Você está na página 1de 14

– 4 1

Síndromes pleurais e pulmonares

Síndromes Pleurais: Derrame pleural, Pneumotórax

Síndromes Pulmonares: Condensação Pulmonar, Atelectasia Pulmonar, Enfisema, Bronquite Asma

Derrame pleural

É quando o líquido vai para o espaço pleural. Por que isso acontece?

Fisiopatologia

Aumento da pressão hidrostática – se dentro do vaso você tem um aumento da pressão hidrostática o líquido vai extravasar e os vasos pleurais
vão perder líquido. Qualquer obstrução ou qualquer insuficiência pós vasos pleurais (insuficiência cardíaca) podem causar uma congestão que
aumenta a pressão.
Redução da pressão coloidomótica (plasma) – a pressão coloidosmotica tem que estar suficiente para manter o líquido dentro do vaso se ela cai o
líquido extravasa para o espaço pleural. um paciente com síndrome nefrítica diminui e o líquidos dos vasos extravasa para o espaço pleural por esse
desequilíbrio de nutrientes. Qualquer acúmulo de líquido no peritônio (ascite volumosa) pode fazer com que esse líquido passe para a pleura pela
proximidade das estruturas
Acúmulo de líquido no peritônio – existem comunicações entre o peritônio e a pleura, se o paciente tiver umas ascite muito volumosa o líquido pode
passar do peritônio para a pleura, principalmente do lado direito
Aumento da permeabilidade capilar pleural – qualquer estado inflamatório ou neoplásico vai aumentar a permeabilidade do capilar pleural e fazer
extravasamento
Redução da drenagem linfática pleural – qualquer doença no ducto torácico, linfoma
Redução súbita da pressão no espaço pleural – pressão negativa exacerbada pode fazer o líquido sair do vaso e ir em direção ao espaço pleural

Achados clínicos

Achado clínico semiológico

Murmúrio vesicular reduzido ou abolido na área acometida (ausculta pulmonar) – é como se tivesse uma lâmina de líquido entre o estetoscópio e
o ar que entra na arvore brônquica
Macicez na percussão (percussão) – a lâmina de líquido vai modificar o som timpânico característico pois não haverá apenas ar no espaço pleural.
Na área logo acima do derrame terá submacicez
Frêmito toracovocal diminuído ou ausente do lado acometido (palpação) – pois há uma parede de líquido que impede a propagação do som
– 4 2
Abaulamento de hemitórax (inspeção) – o lado com líquido tende a ficar imóvel
Expansibilidade diminuída ou ausente no lado lesado (inspeção/palpação) – o lado com líquido não vai acompanhar os movimentos respiratórios
Sinal de lemos torres (inspeção) - é um abaulamento expiratório visto nas bases pulmonares, na face lateral dos hemitórax [bilateral]. Traduz a
presença de um derrame pleural livre
Ausculta da voz ou ressonância vocal diminuídas ou ausentes na área do derrame (ausculta) - Egofonia (“broncofonia nasalada”) e estertores
finos logo na área do pulmão em contato com a parte superior do derrame

Obs. Sempre fazer ausculta comparativa entre os hemitórax

rx normal rx derrame pleural

Pneumotórax

É a presença de ar entre as duas camadas da pleura, resultando em colapso parcial ou total do pulmão.

A pressão no espaço pleural costuma ser inferior à pressão no interior dos pulmões ou na parte externa do tórax. Se se
desenvolver uma perfuração que estabeleça uma conexão entre o espaço pleural e o interior dos pulmões ou a parte externa
do tórax, o ar entra no espaço pleural até que a pressão fique equilibrada ou a conexão se feche. Quando há ar no espaço
pleural, o pulmão entra em colapso parcial. Às vezes, grande parte do pulmão ou todo o órgão entra em colapso, o que causa
falta de ar (pulmão não expande).

