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FISIOLOGIA PARA PSICOLOGIA I #CFF207

2023.2
PROFESSOR COORDENADOR RAFAEL HOSPODAR FELIPPE VALVERDE
CADERNO DE PEDRO FRANCO VILLELA instagram.com/pedro_franco_

03 de outubro

Anotações da Aula

Aula do professor Claudio Canetti. Na aula que vem a aula será de 8h às 10h.

No calor, vermelhidão na pele significa vasodilatação para perda de calor e controle dos
mecanismos homeostáticos. No frio, a pele fica mais branca por conta da vasoconstrição,
para evitar a perda de calor.

No que tange ao controle e à manutenção dos fluidos. A artéria aorta é o maior vaso do
corpo, com 2,5 cm de calibre. O menor vaso é em torno de 8 micrômetros. Quando
separamos o sangue, há o plasma ou soro, e temos a parte sólida, composta por tipos
celulares, série vermelha e série branca.

Sobre o revestimento interno de um vaso sanguíneo. Qual célula o reveste? O endotélio


vascular. Dependendo do tipo de vaso, há permeabilidade de células como também de
líquidos. No caso de edema, há um aumento da permeabilidade dos vasos para fazer o
inchaço.

Permeabilidade vascular diz respeito a abertura de peps no endotélio. Vasodilatação diz


respeito ao aumento do calibre dos vasos, por conta da musculatura lisa vascular; a
mesma coisa na vasoconstrição. Esses mecanismos regulam também a pressão, para que o
sangue possa fluir de maneira a nutrir todas as células do nosso corpo.

Mais de 80% das mortes estão relacionadas a câncer e ao sistema cardiovascular. O que é
um infarto agudo do miocárdio? É a falta de irrigação no tecido de parte do miocárdio, de

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responsabilidade do sistema coronariano. O que impede a irrigação? A doença
ateromatose, placas de gordura nos vasos. Outro grande problema é o dos acidentes
vasculares cerebrais, que podem ser oclusivos ou hemorrágicos.

O sangue tem características próprias decorrentes principalmente da quantidade de


células e da quantidade de proteínas, que ditarão a viscosidade do sangue.

O coração pode ser separado em esquerdo e direito, bem como em lados inferior
(ventrículo) e superior (átrios). A espessura do lado esquerdo é maior, há muito mais
miócitos na parede do lado esquerdo, porque a força pressórica é muito maior, já que vai
para o corpo inteiro. A pequena circulação é do lado direito. Qual é a pressão normal? 12
por 8, sistólica e diastólica.

Aneurisma é a fragilidade em uma das paredes de um vaso. Nesse sentido, no caso de


hipertensão, a probabilidade de rompimento é muito maior, em acidentes vasculares.
Como a hipertensão causa o infarto? Ele gasta mais energia para bombear contra a
pressão vascular superior, assim é mais fácil faltar sangue para um coração que trabalha
mais. A longo prazo o coração fica hipertrofiado, assim ele necessita de mais nutrientes e
tem mais chances de problema. Na pressão alta, a probabilidade de placas de gordura
aumenta, com a descamação do endotélio de revestimento. A pressão alta também pode
danificar os rins.

A pressão é a quantidade de sangue e o status da vasculatura. Assim, os diuréticos


diminuem a quantidade de sangue. Os beta bloqueadores atuam nos receptores cardíacos
para adrenalina, por isso o hipertenso não pode se estressar, porque isso aumenta a
frequência e a intensidades dos batimentos. Os nitratos orgânicos sublinguais diminuem a
pressão por meio da vasodilatação.

Uma característica muito própria do coração é o automatismo, que é a capacidade de


pulsar mesmo fora do corpo. O que é isso? É o marca-passo, temos dois, que são um
agrupamento de células que têm características elétricas próprias responsáveis por um
potencial de ação local.

A frequência cardíaca normal é de 70, mas pode variar de 20 a mais de 200.

