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2
LÚCIA CORDEIRO
DISCIPLINA DE CLÍNICA MÉDICA - ENDOCRINOLOGIA
Casos Clínicos
Caso 1: Caso 2
Menor, 5 anos com reclama que não Dona de casa, 52 anos foi fazer exames de
consegue brincar, está apático, voltou ter rotina para cirurgia de catarata, previamente
enurese noturna (já havia superado essa fase) assintomática.
e queixando-se de sede. Apetite conservado
mas com perda de peso. Refere hipertensão em uso de losartan 50
mg/dia e hidroclorotiazida 25 mg/dia.
Foi levada a UPA para fazer um exame e
apresentou : IMC: 36 kg/m2
Sumário de urina: Glicosúria 4 cruzes Pai e mãe diabéticos.
Glicemia de ponta de dedo: 240 mg/dL Realizou a glicemia de jejum 145 mg/dL e
hemoglobina glicada a1c: 7,5%.
Nega história de diabetes na família
Diabetes Mellitus
Causas
◦ secreção ausente de insulina
◦ secreção insuficiente ou resistência de órgãos alvo
(fígado, tecido muscular e adiposo)
Diabetes mellitus
Classificação
PRINCIPAIS : Outros tipos específicos de diabetes:
◦ Defeitos genéticos funcionais da célula beta
oDiabetes mellitus tipo 1
◦ Defeitos genéticos na ação da insulina
o 1A (auto- imune) ◦ Endocrinopatias
◦ Doenças do pâncreas exócrino
o 1B (idiopático)
◦ Infecções
o Diabetes mellitus tipo2 ◦ indução por fármacos, e agentes químicos
◦ outras síndromes genéticas associadas ao
o Diabetes gestacional diabetes
DM 1 DM2
Epidemiologia 300
Incidência : 250
Número (milhões)
Finlândia - 38,4/100.000 200
Idade: 10 a 14anos 50
4 a 6anos 0
1997 2000 2010 2025
Sexo: M=F ANO
PRODUÇÃO DE ENERGIA
INSULINA
Eritrócitos
Cérebro Demais
Rins
Endotélio tecidos
Mucosa intestinal
Genética e Imunologia
Diabetes mellitus Tipo 1
Ataque Imune Contra Células
Beta
PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA + FATORES AMBIENTAIS
“QUEBRA”
TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA
CÉLULA BETA ILHOTAS
LANGHERHANS
AUTO-
IMUNIDADE T-CD4+ ATIVAÇÃO CÉLS. T CD4
CELULAR E T-CD8+ IL-1ß ESPECÍFICAS
HUMORAL Mφ TNF-∝
NK INF-γ
B
ATIVAÇÃO:
INSULITE
• CÉLS. B (B)
• CÉLS. NK (NK)
MENOR PRODUÇÃO INSULINA • CÉLS. CD8+ (T-CD8+)
• MACRÓFAGOS (Mφ)
DIABETES
Diabetes mellitus Tipo 1
HLAs Associados com Diabetes Tipo 1
MHC classe I MHC classe
II
Frequência Positiva: Frequência Positiva:
B8-Bw15 DR4-DQA1*0301-DQB1*0302
A9 DR3-DQA1*0501-DQB1*0201
Cw4
Frequência Frequência Negativa:
Negativa: DR15-DQA1*0102-DQB1*0602
B7
# Em japoneses: DR4-DQB1*303 e DR4-DQB1*0404
# Em negros: DR3-DQB1*0201, DR7-DQB1*0201 e DR3-DQB1*0402
Diabetes Mellitus Tipo 1
Meio Ambiente
Diabetes Mellitus Tipo 1
Fatores Ambientais
Vírus Possivelmente Implicados no
Por que existe uma discordância em Desencadeamento do DM 1
relação ao diabetes mellitus tipo 1
Coxsackie B
nos
gêmeos idênticos? Rubéola
Caxumba
?
Citomegalovírus
FATORES Epstein Baar (Mononucleose)
AMBIENTAIS? Vírus, Bactérias Retrovírus
Albumina Reovírus 1
Bovina
Hepatite
Toxinas
Estresse
Diabetes Mellitus Tipo 1
Infiltração das ilhotas por células mononucleares que antecede
a doença clínica e persiste por semanas ou meses antes que
uma destruição significativa das células beta ocorra
Mononucleares
Anti GAD 35
Anti ilhota
Antiinsulina
Anti ZnT8
Agressão Humoral
Diabetes Mellitus tipo
2
Complexa interação entre resistência a insulina (músculo, tecido adiposo e fígado) e
uma falência relativa de célula beta pancreática para apropriada secreção de insulina
em resposta a níveis aumentados de glicose.
