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Flegel (2015) menciona que o processo hemorrágico tem a severidade atrelada a quantidade de sangue que a
vítima está perdendo. Isto é, a velocidade de fluidez do sangue ao sair do ferimento, bem como o local onde
ocorreu o ferimento. Por exemplo, ferimentos na região do pescoço podem ser fatais em poucos segundos;
enquanto que em outras regiõ es a perca de um litro e meio de sangue já torna a situação bastante grave,
podendo a vítima chegar à ó bito.
Tamanho do vaso
Vasos com calibre alto, ou seja, com espessuras maiores, são capazes de expulsar sangue em uma
velocidade maior, acelerando a perda de volumetria.
A lesão pode ocorrer pró xima a vias aéreas, causando entupimentos, que podem gerar afogamentos
ou engasgos.
Entre os fatores que afetam a gravidade da hemorragia, a origem é um dos pontos mais importantes,
principalmente no atendimento de primeiros socorros. A rápida identificação do local é essencial para o
estancamento imediato e interrupção da perda sanguínea (FALCÃ O, 2015).
Apó s a aplicação dos primeiros socorros para a interrupção do processo hemorrágico, os cuidados
hospitalares incluem a transfusão sanguínea para a recuperação do líquido perdido. Contudo, para que a
vítima sobreviva para receber a doação, é necessário que os procedimentos de primeiros socorros sejam
realizados corretamente.
VOCÊ SABIA?
O processo de doaçã o de sangue, que, a grosso modo, é o vazamento sanguíneo
controlado, considera o peso dos candidatos. O volume de sangue é diretamente
proporcional ao peso corporal, assim, para mulheres, o permitido é que se doem
8ml/kg corporal; enquanto que, para homens, 9mL/kg. Uma pessoa com 50 kg
poderia doar entre 400 e 450 mL, por exemplo, volume nã o suficiente para as
bolsas padronizadas de coleta (PRÓ SANGUE, s/d).
Além disso, há alguns pontos que devem ser conhecidos durante a análise do ferimento e a busca pela sua
origem, não apenas no contexto da busca física e externa, mas se o vaso que sofreu a lesão foi uma artéria,
uma veia ou um capilar. A figura a seguir traz a representação desses três tipos de vasos, bem como o fluxo
sanguíneo que os perpassam.
Figura 1 - O reconhecimento da lesão tendo origem em uma veia, um capilar ou uma artéria é essencial para
a prestação do auxílio.
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2018.
Analisando e sabendo reconhecer a origem da hemorragia, pode-se estabelecer um procedimento mais seguro
de primeiros socorros, pois se obtém um panorama sobre a profundidade e a gravidade da lesão (FLEGEL,
2015; SANTOS, 2014; MORAES, 2010).
Podemos diferenciar os três tipos hemorrágicos de acordo com sua origem. Clique no recurso a seguir.
Além do tipo de vaso atingido, é necessário reconhecer que as hemorragias podem ser externas, sendo
facilmente detectadas; ou internas, de difícil detecção a olho nu. As internas, inclusive, não apresentam
exteriorização do sangue, pois são resultado de traumas e hematomas internos (ROSALES, 2007).
Figura 2 - As características dos ferimentos permitem identificar sua origem, podendo o socorrista saber se
o ferimento foi em capilares, artérias ou veias, a fim de aplicar a técnica adequada.
Fonte: NoPainNoGain, Shutterstock, 2018.
O atendimento em primeiros socorros para ferimentos externos deve seguir medidas de segurança para o
socorrista, que deve se proteger com luvas, ó culos e máscaras, evitando o contato com o sangue da vítima.
Afinal, a transmissão de pató genos por contato sanguíneo é um agravante das hemorragias, expondo a vida de
socorristas e outras pessoas à riscos. Vale lembrar, ainda, que doenças como a AIDS ou hepatites são
transmitidas por contato sanguíneo e comprometem a saú de e a qualidade de vida do paciente (FLEGEL,
2015).
Dessa maneira, a primeira ação de primeiros socorros é a proteção do socorrista. De acordo com Moraes
(2010), Santos (2014) e Karren et al. (2013), entre as açõ es para proteção, estão as que você poderá ver a
seguir, clicando nos ícones.