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Há a hipertensão, há a normotensão e há a hipotensão. A hipotensão postural é quando
estamos deitados e levantamos alto. Em hipotensão severa, pode haver prejuízo aos
órgãos.

O miocárdio contrátil é o miócito normal do coração e o miocárdio auto-excitável é o dos


dois marca-passos. A duração do potencial de ação é o tempo que as mudanças elétricas
numa célula levam para disparar uma ação. O período refratário é o tempo que o músculo
fica sem poder sofrer uma nova contração. É importante o período refratário no coração
para evitar arritmias.

Um indivíduo tem em torno de 6 litros de sangue. 65% do sangue do corpo está


acomodado no sistema venoso. O coração em diástole tem 7%. A maior capacidade de
reservatório de sangue do nosso corpo está no sistema venoso. A capacidade de
reservatório no sistema venoso é chamada de complacência venosa. Quanto maior o
retorno venoso para o coração, maior o débito cardíaco (mais sangue ele vai bombear). A
venoconstrição aumenta, portanto, o débito cardíaco.

O débito cardíaco é a quantidade de sangue que cada ventrículo lança na circulação em


determinada unidade de tempo; que é o volume de sangue ejetado pelo coração por
minuto.

A fórmula da pressão arterial é igual ao débito cardíaco vezes a resistência periférica. Essa
resistência é o status do calibre do sistema vascular. A contração dos vasos aumenta a
pressão e a dilatação dos vasos diminui a pressão.

Em uma situação normal, 47% da resistência periférica é de pequenas artérias e arteríolas.


A aorta é responsável por apenas 19% da resistência. Por que isso ocorre? Porque as
arteríolas e pequenas artérias são muito mais numerosas (em número e em área) que as
grandes artérias.

O endotélio vascular estará presente em todos os vasos. O que vai variar é o tecido
elástico, a musculatura lisa e o tecido fibroso. O capilar é o mais simples possível, só tem
endotélio e membrana basal.

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A irrigação coronariana tem esse nome porque forma uma coroa em torno do coração. O
entupimento do lado direito tem uma sintomatologia menor do que a do esquerdo, que é
responsável pela grande circulação. A circulação coronariana ocorre nos momentos de
diástole, no relaxamento da musculatura, porque na sístole os vasos são espremidos.
Portanto, a circulação coronariana tem dois componentes básicos, o intrínseco, que diz
respeito ao status da musculatura lisa vascular, o extrínseco diz respeito à contração do
miocárdio.

Não confundir aterosclerose com arteriosclerose, a primeira é a formação de placas de


ateroma e a segunda é o envelhecimento das artérias.

06 de outubro

Anotações da Aula

Hoje vamos falar dos mecanismos envolvidos na contração do coração, da eletrofisiologia e


dos mecanismos contráteis da musculatura cardíaca.

Alguns conceitos precisam estar claros. A membrana citoplasmática é de fundamental


importância para os aspectos eletrofisiológicos, que estão relacionados aos fluxos de íons.
A membrana é impermeável aos íons, contudo, há canais, trocadores, bombas que
permitem em momentos específicos o transporte desses íons.

O meio intracelular é naturalmente carregado negativamente, por conta do conteúdo


protéico celular, em comparação com o meio extracelular.

O íon sódio é muito mais abundante do lado de fora do que do lado de dentro da célula,
além de ser carregado de forma positiva. A membrana não deixa o íon passar, mas, em
determinado momento, deixa ele passar por meio dos canais. Esses canais normalmente
ficam fechados. Quando o canal abre, o sódio tende a entrar, por conta do gradiente
eletroquímico; o vetor químico (concentração) e o vetor elétrico.

No caso do potássio, por carga, a tendência dele é entrar, mas, em concentração, ele é
maior concentrado no meio intra, por isso a tendência dele é de saída.

