
Não se pode, portanto misturar poliéster com poliamida, obviamente devido às
diferentes propriedades mecânicas.

Cuidados no uso

1. As cintas em particular devem ser descartadas quando apresentarem


rompimento ou algum dano.
2. Não deve ser utilizada cinta para içamento de carga com quina viva, bem como
em peças ou tubos com graxa.
3. Cintas sem etiquetas ou com etiquetas ilegíveis não devem ser utilizadas.
4. Proteger a cinta contra superfícies ásperas e cantos afiados, utilizando-se
proteções adequadas (Poliuretano, Poliéster ou Couro).
5. Utilizar cintas idênticas quando precisar acoplar mais de uma cinta na carga e
no gancho do meio de elevação.
6. Nunca sobrecarregar a cinta para evitar acidentes.
7. Centralizar o gancho de elevação sobre o centro de gravidade da carga a ser
movimentada.

22
8. Considerar os ângulos e a forma de utilização da cinta, para determinar a
carga de trabalho. Vide tabela de capacidade de carga.
9. Nunca dar nós nas cintas para encurtá-las. Nós reduzem a capacidade de
carga entre 25% a 75%.
10. Nunca movimentar cargas com cintas torcidas. Torção na cinta reduz a
capacidade.
11. Evitar arranques e choques na cinta durante a movimentação de carga. Uma
carga dinâmica é muito superior a uma carga estática, e pode causar danos
por sobrecarga na cinta.
12. Nunca arrastar cargas com a cinta ou descer a cargas sobre a mesma, para
evitar danos.
13. Manter o controle de estado das cintas após utilização.
14. As cintas de movimentação devem ser armazenadas em recintos secos, com
temperaturas não muito altas, protegidas dos raios solares e de danos
mecânicos.
15. Devem ser observadas as principais prescrições do fabricante referentes ao
contato com soluções alcalinas e ácidas.

Exemplos de danos em cintas

FIGURA 3.8 - Cinta tubular com corte na capa, mas


alma sem danos.
Rejeição ou reparo pelo fabricante.

FIGURA 3.8

FIGURA 3.9 - Cinta tubular com corte na capa e


na alma.
Rejeição sem condição de reparo.

FIGURA 3.9

23
FIGURA 3.10 - Cinta plana com corte lateral.
Rejeição, sem condição de reparo.

FIGURA 3.10

FIGURA 3.11 - Cinta plana com


desgaste.
Rejeição, sem condição de reparo

FIGURA 3.11

FIGURA 3.12 - Cinta plana com olhal com costura


rompida.
Rejeição ou reparo pelo fabricante.

FIGURA 3.12

Eslingas 5 FIGURA 3.13

Estruturadas em cabos de aço, com


uma ou mais linhas, normalmente
são utilizadas como extensões dos
cabos de carga dos guindastes ou
como acessórios fixos a containeres
(FIGURA 313). As extremidades das
eslingas são em forma de laço onde
as pernas do cabo são “trançadas”
manualmente, ou submetidos ao
trançado flamengo (FIGURA 3.14),
podendo este último utilizar
presilhas de aço ou não.

5
Ver APÊNDICE I – Cabos de aço

24
FIGURA 3.14

Assim como para as cintas, a seleção das eslingas deve considerar a carga a ser
içada, tanto em massa como na forma de sustentação, uma vez que o número de
linhas e a geometria do conjunto terão participação fundamental na definição da
capacidade de içamento.

Na FIGURA 3.15 temos um exemplo


de uma tabela de seleção de um
conjunto de eslingas com duas FIGURA 3.15
linhas de cabo de aço. Para um
mesmo diâmetro do cabo
utilizado, pode-se perceber a
redução de capacidade do
conjunto em função do aumento
do ângulo formado entre as linhas.

Consideremos novamente a
FIGURA 3.13 Vejam que a extensão
do cabo do guindaste, por ser uma
linha única, pode ter o diâmetro do
cabo determinado exclusivamente
pela resistência dos arames para
atender a solicitação de carga,
enquanto o suporte do container
também dependerá do ângulo
entre as linhas de cabo.

25
Cuidados no uso

1. As eslingas devem ser avaliadas quanto a ocorrências de danos como


deformações no cabo ou arames rompidos, e descartadas quando
apresentarem defeitos acima do permitido pela norma de inspeção de
referência.
2. Eslingas sem rastreabilidade de fornecimento, não permitindo a identificação
de capacidade, não devem ser utilizadas.
3. Nunca sobrecarregar a eslinga para evitar acidentes.
4. Considerar os ângulos e a forma de utilização da eslinga, para determinar a
carga de trabalho. Vide tabela de capacidade de carga.
5. Evitar arranques e choques nas eslingas durante a movimentação de carga.
Uma carga dinâmica é muito superior a uma carga estática, e pode causar
danos por sobrecarga na cinta.
6. Ter o controle das eslingas após o uso e inspecioná-la quanto a danos nos
cabos e acessórios.
7. As eslingas devem ser armazenadas em recintos secos e preservadas
periodicamente com graxa.

Integridade

A manutenção de eslingas não demanda grandes tarefas, sendo fundamental a


preservação e limpeza dos cabos de aço, aliadas a permanente verificação de
estado do conjunto cabos-acessórios (ganchos, anéis, manilhas, etc. ) mas assim
como apregoado para as talhas a rastreabilidade, tanto de procedência como de
manutenção, destes itens deve ser garantida.
A norma NBR 135436 determina a necessidade de inspeções antes da utilização e
a intervalos “adequados”, sendo que no máximo a cada 6 meses os itens devem
ser submetidos à inspeção “completa” por pessoa “qualificada”. Tal documento
não define os termos “inspeção completa” e “pessoa qualificada”, o que nos
permite utilizar as referências PETROBRAS para atendimento e assim
entendemos que a inspeção deve ser feita por método visual executada por
profissional devidamente treinado, utilizando os critérios de inspeção e descarte
contidos na N-2170. A freqüência de inspeção máxima recomendada nesta norma
é de 1 ano, o que nos permite atender ao requisito da norma brasileira.

