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DIABETES MELLITUS - GERAL As complicações do diabetes são categorizadas em:

✔ Distúrbios microvasculares
EPIDEMIOLOGIA ✔ Distúrbios macrovasculares
2017: 8,8% da população mundial com 20 a 79 anos
vivia com diabetes. A tendência é esse número Essas complicações resultam em:
aumentar. ✔ Retinopatia
✔ Nefropatia
O aumento da prevalência do diabetes está associado a: ✔ Neuropatia
✔ Rápida urbanização ✔ Doença coronariana
✔ Transição epidemiológica ✔ Doença cerebrovascular
✔ Transição nutricional ✔ Doença arterial periférica
✔ Estilo de vida sedentário
✔ Excesso de peso O diabetes tem sido responsabilizado por contribuir
✔ Crescimento e envelhecimento populacional para agravos, direta ou indiretamente, nos sistemas
✔ Maior sobrevida dos indivíduos com diabetes. musculoesquelético, digestório, na função cognitiva e
saúde mental, além de ser associado a diversos tipos
A diabetes pode permanecer não detectada por muitos de câncer.
anos, dando oportunidade ao desenvolvimento de
suas complicações. As amputações de membros inferiores são eventos
✔ Indivíduos com diabetes mal controlado ou não sentinela, porque o risco é influenciado pelo controle
controlado desenvolvem mais complicações do de diversos fatores (controle glicêmico, controle
que aqueles com o diabetes bem controlado pressórico, tabagismo etc.) e depende da habilidade
✔ As complicações podem aparecer antes da dos sistemas de saúde em rastrear o risco, estratificá-lo
hiperglicemia. Não está claro se as complicações e tratar os pés de alto risco e as úlceras.
crônicas são resultantes da hiperglicemia ou de
condições associadas (deficiência de insulina, ✔ A hipertensão é mais comum em indivíduos com
excesso de glucagon, mudanças de Osmolalidade diabetes.
etc.) ✔ Há uma associação entre diabetes e tuberculose e
hanseníase.
Nos países desenvolvidos o aumento da prevalência ✔ A diabetes aumenta a gravidade de várias doenças
do DM se dá especialmente em indivíduos com idade endêmicas, como TB, mieloidose e infecção pelo
mais avançada. Já nos países em desenvolvimento, vírus da dengue
indivíduos de todas as faixas etárias serão atingidos ✔ Diversos medicamentos para HIV/AIDS podem
(em especial entre 20 e 44 anos). desencadear diabetes
Há maiores taxas de diabetes em indivíduos sem ✔ Indivíduos com diabetes apresentam maiores
instrução ou com ensino fundamental incompleto. taxas de hospitalizações, além da maior duração
da hospitalização
OMS: glicemia elevada é o terceiro fator, em
importância, da causa de morte prematura. (superada PREVENÇÃO
apenas pela hipertensão e tabaco) Prevenção primária: prevenção do início da doença
✔ Estimular aleitamento materno e evitar a
MORTALIDADE introdução do leite de vaca nos primeiros 3 meses
DM tipo 1 de vida 🡪 DM tipo 1
Coma cetoacidótico é uma importante causa de morte ✔ Atingir e manter 7% de perda de peso e atividade
para indivíduos com diagnostico recente. Assim como física de 150 minutos por semana 🡪 DM tipo 2
nefropatia diabética, para os indivíduos com longa ✔ Uso de medicamentos em pré-diabéticos
duração da doença. ✔ Tratar fatores de risco

Nos países em que existe carência de recursos médicos, Prevenção secundária: prevenção das complicações
os indivíduos com diabetes tipo 1 tendem a morrer agudas e crônicas
precocemente por complicações metabólicas agudas Prevenção terciária: reabilitação e limitação das
(frequentemente por falta de insulina) ou infecções incapacidades produzidas pelas complicações
(tuberculose).
No diabetes tipo 2 a maioria dos indivíduos apresenta
DM tipo 2 obesidade, hipertensão e dislipidemia e portanto as
Doenças cardiovasculares são a principal causa intervenções devem abranger essas múltiplas
(responsável por metade dos óbitos). anormalidades metabólicas.
Nos países com carência de recursos médicos, a
principal causa de óbito em pacientes com DM tipo 2 é CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES MELLITUS
a doença cerebrovascular (como complicação da
hipertensão).