Etiologia

Pneumotórax espontâneo primário

ocorre em pacientes sem pneumopatia subjacente, tipicamente em jovens do sexo masculino, magros e altos, na adolescência ou por volta dos 20 anos de
idade. Admite-se que decorra da ruptura espontânea de vesículas ou bolhas apicais subpleurais, consequentes ao tabagismo ou hereditárias. Em geral,
ocorre em repouso, embora alguns casos ocorram durante atividades que envolvem extensão ou estiramento. Pneumotórax espontâneo primário também
ocorre durante o mergulho ou voo em altas altitudes.
– 4 3
Pneumotórax espontâneo secundário

ocorre em pessoas com alguma doença pulmonar subjacente. Esse tipo de pneumotórax ocorre mais frequentemente com a ruptura de uma bolha em
pessoas idosas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mas também ocorre em pessoas com outras doenças pulmonares, como fibrose
cística, asma, entre outros. Devido à doença pulmonar subjacente, os sintomas e os resultados geralmente são piores no pneumotórax espontâneo
secundário

pneumotórax traumático

É uma complicação comum de contusões e lesões torácicas penetrantes. Também pode ocorrer um pneumotórax após uma lesão ou um procedimento
médico que introduza ar no espaço pleural. Procedimentos médicos como toracocentese, broncoscopia ou toracoscopia podem causar pneumotórax
traumático

Fisiopatologia

A pressão intrapleural normalmente é negativa (menor do que a pressão atmosférica) por causa do recuo da parede pulmonar para dentro e da parede
torácica para fora. No pneumotórax, o ar de fora do tórax ou do próprio pulmão entra no espaço pleural através dos planos do tecido mediastinal ou
através de perfuração pleural direta. A pressão intrapleural aumenta, e o volume pulmonar diminui.

Pneumotórax hipertensivo é um pneumotórax que causa aumento progressivo na pressão intrapleural a níveis que se tornam positivos por todo o ciclo
respiratório e colapsa o pulmão, desloca o mediastino e prejudica o retorno venoso para o coração. O ar continua entrando no espaço pleural, mas não é
capaz de sair. Sem tratamento adequado, o retorno venoso prejudicado pode causar hipotensão sistêmica e parada respiratória e cardíaca (atividade
elétrica sem pulso) em poucos minutos. O pneumotórax hipertensivo ocorre mais comumente em pacientes em ventilação com pressão positiva (na
ventilação mecânica ou particularmente durante a reanimação).

Quadro clínico

O pneumotórax de pequeno porte às vezes é assintomático. Os sintomas do pneumotórax incluem dispneia e dor pleurítica. A dispneia pode ter início
súbito ou gradual, dependendo da velocidade de desenvolvimento e do tamanho do pneumotórax. A dor pode simular pericardite, pneumonia, pleurisia,
embolia pulmonar, lesão musculoesquelética (quando referida no ombro) ou processo intra-abdominal (quando referida no abdome). A dor também pode
simular isquemia cardíaca, embora normalmente a dor de isquemia cardíaca não seja pleurítica.

Os achados físicos consistem classicamente em ausência de frêmito tátil, hipersonoridade à percussão e diminuição do murmúrio vesicular no lado com
pneumotórax. Se o pneumotórax for grande, o lado comprometido pode estar aumentado, com a traqueia visivelmente desviada para o lado oposto. No
pneumotórax de tensão, pode ocorrer hipotensão.
– 4 4
 A hipotensão súbita em um paciente em ventilação mecânica deve levar à suspeita imediata de um pneumotórax hipertensivo. Se o paciente
também tem murmúrio vesicular diminuído e hiper-sonoridade à percussão, deve-se presumir que há pneumotórax hipertensivo, e este deve ser
tratado imediatamente sem aguardar a confirmação por radiografia de tórax.

Achados clínicos semiológicos

Tórax com abaulamentos no espaço intercostal (inspeção) – em casos de pneumotórax pequeno pode ser imperceptível
Expansibilidade ausente ou diminuída na área acometida (inspeção/palpação)
Frêmito toracovocal ausente ou diminuído na área acometida (palpação) – não vai vibrar a pleura pra gerar a percepção tátil
Som timpânico ou hipertimpânico na área acometida (percussão) – pois terá ar na pressão ambiente
Murmúrio vesicular diminuído ou ausente na área acometida (ausculta)
Ausculta da voz ou ressonância vocal diminuídas ou ausentes na área acometida (ausculta)
Respiração com presença de sopro anfórico – em pneumotórax hipertensivo é um sopro tubário modificado pela
interposição de uma cavidade grande, cheia de ar, com paredes lisas e tensas.