6
Movimentação de cargas – Laços de cabos de aço –Utilização e inspeção

26
Outros acessórios

• Tornel
Acessório de carga utilizado para cargas leves e funciona como um destorcedor.
FIGURA 3.16 -Tornel com olhal FIGURA 3.17 - Tornel com gancho

• Bola Peso
Dispositivo cuja função principal é prover peso e manter o prumo do cabo de
carga do guindaste.
É composto pelo destorcedor + peso + gancho (FIGURA 3.18).
FIGURA 3.18

• Moitão e Cardenal (FIGURA 3.19)

Conjunto formado por roldanas e gancho,


este com ou sem destorcedor (“Swivel”),
suspenso por um cabo de carga.

Moitão – composto por 1 roldana


Cadernal – duas ou mais roldanas

FIGURA 3.19

• Patescas
Dispositivo fixo composto por uma ou mais roldanas solidário a um gancho ou
manilha.

FIGURA 3.20 – Patesca com gancho FIGURA 3.21 – Patesca com gancho

27
• Manilhas
Acessório constituído por um vergalhão metálico em forma de U, com um pino
(cavirão) atravessado entre as duas extremidades, e que se emprega para unir
quartéis de amarras e cabos de aço. As FIGURAS 3.22 e 3.23 apresentam tipos de
manilhas diferenciadas apenas pela forma de travamento do pino.

FIGURA 3.22 – manilha com rosca FIGURA 3.23 – manilha com porca e contra-pino

28
Capítulo 4: Capacidade de içamento

Como vimos nos capítulos anteriores dispositivos e equipamentos de


movimentação de cargas são projetados para operação até determinado valor de
carga a ser içada. Diversas variáveis são consideradas no estabelecimento das
capacidades de içamento como: material utilizado na construção, configuração do
dispositivo ou equipamento e condição de serviço. Com objetivo de se garantir a
integridade estrutural destas unidades são introduzidos os fatores de segurança,
que representam quantas vezes uma determinada carga de projeto pode ser
suportada.
A capacidade de trabalho pode e deve ser informada aos operadores através de
plaquetas, tabelas ou estampagem, ação comum em acessórios. A denominação
S.W.L (safe working load) corresponde à informação da carga de trabalho segura
e qualquer sobrecarga aplicada em relação a este valor estará reduzindo o fator
de segurança utilizado no projeto, o que obviamente deve ser evitado.
Na FIGURA 4.1 vemos o
exemplo da plaqueta de
identificação utilizada por
um fabricante de talhas e
outros dispositivos de
movimentação de cargas7,
que contém informações
de capacidade e rastrea-
bilidade de seu processo FIGURA 4.1
de fabricação.

Diante da necessidade de alteração da configuração de um equipamento, por


exemplo, substituição de um determinado cabo de aço ou corrente utilizada em
uma talha por item de especificação diferente do original, deve ser verificada a
relação entre a resistência deste item e o originalmente previsto pelo fabricante.
Caso a resistência seja menor, a redução da capacidade de içamento deve ser
efetuada de maneira a se manter o fator de segurança previsto no projeto.

IMPORTANTE: Além da variável resistência, outros aspectos podem estar sujeitos


a avaliação antes da indicação de viabilidade de instalação do item substituto. No
caso do exemplo do cabo de aço a adequabilidade de características relacionadas
a diâmetro, construção, comprimento e etc..., e por fim lembre também que esta é
uma condição provisória.

7
Plaqueta gentilmente cedida pelo fabricante em novembro/2006

29
Capítulo 5: Controle de carga

A necessidade da informação do valor da carga a ser içada por um equipamento


de guindar é tão importante para o operador que na prática ele pode se recusar a
realizar uma operação diante do seu desconhecimento. Por quê? Içamento de
carga maior que o valor indicado pelo fabricante representa menores fatores de
segurança e portanto, risco! Todos sabemos que tamanho não é documento, e
estimar o peso pelo volume da carga, não é bom negócio, logo não é difícil
reconhecer a importância de um sistema de monitoração de cargas.
Abordaremos neste capítulo o que é previsto para que os operadores de
guindastes tenham conhecimento do nível de carregamento a que estes
equipamentos estão sujeitos e efetuem a operação de forma segura, segundo as
indicações efetuadas pelo fabricante da máquina.

Sistemas de monitoração de carga

Configuração
Os equipamentos mais atuais possuem sistemas que disponibilizam em um
painel localizado na cabine ao operador
informações como:
• Raio de operação;
• Ângulo de elevação de lança;
• Carga içada;
• S.W.L (carga de trabalho segura)
correspondente ao raio de
operação.
Além de fornecer os dados acima, estes
sistemas podem ainda atuar alarmes (90 %
e 110% S.W.L.) ou atuar junto ao sistema
de comando do guindaste, efetuando o
intertravamento em condições de
sobrecarga. Na FIGURA 5.1, temos um
exemplo de um painel instalado na cabine
do operador, onde constam as indicações
citadas.
FIGURA 5.1

Em equipamentos mais antigos é comum termos apenas a informação do valor da


carga içada, cabendo ao operador consultar a tabela de carga para determinação
do posicionamento permitido para a lança do guindaste, de modo a não
sobrecarregar estruturalmente ou mesmo de seu sistema de acionamento. Estes
sistemas devem estar presentes tanto para unidades onshore como offshore,
sendo que para estes últimos, em geral, a monitoração demanda um sistema mais
complexo em função das suas características de serviço.

30
Moitão e bola peso
Os guindastes offshore normalmente são dotados de dois sistemas de
elevação de carga:

 Principal – representado pelo uso


do moitão, com mais de uma
linha de cabo de aço,
correspondendo à capacidade
máxima de içamento do
guindaste.
 Auxiliar – caracterizado pela
presença da bola peso com uma
linha de cabo, logo com maior
velocidade, sendo o sistema de
maior utilização.

Na FIGURA 5.2 ao lado, podemos


ver os dois componentes principais dos
referidos sistemas.