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O cálcio é positivo, tem muito mais no meio extra do que no intracelular, o que sugere alta
tendência de entrada. Contudo, quando se trata de uma célula com miócito, há o retículo
sarcoplasmático, que armazena cálcio. Portanto, a célula tem em seu conteúdo muito
cálcio, mas ele não estará livre no citoplasma, ele estará no retículo sarcoplasmático.
Assim, a tendência do cálcio é entrar.

O perfil do potencial de ação em uma célula estriada esquelética é muito distinto da


cardíaca. Uma outra diferença muito grande é o tempo: em uma célula esquelética vai de 3
a 4 milissegundos, enquanto numa célula cardíaca vai de 300 a 400 milissegundos. O
tempo de contração grande na célula cardíaca, como reflexo de um potencial de ação
duradouro, é importante para dar tempo do sangue sair de uma câmara à outra.

O potencial de ação da célula cardíaca é muito bem caracterizado. A primeira fase é de


repouso, na qual a célula está polarizada, com -80 milivolts em comparação com o lado
externo. A segunda fase é com a abertura do canal de sódio, no qual o sódio entra de
maneira abrupta, fazendo a célula se despolarizar, chegar à neutralidade, até se polarizar
de forma positiva (+35 milivolts). Na terceira fase, o potássio é colocado para fora da célula,
havendo uma repolarização parcial, mas a quase neutralidade elétrica é mantida pela
abertura de um canal de cálcio, ao mesmo tempo que o potássio é colocado para fora.
Essa terceira fase é chamada de platô. Uma vez fechado o canal de cálcio, a célula começa
a fazer a sua repolarização, com a saída do potássio, essa quarta fase é chamada de
repolarização.

Outro potencial de ação muito importante é o do marcapasso, porque é a estrutura


cardíaca responsável por desencadear o automatismo do coração. O perfil gráfico desse
potencial é bem distinto. O que é muito característico é que a fase de repouso não existe
no marcapasso, por conta de sua capacidade de gênese elétrica, que vai comandar a
despolarização da fibra muscular cardíaca. A membrana citoplasmática das células do
marcapasso é diferente por conta da presença de um canal iônico de sódio chamado
ifunny. O potencial de ação dessa célula promove sozinho a gênese elétrica. Para que o
coração bata mais rápido, o potencial de repouso (falso) fica mais inclinado. Assim, nessa
fase, o canal ifunny sempre fica um pouco aberto, permitindo a repolarização no que seria
a fase de repouso.

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Há dois marcapassos, por conta de um backup. O coração superior é separado do coração
inferior por um tecido fibroso isolante. O estímulo chega por um sistema de condução
específico, cuja característica é ser lento, para que a contração ventricular ocorra depois da
contração atrial e não ao mesmo tempo.

No eletrocardiograma, a primeira onda é a contração atrial, a onda qrs é contração


ventricular. A onda ventricular é muito maior porque a contração é muito mais forte. A
última onda é por conta da repolarização.

Uma característica específica do canal de sódio é o período refratário. Esse período é


necessário para que a célula possa responder a um estímulo novamente da melhor forma.
Esse período é explicado por meio do canal de sódio, uma vez que nele não existe somente
o estado canal aberto e o estado canal fechado, havendo o estado canal inativo. O canal de
sódio tem duas comportas, a comporta de ativação e a comporta de inativação. Antes da
comporta de ativação fechar, há o fechamento da comporta de inativação. Qual é a
diferença? O canal inativo não sofre estímulo para abrir, ele está inativo, ele precisa ficar
no estado fechado para abrir novamente. Isso é importante para proteger o coração de
arritmias cardíacas.

Para o coração, qualquer forma de deficiência sanguínea pode prejudicar o funcionamento


do órgão. Só devemos ter uma noção disso. Sempre que há menor oferta de sangue
coronariano e há maior esforço, isso pode dar um problema.