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Apó s assegurar sua proteção e a chamada do resgaste médico, o socorrista deve auxiliar a vítima
imediatamente, realizando a análise do ambiente e a abordagem da vítima, em busca por lesõ es e suas
origens.
A etapa seguinte, ou seja, o estancamento da hemorragia, deve ser realizada com responsabilidade para não
aumentar o ferimento. Conforme Flegel (2015), é preciso. Clique nos ícones a seguir.
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Uma vez que vítima perde um volume consideravelmente alto de sangue (aproximadamente um litro ou 20%
do volume total), o coração perde a capacidade de bombeamento, surgindo sérios problemas para a
manutenção das funçõ es vitais. É essencial que se estanque o ferimento e encaminhe a vítima para transfusão,
que deve ser realizado pelo suporte médico apó s o chamado do resgate (MORAES, 2010).
VOCÊ O CONHECE?
James Blundell foi o primeiro a realizar transfusões em humanos, após executar
experimentos em animais. James, em 1818, realizou a transfusã o em mulheres que
haviam sofrido hemorragias após o parto, salvando diversas vidas. O processo é
extremamente importante na história da humanidade, tendo salvo inú meras vidas
durante crises histórias causadas por doenças e guerras (INSTITUTO HOC, s/d).
Em casos de hemorragia externa, a identificação de um possível início de choque é facilitada, pois se observa
diretamente o fluxo sanguíneo que está sendo expelido pelo corpo. O grande problema, contudo, encontra-se
na análise de um possível choque em hemorragias internas. Alguns sintomas podem auxiliar na
identificação do problema, que, quando observados na vítima, ajudam o socorrista a preparar as medidas
necessárias.
Segundo Flegel (2015), Rosales (2007) e Falcão (2010), entre os sintomas, destacam-se os que você poderá
ver clicando no recurso a seguir.
Taquicardia
O bombeamento do coração é comprometido e o pulso fica fraco e
acelerado.
Pele com aspecto ú mido, frio e
A redução do volume sanguíneo prioriza ó rgãos essenciais,
pegajoso
restringindo o aporte sanguíneo epitelial.
Hipotensão
A queda da pressão sanguínea é característica da redução do aporte
sanguíneo circulante.
Sede e inquietação
A sede e a inquietação são características da perda de volume de
líquidos e nutrientes. Contudo, vale lembrar que não deve fornecer
líquidos para a vítima, apenas umedecer seus lábios.
Náuseas e vô mitos
O corpo pede o equilíbrio e a baixa pressão sanguínea causa mal-
estar, o que se reflete em tonturas, náuseas e possíveis vô mitos.
Conforme vimos, as açõ es de primeiros socorros para contenção das hemorragias, incluem, inicialmente, a
proteção do socorrista contra os pató genos de transmissão via fluídos corporais. Uma vez protegido, o
socorrista deve analisar a situação e abordar a vítima com calma e delicadeza, em busca da origem sanguínea.
Além disso, deve analisar a coloração do sangue para identificar se a hemorragia é arterial, venosa ou capilar
(FLEGEL, 2015).
Basicamente, em casos de hemorragias venosa e arterial, devem ser inseridas gazes e realizar pressão no
local. Já para ferimentos capilares, a limpeza do ferimento se adiciona a lista de açõ es de primeiros socorros,
além da cobertura com gazes e pressão no local (FLEGEL, 2015).
De modo mais completo e detalhado, há três técnicas principais para contenção de hemorragias externas:
compressão direta do local, elevação do membro e compressão indireta.
A compressão direta exige que o socorrista encontre exatamente o local de vazamento, a fim de cobrir a região
com gaze e atadura, visando controlar o volume de sangue perdido e acelerar o processo de coagulação pela
pressão do curativo. Ao realizar a compressão direta, pode-se elevar o membro acima do nível do coração, se
possível, para evitar que o fluxo sanguíneo tenha auxílio da gravidade, diminuindo o aporte volumétrico
direcionado ao ferimento.
Ainda como método de diminuir o aporte volumétrico, caso seja possível, pode-se localizar externamente o
caso, usualmente a artéria ou veia, onde deve ser realizada a compressão, impedindo e dificultando a
passagem de sangue (FLEGEL, 2015; MORAES, 2010).