síndrome Inspeção FTV percussão ausculta causas


Derrame Expansibilidade diminuído macicez Murmúrio Pneumonia
pleural diminuída vesicular Tuberculose
diminuído ou Neoplasia
abolido e
egofonia na
parte superior
pneumotórax Expansibilidade diminuído Hipersonoridade Murmúrio Trauma
diminuída ou som vesicular Iatrogenia
timpânico diminuído ou Ruptura de
abolido bolha
subpleural
– 4 5

Síndromes pulmonares
FTV
Síndrome Inspeção Percussão Ausculta Causas
(palpação)
Consolidação pulmonar Expansibilidade aumentado Macicez ou Respiração Pneumonia
diminuída submacicez brônquica Tuberculose
substituindo o MV
Estertores finos
ou crepitantes
Broncofonia ou
egofonia ou
pectoriloquia
Atelectasia Retração dos Diminuído ou Macicez ou MV abolido Neoplasia
espaços abolido submacicez Respiração brônquica, corpo
intercostais bronco-vesicular estranho
(tiragem) Ausculta da voz intrabronquico
Expansibilidade diminuída ou
diminuída ou ausente
ausente

Congestão pulmonar Expansibilidade normal Sonoridade normal Estertores finos Insuficiência


normal ou submacicez nas bases ventricular
pulmonares esquerda
– 4 6

Bronquite aguda normal Normal ou Claro atimpânico MV normal ou Infecção viral ou


diminuído ou submacicez diminuído bacteriana
difusamente
Roncos
Sibilos
estertores
subcrepitantes/
grossos
Bronquite crônica Expansibilidade Normal ou Claro atimpânico MV normal ou Tabagismo e
normal ou diminuída diminuído ou submacicez diminuído exposição
difusamente ambiental
Roncos
Sibilos
estertores
subcrepitantes/
grossos
Asma Expansibilidade Normal ou Varia de MV diminuído Idiopática
normal ou diminuída diminuído timpanismo a difusamente
sinais de esforço (longa fase hipertimpanismo Sibilos
respiratório (crise) expiratória) Roncos
→ tiragem estertores
respiratória subcrepitantes/
grossos
expiração
prolongada
– 4 7

DPOC Expansibilidade diminuído hiper timpânico Murmúrio Enfisema


diminuída vesicular pulmonar
diminuído

DPOC tipo magro: Pinker puffer


- pouca expectoração
- paciente “soprador rosa”
DPOC tipo gordo: blue boater
- muita expectoração
- paciente “inchado azul” – cianótico e pletórico (há
um aumento excessivo de sangue no organismo,
causando um inchaço vascular)

Enfisema pulmonar Tórax em tonel diminuído Início: som claro Murmúrio Tabagismo
Expansibilidade pulmonar vesicular Poluição do ar
diminuída Avançado: diminuído intensa
timpanismo Ausculta da voz
diminuída
Expiração
prolongada
8
9
Questões

