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CLÍNICA MÉDICA: DIABETES MELLITUS 1º ETAPA

Laura França Malaquias

Diabetes Mellitus

Epidemiologia: 537 milhões de diabéticos no


mundo. A grande maioria é DM2, atingindo
prioritariamente idosos.

DM2: lesões micro e macrovasculares, sendo a Critérios de descompensação glicêmica: glicosúria,


principal causa de amputações de membros poliúria, polidipsia, desidratação.
inferiores, principal causa de cegueira retinopatia
(nefro e retinopatia diabética). Lembrar também
que a nefropatia diabética é a principal causa de
insuficiência renal crônica terminal nos países
desenvolvidos.

Doença Coronariana é a principal causa de


mortalidade nos diabetes.

Definição:

Diabetes é um grupo de doenças metabólicas,


heterogêneas, caracterizadas em comum pela Paciente com deficiência e resistência à ação da
hiperglicemia (resultado de uma falha na ação, insulina - evitar que a doença evolua.
secreção ou receptores de insulina).
Classificação:

Para diferenciar DM1 de DM2 precisamos de uma


análise clínica e epidemiológica, pacientes com
DM1 são mais suscetíveis a apresentar os sintomas
clássicos da hiperglicemia, enquanto pacientes
DM2 são assintomáticos ou oligossintomáticos,
send em sua grande maioria diagnosticados em - A maioria dos pacientes abrem o quadro
exames de rotina. com cetoacidose diabética (avaliação pela
gasometria e clínica - desidratação, perda de
peso).
- Sintomatologia clássica: poliúria, polidipsia,
perda de peso.
- Diagnóstico antes dos 30 anos.
- Tratamento com insulinoterapia.

Existe uma questão de suscetibilidade genética:

Característica DM1 DM2


HLA DR3, DR4, DQ e DP
Clínica
Anticorpo mais prevalente: Anti-GAD.
Início usual Infância e A partir dos 40
adolescência anos
Mais comum em pacientes menores de 5 anos:
Frequência 5 a 10% 90 a 95%
relativa IA-2.

Prevalência 0,1 a 0,3% 7,5% Fatores ambientais: infecciosos, alimentares,


Concordância em Até 50% 80 a 90% tóxicos, emocionais (podem ser fatores
gêmeos idênticos
desencadeantes em pacientes geneticamente
Associação com Sim Não
HLA suscetíveis).

ICA/anti-GAD65 Geralmente Ausentes


presentes

Peptídeo C sérico Baixo Normal ou


elevado

Obesidade ao Ocasional Frequente (80%


diagnóstico são obesos)

Sintomas Quase sempre 50% dos


clássicos presentes pacientes são
assintomáticos

Complicação Cetoacidose Síndrome


aguda mais diabética hiperosmolar
característica hiperglicêmica

Tratamento Insulina Hipoglicemiantes


medicamentoso orais
inicial Diabetes Mellitus tipo 2

Diabetes Mellitus tipo 1 - 90% dos pacientes.


- Deficiência relativa a insulina (a longo
- 10% dos diabéticos;
prazo), com resistência periférica à insulina.
- Deficiência grave da produção de insulina,
- Doença comum de pacientes inflamados,
consequente a uma destruição autoimune ou
com obesidade, problemas metabólicos
idiopática das células beta pancreáticas.
associados.
- Mais comum em pacientes acima de 40
anos.
- 80% dos pacientes morrem de efeito
cardiovascular.
- A etiopatogenia é uma doença poligênica,
com influência ambiental como obesidade,
sedentarismo, idade, além de mutação de
diversos genes.
- Complicação aguda clássica: síndrome
hiperosmolar hiperglicêmica.
Diabetes Gestacional
Resistência periférica à insulina: gama de
patologias que levam a doença aterosclerotica.

Lesão endotelial + inflamação crônica levam a um


desfecho desfavorável .

Diagnosticado durante a gestação, cometendo 4-8%


das gestações, levando ao aumento da
morbi-mortalidade perinatal.

Os bebês devem ser diagnosticados posteriormente,


assim como a mãe para avaliar a possibilidade de
desenvolver outras síndromes metabólicas.

Rastreio: GJ entre 85 - 92 mg/dl - levando a


necessidade de se avaliar o TOTG entre a 24-28
semana da gestação.

Lipoatrófico - aumento de massa magra


(lipodistrofia) devido ao aumento da resistência à
insulina periférica.

Acantose nigricans - hiperinsulinemia.


LADA

- Paciente adulto com características de DM1


(autoimune), com anticorpos positivos
levando a destruição das células beta.
- Manifestada entre 30-50 anos de idade.

Diagnóstico:

No DM2, cerca de 50% dos pacientes desconhecem


ter a doença por serem assintomáticos ou
Mody oligossintomáticos, apresentando mais comumente
sintomas inespecíficos, como tonturas, dificuldade
- Geralmente acontece em gerações, diabetes
visual, astenia e/ou cãibras.
familiar (3º gerações) - e modo de
transmissão autossômico dominante.
- A idade do diagnóstico é precoce.
- Paciente tem defeitos na secreção da
insulina.

DM2 com tendência a cetose

- Pacientes obesos sem clinica de metabólitos,


com ac negativos e pepetideo c positivo,
produzem insulina em menor quantidade
(mais comum em negros e hispânicos).
- CAD como manifestação inicial do DM.
- Evoluem de modo atípico - dentro de
poucos meses a insulinoterapia pode ser A glicemia de jejum (GJ) representa o meio mais
interrompidas e os pacientes tratados com prático de avaliar o status glicêmico, e dois valores
hipoglicemiantes orais, superiores ou iguais a 126 mg/dl, obtidos em dias
diferentes, são suficientes para estabelecer o
diagnóstico de diabetes melito, valores entre 100 e
125 mg/dl podem ser classificados como
pré-diabetes, Porém uma medida aleatória acima de
200 apresentados sintomas típicos também pode
fechar o diagnóstico.

O DM deve sempre ser considerado em pacientes


com os sintomas clássicos da doença (poliúria,
polidipsia e perda de peso, apesar da polifagia),
assim como naqueles com queixas de vulvovaginite
de repetição ou disfunção erétil. Entre os indivíduos
assintomáticos, o diabetes deve ser pesquisado
naqueles com idade acima de 45 anos ou nos mais
jovens, caso haja fatores que os tornem mais
suscetíveis à doença,

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