FIGURA 5.2
Leitura da carga
Para a indicação da carga içada são utilizadas células de carga instaladas em
pontos específicos como na ancoragem do cabo de carga na estrutura da
lança, no caso do moitão. As FIGURAS 5.3 e 5.4 correspondem à montagem da
célula de carga tipo “LINK” do sistema principal de um guindaste.

FIGURA 5.4

FIGURA 5.3

31
A indicação de carga para o sistema auxiliar é um pouco mais complexa, e temos
identificado o uso de células com diferentes princípios de atuação. Vejamos os
exemplos abaixo:
Deflexão de roldanas
(FIGURA 5.5) – o cabo de aço
passa entre um conjunto
formado por duas roldanas
fixas posicionadas acima do
cabo, e uma móvel, situada
na posição central e abaixo
do mesmo. A célula está
posicionada nesta roldana, e
quando o cabo é tracionado
a roldana é deslocada para
baixo e a célula “sente” o
FIGURA 5.5
esforço de tração. Este
dispositivo, dotado de rolda-
nas de pequeno diâmetro,
tem se mostrado inadequado devido à possibilidade de indução de fadiga ao cabo
de aço.

Eixo dinamométrico (FIGURA 5.6) – instalado como


eixo de uma roldana do sistema auxiliar
posicionada sobre a lança, contendo um strain
gauge inserido no seu interior, que sente o
esforço de cisalhamento aplicado pela roldana no
eixo quando o cabo de carga é tracionado. O
emprego deste tipo de célula é mais comum em
novos projetos, quando ocorre a inclusão da
roldana guia e o dimensionamento adequado do
eixo.
“LINK” (FIGURA 5.7) - Mais recentemente consta-
tamos o emprego de células de carga semelhan-
tes às utilizadas para o sistema principal, posicio-
nadas na interligação do cabo de aço com a bola
FIGURA 5.6
peso. Tais células não utilizam cabos para envio
de sinais, mas rádio freqüência com esta finali-
dade.

FIGURA 5.7

32
O emprego das células citadas anteriormente caracteriza os sistemas como de
leitura direta da carga içada, já que os esforços atuantes nestes componentes são
aplicados pelo cabo de carga.
É fato que não há um dispositivo consagrado para uso em 1 linha de cabo nos
guindastes de projetos mais antigos, onde adaptações são requeridas. Logo foram
identificadas opções que poderiam contornar tal inconveniente, como a citada a
seguir.

Considerações

Com base nas informações anteriores, estabelecemos os seguintes pontos:


– A leitura direta da carga içada (utilizada para o moitão) pode ser
implementada com maior facilidade.
– O emprego de dinamômetros construídos como os da FIGURA 38
(tipo “link”) também pode ser verificado em equipamentos como
pontes rolantes e grandes talhas, informando exclusivamente o valor
da carga içada, se valendo da vantagem da sua mobilidade.
– A calibração periódica das células de carga em laboratório deve ser
prevista, assim como exigida a apresentação de certificados emitidos
por entidades credenciadas anteriormente a instalação dos sistemas.

33
Capítulo 6: Cuidados na movimentação de cargas

As orientações a seguir ratificam ou complementam as indicações relacionadas


aos cuidados no uso dos dispositivos, equipamentos e acessórios como os
abordados nos capítulos 1, 2 e 3 devendo sempre ser observadas não apenas
pelos operadores, mas também por todos os envolvidos com operações de
movimentação de cargas.

Antes da operação

1. Deve ser efetuado o planejamento da operação, se estabelecendo a seqüência


de ações, com uma criteriosa análise de risco, seguida das atribuições de
responsabilidades aos envolvidos.
IMPORTANTE: Fatores fundamentais para planejamento adequado de
movimentação de cargas
• O içamento está corretamente definido;
• Estão designados o responsável e equipe competente para planejar o
içamento;
• A competência da equipe destinada a realizar o içamento é
comprovadamente suficiente para executar a empreitada;
• É efetuada a avaliação da carga a ser movida quanto a natureza e
facilidades para içamento;
• O içamento é planejado para garantir que todos os perigos tenham sido
identificados, os riscos gerenciados e medidas tenham sido tomadas para
controlá-los;
• É garantido o uso de equipamento adequado, de acordo com o
planejamento estabelecido;
• É garantido que todas as condições para estabelecimento do plano foram
previstas e que diante de mudanças nestas condições, todos os perigos,
riscos e controles possam ser reavaliados em tempo hábil;
• Lições aprendidas anteriormente são consideradas quando do
planejamento de operações de movimentação de cargas.

2. Inspecionar todos os equipamentos e acessórios de movimentação de carga.


3. A equipe da operação deverá ter concluído todos os testes e análises
necessárias para que os equipamentos envolvidos estejam prontos para uso.
4. Deficiências devem ser observadas e levadas ao conhecimento do supervisor
da operação, e se assegurando de que equipamentos defeituosos sejam
marcados e retirados de operação, até que sejam reparados.
5. Teste o freio dos equipamentos para garantir que não há riscos de
deslizamento da carga.
6. Isolar a área, restringindo a permanência apenas dos envolvidos na operação.

34
Durante a operação

1. Os equipamentos de movimentação de carga só deverão ser operados por


pessoal treinado e qualificado.
2. O operador e os outros envolvidos na operação, deverão usar equipamentos
de proteção individual (EPI's) apropriados.
3. Os sinais convencionais deverão ser conhecidos e praticados.
4. Somente uma pessoa dará os sinais, e o operador deve acatá-lo.
5. Obedecer aos limites de cargas do equipamento, consultando em caso de
dúvidas o manual do equipamento.

Rotineiramente

1. Manter os registros do plano de manutenção preventiva dos equipamentos,


dispositivos e acessórios de movimentações de carga atualizados.
2. Um equipamento com mau funcionamento não deve ser operado sob qualquer
circunstância. Verifique o material, observando se não está danificado.
 Não opere talhas de correntes com elos trincados ou torcidos;
 Ganchos que estejam danificados, deformados ou gastos não devem ser
utilizados;
 As correntes das talhas devem ser inspecionadas, observando se não há
restos de materiais que possam se depositar no mecanismo durante a
operação.
 Cabos de aço com deformações ou com quantidade de arames rompidos
acima da quantidade estabelecida na norma de referência para inspeção
não devem ser utilizados.
 Em caso de guinchos, manter no mínimo de três voltas de cabo no tambor
em qualquer condição de operação.