1 - Tórax em tonel relaciona-se mais 5 - Paciente dá entrada no P.S. com


comumente com: quadro de febre e dispneia. À ausculta, há
A – bronquiectasia redução do murmúrio vesicular no terço
B – trauma de arcos costais inferior no hemitórax esquerdo. Logo acima
C – neoplasia pulmonar do nível da redução do MV há uma ausculta
D – enfisema pulmonar da voz de uma qualidade metálica e
anasalada. Dessa forma, o diagnóstico
2 - Paciente dá entrada em P.S. por provável a partir da descrição da
atropelamento. O RX de tórax revela semiologia pulmonar é de:
fratura em dois pontos de 3 costelas A – enfisema
consecutivas. A avaliação do paciente deve B – atelectasia
indicar um(a): C – derrame pleural
A – respiração alternante D – consolidação
B – tiragem costal
C – tórax paradoxal 6 - São sons não patológicos à percussão,
D – respiração paradoxal EXCETO:
A - Som claro e atimpânico nas áreas de
3 - Ao exame físico, para diferenciar um projeção pulmonar
pneumotórax de um hemotórax é preciso B – som timpânico no espaço de traube
usar: C – som maciço em hemitórax direito
A – ausculta D – som submaciço na região inferior ao
B – percussão esterno
C – FTV
D – inspeção 7 - Paciente tabagista de longa data
E – ressonância vocal procura atendimento com a pneumologia de
um hospital de referência por estar se
4 - Mulher, 19 anos, moradora da queixando de muita dispneia. O especialista
Rocinha, apresenta-se para a consulta com classifica o paciente como DPOC do tipo
queixa de dispnéia. Relata que há dois pink puffer. Diante disso, o paciente deve
meses vem apresentando febre vespertina, estar se apresentando:
sudorese noturna e perda de peso. Ao A - Dispneia expiratória, pletora facial, sem
exame, está emagrecida, não há sinais de cor pulmonale, sem hipoxemia
assimetria torácica, ausência do frêmito significativa, sem cianose, HAP ou
tóraco-vocal à esquerda e macicez na policitemia, sem edemas e redução acentuada
percussão do hemitórax esquerdo, do MV.
associado a ausência de murmúrios
vesiculares ipsilateral. Qual seria sua B - Dispneia inspiratória, com sinais de cor
hipótese diagnóstica? pulmonale, hipoxemia significativa, cianose
A – derrame pleural à esquerda discreta, HAP ou policitemia grave, sem
B – pneumotórax à esquerda edemas e redução acentuada do MV.
C – consolidação lobar à esquerda
D – broncopneumonia à esquerda C – Dispneia grave, pletora facial, hipoxemia
intensa, cianose, IVE e congestão sistêmica,
edemas, obesidade, história de apneia do
sono, HAP, policitemia ao hemograma e
muitos ruídos adventícios à ausculta.
10
D - Dispneia grave, hipoxemia leve, sem ausculta revelou silêncio no mesmo lado.
cianose, IVE e congestão sistêmica, edema Qual o diagnóstico mais provável?
apenas em mmii esquerdo, perda ponderal A – Consolidação do pulmão esquerdo
sinificativa, história de apneia do sono, HAP, B – Pneumotórax à esquerda
policitemia ao hemograma e muitos ruídos C – Derrame pleural extenso à esquerda
adventícios à ausculta. D - Paquipleuris à esquerda

