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Pâncreas exócrino
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Posteriormente, essas enzimas são secretadas nos ductos pancreáticos e transportadas até o duodeno, onde
são ativadas. As células dos ductos produzem mucina e fluidos ricos em bicarbonato, úteis na neutralização
do conteúdo ácido estomacal.
Elas são responsáveis pela digestão no intestino delgado. Os principais exemplos são a amilase pancreática (para
carboidratos), lipase pancreática (para gordura), tripsinogênio e quimiotripsinogênio (para proteínas).
Pâncreas endócrino
A função endócrina é desempenhada por aglomerados de células, dispersas no tecido acinar pancreático,
denominados Ilhotas de Langerhans. O pâncreas adulto normal, contém cerca de 1 milhão de ilhotas, o que constitui
até 2% da massa pancreática. São distribuídas irregularmente pelo parênquima exócrino, mais densamente na
região da cauda. Existem pelo menos 6 tipos de células pancreáticas descritas: α, δ, β, células PP (ou células
Ƴ), G e ε. Dessas as mais importantes e prevalentes são as células α e β.
As células α correspondem a cerca de 15-20% das células das ilhotas. Localizam-se na periferia e sintetizam e
secretam glucagon, glicentina, GRPP (peptídeo pancreático relacionado com glicentina), GLP 1 e GLP 2 (peptídeo
tipo glucagon 1 e 2).
Já as células β são as mais numerosas, correspondendo a aproximadamente 70 – 80% das células das ilhotas
pancreáticas. Localizam-se no centro da ilhota (“medula”) e são responsáveis pela síntese e pela secreção,
principalmente, da insulina e peptídeo C. Em menor escala, produzem amilina, também conhecida como IAPP
(polipeptídeo amilóide das ilhotas), que é um antagonista insulínico, dentre outros peptídeos.
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A insulina inibe a produção e liberação de glicose no fígado através do bloqueio da gliconeogênese e glicogenólise. A
insulina estimula o acúmulo de glicogênio através do aumento do transporte de glicose no músculo e síntese de
glicogênio em fígado e músculo. Este último efeito é obtido via desfosforilação da glicogênio-sintetase. Após
estímulo com insulina a Akt fosforila e inativa a GSK-3, o que diminui a taxa de fosforilação da glicogênio-sintetase
aumentando sua atividade (35). A insulina também ativa a proteína fosfatase 1, por um processo dependente da PI
3-quinase, que desfosforila a glicogênio sintetase diretamente (36).
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(GLP1 - é semelhante a estrutura do glucagon (vem do mesmo gene) mas a função não é relacionada ao
glucagon, mas sim relacionado a insulina)
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sensibilidade à insulina. O PPARγ constitui o alvo das tiazolidinedionas (TZD), classe de fármacos
usada para tratamento do diabetes.
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Insulina
As células β do pâncreas em repouso estão preparadas para secretar insulina, que é pré-formada e
armazenada em vesículas secretoras logo abaixo da membrana plasmática. A baixa taxa basal de
secreção de insulina aumenta consideravelmente com a exposição das células à glicose. O metabolismo da
glicose aumenta a razão ATP/ADP intracelular, que estimula a secreção de insulina.
A glicose penetra nas células β por meio de um transportador específico da membrana plasmática, o
GLUT2. Na presença de níveis elevados de glicemia (p. ex., no estado pós-prandial), maior
quantidade de glicose sofre difusão na célula, onde é fosforilada a glicose-6-fosfato, entrando,
portanto, na via glicolítica. Por meio de glicólise e ciclo do ácido cítrico, o metabolismo da glicose
gera ATP e aumenta a razão ATP/ADP na célula β. A razão ATP/ADP modula a atividade de um
canal de K + sensível ao ATP (canal de K+ /ATP), que atravessa a membrana de um lado ao outro.
Aberto, o canal de K + /ATP hiperpolariza a célula, possibilitando efluxo de K +, e a liberação de
insulina é inibida; quando fechado, a célula sofre despolarização, e ocorre a liberação de insulina.