Hiperglicemia
Hiperglicemia
Deficiência relativa de insulina
Insulina
Glucagon
Célula alfa
Aumento da lipólise
Metabólito Inativo
DPP-IV
SNC
GLP-1
↑Secreção de insulina
↓ Esvaziamento gástrico
Ominus Octeto
Manifestações Clínicas
Cerca de 50% desconhecem ter a doença por serem assintomáticos ou
oligossintomaticos no DM2
⮚Apresentam mais comumente sintomas inespecíficos
⮚Vulvovaginite de repetição e disfunção erétil podem ser sintomas iniciais
Poliúria
Polidipsia
Polifagia
Perda de Peso
Fatores de Risco
Principais fatores de risco para o diabetes mellitus tipo 2
Obesidade (+importante / sobretudo quando há obesidade abdominal)
História familiar de diabetes (pais ou irmãos com diabetes)
Raça/etnia (negros hispânicos, índios Pima, indivíduos oriundos de ilhas pacífico etc…)
Idade (a partir dos 45 anos)
Diagnóstico prévio de intolerância à glicose
Hipertensão arterial
Dislipidemia (colesterol <35 mg/dL e/ou triglicerídeos > 250 mg/dL)
História de diabetes mellitus gestacional ou macrossomia fetal
Tabagismo
Diabetes mellitus
Diagnóstico
Hemoglobina glicada ≥ 6,5%
OU
Glicemia após jejum de 8 h ≥ 126 mg/dL
OU
Glicemia após sobrecarga com 75 g de dextrose anidra (1,75 g/kg
peso) ≥ 200 mg/dL
OU
Glicemia casual ≥ 200 mg/dL em presença de sintomas clássicos
de hiperglicemia ou crise hiperglicêmica
5,7% 6,5%
Ausência de Diagnóstico de
diabetes Pré-diabetes diabetes
GLICEMIA EM JEJUM
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2014
Glicemia de jejum
>126
Glicose
Insulina
10
HbA1c Terapia convencional
(%) 9
8
Terapia intensiva
7
6 6,05
Normal
5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Anos do estudo
Diabetes Control and Complications Trial Research Group. N Engl J Med. 1993;329:977-
986.
Metas Terapêuticas
⚠ não confundir com diagnóstico
Bolo Regular
50% a 60% do
(correção + Múltiplas doses Lispro
total
refeição) Asparte
Lispro
Bomba de infusão contínua
Asparte
INSULINA
COMBINAÇÃO DE DROGAS
DROGAS ORAIS
DIETA + EXERCÍCIO
Hipoglicemiantes Orais
Hipoglicemiantes Orais Substâncias Mecanismo de ação
Biguanidas Metformina Metabolismo mitocondrial
Sulfoniluréias Glibenclamida, Gliclazida Ação no receptor SUR da célula beta
Metiglinidas Nateglinida Ação no receptor SUR, ligação rápida
0 10 gastrointetinais
-1 6
(%)
(%)
-1.5 4
-2 2
-2.5 0
500 1000 1500 2000 2500 500 1000 1500 2000 2500
Dose de Metformina (mg) Dose de Metformina (mg)
Insulina
Hipoglicemias
Aumento do peso
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS DAS
SULFONILURÉIAS
Dose média
Dose diária Duração de Via de
Medicamento equivalente Meia-vida (h)
máxima (mg) ação eliminação
(mg)
RENAL 50%
Glibenclamida 5 20 10 18-24 BILIAR 50%
RENAL 70%
Gliclazida 80 320 6-12 16-24 BILIAR 30%
RENAL 70%
Glicazida MR 30 120 20 24 BILIAR 30%
RENAL 80%
Glipizida 5 40 2-4 16-24
BILIAR 20%
RENAL 60%
Glimepirida 2 8 9 24
BILIAR 40%
Ref. Lebovitz,HE: Oral Antidiabetic Agents. In Joslin’s Diabetes Mellitus. 13th ed. Kahn CR, Weir GC, Eds. Lea &
Febiger, 1994, p.508-529, Zimmerman BR. Endocrinol Met Clin North Am 26(3):511-522,1997, Feinglos MN, Bethel
MA. Med Clin North Am 82:757-90,1998
GLITAZONAS
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
Adaptado de Data from Henry. Endocrinol Metab Clin. 1997;26:553-573; Gitlin, et al. Ann Intern Med. 1998;129:36-38; Neuschwander-Tetri, et
al. Ann Intern Med. 1998;129:38-41; Medical Management of Type 2 Diabetes. 4th ed. Alexandria, Va: American Diabetes Association; 1998:1-
139; Fonseca, et al. J Clin Endocrinol Metab. 1998;83:3169-3176.
GLITAZONAS
Adaptado de Medical Management of Type 2 Diabetes. 4th ed. Alexandria, Va: American Diabetes Association;
1998:1-139; Riddle. Diabetes Care. 1998;21:1389-1390.