35
Capítulo 7: Sinalização

Em algumas operações de movimentação de cargas é comum a ocorrência de


pontos cegos ao operador do equipamento, por exemplo, em içamentos em uma
plataforma de exploração ou produção de petróleo a partir do nível mais baixo até
o convés demandam o repasse de instruções via rádio ou o apoio da figura do
sinalizador. A função do sinalizador é orientar o operador do equipamento através
de sinais padronizados, sendo hoje utilizada como referência a norma ASME B
30.5 intitulada “Mobile and locomotive cranes”.

As seguintes considerações são aplicáveis quanto ao emprego destes sinais:


– Os Sinais Convencionais devem ser fixados em local visível junto equipe de
movimentação de Carga ou junto aos equipamentos de guindar;
– Para operações não cobertas pelos sinais convencionais, devem ser
previstas adições as indicações dos sinais padronizadas. Estas devem ser
previamente acordadas entre o operador, o sinalizador e o supervisor da
operação;
– Deve-se assegurar o conhecimento e a utilização dos sinais convencionais
pelas pessoas envolvidas nas operações de movimentação de carga.
– O operador e o sinalizador deverão, antes de iniciar a operação, revisar os
sinais convencionais para assegurar o pleno entendimento;
– Somente o sinalizador transmitirá os sinais, e o operador somente acatará
os sinais dados pelo sinalizador designado.

As FIGURAS 7.1 a 7.7 apresentam os sinais então padronizados.

FIGURA 7.1

36
FIGURA 7.2

FIGURA 7.3

37
FIGURA 7.4

FIGURA 7.5

38
FIGURA 7.6

FIGURA 7.7

39
Capítulo 8: Testes de carga

O desempenho de equipamentos de movimentação de cargas como guindastes,


pontes rolantes e talhas normalmente é avaliado através da realização de
içamentos de cargas com valores pré-estabelecidos segundo procedimentos
específicos definidos para os equipamentos objeto da avaliação, configurando
assim os testes de carga. Neste capítulo abordaremos alguns aspectos
relacionados a realização destes testes de performance.

Quando realizar um teste de carga

• Normalmente indicado como conclusão de trabalhos de manutenção em


sistemas principais do equipamento, ratificando o seu retorno à condição
operacional;
• Anteriormente a movimentações de carga de grande responsabilidade,
atestando a sua condição operacional;
• Periodicamente, segundo programa estabelecido para acompanhamento de
disponibilidade do equipamento.

Preparação para um teste de carga

As ações abaixo devem fazer parte dos preparativos para a realização dos testes:
• Definição do procedimento de teste;
A seqüência de tarefas deve estar claramente estabelecida, incluindo as
referências necessárias como raio ou ângulo da lança e carga correspondente
a ser içada, por exemplo, para guindastes.
• Atribuição de responsabilidades aos participantes;
O papel de cada profissional envolvido nos testes deve ser previamente
estabelecido. Orientações como: apenas um participante deverá orientar o
operador durante as operações, sendo os sinais convencionais repassados
antes dos trabalhos.
• Conhecimento prévio por parte do operador das operações previstas;
A explanação do procedimento a ser utilizado é fundamental e deve ser
realizada pelo responsável pela condução dos testes, com a presença do
profissional incumbido pela comunicação com o operador, se assim
necessário.
• Vistoria prévia do equipamento a ser testado, como nos itens a seguir (não
limitada aos mesmos):
 respostas a comandos (sem carga);
 integridade de cabos de aço, correntes e outros acessórios;
 integridade estrutural da lança, cavalete no caso de guindastes; pórtico
e trolley no caso de talhas;
 em caso de acionamento motorizado, quando aplicável:
 nível de óleo lubrificante;
 nível da água do radiador ;
 nível de óleo hidráulico.

40
• Conhecimento prévio por parte do operador do equipamento;
Durante os testes o equipamento deve preferencialmente ser operado por um
profissional familiarizado com o mesmo, se tal ação não for possível, o
operador encarregado deverá ter tempo de conhecê-lo melhor antes do início
dos testes.
• Disponibilidade das cargas de teste – emprego de pesos aferidos;
As cargas utilizadas nos testes devem ser conferidas através do emprego de
instrumentos calibrados (dinamômetros), garantindo a utilização dos valores de
carga conforme estabelecido no procedimento de referência.
• Disponibilização de EPI´s
Todos os profissionais envolvidos
deverão estar devidamente protegidos. O
uso de capacetes, luvas, óculos e
protetores auditivos (este em função do
equipamento a ser testado) devem ser
confirmados.

A FIGURA 8.1 mostra a realização de um teste


em um guindaste offshore utilizando-se
bolsas d’água.

FIGURA 8.2 FIGURA 8.1

• Restrição de acesso a área de


movimentação de cargas.
Apenas devem ter acesso ao local
dos testes os profissionais
envolvidos nos trabalhos. A área
deve ser isolada e sinalizada.

Veja na FIGURA 8.2 a condução de


um teste de carga em um
guindaste sobre esteiras.

41
Observações durante o teste de carga

A atuação do operador é fundamental no transcorrer dos testes. A sua percepção


do comportamento do equipamento poderá indicar a necessidade de verificações
complementares, assim como evitar incidentes causados pelo desempenho
inadequado da unidade.
Vejam abaixo exemplos de pontos a observar:
• Resposta adequada aos comandos;
Aplicada a carga de teste, movimentos erráticos ou retardados devem ser
reportados.
• Alterações nos parâmetros de controle;
Leituras fora dos parâmetros normais de operação, como temperatura da água
do motor diesel ou pressão excessiva de óleo hidráulico podem definir a
interrupção dos testes.
• Ocorrência de choques ou vibrações excessivas;
Tais efeitos podem estar associadas a folga de elementos acionadores ou
estruturais e devem demandar verificações para identificação das causas.
• Correta atuação dos freios;
Uma vez interrompida uma operação de elevação ou abaixamento de carga ou
lança (no caso de guindastes), deve ser constatada a interrupção de
movimentos. Deslizamentos do elemento atuado, podem indicar a necessidade
de ajustes ou substituição de componentes dos sistemas de freios.
• Atuação do sistema de monitoração de cargas (quando do aplicável);
Leituras dos valores de cargas içadas devem estar coerentes com a dos pesos
aferidos previamente ao início dos trabalhos. Quando aplicável, a atuação dos
alarmes e a interrupção automática da operação devem ser confirmadas.