COMPLICAÇÕES E DOENÇAS ASSOCIADAS AO DIABETES


O DIABETES MELLITUS (DM) consiste em um distúrbio Na prática clínica, não se recomenda rotineiramente a
metabólico caracterizado por hiperglicemia investigação de autoimunidade com dosagem dos
persistente, decorrente de deficiência na produção de anticorpos.
insulina, na sua ação, ou em ambos os mecanismos. Os
órgãos mais acometidos são olhos, rins, coração e DIABETES MELLITUS TIPO 1B
vasos sanguíneos. Idiopático: casos em que a DM1 está presente, mas não
há autoanticorpos na circulação.
Há necessidade precoce de insulinoterapia plena.
As recomendações terapêuticas são as mesmas do
DM1A e não há riscos distintos para as complicações
crônicas entre os subtipos.

DIABETES AUTOIMUNE LATENTE EM ADULTOS


(LADA)
Destruição de células beta mais lentificada, presente
em adultos jovens e geralmente confundida com DM2.
Seu diagnóstico requer:
✔ Presença de autoanticorpos
DIABETES MELLITUS TIPO 1
✔ Baixa concentração de peptídeo C
O DM1 é uma doença autoimune, poligênica,
✔ Ausência de cetoacidose diabética ou
decorrente da destruição das células beta pancreáticas,
hiperglicemia acentuada assintomática
ocasionando deficiência completa na produção de
✔ Idade por volta dos 25 anos
insulina.
É mais frequentemente diagnosticado em crianças,
DIABETES MELLITUS TIPO 2
adolescentes e, em alguns casos, adultos jovens. Nos
O DM2 corresponde a 90 a 95% dos casos de DM.
adultos, há uma forma lentamente progressiva da doença
Geralmente acomete indivíduos a partir da 4ª década
(LADA).
de vida, embora possa aparecer em crianças e jovens.
Desenvolvimento de diabetes tipo 1: hipótese dos
É uma doença poligênica com etiologia complexa e
neoautoantígenos gerados pelo estresse da célula
multifatorial, envolvendo componentes genético e
beta pancreática propõe que fatores ambientais
ambiental (hábitos dietéticos e inatividade física).
(excesso de peso, rápido crescimento, infecções,
deficiências nutricionais etc.) poderiam produzir
O desenvolvimento e perpetuação da hiperglicemia
exaustão das células beta pancreáticas e,
ocorrem concomitantemente com hiperglucagonemia,
eventualmente, falência por destruição autoimune
resistência dos tecidos periféricos à ação da insulina,
secundária.
aumento da produção hepática de glicose, disfunção
Há presença de sintomas clássicos (poliuria, polidipsia e
incretínica (GLT-2), aumento de lipólise e
polifagia). Não há acentuada perda de peso e mudança
consequente aumento de ácidos graxos livres
de IMC.
circulantes, aumento da reabsorção renal de glicose e
graus variados de deficiência na síntese e na secreção
DIABETES MELLITUS TIPO 1A
de insulina pela célula beta pancreática.
Forma mais frequente de DM1, confirmada pela
positividade de um ou mais autoanticorpos. Esses
Na maioria das vezes, a doença é assintomática ou
autoanticorpos precedem a hiperglicemia por meses a
oligossintomática por longo período, sendo o
anos, durante um estágio pré-diabético.
diagnostico realizado por dosagens laboratoriais de
A população infantil é a mais acometida.
rotina ou manifestações das complicações crônicas.
Os marcadores de autoimunidade são: ICA (anti-ilhota),
IAA (anti-insulina), anti-GAD65 (ácido glutâmico),
Com menor frequência, indivíduos podem ter sintomas
anti-IA-2 e 2B, anti-transportador de zinco.
típicos de hiperglicemia (4Ps):
✔ Poliuria
Envolve, além da predisposição genética, fatores
✔ Polidipsia
ambientais como infecções virais, componentes
✔ Polifagia
dietéticos e composições da microbiota intestinal.
✔ Perda de peso inexplicada
Raramente cetoacidose diabética é manifestação inicial
A fase clinicamente detectável do DM1 tem início
do DM2.
abrupto, podendo ser cetoacidose diabética a primeira
manifestação da doença.
Fatores de risco: a presença de algum já impõe
rastreamento (a cada 3 anos ou menos) para
A maioria dos pacientes com DM1 possuem peso
diagnóstico precoce.
normal, mas o sobrepeso e obesidade podem estar
✔ História familiar de 1º grau
presentes.
✔ Etnia
✔ Avançar da idade (> 45 anos)
✔ Obesidade
✔ Sedentarismo
✔ Pré-diabetes ou diabetes gestacional (rastreamento
anual) MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Young):
✔ Síndrome metabólica (hipertensão, dislipidemia) associada a defeitos genéticos na função das células
✔ Tabagismo beta. Caracteriza-se pela herança autossômica
dominante (geralmente presente em 3 gerações

DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG)


A gestação é uma condição diabetogênica, uma vez
que a placenta produz hormônios hiperglicemiantes e
enzimas placentárias que degradam a insulina, com
consequente aumento compensatório na produção de
insulina e na resistência à insulina, podendo evoluir
com disfunção das células beta.
seguidas), idade precoce (25 anos) e graus variáveis de
O DMG é uma intolerância a carboidratos de disfunção da célula beta. São vários subtipos
gravidade variável, que se inicia durante a gestação, heterogêneos entre si.
sem ter previamente preenchido os critérios O que as difere da DM2 é que geralmente não há
diagnósticos de DM. Ele traz riscos tanto para mãe alteração de peso.
quanto para o feto e neonato, sendo geralmente
diagnosticado no segundo ou terceiro trimestre da Diabetes neonatal: diagnosticada nos primeiros 6 meses
gestação (geralmente é na 24ª semana). de vida. 50% dos casos são transitórios, ocorrendo
Essa condição pode ser transitória ou persistente após remissão em semanas ou meses; os demais são
o parto, caracterizando importante fator de risco para permanentes.
o desenvolvimento de DM2. ✔ Transitório: indivíduos afetados apresentam baixo
peso ao nascimento e a idade de aparecimento da
Fatores de risco: doença é nos primeiros 3 meses de vida.
✔ Idade materna avançada ✔ Permanente: hiperglicemia em idade mais
✔ Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso precoce, menor peso por ocasião do diagnóstico e
na gravidez necessitam de doses menores de insulina.
✔ Deposição central excessiva de gordura corpórea ✔ Não é possível, ao diagnostico, determinar se é
✔ História familiar de diabetes transitório ou permanente.
✔ Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio,
hipertensão ou pré-eclâmpsia Medicamentos associados a alterações no metabolismo da
✔ Antecedentes obstétricos de abortos de repetição, glicose por meio da diminuição da secreção ou ação da
malformações, morte fetal ou neonatal, insulina:
macrossomia ou DMG ✔ Glicocorticoides
✔ SOP ✔ Ácido nicotínico
✔ Baixa estatura (< 1,5m) ✔ Antipsicóticos atípicos