Agora veremos as estruturas da célula muscular cardíaca. Observamos bandas claras e


bandas escuras. A membrana citoplasmática é chamada de sarcolema. Essa membrana
tem túbulos t ou transversos que invaginam na célula. Podemos notar a rede que é o
retículo sarcoplasmático, que armazena cálcio. E podemos notar um grande número de
mitocôndrias. Há também uma íntima conexão entre as membranas dos túbulos t e do
retículo endoplasmático.

Temos que saber que o processo de interação física que vai ocorrer entre o filamento
grosso e o filamento fino vai ser mediado pelo cálcio. Há a abertura de um canal de cálcio
(tipo L) nos túbulos t e a tendência é que o cálcio entre na célula e isso estimula a
membrana do retículo sarcoplasmático, na qual há um canal (RIANODINA) que abre e
banha o citoplasma da célula de cálcio armazenado. Os mecanismos de controle das

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concentrações intracelulares de cálcio vão impactar no efeito contrátil da célula. Para parar
a contração, há uma bomba (SERCA) no retículo sarcoplasmático que transporta o cálcio
para dentro da organela.

Agora vamos tentar entender como o cálcio promove a contração da musculatura em


última instância. Vemos no microscópio que a fibra muscular é composta por várias
miofibrilas. Essas miofibrilas têm bandas claras e bandas escuras, a menor unidade
funcional é o sarcômero, entre duas linhas Z. Há uma linha central no sarcômero que é a
linha M (medial). Há filamentos (finos ou de actina) ancorados na linha Z em direção ao
centro do sarcômero. Ancorados na linha medial há filamentos de maior espessura
chamados de filamentos grossos (ou de miosina). Há um padrão hexagonal: em torno de
cada filamento grosso, há cinco filamentos finos. As cabeças de miosina ficam para fora
dos filamentos.

Para identificar se uma musculatura está contraída ou relaxada é só observarmos a


presença ou não da banda clara. Na contração, a banda clara não aparece.

O filamento fino é formado por actina, filamento de tropomiosina e o complexo de


troponina. Em cada actina globular há um sítio de interação (ligação) com a cabeça da
miosina. O filamento de miosina tem uma cabeça que é uma enzima atpase (que quebra
atp) e tem a capacidade de mudança de conformação. O cálcio se liga à subunidade C do
complexo troponina, que faz puxar o filamento de tropomiosina em direção à fenda,
expondo o sítio de ligação para a conexão com a cabeça de miosina. Há primeiro uma
contração isométrica, da mesma medida.

Para o relaxamento e a cabeça de miosina deixar o sítio de ligação, é necessário uma


molécula de ATP. Por isso acontece o rigor pós-morte, porque não há respiração e nem
ATP.

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10 de outubro

Anotações da Aula

A professora se chama Christianne. A avaliação da professora é uma dinâmica que vale 3


pontos e revisa os tópicos especiais da matéria, é permitida a consulta, mas não ao celular.
A professora vai dar duas aulas, contando com essa.

A aula de hoje é de ciclo cardíaco, que é composto por todos os eventos que acontecem no
coração durante um batimento cardíaco. Um ciclo leva em média 0,8 segundos.

No coração, o sangue percorre o caminho do átrio direito, passa pela válvula tricúspide,
depois vai para o ventrículo direito, passa pela válvula semilunar pulmonar, depois vai para
o pulmão. Em seguida o sangue volta do pulmão, vai para o átrio esquerdo, passa pela
válvula bicúspide (mitral), depois vai para o ventrículo esquerdo, passa pela válvula
semilunar aórtica, depois vai para a aorta.

O sangue entra no coração o tempo todo, mas não sai o tempo todo. Isso ocorre porque
não há válvulas na entrada dos átrios.

O conhecimento mais importante é: o que faz o sangue fluir em qualquer ponto da nossa
circulação e é responsável por abrir e fechar as válvulas do coração? É a diferença de
pressão entre dois compartimentos. O sangue sempre vai fluir de uma região de maior
pressão para uma de menor pressão.

O que faz variar a pressão no coração? A contração e o relaxamento do miocárdio.