IMPORTANTE:

• Não inicie a operação de um equipamento em um teste de carga se perceber


que o operador, não se encontra bem fisicamente;

• Não inicie testes de carga em horário próximo ao anoitecer, quando não


houver iluminação externa adequada e atente para os limites de condições
como vento, assim como altura de ondas em unidades flutuantes.

• Após os testes faça uma vistoria no equipamento, principalmente nos


elementos estruturais e de sustentação direta da carga como cabos, correntes
e acessórios.

42
Capítulo 9: Contratando serviços

Atualmente é bastante comum a contratação de bens e serviços de movimentação


de cargas, tanto para operações rotineiras como para intervenções específicas.
Grandes instalações industriais demandam em geral quantidade elevada de
equipamentos desta natureza, o que pode dificultar o controle de estado e fazer
com que a indisponibilidade dos mesmos seja um problema até mesmo
corriqueiro, isto sem falarmos nos potenciais acidentes relacionados a operação.
Diante do exposto até agora neste treinamento, já podemos afirmar que a
especificação técnica para contratação deverá conter uma série de requisitos
destinados a garantir a continuidade com segurança das movimentações. A seguir
relacionamos exemplos de solicitações que podem constar em instrumentos
contratuais elaborados para locação de um dispositivo ou equipamento e em
seguida outros aplicáveis para prestação de serviços associada à operação.

Locação de item

O seguinte roteiro pode ser utilizado para estabelecimento de requisitos para


contratação:
– Relacionar as normas de fabricação aplicáveis aos itens (quando
disponíveis referenciar a normas brasileiras) indicando a necessidade de
comprovação de atendimento a estas;
– Indicar a necessidade de avaliação prévia à entrada em serviço quanto a
integridade dos itens;
– Incluir ações destinadas a verificação de integridade de itens diante da
indisponibilidade de rastreabilidade de fabricação;
– Determinar a necessidade de apresentação de um plano de manutenção e
inspeção periódica dos itens. O cumprimento do mesmo será atribuição da
contratada.

Consideremos como exemplo o objeto da contratação talhas de acionamento


manual. Os requisitos a serem cumpridos pela contratada poderiam ser
relacionados conforme indicado abaixo:
1. Apresentar toda a documentação referente ao atendimento dos requisitos das
normas NBR 10401 “Talhas de corrente de acionamento manual” e “NBR
10402 Talha de acionamento manual - Ensaios mecânicos” para as talhas
novas (ainda sem utilização) adquiridas diretamente do fabricante do
equipamento ou representante comprovado do mesmo.
2. Executar nas talhas citadas no item anterior em seus ganchos, olhais e pinos
de ancoragem inspeção visual e ensaios não destrutivos, anteriormente a
entrada em serviço.
A execução dos ensaios e emissão de relatórios deverão ser efetuadas por
inspetor qualificado nos ensaios em questão.
3. Prever para todas as talhas que não possuam rastreabilidade de fornecimento
conforme indicado no item 1 acima, que as mesmas sejam submetidas às

43
inspeções por ensaios não destrutivos como citadas no item 2, antes e após os
ENSAIOS DE FREIO e FUNCIONAMENTO, descritos na norma NBR 10402.
Estes ensaios deverão ser acompanhados pela fiscalização e os respectivos
relatórios deverão estar disponíveis para consulta futura.
4. Estruturar plano de manutenção preventiva, inspeção e testes das talhas,
submetendo-o à fiscalização PETROBRAS para aprovação, anteriormente à
entrada em serviço dos equipamentos.

Prestação de serviço de operação com fornecimento de equipamento

Em serviços como obras de montagem ou desmontagem de grandes máquinas ou


instalações, além do fornecimento do equipamento deve ser prevista a operação
do mesmo, tornando necessária a inclusão de requisitos relacionados também a
qualificação de pessoal. Vejamos indicativos básicos que devem ser considerados
como atribuição da contratada.
– Cumprir todas as normas aplicáveis à instalação e operação do tipo de
Equipamento de Movimentação de Cargas fornecido, tais como as normas
regulamentadoras
• NR-11 (Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
Materiais);
• NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção) do Ministério do trabalho e emprego, não limitado a
estas.
– Apresentar relatório de testes funcionais e de carga máxima do
equipamento locado, assinado por engenheiro mecânico e a anotação de
responsabilidade técnica (ART) relativo a ele deve ser recolhida junto a
entidade de classe como CREA (Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura.
– Apresentar à fiscalização, previamente à montagem do equipamento na
locação, se aplicável, projeto de instalação do equipamento, contemplando
os esforços de carregamento e reação nas estruturas, indicando também
pontos de estaiamento e as suas reações. Este projeto deverá ser assinado
por Engenheiro mecânico e a anotação de responsabilidade técnica (ART)
relativo a ele deve ser recolhida junto ao CREA e exibida para a
fiscalização.
– Realizar testes funcionais e teste de carga antes do início das operações,
que serão testemunhados por profissional da Petrobras por ela indicado.
Apresentar certificados de qualidade dos cabos de aço utilizados no
equipamento emitidos por seus fabricantes.
– Apresentar certificado de qualidade emitido por seu fabricante ou relatórios
de ensaios destrutivos de seus componentes críticos emitidos por
profissional qualificado em conformidade com o Sistema Nacional de
Qualificação e Certificação (SNQC). Os freios utilizados no equipamento

44
deverão ser do tipo falha segura.
– A contratada, antes do início dos serviços, deverá apresentar procedimento
de emergência, onde estarão previstos, no mínimo, procedimentos para
abaixamento seguro de cargas suspensas, em caso de falta de força motriz
no equipamento.
– Caberá ao preposto da CONTRATADA a responsabilidade de verificar a
integridade e o funcionamento geral do Equipamento de Movimentação de
Cargas, incluindo o cumprimento do plano de manutenção preventiva,
tomando todas as providências necessárias para as correções devidas.