OUTRAS FORMAS DE DIABETES MELLITUS Diabetes derivada de infecções


A apresentação é muito variada e depende da Endocrinopatias
alteração de base que provocou o distúrbio do
metabolismo glicídico. DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS
Alterações fisiopatológicas precedem em muitos anos
o diagnóstico da doença.
A condição na qual os valores glicêmicos estão acima
dos valores de referência, mas abaixo dos valores
diagnósticos de DM são chamadas de pré-diabetes.
Nela, a resistência à insulina já está presente e, na
ausência de medidas de combate aos fatores de risco
modificáveis, ela evolui para doença clinicamente
manifesta e associa-se ao risco aumentado de doença
cardiovascular e complicações.
Na maioria dos casos de pré-diabetes e diabetes, a É objetivo do tratamento do paciente com DM o bom
condição é assintomática e o diagnóstico é feito com controle metabólico, diminuindo, assim, os riscos de
base em exames laboratoriais. complicações micro e macrovasculares.

As categorias de tolerância à glicose são definidas com


base nos exames:
✔ Glicemia de jejum: sangue periférico após jejum de
8h
✔ Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG): uma
mostra em jejum e outra 2h após ingesta de 75g de
glicose diluída em água 🡪 detecta a glicemia após
sobrecarga (pode ser a única alteração detectável
no início do DM)
✔ Hemoglobina glicada (Hb A1c): reflete níveis
glicêmicos dos últimos 3-4 meses e independe do
estado de jejum.
No arsenal disponível para avaliação do controle
A confirmação do diagnóstico de DM requer repetição glicêmico destacam-se:
dos exames alterados, idealmente o mesmo exame ✔ Hemoglobina glicada (HbA1c)
alterado em segunda amostra de sangue, na ausência ✔ Glicemias capilares diárias
de sintomas inequívocos de hiperglicemia (poliuria, ✔ Desvio-padrão da média da glicemia
polidipsia, polifagia e emagrecimento). ✔ Tempo no alvo
Se houver sintoma de hiperglicemia, realizar dosagem
de glicemia ao acaso e independente do jejum. Se ≥
200mg/dL, não é necessário confirmação em segunda
dosagem.

No DM1 a sintomatologia chama muito mais atenção


do que no DM2.

DIAGNOSTICO DO DIABETES MELLITUS HEMOGLOBINA GLICADA


GESTACIONAL É considerada exame padrão-ouro para avaliar o
No primeiro trimestre, idealmente na primeira controle metabólico do indivíduo com DM1. Suas
consulta de pré-natal, deve-se investigar DM medidas possibilitam estimar quão elevadas as
preexistente por meio de exames habituais. glicemias estiveram nos últimos 3 a 4 meses (a glicose
DM preexistente = antes da gestação até diagnostico no sanguínea se liga de maneira irreversível à hemoglobina,
1º trimestre. Essas mulheres apresentam maior risco
de malformações fetais e outras complicações.

O valor de corte da glicemia de jejum na gestação é < e a hemácia tem duração de 3 a 4 meses).
92. Valores entre 92 e 196 são diagnósticos de DMG em O resultado é expresso em porcentagem, sendo 50%
qualquer fase da gestação. correspondente ao mês que precedeu o exame, 25% ao
mês anterior e 25% ao terceiro e quarto mês anteriores
Toda mulher sem diagnostico reconhecido de DM à coleta. Assim, o resultado mostra, sobretudo, o
francamente manifesto ou DMG deve ser submetida a controle glicêmico no último mês.
TOTG com 75g de glicose após jejum de 8h entre 24 e
28 semanas de gestação, com coleta de glicose em Alvos:
jejum e 1-2h após sobrecarga. Um único valor ✔ < 18 anos: 7,5%
alterado no teste é suficiente para o diagnóstico de ✔ > 18 anos: 6,5 a 7% 🡪 deve ser avaliado
DMG. individualmente e varia com a presença ou
ausência de complicações e outras comorbidades.
METAS GLICÊMICAS
Atualmente, o valor de HbA1c igual a 7% interpreta-se Ao realizar upload dos glicosímetros para análise dos
como correspondente a uma glicemia média estimada gráficos, é possível obter duas outras ferramentas para
de 154mg/dl. controle glicêmico: desvio-padrão da média das
Recomenda-se que a HbA1c seja realizada a cada 3 a 4 glicemias e o tempo no alvo.