Como é a constituição das válvulas? As paredes cardíacas são músculos, mas as quatro
válvulas não são músculos, portanto, elas não contraem; elas são tecido conjuntivo. As
válvulas são estruturas inertes, não tem movimento, o que significa que alguém tem que
movê-las, que é a diferença de pressão. As válvulas se abrem em direção ao fluxo
sanguíneo, ou seja, quando as válvulas atrioventriculares se abrem, elas invadem os
ventrículos. Quando o sangue tenta fazer o movimento de volta, ele fecha as válvulas. Nas
válvulas semilunares, as coisas acontecem do mesmo jeito, elas se abrem para as artérias.
Portanto, não há fluxo retrógrado.

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O coração tem tecido muscular, tem tecido conjuntivo e tem tecido nervoso. As estruturas
nervosas do coração são nossos marca-passos. Elas têm automaticidade, automatismo;
elas despolarizam, ou seja, fazem as trocas iônicas, que geram potenciais de ação
(eletricidade). Para que precisamos de impulso nervoso? Para transformarmos a energia
elétrica em energia cinética, com a contração. Como o impulso nervoso caminha pelo
coração? Por propagação. Há o marca-passo primário, que é o nódulo sinoatrial, o
secundário é o nódulo atrioventricular. Do marca-passo secundário nasce o feixe de His,
que forma uma rede de tecido nervoso responsável por inervar o coração; essa rede tem o
nome de Purkinje.

As células do tecido muscular cardíaco contraem e propagam a informação da contração.

Átrio e ventrículo não contraem ao mesmo tempo. Primeiro acontece a despolarização


atrial, que contraem primeiro e depois contraem os ventrículos. No ponto 0 do
eletrocardiograma, há a despolarização do nódulo sinoatrial. A onda P do
eletrocardiograma é quando começa a despolarização do nódulo sino-atrial, portanto, a
onda P é a detecção da despolarização dos miócitos atriais. Em seguida, há a onda QRS,
quando a despolarização acontece nos vários miócitos ventriculares. A onda T, em seguida,
é a repolarização dos ventrículos.

Todos os fenômenos acontecem a cada 0,8 segundos; por isso é um ciclo. Didaticamente,
os livros escolhem para começar na despolarização do nódulo sinoatrial ou na
despolarização dos miócitos ventriculares (onda QRS).

As sístoles e os diástoles são atriais ou ventriculares. A sístole atrial acontece na diástole


ventricular. No gráfico do fluxo de sangue da aorta, entendemos o funcionamento da
válvula aórtica, a curva começa na abertura da válvula e termina no fechamento da válvula.

No gŕafico do volume ventricular, há um momento isovolumétrico, quando a válvula mitral


fecha na onda QRS; esse momento termina com a abertura da válvula aórtica, quando o
volume ventricular diminui. Depois a válvula aórtica fecha e o ventrículo volta para um
momento isovolumétrico. Então a válvula mitral abre e o ciclo recomeça.

O átrio direito tem que ser o ambiente de menor pressão do organismo, porque é para
onde vai o sangue da circulação sistêmica. No momento 0, a pressão dos átrios e dos

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ventrículos é igual, porque as válvulas tri e bicúspide estão abertas, enquanto as
semilunares estão fechadas.

A aorta é elástica, por isso na sístole ventricular ela não rompe. A expansão da aorta neste
momento não é vasodilatação. A primeira bifurcação da aorta é das coronárias, que recebe
sangue assim que a válvula aórtica fecha. Durante a diástole ventricular, o sangue
armazenado na aorta é mandado para a grande circulação. A pressão no leito arterial é
pulśatil, nos capilares é constante.

Por que a válvula mitral não abre no sentido contrário? Por conta da musculatura papilar,
que estão presas nas fibras tendíneas, que, por sua vez, estão ligadas às válvulas
atrioventriculares. As semilunares não têm isso porque são mais rígidas.