45
Capítulo 10: Regulamentação

Normas aplicáveis

No momento no Brasil na dispomos de muitas normas relacionadas à


movimentação de cargas, o que faz com que a responsabilidade sobre estas
operações demande uma atenção especial. A carência também não se limita a
quantidade, mas também a qualidade de tais referências, por vezes bastante
defasada em tempo e tecnologia. Os recursos tecnológicos atuais podem se
traduzir em um aumento considerável na segurança destas tarefas, a experiência
adquirida que se coloca a disposição através de lições aprendidas também, o que
certamente atualizaria o acervo atual.
Algumas empresas, como a PETROBRAS, iniciam seus instrumentos normativos
o que acaba fazendo a disseminação de idéias e práticas, seja por força contratual
ou adoção por conscientização.

A seguir enumeramos algumas normas e seus objetivos, de modo a permitir


quando necessário à consulta futura.

Do Ministério do trabalho e emprego

• NORMA REGULAMENTADORA 11 - NR 11
TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE
MATERIAIS

Define requisitos Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes,


transportadores industriais e máquinas transportadoras

• NORMA REGULAMENTADORA 18 - NR 18
CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO

Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização,


que objetivam a implementação de medidas de controle e segurança nos
processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da
Construção.

Da PETROBRAS

• NORMA CONTEC N-1965


MOVIMENTAÇÃO DE CARGA COM GUINDASTE TERRESTRE

Esta Norma fixa as condições exigíveis para a execução dos serviços de


movimentação de carga em terra (“onshore”), com utilização de guindastes.

46
Da ABNT

• NORMA NBR 11393 (NB-1316)


CRITÉRIOS DE UTILIZAÇÃO DE TALHAS DE CORRENTE COM
ACIONAMENTO MANUAL

Determina as condições mínimas exigíveis para a inspeção, instalação, ensaios


operacionais, manutenção e operação de talhas de corrente com acionamento
manual, visando a garantir a segurança na sua utilização.

• NBR 13543
MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS - LAÇO DE CABO DE AÇO – UTILIZAÇÃO E
INSPEÇÃO

Esta norma apresenta orientações para utilização e inspeção em serviço de laços


de cabo de aço, relacionando: métodos de utilização, precauções, critérios de
Inspeção e descarte.

Qualificação pessoal

As referências normativas citadas anteriormente também possuem requisitos


relacionados à qualificação dos profissionais envolvidos com equipamentos de
movimentação de cargas. Mas tais apontamentos em sua maioria são incompletos
e de certa forma, vagos.
Indicações limitadas à necessidade de comprovação de treinamento específico na
operação de um equipamento pelos operadores, mesmo efetuado pelas próprias
empresas, permitem que treinamentos com conteúdos programáticos diferentes e,
conseqüentemente cargas horárias também diferentes sejam praticadas.
Constata-se que atualmente empresas têm implementado por conta própria ou
através de terceiros uma formalização da adequação de seus profissionais de
movimentação de cargas. A PETROBRAS tem atuado fortemente neste sentido,
principalmente na área offshore, uma vez que a
regulamentação brasileira para esta condição ainda
não está disponível.
A UN-BC estruturou e disponibilizou em suas
unidades offshore o Manual de segurança em
movimentação de cargas (FIGURA 10.1) em um
linguagem extremamente objetiva destinado a
orientar os trabalhos, além de implantar um
programa de certificação de treinamentos de
qualificação na movimentação de cargas,
atualmente referência para instrumentos contratuais
do E&P-SSE.
Mas o recente desenvolvimento do 1º simulador
nacional de operação de guindastes offshore
também pela UN-BC, como parte de um projeto

FIGURA 10.1
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PROMINP, e a subseqüente disponibilização do equipamento a uma instituição de
ensino é um marco fundamental na formação de novos profissionais para
operação destas grandes máquinas. Tal recurso aliado a um programa de
treinamento avaliado pela PETROBRAS e dotado de material didático em grande
parte fornecido pela própria permitirá o ingresso de operadores adequadamente
treinados.

A FIGURA 10.2 mostra a estação do operador do simulador que configurado como


uma cabine de um guindaste offshore permite que o treinando seja submetido a
diferentes condições de serviço, muitas inclusive que esperamos jamais sejam
vivenciadas na prática.

FIGURA 10.2

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Capítulo 11: Padronização

A PETROBRAS possui nos diferentes Sistemas integrados de padronização


eletrônica (SINPEP) das unidades organizacionais padrões voltados para o tema
movimentação de cargas. Em comum a todos está a disponibilização de
referências para condução destas operações de forma segura, alguns tem um
caráter geral fazendo parte do manual de segurança, sendo acompanhados de
documentos seqüenciais relacionados ao uso de determinados equipamentos.
Como exemplo temos os padrões a seguir do E&P Corporativo/SMS:

PP-1E1-00220: MS – Movimentação de cargas


Como objetivo definido de estabelecimento de requisitos de segurança para
realização de trabalhos de movimentação de cargas.

No mesmo constam como documentos complementares, por exemplo, os


seguintes padrões:
PP-1E1-00233: MS – Movimentação de cargas – GUINDASTES
PP-1E1-00234: MS - Movimentação de cargas –Talhas, pontes rolantes e paus de
carga.

Desta forma interpretamos que os requisitos contidos no documento principal


devem ser complementados pelos itens específicos dos demais equipamentos.

Mas tais documentos não são específicos de uma determinada unidade


operacional e naturalmente foram colocadas à disposição da força de trabalho
referências que consideram condições específicas de uma instalação. Vejam os
exemplos abaixo:

PE-3E7-04287 – Movimentação de cargas em PCH-1 e PCH-2


Este padrão informa que como objetivo estabelecer uma rotina básica para
operações de embarque/desembarque de carga e passageiros, aproximação de
embarcação e manutenção de equipamentos e acessórios de movimentação de
cargas.