8 - Ronaldo, 19 anos, dá entrada do 10 - Um jovem de 19 anos relata história


pronto atendimento com queixa de dor de perda de peso (5kg em um mês),
torácica à direita de início súbito tipo sudorese noturna e tosse seca nas últimas
pontada, enquanto dormia, e discreta semanas. No dia da consulta, acordou com
dificuldade respiratória. Ao ser dor discreta na base posterior do
questionado sobre sua história mórbida hemitórax esquerdo. Ao exame físico é
pregressa nega doenças previas, tabagismo encontrado um indivíduo emagrecido, com
e etilismo. Ao exame físico apresenta exame do tórax respiratório alterado:
sinais vitais normais e estáveis, ausculta diminuição do frêmito tóraco-vocal na
cardíaca sem alterações e ausculta metade inferior do hemitórax esquerdo e
pulmonar com redução do murmúrio macicez na base posterior esquerda. A
vesicular à direita. Considerando o caso ausculta revela ausência de murmúrio
clínico apresentado, a conduta apropriada vesicular, sem ruídos adventícios. Qual
neste momento é a realização de: seria a melhor hipótese diagnóstica?
A - radiografia de tórax, pois a hipótese A - Pneumotórax espontâneo.
diagnóstica provável é pneumotórax B - Pneumonia adquirida na comunidade.
espontâneo secundário. C - Derrame pleural.
B - radiografia de tórax, pois a hipótese D - Enfisema pulmonar.
diagnóstica provável é pneumotórax
traumático. 11 - E.P., masculino, 25 anos, iniciou com
C - radiografia de tórax, pois a hipótese quadro gripal há 1 semana e evoluiu com
diagnóstica provável é pneumotórax dispneia e febre alta há 48 horas. Ao
espontâneo primário. exame físico, o paciente encontra-se em
D - radiografia de tórax, pois a hipótese regular estado geral. Na inspeção do tórax
diagnóstica provável é pneumotórax apresenta redução da expansibilidade,
espontâneo catamenial. macicez à percussão e frêmito tóraco-
E - punção no bordo superior da segunda vocal aumentado. À ausculta, MV
costela à direita, pois a hipótese diagnóstica diminuído, associado à presença de
provável é pneumotórax hipertensivo. estertores crepitantes em base direita.
Qual o diagnóstico mais provável?
9 - No exame clínico de um paciente de A - Derrame pleural
23 anos, previamente sadio, com dispnéia B - Pneumotórax à direita.
de início súbito, notou-se assimetria C - Síndrome de Consolidação Pulmonar
torácica (o hemitórax esquerdo D - Neoplasia broncopulmonar
apresentava maior volume, e com espaços
intercostais mais largos do que o
hemitórax direito). Na palpação, havia
ausência de frêmito tóraco-vocal à
esquerda. À percussão mostrou
hipersonoridade e até timpanismo e a
11
12 - Paciente com queixa de dor torácica 14 - L.G., masculino, 25 anos, internado
aguda, bem localizada, unilateral, que teve para tratamento pneumonia lobar em base
início súbito e já dura várias horas, se esquerda, evolui com dispneia súbita e dor
intensificando com a respiração. Ao exame pleurítica intensa em hemitórax esquerdo.
físico observa-se dispnéia, timpanismo, Ao exame físico do tórax observam-se as
redução do murmúrio respiratório e frêmito seguintes alterações: expansibilidade
tóraco-vocal. O diagnóstico mais provável torácica à esquerda diminuída, percussão
é: com submacicez e macicez na percussão do
A - Embolia pulmonar hemitórax esquerdo, FTV abolido e
B - Pneumonia ausência de sons à esquerda. Qual seria a
C - Derrame Pleural hipótese diagnóstica mais provável?
D - Pneumotórax espontâneo A - Derrame Pleural Parapneumônico (DPP) à
esquerda.
13 - J.B, masculino, 63 anos, queixa-se B - Pneumotórax hipertensivo
de dispneia intensa e progressiva e tosse C - Atelectasia Pulmonar
produtiva há meses. Relata ser fumante de D - Exacerbação de DPOC
30 cigarros por dia há 40 anos e que foi
diagnosticado com insuficiência cardíaca 15 - Um paciente de 24 anos conta
esquerda há 1 ano. Ao exame físico, o história de sudorese noturna, febre
paciente apresenta-se taquipneico, com vespertina e emagrecimento nas últimas
aumento visível do diâmetro ântero- seis semanas. Na véspera do atendimento,
posterior do tórax, redução da apresentou quadro de dor aguda,
expansibilidade, hipersonoridade difusa, ventilatório dependente no hemitórax
MV diminuído globalmente e presença de direito. Ao exame clínico, nota-se a
estertores crepitantes em ambas as bases presença de diminuição da mobilidade
pulmonares. Qual o diagnóstico mais ventilatória na metade inferior do
provável? hemitórax afetado, mas sem assimetria. O
A – pneumonia frêmito tóraco-vocal está abolido e a
B – DPOC por enfisema percussão evidencia macicez na metade
C – crise asmática inferior do hemitórax direito. A ausculta
D – pneumotórax espontâneo apresenta silêncio: abolição do murmúrio
vesicular, e ausência de ruídos adventícios.
Diante do quadro descrito, qual seria o
provável diagnóstico?
A - Pneumotórax espontâneo
B - Derrame pleural
C - Consolidação
D - Enfisema do pulmão afetado
12
Gabarito

1 – D Tórax em tonal é o tórax com aumento do diâmetro antero-posterior e é mais comumente


relacionado a enfisema pulmonar, onde há hiperinsuflação do pulmão.

2 – C Respiração Alternante: Consiste em respirações torácicas alternadas com respirações


abdominais. Indica fadiga diafragmática. Pode evoluir para respiração paradoxal. Tiragem intercostal:
Retração respiratória dos espaços intercostais, supra esternal, supraclavicular. Sinal de esforço
respiratório; asma grave. Respiração Paradoxal: Depressão abdominal na inspiração. Pode haver
presença de outros indícios clínicos de insuficiência respiratória, tais como: Tiragem
supraclavicular/intercostal; Batimento das asas do nariz; Taquipneia; Sudorese. Causada, geralmente,
por lesão do diafragma ou do nervo frênico. Pode indicar fadiga extrema do diafragma. Tórax
paradoxal ou instável: Uma parte do tórax se comporta de maneira distinta do restante durante a
respiração. Ocorre em situações de fraturas de arcos costais (pelo menos três arcos em dois pontos
diferentes), quando esses passam a acompanhar as mudanças da pressão intratorácica durante a
respiração.