Como o ATP inibe o canal, enquanto o ADP o ativa, a presença de elevada razão K+ /ATP intracelular
determina o fechamento do canal de ATP/ADP. A consequente despolarização da célula ativa os canais
de Ca 2+ regulados por voltagem, levando a influxo de Ca 2+ extracelular. O aumento do [Ca 2+]
intracelular sinaliza a fusão das vesículas contendo insulina com a membrana plasmática, liberando a
insulina na circulação. Por outro lado, em condições de concentrações relativamente baixas de glicose
extracelular (p. ex., em jejum), a célula β apresenta baixa razão ATP/ADP. Nessa situação, os
canais de permanecem abertos, e a célula β é mantida em estado hiperpolarizado, que impede o
influxo de Ca 2+ e a secreção de insulina.
Os canais de K+ /ATP da célula β são estruturas octaméricas que contêm quatro subunidades de Kir6.2 e
quatro subunidades do receptor de sulfonilureias, SUR1. O tetrâmero Kir6.2 forma o poro do canal de
K+ /ATP, enquanto as proteínas SRU1 associadas regulam a sensibilidade do canal a ADP e agentes
farmacológicos. Kir6.2 Liga-se a ATP e inibe a condutância do K+ SUR1 aumenta a sensibilidade do
canal de Kir6.2 ao ATP e também confere sensibilidade a sulfonilureia e secretagogos relacionados
com a insulina. SUR1 liga-se a complexos de ADP-Mg 2+, que ativam o canal e inibem ainda mais a
secreção de insulina quando a razão ATP/ADP está baixa.
Além da glicemia, açúcares nutrientes, aminoácidos e ácidos graxos aumentam a razão ATP/ADP
intracelular e estimulam, portanto, a liberação de insulina. Atuando por vias mediadas pela proteína G,
a atividade parassimpática e os hormônios G1, GLP-1 e polipeptídio insulinotrópico dependente de glicose
(GIP) também inibem a atividade do canal de K+ /ATP e estimulam a secreção de insulina. A exposição
das células β a nutrientes promove transcrição, tradução, processamento e acondicionamento da
insulina, além de sua secreção.
A insulina liga-se a receptores presentes na superfície das células-alvo. Embora praticamente todos
os tecidos expressem receptores de insulina, os tecidos que armazenam energia (fígado, músculo e
tecido adiposo) expressam níveis mais elevados do receptor e, por conseguinte, constituem os
principais tecidos-alvo da insulina
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3ª) Assim que a glicose entra na célula, ela é prontamente fosforilada por duas enzimas: a
hexoquinase IV (glicoquinase) e a hexoquinase I. A Glicoquinase, a isoforma IV de alta atividade de
hexoquinase, é a principal enzima a fosforilar a glicose, sendo ela o verdadeiro "sensor" de glicose. Com a
fosforilação, a glicose se transforma em Glicose 6-fosfato (G6P), a qual fica impossibilitada de sair
da célula só restando entrar no metabolismo oxidativo, sendo seu principal destino catabólico a
glicólise.
4ª) O metabolismo da glicose em piruvato pela glicólise gera uma certa quantidade de ATP.
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6ª) Essa relação ATP/ADP aumentada provoca o fechamento dos canais de potássio sensíveis ao
ATP, e a consequente despolarização da membrana celular.
7ª) Essa despolarização atinge o limiar e deflagra um potencial de ação (PA) na célula β.
Resumindo: Quanto mais glicose a gente ingere, mais glicose chega ao sangue; quanto mais glicose
no sangue, mais ela entra na célula β; quanto mais glicose entra, mais glicose é oxidada e mais ATP
produz; quanto mais ATP no citoplasma da célula β, mais canais de potássio são fechados e o corre
despolarização; quanto mais despolarização, mais cálcio entra na célula β; quanto mais cálcio entra,
mais insulina é secretada; quanto mais insulina é secretada, maior seus níveis no sangue.
Esta é a fase de liberação imediata de insulina. Se o estímulo secretório persistir, segue uma resposta
tardia e prolongada que envolve a síntese ativa de insulina.
A estimulação das célula β por esse outros fatores, pode levar à ativação de isoformas da fosfolipase C
(quando os receptores acoplados a proteína Gq são ativados, como o M3 da acetilcolina), promovendo a
hidrólise de fosfolípides de membrana e gerando inositol 1-4-5-trifosfato (IP3) e diacilglicerol (DAG). O
IP3 ativa os canais de cálcio localizados na membrana do retículo endoplasmático com a saída de
cálcio da organela e aumento da concentração desse íon no citosol.