PE-3E7-04599 – Movimentação de cargas na P-27


De forma sucinta informa que o objetivo do documento é aumentar a segurança e
eficiência na movimentação de cargas na unidade.

Neste momento é muito importante ressaltar a necessidade do conhecimento por


parte dos profissionais atuantes em cada instalação do conteúdo das
determinações contidas nos padrões específicos. É possível a identificação de
orientações bem diferenciadas entre unidades, por exemplo, o último padrão
referenciado informa que não devem ser transportadas cargas com massa
superior a 1 ton. com cintas de poliéster. Além de aspectos como este, podemos
ter alertas quantos as limitações impostas às condições de serviços dos
equipamentos como guindastes ou talhas em função de seus projetos.

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Os padrões disponíveis possuem abordagens também bastante diferenciadas,
como a disponibilidade em alguns de orientações específicas para operações com
cargas de risco, mas a ausência de referências para atuação em emergência ou
vice-versa.

IMPORTANTE: O padrão PP-1E1-00220, citado anteriormente, contém a seguinte


definição para uma movimentação crítica de cargas:
Qualquer condição de operação que se enquadre numa das situações:
• movimentação simultânea de uma carga por dois ou mais equipamentos;
• movimentação de carga instável, ou seja, com centro de gravidade fora do
centro de massa;
• movimentação de cargas de formato irregular;
• e movimentação de cargas próxima a redes elétricas aéreas em que haja risco
de contato ou indução.

O padrão ainda estabelece ações que devem ser realizadas diante do


reconhecimento de uma operação crítica, como as citadas a seguir, mas não
limitadas as mesmas:
• Deve ser realizado um plano de movimentação de cargas (plano de
rigging), no qual devem ser considerados:
a. peso da carga;
b. capacidade e posição do equipamento de guindar;
c. configuração do ângulo de inclinação em relação a movimentação;
d. localização e posição da carga;
e. necessidade de máquinas de auxílio;
f. características do piso;
g. peças de auxílio para distribuição de esforços, bem como os cabos e
demais acessórios usados.
• A área de movimentação da carga deve ser isolada.

Tais orientações estão bastante alinhadas com os tópicos relacionados no capítulo


6 e são aplicáveis independentemente do tipo de instalação PETROBRAS.

A viabilidade de constante atualização destes documentos, aliada a facilidade de


consulta no sistema dos padrões de diferentes procedências deve sempre ser
enaltecida e incentivada em prol da maior segurança operacional.

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APÊNDICE I

CABOS DE AÇO

1. Terminologia

Estão relacionados a seguir os termos mais utilizados em literaturas técnicas


sobre cabos de aço, denominações em língua inglesa são largamente utilizadas
para alguns.

Diâmetro de um cabo de aço


Corresponde ao diâmetro do círculo circunscrito
ao cabo de aço (FIGURA 1).

Perna (strand)
Conjunto de arames trançados em forma de hélice
(FIGURA 2). As pernas são trançadas em forma
de hélice em torno de um núcleo constituindo o
cabo de aço.

Alma (core) FIGURA 1


Núcleo de um cabo de aço (FIGURA 2).

Camada (layer)
Conjunto de pernas de um mesmo nível em
relação ao núcleo do cabo de aço (FIGURA
3).

FIGURA 2

FIGURA 3

Construção
Constituição de um cabo de aço em termos de quantidade / tipo de arames
e pernas.

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Passo (pitch)
Corresponde a distância medida no
cabo de aço para realização de uma
volta completa da perna em torno do
núcleo (FIGURA 4).

FIGURA 4
Resistência dos arames (wire tensile)
Medida expressa em unidade de pressão, relativa a resistência a tração dos
arames empregados na confecção das pernas de um cabo de aço.

Carga de ruptura efetiva (minimum breaking load)


Medida expressa em unidade de força, correspondente ao valor mínimo da
carga que o cabo deve suportar anteriormente ao rompimento em um
ensaio de tração.

2. Construção

Relação pernas x arames


A quantidade de pernas presentes em um cabo de aço pode ser indicada
pelo primeiro algarismo situado a esquerda da letra “x”, e o número de
arames de cada perna corresponderá ao algarismo situado a direita da
mesma letra. Por exemplo:

• 6 x 19 – cabo de aço de 6 pernas, com


cada uma dotada de 19 arames;
(FIGURA 5)

FIGURA 5

• 19 x 7 – cabo de aço de 19 pernas, com um total


de 7 arames por perna.(FIGURA 6)

FIGURA 6

NOTA 1: A relação entre a quantidade de pernas e performance de um


cabo de aço pode ser bem visualizada pelo seguinte exemplo:
consideremos dois cabos de mesmo diâmetro, com mesma quantidade de
pernas mas diferenciadas pela quantidade de arames nas pernas, um

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possui 7 e outro 25. No primeiro, o diâmetro dos arames das pernas seria
obrigatoriamente maior que os arames do cabo de 25 pernas, o que lhe
atribuiria uma maior resistência ao desgaste, tanto por abrasão como por
corrosão. Por outro lado, o segundo cabo apresentaria uma maior
flexibilidade. A seleção da construção a ser empregada depende
fundamentalmente da aplicação a que se destina o componente, como
veremos mais à frente de forma semelhante para outras características
construtivas.

Tipos de alma
O núcleo do cabo de aço pode ser constituído de diferentes materiais e
estruturas, mas com um mesmo objetivo de dar
suporte as demais pernas do cabo. Vejamos os
tipos mais usuais:

• Alma de aço (AA) – o elemento central é


uma perna idêntica as demais que
constituem as camadas do cabo
(FIGURA 7). Mas utilizada em cabos de
pequeno diâmetro.
FIGURA 7

• Alma de aço de cabo independente (AACI) – a composição da


perna central não corresponde a das demais pernas que
constituem as camadas como na FIGURA 5;

• Alma de fibra (AF) – fabricada em fibra natural


como sisal. (FIGURA 8)

FIGURA 8

• Alma de fibra artificial (AFA) – confeccionada em material artificial


como polipropileno.