Figura 4 - O procedimento de compressão direta e elevação, seguida da compressão indireta, são as medidas
de primeiros socorros mais adequadas em casos de hemorragias externas.
Fonte: Luciano Cosmo, Shutterstock, 2018.
Outro método popularmente difundido em filmes e meios midiáticos é o torniquete ou garrote. Entretanto, ele
não é indicado, a menos que a situação seja de extrema emergência, como em caso de mú ltiplas vítimas.
O torniquete é realizado pela compressão da região com tecidos, torcendo-os para pressionar a região e
estancar o aporte sanguíneo que chega ao ferimento. Todavia, o risco de gangrenar e aumentar a lesão é
grande, por isso, o método não é recomendado para primeiros socorros, sendo preferível a realização da
tríade compressão-elevação-compressão.
Segundo Moraes (2010, p. 91), as etapas para realização de um torniquete são:
Vale ressaltar que essas são situaçõ es que podem ocorrer em nossa rotina, sendo importante estarmos ciente
dos riscos e das açõ es adequadas para amenizar as sequelas para o acidentado.
Agora, prosseguiremos com outro tipo de emergência importante nesse contexto, que inclui o desequilíbrio de
um composto essencial para as funçõ es fisioló gicas do organismo: a glicose.
Os sinais de hipoglicemia incluem fome brusca, fraqueza, tremor, desorientação e irritabilidade. Em casos
mais graves, há, também, a chance de crises convulsivas.
Já os sinais de hiperglicemia incluem forte sensação de fome e sede, urina constante, visão turva, cansaço,
sonolência, indigestão, dor abdominal. Em casos mais graves, pode haver perda da consciência (MORAES,
2010).
O quadro a seguir detalha os sintomas, diferenciando-os de maneira mais completa e apresentando possíveis
situaçõ es associadas a cada distú rbio.
Figura 6 - Os sintomas e causas da hipoglicemia e hiperglicemia auxiliam o socorrista a identificar a ação de
primeiros socorros necessária.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em KARREN et al., 2013; MORAES, 2010.
Ao analisar a lista comparativa, nota-se que alguns sintomas são essenciais para diferenciação entre
hiperglicemia e hipoglicemia. Assim, o socorrista pode analisá-los para tentar identificar qual é o tipo de
ocorrência com que está lidando, caso a análise da situação não seja suficiente (FLEGEL, 2015).
Apesar de outras situaçõ es causarem a queda ou a elevação da glicemia, de modo geral, a diabetes é a
principal causa desses problemas.
A diabetes é uma doença que atinge milhõ es de pessoas em todo o mundo. Ela está associada ao
sedentarismo, sendo que o papel da prática esportiva para conter a evolução de quadros. Além disso, devido
sua ampla disseminação, é importante que se conheça os sintomas e as práticas de primeiros socorros
associadas à doença, as quais são semelhantes às aplicadas em casos de hiperglicemia e hipoglicemia.
Todavia, em relação a vítima com diabetes, é necessário que, durante os primeiros socorros, a vítima possa
responder sobre ter ou não a doença, bem como o seu tipo e se possui seringas reversíveis do quadro.
3.3.1 Diabetes
A diabetes é uma doença de ampla abrangência, em que problemas hormonais resultam em alteraçõ es da
glicemia. A insulina é o hormô nio chave nessa doença, pois é a responsável por carregar a glicose através da
corrente sanguínea, até chegar ao seu destino final, ou seja, nas células, que necessitam da glicose como
aporte energético.
Na chamada diabetes mellitus, a insulina não é capaz de realizar seu papel efetivamente, e a glicose se
acumula, gerando um quadro de hiperglicemia.
Karren et al. (2013, p. 312) apontam um paradoxo associado a doença, visto que há a presença de açú car na
corrente sanguínea de diabéticos, mas não onde é necessário:
Em pessoas com diabetes mellitus, o açú car se acumula na corrente sanguínea, porque a insulina
não o desloca para as células do corpo. É uma situação paradoxal: o indivíduo diabético apresenta
níveis extremamente elevados de açú car no sangue, mas ocorre uma depleção do seu suprimento
nas células, nas quais é essencialmente necessário.