O DAG, por sua vez, também produz o mesmo efeito sobre a concentração de cálcio intracelular,
ao ativar os canais de cálcio sensíveis à voltagem da membrana plasmática, permitindo a passagem
do cátion do meio extracelular para o intracelular. O DAG também ativa a proteína quinase C (PKC),
que ativa proteínas dos grânulos secretórios de insulina que, juntamente com o Ca2+, promoverão a
ativação do sistema de microtúbulos e microfilamentos, responsável pela translocação desses grânulos
para as proximidades da membrana plasmática e consequente exocitose.
Outra função proposta para a PKC é de ativação da adenilato ciclase (que também ocorre por outros
mecanismos, durante a glicólise) com o consequente aumento do conteúdo intracelular de AMPc.
A indução da produção de AMPc ativa a proteína quinase A (PKA), e também é um dos mecanismos
de secreção da insulina (quando os receptores acoplados a proteína Gs são ativados, como o β2 da
adrenalina). A PKA pode, ainda, estimular a secreção de insulina por duas maneiras distintas: 1) pela
fosforilação do canal de Ca2+, sensível à voltagem, permitindo a entrada do íon na célula; 2) pela
fosforilação de alguns componentes não tão específicos da maquinaria secretória, mas que garantem
a sua eficiência.
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Além da glicose, uma série de outros secretagogos, incluindo aminoácidos como a leucina, e o alfa-
cetoisocaproato também são estimuladores metabólicos "primários" da liberação de insulina, e
provavelmente, pelo menos em parte, envolvem as mesmas vias de sinalização metabólica ativadas, pela
glicose.
As incretinas atuam através de receptores acoplados à proteína G [Gs] específicos (GPCRs, por
exemplo, GLP1R e GIPR) na superfície das células β para aumentar as concentrações intracelulares de
AMPc, ativando a proteína quinase A (PKA), bem como a proteína de troca ativada diretamente pelo cAMP
tipo 2(EPAC2) e outras vias de sinalização (mediadas, por exemplo, por β arrestina e MAPK).
Glucagon
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O glucagon é um hormônio catabólico (de liberação de energia), secretado pelas células α do pâncreas.
Quando os níveis plasmáticos de glicose estão baixos, o glucagon mobiliza glicose, gordura e proteína
dos locais de armazenamento para uso como fontes de energia. Além dos baixos níveis de glicose e
dos níveis elevados de insulina, os estímulos para a secreção de glucagon incluem atividade do sistema
nervoso simpático, estresse, exercício físico e presença de níveis plasmáticos elevados de aminoácidos
(visto que esses últimos indicam estado de inanição). A ligação do glucagon a seu receptor acoplado à
proteína G na membrana plasmática dos hepatócitos aumenta o AMPc intracelular e ativa a
proteinoquinase A, uma serina/treonina quinase. O glucagon promove glicogenólise e gliconeogênese
hepática. O glucagon também promove lipólise no tecido adiposo. O fígado e os rins degradam glucagon;
à semelhança da insulina, sua meia-vida circulante é de cerca de 6 min.
Sabemos que as hexoses uma vez absorvidas, são depositadas no fígado sob a forma de glicogênio que funciona
como uma reserva, transformando-se à medida das necessidades em glicose, que passa para a corrente sanguínea. A
glicose sangüínea,é retirada pelos tecidos, principalmente o muscular, depositando-se neste sob a forma de
glicogênio. O glicogênio muscular é oxidado a ácido pirúvico, que por uma série de reações chega a anidrido
carbônico e água. No caso de uma relativa anóxia, como num trabalho excessivo, o ácido pirúvico armazena-se e é
reduzido a ácido lático, que pode voltar a ácido pirúvico, sendo então metabolizado. No caso de um maior excesso de
ácido lático este passa para o sangue, sendo dêste retirado principalmente pelo fígado reformando glicogênio.
Os trabalhos de Cori demonstraram que a passagem (reversível no fígado mas irreversível no músculo) de glicose a
glicogênio se faz por várias reações de que participa o ácido fosfórico formandose ésteres fosfóricos.