3 – B Considerando que tanto o pneumotórax quanto o hemotórax são acometimentos de pleura, na


ausculta não será possível escutar murmúrio vesicular, o frêmito estará abolido, a inspeção estará
normal ou talvez com redução da expansão no lado acometido, e a ressonância vocal também estará
igual nos dois. A diferença semiológica é que o pneumotórax possui uma percussão hipertimpânica, e o
hemotórax é maciça.

4 – A O quadro é compatível com uma síndrome de derrame pleural à esquerda, provavelmente uma
infecção pulmonar por tuberculose. Pneumotórax causa percussão hipertimpânica. Consolidação causa
aumento do frêmito. Broncopneumonia não poderia ser uma hipótese diagnóstica porque o quadro é
muito crônico, já dura 2 meses.

5 – C Egofonia: corresponde a uma broncofonia de qualidade nasalada e metálica, comparada ao balido


de cabra (“voz caprina”); ocorre imediatamente acima do nível de um derrame pleural. Quando a
egofonia é muito característica, a letra “E” pronunciada pelo paciente é auscultada como “A”.

6 – C Sons normais: Som claro e atimpânico nas áreas de projeção pulmonar; Som timpânico no espaço
de Traube; Som submaciço na região inferior o esterno; Som maciço na região inframamária direita
(macicez hepática) e na região precordial.

7 – A - Pink puffers (soprador róseo) – é o estereotipo do enfisematoso. Na inspeção notam-se


apenas a pletora e o tórax em tonel. Geralmente são magros e longilíneos, às vezes consumidos pela
doença, apresentando dispneia do tipo expiratória (“sopradores”), mas sem sinais de cor pulmonale e
hipoxemia significativa pois os centros respiratórios responsivos que conseguem corrigir essa
hipoxemia crônica. Não desenvolvem cianose, hipertensão pulmonar nem policitemia secundária. Os
gases sanguíneo permanecem próximo aos limites normais. A ausculta pulmonar revela apenas a
diminuição acentuada do MV, sem ruídos adventícios.

8–C

9–B

a) Falso, em síndromes de consolidação espera-se um aumento do frêmito tóraco-vocal, bem


como macicez à percussão.

B) Verdadeiro.
13
▪ Aqui temos um paciente previamente hígido, que evolui com dispneia súbita e clara assimetria
torácica.
▪ Com isso já é possível direcionar nosso raciocínio clínico para um possível pneumotórax
espontâneo.
▪ Em um quadro de pneumotórax, ocorre interposição de ar entre o parênquima pulmonar e a parede
torácica, o que explica a ausência de frêmito tóraco-vocal e murmúrio vesicular.
▪ Além disso, a presença de ar nesse meio resulta no timpanismo escutado à percussão do hemitórax
do paciente.
C) Falso, em um derrame pleural, ocorre interposição de líquido entre o parênquia pulmonar e a parede
torácica, o que resulta em macicez a percussão e não timpanismo como relatado, além de que um
derrame pleural não explicaria o claro aumento de volume no lado acometido.

D) Falso. Plaquipleuris refere-se a um espessamento dos folhetos pleurais, de modo que este seria um
quadro mais arrastado, além de que não explicaria as alterações vistas ao exame físico do paciente.

10 – C

Aqui temos um paciente jovem com um possível quadro de tuberculose, a julgar pelos sintomas de
sudorese noturna, tosse crônica e perda de peso involuntária. Pode-se pensar também um quadro
de neoplasia pulmonar, principalmente por conta da perda ponderal importante no último mês.
Ambos os casos, tanto a tuberculose quanto a neoplasia pulmonar, podem evoluir com uma
síndrome pleuropulmonar bem conhecida, o derrame pleural. O exame físico do paciente corrobora
com essas hipótese diagnóstica, visto que sugere uma interposição de líquido entre o parênquima
pulmonar e a parede torácica, o que resulta em redução do FTV, macicez à percussão e silêncio à
ausculta.