Como forma de garantir a sobrevivência, as células deslocam sua fonte de energia, consumindo de fontes de
lipídios e proteínas, o que, a longo prazo, leva à perda de peso e ao enfraquecimento muscular. Já em curto
prazo, pode ocorrer a subtração de massa de ó rgãos vitais.
Dessa forma, o excesso de açú car é excretado pelos rins, uma vez que não consegue ser consumido, exigindo
uma demanda de água alta para sua eliminação, gerando quadros de desidratação na vítima (MORAES, 2010;
FALCÃ O, 2010).
A longo prazo, a diabetes pode ter consequências sérias devido a deterioração de vasos e ó rgãos, como
cegueira e perda de membros, além de problemas no sistema nervoso e gastrointestinal. É comum, por
exemplo, que pessoas diabéticas sofram acidentes vasculares encefálico e ataques cardíacos.
De acordo com Moraes (2010) e Karren et al. (2013), há dois tipos de diabetes, sendo diabetes tipo I e tipo II.
A diabetes tipo I é caracterizada quando o sujeito não produz insulina, devendo ter a quantidade diária injetada
de modo intravenoso. Ela é mais comum em jovens e adolescentes.
Já com relação a diabetes tipo II, o sujeito tem a habilidade de produzir insulina, porém em níveis muito
baixos, o que compromete o transporte para as células, gerando o quadro de hiperglicemia. Nesses casos, é
preciso controlar a quantidade de açú cares ingeridos para ser compatível com o nível de insulina produzido.
Inclusive, ela é mais comum do que a diabetes tipo I, estando relacionada ao sedentarismo e a obesidade. Sua
incidência é mais popular em pessoas acima dos 40 anos.
Há, também, um tipo especial de diabetes, que ocorre em mulheres durante a gravidez. Nesse caso, os
hormô nios da placenta combatem o hormô nio da insulina, gerando hiperglicemia gestacional, que pode
causar sérios problemas (KARREN et al., 2013).
A diabetes, como um distú rbio metabó lico que pode se tornar grave, exige cuidados de primeiros socorros
específicos para o auxílio rápido da vítima.
Figura 7 - Uma gota sanguínea é direcionada para a fita medidora, que emite um sinal por reaçõ es
enzimáticas e permite a detecção do nível de açú car no sangue da vítima.
Fonte: Kwangmoozaa, Shutterstock, 2018.
Os valores considerados para cada caso precisam ser conhecidos durante o procedimento. Dessa forma, o
socorrista deve coletar uma gota de sangue de um dos dedos da vítima, inserindo no equipamento. Aliás, é
comum que pessoas diabéticas tenham o equipamento consigo.
Assim, ao retornar o valor, caso esteja menor do que 70mg/dl, considera-se uma vítima com hipoglicemia,
sendo que a ação do oferecimento de compostos doces deve ser realizada imediatamente para aumentar os
níveis de açú car no sangue. Contudo, se o equipamento acusar valores acima de 140 mg/dl, um episó dio de
hiperglicemia é caracterizado, devendo o socorrista, se possível, fornecer insulina ou estabilizar a vítima,
chamando o resgate imediatamente (BRASIL, 2010).
Alguns cuidados devem ser realizados durante a medida de glicose. Deve-se atentar para não coletar uma gota
de sangue muito pequena, bem como as fitas e o equipamento precisam estar em boas condiçõ es. Com isso,
torna-se mais seguro o auxílio de primeiros socorros em casos de transtornos glicêmicos, pela facilidade e
agilidade de detecção.
Síntese
Encerramos o terceiro capítulo desta disciplina com conceitos importantes que devem ser fixados para que a
aplicação correta de primeiros socorros em diferentes casos possa ser sucesso quando a prática exigir. Agora,
você está apto para colocar as manobras em ação.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Bibliografia
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<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_hemofilia_2ed.pdf
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DONATELLI, L. Como retirar luvas de procedimento sem contaminar as mãos. 13 jan. 2015. Disponível em:
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FALCÃ O, L. F. dos R.; BRANDÃ O, J. C. M. Primeiros socorros. São Paulo: Martinari, 2010.
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KARREN, K. J. et al. Primeiros socorros para estudantes. 10. ed. São Paulo: Manole, 2013.
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ROSALES, S. Prevenção e primeiros socorros. São Paulo: Vergara Brasil Ltda, 2007.
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