NOTA 2: A seleção de cada tipo de alma influenciará em determinadas


características operacionais do cabo de aço, por exemplo, a maior
flexibilidade pelo emprego das almas de fibra pode ser interessante, mesmo
diante da menor resistência mecânica do mesmo. Em alguns casos a
necessidade de utilização de várias camadas de cabo, por exemplo, em um
tambor, demanda a necessidade de uma maior resistência à compressão
disponibilizada pelas almas de aço, mesmo que os esforço de tração não
sejam elevados.

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Torção
a) LANG a direita - Arames trançados para direita nas pernas e estas
trançadas para direita em torno do núcleo;
b) LANG a esquerda - arames e pernas trançadas para esquerda em
torno do núcleo;
c) REGULAR a direita -
Arames das pernas para
a
esquerda e pernas para
direita em torno do núcleo;
d) REGULAR a esquerda - b
Arames das pernas para
direita e pernas para
esquerda em torno do c
núcleo.
Vide FIGURA 9 ao lado.

d FIGURA 9

NOTA 3: A estabilidade de um cabo de aço quando submetido ao


carregamento também é uma característica a ser avaliada na seleção do
tipo de torção de um cabo de aço. Por exemplo, percebermos a maior
tendência do destrançamento dos cabos LANG, diante de uma montagem
onde uma das extremidades é fixa, e a outra livre para ser carregada. Por
outro lado, este mesma torção atribui ao cabo uma maior resistência ao
desgaste, uma vez que se verifica uma maior área metálica exposta dos
arames.

O cabo convencional x cabo não rotativo


Nas montagens acima o mesmo sentido de torção das pernas das camadas
foi mantido para os diferentes níveis em relação ao núcleo. Consideremos
agora a alternância de sentidos, ou seja, as pernas da camada mais interna
são torcidas para direita e a seguinte para esquerda (FIGURA 10).

FIGURA 10

Esta variação é característica de cabos denominados como NÃO


ROTATIVOS, enquanto nos referiremos daqui em diante para os demais
como convencionais. Como resultado desta montagem podemos visualizar

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uma tendência menor ao destrançamento das pernas quando o
cabo é submetido ao carregamento. Isto é fundamental, por
exemplo, em aplicações onde várias linhas de cabo são utilizadas
em um mesmo moitão ou catarina, pois reduziria a tendência das
pernas ao entrelaçamento (FIGURA 11).
Além das diferentes torções entre as camadas, os cabos
não rotativos apresentam uma elevada quantidade de pernas, por
exemplo, 18x7 ou 34x7, o que permite identificá-los facilmente.
Estes cabos apresentavam tradicionalmente valores de
resistência a tração inferiores a dos cabos convencionais, mas
atualmente com o advento do cabo “compactado” temos
verificado o oposto, com diferenças de capacidades da ordem de
30%.

FIGURA 11

Acabamento
Os cabos de aço podem receber proteção anticorrosiva por galvanização,
aplicada aos arames anteriormente a montagem das pernas a quente ou
eletroliticamente. Diante da ausência desta proteção os cabos são
denominados polidos e em geral, atualmente, não se verificam diferenças
de resistência mecânica entre os cabos polidos e galvanizados.

3. Resistência dos arames

TABELA 1 – Resistência dos arames de um cabo de aço


Denominação Faixa de tensão
kgf/mm2
E.E.I.P.S – extra extra improved plow steel 200 a 220
E.I.P.S – extra improved plow steel 180 a 220
I.P.S – improved plow steel 160 a 200

NOTA 4: A resistência dos arames influenciará diretamente na resistência a


ruptura do cabo de aço, como pode ser visto no exemplo comparativo
apresentado na TABELA 2.
TABELA 2 – Comparativo entre resistências de cabos de aço
Diâmetro Carga de ruptura (tons.)
6 x 19 – IPS 6 X 19 - EIPS
½” 10,4 12,1
7/8” 31,4 36,1
1 ½” 89,7 103,0

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4. Fatores de segurança

Os cabos de aço são utilizados com cargas inferiores a sua resistência


máxima, o quanto inferior dependerá da aplicação, mais especificamente do
risco potencial presente em seu emprego. A TABELA 3 abaixo relaciona
alguns exemplos de fatores de segurança frequentemente utilizados.

TABELA 3– Fatores de segurança p/ serviços com cabos de aço

Aplicação Fator de segurança


Cabos estáticos Mínimo 3
Guindastes (elevação de carga) Mínimo 5
Pontes rolantes 6a8
Laços 5
Elevadores de carga 8 a 10
Elevadores de passageiros 10 a 12

Consideremos o seguinte exemplo: o cabo de um elevador tem resistência


a ruptura da ordem de 30 kn, e opera com uma carga de 270 kg. Podemos
constatar a aplicação de um fator de segurança de 11,3 ((30.000 N/9,81
m/s2)/ 270 kg).

5. Referências Normativas

API 9A - Specification for wire ropes


Define características de fabricação de cabos de aço, desde dimensões a
resistência mecânica, incluindo-se controle de qualidade de processo.

CONTEC N-2161 – Inspeção de cabos de aço em serviço


Fornece referências para realização da inspeção de cabos de aço relacionadas a
integridade dos arames e ocorrências.

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Bibliografia

CRUZ, RONALDO G.

Noções básicas sobre inspeção de guindastes, PETROBRAS: Macaé, 2004


Noções sobre movimentação de cargas, PETROBRAS: MACAÉ, 2007
Cabos de aço – Apresentação, seleção e uso, MACAÉ, 2007
Manutenção de guindastes offshore, PETROBRAS: MACAÉ, 2008
Talhas de acionamento manual - Operação em conformidade com a normatização,
PETROBRAS: MACAÉ, 2009

CRUZ, RONALDO G.
PUPPIM, CARLOS H. J.

Compêndio sobre movimentação de cargas, PETROBRAS: Macaé, 2005

AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERING

B 30.5 - Mobile and locomotive cranes, 2004

Campbell, Douglas H.

Guindastes móveis hoje, Operating Engineers training Institute of Ontario: 2004

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