O desvio-padrão avalia a variabilidade da glicemia, que


deve ser < 50mg/dL ou de no máximo 1/3 da média das
glicemias. Quanto maior o desvio padrão, mais
instável é a glicemia.

O coeficiente de variação é o resultado da divisão do


desvio padrão pela média das glicemias, multiplicado
meses em crianças e adolescentes, com no mínimo 2 por 100. Valores > 36% estão associados a maior risco
medidas anuais. Para adultos, com controles estáveis, de hipoglicemia e maior variabilidade glicêmica.
sugerem-se 2 medias ao ano.
AUTOMONITORIZAÇÃO DIÁRIA DA GLICEMIA O tempo no alvo (TIR) resulta da incorporação do uso
CAPILAR de sensor contínuo de glicose. Ele indica por quanto
A monitorização da glicemia diariamente por tempo, no período selecionado, o paciente permaneceu
indivíduos com DM1 de qualquer faixa etária diminui com as glicemias entre 70 e 180.
o risco de complicações agudas (cetoacidose e
hipoglicemia) e permite que o paciente entenda os
determinantes de sua glicemia ao correlacionar os
resultados de sua glicemia com a alimentação e
atividade física realizada.

A automonitorização favorece estratégias a fim de


tratar ou evitar glicemias fora do alvo, modificar a
razão insulina/carboidrato (otimizando a contagem de
carboidratos) ou ajustar o fator de sensibilidade
(propiciando uma correção eficaz da hiperglicemia)
além de possibilitar ajustes da insulina basal. MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA DE GLICOSE
Sensor posicionado no interstício que faz leitura da
São necessários, em média, 6 medidas ao dia: glicose a cada 5 minutos. Isso é muito útil
✔ Antes das refeições principais principalmente para os pacientes com hipoglicemia
✔ 2 horas após as refeições (para ajuste da insulina assintomática, pois é possível programar os alarmes
bólus) 🡪 pelo menos 1 refeição ao dia, variando a para que sejam ativados quando determinado limite
cada dia de glicemia for atingido ou, nas bombas mais
✔ Ao deitar-se modernas, quando houver queda esperada de
✔ Pelo menos uma vez ao mês, realizar medida na glicemia, antes que o paciente atinja o limiar de
madrugada (entre 3 e 4h) hipoglicemia.
O sensor pode fazer parte do conjunto da bomba de
O paciente deve ser instruído também a realizar infusão de insulina ou apresentar-se isoladamente.
medição em situações especiais, como antes e depois
de exercício físico intenso, para ajuste da insulina e da MONITORIZAÇÃO DE CETONAS NA URINA E
ingestão de carboidratos. NO SANGUE

A terapia insulínica intensiva requer monitorização Na vigência de doença intercorrente, os pacientes