A injeção de insulina tem vários efeitos: hipoglicemia, glicogênio, deposição, anticetogenese e hipofosfatemia. lsto
significa que uma injeção de insulina determina uma diminuição da glicose do sangue e um aumento do glicogênio dos
técidos (no indivíduo normal a insulina determina uma diminuição do glicogênio hepático) uma menor formação de
ácido aceto-acético, beta hidroxibutírico e acetona, bem como uma diminuição do fósforo inorgânico do sangue. Até
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1938 não era conhecida a ação gloicorreguladora autônoma do fígado, função esta que permite ao fígado regular a
glicemia. Sabemos que após a injeção ou a administração endovenosa de uma dose de glicose, a glicemia aumenta
voltando ao normal duas ou três horas mais tarde. Imaginavase antigamente que a volta da glicemia ao normal se
devia a uma descarga de insulina que determinava uma deposição de glicogênio, principalmente hepática. Soskin
demonstrou (fig. 3) que mesmo num animal em que se retira o pâncreas e se administra uma injeção constante de
insulina, a diminuição da hiperglicemia alimentar, isto é, a curva glicêmica, é normal, indicando isto que a função de
glicorregulação é do fígado, ativamente, e não do pâncreas pela libertação de uma quantidade adicional de insulina.
Os trabalhos de Soskin e col. (1934-1938, fig. 4), Bodo (1933), Mirsky(1937) e outros, demonstraram que mesmo “in
vitro” isto acontece. Assim o acréscimo de glicose impede a glicogenolise.
3. Faça uma tabela com fatores e condições de aumentam ou diminuem a secreção de insulina.
A cetoacidose diabética (CAD) é definida pela presença de hiperglicemia com acidose metabólica em decorrência da
produção dos ânions ácidos β-hidroxibutirato e acetoacetato em resposta à deficiência de insulina e à elevação dos
hormônios contrarreguladores como o glucagon. É mais comumente vista nos casos de diabetes melito do tipo 1
(Capítulo 236), mas pode ocasionalmente ser vista no diabetes melito do tipo 2 (Capítulo 237). A falta de insulina
aumenta a lipólise no tecido adiposo; ácidos graxos livres são transportados ao fígado, onde a mitocôndria hepática
produz corpos cetônicos, incluindo o acetoacetato, a partir da acetilcoenzima A. Na presença de alta taxa de
NADH/NAD, a forma mais reduzida de βhidroxibutirato é produzida.
Manifestações clínicas
Os sintomas consistem em náusea, vômitos, anorexia, polidipsia e poliúria. Com frequência, os pacientes apresentam
respiração de Kussmaul e depleção de volume. Entre os sintomas neurológicos, destacam-se a fadiga e a letargia
com depressão do sensório. O LCR exibe uma mudança no estado ácido-base com o tratamento da cetoacidose
diabética. Mesmo sem a administração de bicarbonato, o pH do LCR cai em consequência da resposta ventilatória à
correção da acidose e súbita elevação da PCO2 . Entretanto, não foi estabelecida nenhuma correlação entre o pH
reduzido do LCR e a depressão do sensório. A cetoacidose também é vista em casos de inanição, quando é
geralmente discreta e não está associada à hiperglicemia. Cetoácidos na urina podem ser acompanhados de cátions,
incluindo sódio e potássio, contribuindo, assim, para a depleção de volume, depleção de potássio, retenção relativa
de cloreto, e um ânion gap misto e acidose hiperclorêmica. O “delta HCO3 −” irá exceder o “delta ânion gap,”
especialmente se a taxa de filtração glomerular e a carga filtrada de cetoácidos forem altas. Em geral, o ânion gap
sérico será maior na presença de insuficiência renal, visto que os ânions adicionais não podem ser depurados do
líquido extracelular.
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O diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente,
decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos. A hiperglicemia
persistente está associada a complicações crônicas micro e macrovasculares, aumento de morbidade, redução da
qualidade de vida e elevação da taxa de mortalidade. A classificação do DM baseia-se em sua etiologia.
O mecanismo primário dessas condições é a deficiência absoluta ou relativa de insulina associada à liberação
excessiva de hormônios contra-reguladores (catecolaminas, cortisol, hormônio do crescimento e glucagon), causando
hiperglicemia por diminuição da utilização periférica e aumento da produção endógena de glicose4-10. A ligação das
catecolaminas aos receptores betaadrenérgicos associada à insulinopenia e ao excesso de glucagon levam ao
aumento da atividade da lipase tecidual. Esta enzima converte triglicérides em ácidos graxos livres e glicerol 3-5.