O coração faz barulho? Quantos barulhos? Escutamos normalmente 2, mas são 4, só


escutáveis geralmente em recém-nascidos. Os sons do coração são B1, B2, B3 e B4 (ou S1,
S2, S3 e S4, na nomenclatura antiga, em que S significa sopro), o B significa bulha e faz
referência à vibração de um líquido. B1 significa o barulho da vibração da parede elástica
ventricular com o movimento do sangue após o fechamento da mitral. B2 é o resultado da
vibração da parede da aorta com o fechamento da semilunar aórtica. O intervalo entre B1
e B2 marcam a sístole ventricular. O sopro patológico é quando se ouve outro barulho
entre B1 e B2. Não pode haver barulho entre B1 e B2. Durante a diástole ventricular há
dois sons normais, por isso escutar um som entre B2 e B1 pode indicar um problema ou
não. B3 é a abertura da mitral. B4 é sístole atrial.

13 de outubro

Não houve aula.

17 de outubro

Não houve aula.

20 de outubro

Sem anotações da aula.

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24 de outubro

Anotações da Aula

A aula de hoje, da professora Christianne, é sobre regulação da pressão arterial a curto


prazo. É o controle instantâneo, imediato, da pressão. A hipotensão postural é um exemplo
de variação imediata da pressão arterial. Isso significa que ao longo do dia a nossa pressão
varia normalmente. A vida altera a pressão.

Nós temos um sistema no nosso organismo que impede alterações bruscas da pressão,
como no caso de abaixar a cabeça e ficarmos tontos. Esse é o sistema do barorreflexo, que
depende de um arco-reflexo e, portanto, do sistema nervoso. Quando ficamos tontos ao
amarrar o sapato, isso é uma falha do sistema do barorreflexo.

Sensores, terminações nervosas, levam informações para o sistema nervoso central, via
aferente do nervo vago, até o centro vasomotor, que manda informações via eferente
(efetores), para manter a pressão estável.

A pressão arterial média (ponderada) de quem tem 120 por 80 é 96.

O sistema barorreflexo foi provado por testes em cachorros, por meio da clipagem do
nervo vago aferente.

O sistema barorreflexo objetiva a manutenção da sua pressão estável, seja ela 96 ou 100.

Quais mecanismos do organismo nós modulamos por meio do barorreflexo para a pressão
arterial ser mantida? Os vasos sanguíneos, por meio do leito venoso e do leito arterial
(artérias e arteríolas), assim como o coração, por meio do miocárdio ventricular e dos
marca-passos. Quatro mecanismos, portanto.

Quando falamos de leito arterial, estamos falando da musculação que envolve os vasos.
Quando falamos de leito venoso, estamos falando da mesma coisa.

Se a pressão está subindo, o leito arterial e o leito venoso são dilatados, o miocárdio
ventricular contrai com menos força e o marca-passo diminui a frequência cardíaca. Se a

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pressão está diminuindo, tudo é feito ao contrário. O sistema do barorreflexo faz a
alteração em todos os mecanismos ao mesmo tempo, para produzir o efeito corretor.

Agora vamos falar especificamente de cada um dos mecanismos. Mas antes vamos fazer
um pequeno glossário.

A pressão arterial (PA) é medida em mililitros de mercúrio. O débito cardíaco (DC) é medido
em litros por minuto que saem do coração em um minuto. Temos 3 litros de sangue no
corpo (o Cláudio havia dito que tínhamos 6 litros). O débito cardíaco ouro é de 5 litros. O
débito sistólico (DS) é o volume de sangue que o coração libera na aorta em uma única
sístole e é medido em mililitros. O retorno venoso (RV) é a quantidade de sangue em litros
que volta para o coração em um minuto. Complacência Venosa (CV) é o armazenamento do
sangue no leito venoso. Frequência cardíaca (FC) é batimentos por minuto. NO é óxido
nítrico. Resistência periférica total (RPT) é o efeito que as paredes dos vasos exercem sobre
o fluxo sanguíneo, como um atrito.