frequente da glicemia capilar (4 a 6x ao dia), assim devem ser alertados a monitorar as cetonas na urina
como reajustes regulares das doses de insulina, o que e/ou sangue (com fitas para aferição capilar).
se realiza pelos pacientes ou por seus familiares em Essa medida deve ser realizada toda vez que o
associação com equipe multiprofissional. paciente estiver doente e com hiperglicemias
mantidas (≥ 250).
MÉDIA E DESVIO-PADRÃO DA GLICEMIA E
TEMPO NO ALVO
quantidade suficiente de nutrientes para proporcionar
crescimento do feto.
METAS GLICEMICAS PARA GESTANTES COM DM Com o envelhecimento, o acúmulo de gordura
visceral associado à diminuição da atividade física, à
DIABETES MELLITUS PRÉ-GESTACIONAL
presença de sarcopenia (redução da massa muscular) e
Toda mulher com DM pré-gestacional, tanto tipo 1
à redução da função mitocondrial favorecem o
quanto tipo 2, deve ser alertada da importância de um
aumento da resistência à insulina.
controle glicêmico estreito antes da concepção.
Recomenda-se HbA1c < 6,5% antes da concepção.
Em condições patológicas, a resistência à insulina é
Após a concepção, aconselha-se monitorização das
componente de diversas doenças e alterações
glicemias capilares pré e pós-prandiais em todas as
metabólicas, como as síndromes de resistência à
refeições (em média, 7 ao dia).
insulina severas de origem autoimune, SOP, estresse
fisiológico e infecção, uso de glicocorticoides e
Na gestação, a monitorização 1h pós-prandial é a
inibidores de protease, obesidade, HAS,
mais usada. O teste pré-prandial é recomendado para
hiperlipidemias e DM2.
ajuste de insulina rápida ou ultrarrápida, enquanto o
pós está relacionado ao melhor controle glicêmico e
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À INSULINA
menor risco de pré-eclâmpsia.

A HbA1c deve ser medida pelo menos uma vez a cada


trimestre. O ideal é < 6,5% nos dois primeiros
trimestres e < 6% no terceiro trimestre.

DIABETES MELLITUS GESTACIONAL


Para mulheres que desenvolveram DM na gestação,
recomenda-se a monitorização da glicemia capilar 4x
ao dia: em jejum e após as três principais refeições.

As metas de glicemia capilar na gestação são:


✔ Jejum: < 95mg/dL
✔ 1h pós-prandial: < 140
✔ 2h pós-prandial: < 120

RESISTÊNCIA À INSULINA

A resistência à insulina é um estado no qual


quantidades de insulina maiores do que o normal
são necessárias para provocar uma resposta
quantitativamente normal.

A insulina exerce um papel importante no


metabolismo dos lipídios e aminoácidos em diferentes EMERGÊNCIAS NA DM
órgãos, tecidos e células. Entretanto, o conceito de As principais complicações agudas são:
resistência à insulina, na prática clínica, é mais ✔ Cetoacidose Diabética (CAD) 🡪 mais comum em
utilizado para se referir aos efeitos estimulantes da DM1
insulina sobre a captação de glicose periférica, ✔ Estado de Hiperglicemia Hiperosmolar (EHH) 🡪
principalmente pelos músculos e tecido adiposo, e aos mais comum em DM2
inibidores da insulina sobre a produção hepática de A CAD é caracterizada pela tríade: hiperglicemia,
glicose. cetonemia e acidose metabólica.
A regulação desses processos metabólicos faz com que Ela pode apresentar:
a insulina seja responsável pela manutenção da ✔ Poliuria
homeostase da glicose dentro de uma estreita faixa de ✔ Polidipsia
variação ao longo dos estados alimentados e jejum. ✔ Desidratação
✔ Olhos fundos
Durante o curso normal do desenvolvimento humano, ✔ Mucosas secas
a puberdade é um período de resistência transitória ✔ Turgor da pele diminuído
fisiológica à insulina, explicado pelo aumento dos ✔ Choque
hormônios esteroides sexuais e hormônio do ✔ Leucocitose
crescimento. No período pós-púbere, os adolescentes
retornam aos níveis de resistência observados nas fases O EHH tem uma clínica mais insidiosa, podendo
pré-puberal e adulta. demorar semanas para se manifestar. É marcado por
A gestação é outro momento de mudança fisiológica desidratação importante e coma. Pode haver
nos níveis de resistência à insulina. No 1º trimestre há desequilíbrio de eletrólitos.
aumento da sensibilidade à insulina, resultando em
menores níveis glicêmicos, com objetivo de fornecer
IMAGENS IMPORTANTES

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