Agonistas do receptor de GLP1 e inibidores da DPP-4
Agonistas do receptor de
Inibidores da DPP-4
GLP-1
Ação curta: Vildagliptina
Exenatida BID
Sitagliptina
Liraglutida
Saxagliptina
Lixisenatida
Linagliptina
Ação longa:
Exenatida semanal Alogliptina
Dulaglutida Amorigliptina
Albiglutida Gemigliptina
Semaglutida
Inibidores da DPP-IV
Peso - neutro
Drogas
GLP-1
Secreção de insulina Sitagliptina
Secreção de glucagon Vildagliptina
Inibidores Saxagliptina
Linagliptina
Alogliptina
Farmacologia Comparativa (PK/PD)
dos Inibidores da DPP-4
Alogliptina Sitagliptina Saxagliptina Vildagliptina Linagliptina
Estrutura
2-4 (original)
T1/2 h 12-21 8-24 1,5-4,5 10-40
3-7(metabólito)
~90% no pico ~97% no pico ~80% no pico ~95% no pico ~80% no pico
Inibição de DPP4
~75% em 24h >80% em 24h ~70% em 24h >80% em 12h ~70% em 24h
Seletividade de DPP4 vs
>14.000 x >2660 390 x 270 x 40.000 x
DPP8
>14.000 x >5550 77 x 32 x >10.000 x
DPP9
GLP-1
Fígado
🠙 Produção de glicose
Sensibilidade
da insulina Pâncreas
🠙 Secreção de insulina
Músculo e Gordura 🠙 Secreção de glucagon
🠙 Captação de glicose 🠙 Biossíntese de
🠙 Armazenamento de glicose insulina Apenas
🠙 Proliferação de estudos
células β pré-clínicos
🠙 Neogênese de células
β
Figura 2. Efeitos fisiológicos do GLP-1 e potenciais mecanismos de ação
🠙 Apoptose dedos agonistas
células β do
receptor do GLP-1 (🠙 : aumento; 🠙 : diminuição) .
Análogos de GLP-1
Perda de peso
Metabólito
Inativo Baixo risco de hipoglicemia
DPP-IV
Náusea
GLP-1
Secreção de insulina
Drogas
(Soliqua®)
IDegLira: co-formulação é possível devido às propriedades dos
componentes individuais
X Drogas
Dapagliflozina
Empagliflozina
Canagliflozina
Glicosúria
INIBIDORES DO SGLT-
2
Vantagens Desvantagens
▪ Boa tolerabilidade ▪ Custo elevado
▪ Não causam hipoglicemia ▪ Infecções genitourinárias
▪ ↓ peso, circ. abdominal e PA ▪↑ risco de CAD euglicêmica
▪ ↓ mortalidade cardiovascular ▪↑ risco de amputações (Canagliflozina)
▪ ↓ ICC ▪ ↑ risco de fraturas (Canagliflozina)
▪ ↓ MACE ▪↑ LDL-c
▪ Efeito renoprotetor ▪↑ creatinina (transitório)
∙ Pioglitazona
∙ Sulfonilureia
Pode ser também indicada como terapia inicial ou como segunda droga, especialmente quando
houverem sintomas evidentes de insulinopenia ou glicemia >300 -350 e HbA1C > 10-12%.
NOVOS GUIDELINES DA ADA/EASD
2018
60 unidades:
perguntas
Como iniciar o esquema terapêutico dessa paciente?
Diabetes mellitus Tipo 1
Necessidades diárias de insulina conforme fase do Diabetes
Mellitus
Necessidade diária de insulina
Fase do diabetes
(dose total)
Imediatamente após diagnóstico
0,6 a 1,0 UI/kg/dia
(primodescompensação)
Período de remissão parcial
0,1 a 0,5 UI/kg/dia
(fase de “lua de mel”)
Idade pré-puberal
0,7 a 1,0 UI/kg/dia
(fase do diabetes pleno)
SLIDE /
Esquemas de insulinoterapia intensiva do tipo basal
bolus
Esquema de aplicação Tipo de insulina
Insulinoterapia Dose diária
segundo curva de ação sugerida
NPH 3 x/dia
40% a 50%
Basal Múltiplas doses Detemir 2x/dia
do total
Glargina 1x/dia
Lispro (velocidade
Bomba de infusão basal)
contínua Asparte (velocidade
basal)
Bolo Regular
50% a 60%
(correção + Múltiplas doses Lispro
do total
refeição) Asparte
SLIDE /
CASO 4 CASO 4
Vilar, 2016
SLIDE /
CASO 5 CASO 5
Corrigir primeiro as
hipoglicemias
SLIDE /
Referências