A pressão arterial média é diretamente proporcional ao débito cardíaco e à resistência


periférica total (PAM = DCxRPT). Também temos DC = FCxDS.

Tônus vascular é o equilíbrio dinâmico que mantém o calibre fisiológico de nossos vasos.
Existem duas forças atuantes o tempo todo, uma que informa ao vaso contrair (sistema
simpático, por meio de adrenalina) e outra que informa ao vaso relaxar (óxido nítrico
produzido pelas células endoteliais que compõem as paredes dos vasos). Diferente da
nervatura simpática, a parassimpática não chega a todos os vasos e não comanda o
relaxamento dos vasos. O que ativa a produção de óxido nítrico é o estresse de
cisalhamento, que é o arrastar do sangue nas paredes dos vasos.

Nesse sentido, como se vasodilata e se vasoconstri por meio do sistema do barorreflexo?


Por meio da descarga adrenérgica nos vasos, diminuindo ou aumentando a quantidade
basal de adrenalina naquela região. Não é mexido no óxido nítrico.

Agora como modulamos a quantidade de sangue que sai do coração por minuto, o débito
cardíaco? Olhando para a fórmula DC = FCxDS. Vamos ver o débito sistólico primeiro, que é
regulado de duas maneiras. A primeira maneira é por meio da vasoconstrição ou da
vasodilatação. O caminho que o sangue faz é do ventrículo, para as artérias, para as
arteríolas, para os capilares, para as vênulas, para as veias de pequeno, médio e grande

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calibre, para o átrio. Temos o dobro de sangue no leito venoso em relação ao leito arterial,
assim, o leito venoso é o reservatório de sangue do nosso corpo. A venoconstrição diminui
a complacência venosa, fazendo com que o sangue vá em direção ao coração, aumentando
o retorno venoso, que aumenta o débito cardíaco, que, por sua vez, aumenta a pressão
arterial; o contrário é verdade.

A segunda maneira é intervindo na força de contração do miocárdio ventricular, também


chamado de inotropismo; o positivo aumenta a força e o negativo diminui a força de
contração. Assim, regulando o DS, também é regulado o DC. Nessa segunda maneira, a
frequência cardíaca também é regulada, por meio dos nódulos que formam os
marca-passos. Se retirarmos o coração do corpo, ele bate mais rápido, portanto, algo no
nosso corpo diz para ele bater mais devagar, por meio do sistema barorreflexo, que atua
através do sistema parassimpático (que só age nos nódulos sinoatrial e atrioventricular)
que é ativado e faz a diminuição da frequência. Não ligar o parassimpático não freia o
coração e a FC aumenta.

Vimos agora os efetores, agora vamos ver os sensores, que percebem a alteração na
pressão. O sistema barorreflexo tem terminações nervosas (barorreceptores) na nossa
vasculatura que detectam alterações mecânicas e não de pressão. Eles estão nas paredes
da aorta e das carótidas esquerda e direita, percebendo a atividade mecânica de
estiramento das fibras elásticas (elastinas). Isso passa pelo vago aferente até o bulbo, no
centro vasomotor, na região chamada de núcleo do trato solitário. O sistema nervoso vai
comandar dois outros grupamentos, o núcleo ambíguo (onde nasce o parassimpático) e
uma região de células gabaérgicas, que produzem GABA, que é um neurotransmissor
inibitório, jogado no grupamento que comanda o sistema simpático, modulando a sua
intensidade. O sistema barorreflexo é um sistema tampão, que atua em cada ciclo
cardíaco.

Quando alteramos a pressão, vários sistemas são acionados, mas nenhum deles é tão
intenso e tão rápido quanto o barorreflexo. Mas ele, depois de um tempo tentando
consertar a pressão e não conseguindo, desiste e registra a nova pressão como a pressão
normal, por um mecanismo de reset.

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