Os adipócitos ainda produzem prostaglandinas que causam vasodilatação, sensação de náusea e dor abdominal, e
diminuem a resistência vascular6-9. A insulinopenia e o excesso dos hormônios contrareguladores, além de piorarem
a hiperglicemia, aumentando a produção hepática de glicose a partir do substrato glicerol, estimulam a cetogênese,
utilizando os ácidos graxos livres como substrato metabólico para a síntese de corpos cetônicos. O glucagon
estimula a produção de cetoácidos e a oxidação dos ácidos graxos livres, provenientes da lipólise, em corpos
cetônicos (acetoacetato e betahidroxi-butirato), dos quais o beta-hidroxi-butirato é o mais importante. Estes são
ácidos orgânicos fortes e esgotam rapidamente a capacidade de tamponamento do organismo, levando à acidose
metabólica3-7,9. A hiperglicemia provoca glicosúria e diurese osmótica com perda de água e eletrólitos,resultando,
às vezes, em hipovolemia e conseqüente diminuição da perfusão e do clearancerenal, agravando a hiperglicemia3-7,9.
A patogênese do estado hiperosmolar hiperglicêmico ainda não é totalmente esclarecida, mas acredita-se que as
concentrações de insulina seriam inadequadas para permitir a utilização de glicose pelos tecidos insulinossensíveis,
mas suficientes para impedir a lipólise acentuada e subseqüente cetogênese
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Os objetivos do tratamento da cetoacidose diabética e do estado hiperosmolar hiperglicêmico são: cuidados com
vias aéreas superiores e, se indicado, o uso de sonda nasogástrica; corrigir desidratação, hiperglicemia e distúrbios
hidroeletrolíticos (atenção ao potássio) e ácido-básico; identificar e tratar os fatores precipitantes (ver
Algoritmos 1 e 2)3,8. A hidratação restaura o volume intravascular e extracelular, melhora a perfusão tecidual e
reduz a ascensão dos hormônios contra-reguladores. A hidratação isolada pode diminuir a glicemia em até 25%3,9.
A insulinoterapia bloqueia a cetogênese e corrige a hiperglicemia, por isso deve ser utilizada até a reversão da
cetonemia. A terapia de escolha nessas condições é a infusão contínua de insulina regular, exceto nos casos de
hipocalemia, hipotensão e hipoglicemia. Está indicado a manutenção da insulinoterapia mesmo se a glicemia for < 250
mg/dL, acrescentando-se glicose ao soro. A insulino terapia deve ser descontinuada somente quando a cetoacidose
for corrigida. A transição da insulina endovenosa para subcutânea deve ser gradual, para permitir o início de ação
da insulina subcutânea. Em pacientes que já tinham diagnóstico de diabetes, recomenda-se reintroduzir, após a
recuperação do quadro agudo, a dose prévia de insulina e monitorizar a glicemia capilar. Se se trata da primeira
descompensação, recomenda-se usar insulina na dose aproximada de 0,6 U/kg de peso/dia
Glicemia < 200 mg/dL, pH arterial > 7,3 e bicarbonato arterial > 18 mEq/L. Haverá redução drástica da potassemia
pela hidratação, reposição de insulina, correção da acidose e da hipovolemia com necessidade de mensurações
freqüentes deste íon e eletrocardiogramas seriados para evitar arritmias cardíacas. Em razão desses fatores, o
achado de hipocalemia antes do tratamento indica gravidade, pelo maior risco de hipoglicemia e piora da
hipopotassemia, portanto a insulina só deve ser iniciada após a reposição vigorosa desse íon3,9. O uso de
bicarbonato na cetoacidose diabética é controverso, indicado apenas quando o pH < 7,0 ou o bicarbonato sérico < 5
mEq/L. Pode ser necessário repor o fósforo quando houver: disfunção de ventrículo esquerdo, fraqueza muscular,
depressão respiratória, arritmias cardíacas, fosfatemia < 1 mg/dL e persistência de estupor após correção da
acidose. Deve-se administrar magnésio se os valores de Mg séricos forem menores que 1,8 mEq/L ou se houver
tetania, e cálcio se a hipocalcemia for sintomática
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