11 – C

Aqui temos um paciente que evoluiu de um quadro gripal para uma possível infecção de via aérea
inferior com consolidação do parênquima pulmonar, provavelmente uma pneumonia lobar.

O exame físico corrobora com nossa hipótese ao manifestar-se com sinais claros de aumento da
densidade parenquimatosa, como o aumento do FTV e a presença de macicez à percussão.

Além disso, a presença de estertores crepitantes é típica de quadros de pneumonia, contribuindo


para o nosso raciocínio diagnóstico.

12 – D

A queixa de dor torácica aguda, bem localizada, unilateral, com início súbito e associada a dispneia,
nos leva a pensar em um quadro de síndrome pleuropulmonar.
O exame físico sugere a presença de ar entre o parênquima pulmonar e a parede torácica,
manifestado, sobretudo, pelo timpanismo à percussão, o que nos leva ao provável diagnóstico de
Pneumotórax espontâneo.
13 – B
▪ Aqui temos um paciente idoso, tabagista pesado (60 maços-ano), com diagnóstico prévio de ICC
esquerda que refere dispneia intensa e progressiva associada a uma tosse matinal com
expectoração.
▪ Dada essa história, provavelmente estamos diante de um paciente com um quadro de DPOC, haja
vista a história prévia de tabagismo, associada a sintomas respiratórios que sugerem um quadro de
doença pulmonar obstrutiva crônica.
14
▪ Em quadros de DPOC, basicamente, o ar consegue entrar nos pulmões, porém apresenta
dificuldade para sair. Esse aprisionamento ocorre pela destruição do tecido pulmonar e perda da
elasticidade dos bronquíolos e alvéolos, que acabam por colapsar durante a fase expiratória do
ciclo respiratório.
▪ No paciente enfisematoso mais especificamente, encontramos uma hiperinsuflação mantida dos
pulmões, devido ao ar que nunca sai por completo. Isso explica em parte o exame físico do
paciente, que apresenta-se com o tórax aumentado anteroposteriormente (tórax em tonel ou
barril), hipersonoridade à percussão (tem muito ar, então fica mais timpânico) e a redução do MV
globalmente (tórax fica hiperinsuflado, com dificuldade de fluxo de ar, reduzindo o murmúrio
vesicular).
▪ Por fim, a presença de estertores crepitantes pode ser explicada por uma provável congestão
veno-capilar em decorrência da ICC esquerda, o que contribui para a piora dos sintomas do
paciente.
14 – A
▪ Aqui temos um paciente jovem, em tratamento para quadro recente de pneumonia lobar, que
evoluiu subitamente com dispneia e dor torática pleurítica homolateral à pneumonia.
▪ Com isso em mente, devemos direcionar nosso raciocínio clínico para uma possível Síndrome
Pleuropulmonar secundária a uma complicação do quadro infeccioso apresentado pelo paciente.
▪ Entre as principais síndromes relacionadas podemos pensar imediatamente em pneumotórax e
derrame pleural.
▪ O exame físico revelou a diminuição da expansibilidade à esquerda, macicez à percussão e
ausência de frêmito e MV. Diante disso, podemos pensar em um possível derrame pleural
parapneumônico à esquerda, visto que a interposição de líquido entre o parênquima pulmonar e a
parede torácica explica essas alterações.
15 – B
▪ No derrame pleural, devido a interposição de líquido entre o parênquima pulmonar e a parede do
tórax, os sons são transmitidos com menor intensidade ou são até mesmo abolidos. É o que ocorre
com o frêmito tóraco-vocal e com o murmúrio vesicular, estando ambos abolidos nesse caso.
▪ Além disso, a diminuição da mobilidade ventilatória na metade inferior do hemitórax afetado
corrobora com essa hipótese. Por ser um paciente jovem, com uma história de sudorese noturna,
febre vespertina e emagrecimento nas últimas seis semanas, podemos estar diante de um derrame
pleural secundário a um quadro de tuberculose.

Você também pode gostar