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Derrame pleural
É quando o líquido vai para o espaço pleural. Por que isso acontece?
Fisiopatologia
Aumento da pressão hidrostática – se dentro do vaso você tem um aumento da pressão hidrostática o líquido vai extravasar e os vasos pleurais
vão perder líquido. Qualquer obstrução ou qualquer insuficiência pós vasos pleurais (insuficiência cardíaca) podem causar uma congestão que
aumenta a pressão.
Redução da pressão coloidomótica (plasma) – a pressão coloidosmotica tem que estar suficiente para manter o líquido dentro do vaso se ela cai o
líquido extravasa para o espaço pleural. um paciente com síndrome nefrítica diminui e o líquidos dos vasos extravasa para o espaço pleural por esse
desequilíbrio de nutrientes. Qualquer acúmulo de líquido no peritônio (ascite volumosa) pode fazer com que esse líquido passe para a pleura pela
proximidade das estruturas
Acúmulo de líquido no peritônio – existem comunicações entre o peritônio e a pleura, se o paciente tiver umas ascite muito volumosa o líquido pode
passar do peritônio para a pleura, principalmente do lado direito
Aumento da permeabilidade capilar pleural – qualquer estado inflamatório ou neoplásico vai aumentar a permeabilidade do capilar pleural e fazer
extravasamento
Redução da drenagem linfática pleural – qualquer doença no ducto torácico, linfoma
Redução súbita da pressão no espaço pleural – pressão negativa exacerbada pode fazer o líquido sair do vaso e ir em direção ao espaço pleural
Achados clínicos
Murmúrio vesicular reduzido ou abolido na área acometida (ausculta pulmonar) – é como se tivesse uma lâmina de líquido entre o estetoscópio e
o ar que entra na arvore brônquica
Macicez na percussão (percussão) – a lâmina de líquido vai modificar o som timpânico característico pois não haverá apenas ar no espaço pleural.
Na área logo acima do derrame terá submacicez
Frêmito toracovocal diminuído ou ausente do lado acometido (palpação) – pois há uma parede de líquido que impede a propagação do som
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Abaulamento de hemitórax (inspeção) – o lado com líquido tende a ficar imóvel
Expansibilidade diminuída ou ausente no lado lesado (inspeção/palpação) – o lado com líquido não vai acompanhar os movimentos respiratórios
Sinal de lemos torres (inspeção) - é um abaulamento expiratório visto nas bases pulmonares, na face lateral dos hemitórax [bilateral]. Traduz a
presença de um derrame pleural livre
Ausculta da voz ou ressonância vocal diminuídas ou ausentes na área do derrame (ausculta) - Egofonia (“broncofonia nasalada”) e estertores
finos logo na área do pulmão em contato com a parte superior do derrame
Pneumotórax
É a presença de ar entre as duas camadas da pleura, resultando em colapso parcial ou total do pulmão.
A pressão no espaço pleural costuma ser inferior à pressão no interior dos pulmões ou na parte externa do tórax. Se se
desenvolver uma perfuração que estabeleça uma conexão entre o espaço pleural e o interior dos pulmões ou a parte externa
do tórax, o ar entra no espaço pleural até que a pressão fique equilibrada ou a conexão se feche. Quando há ar no espaço
pleural, o pulmão entra em colapso parcial. Às vezes, grande parte do pulmão ou todo o órgão entra em colapso, o que causa
falta de ar (pulmão não expande).
Etiologia
ocorre em pacientes sem pneumopatia subjacente, tipicamente em jovens do sexo masculino, magros e altos, na adolescência ou por volta dos 20 anos de
idade. Admite-se que decorra da ruptura espontânea de vesículas ou bolhas apicais subpleurais, consequentes ao tabagismo ou hereditárias. Em geral,
ocorre em repouso, embora alguns casos ocorram durante atividades que envolvem extensão ou estiramento. Pneumotórax espontâneo primário também
ocorre durante o mergulho ou voo em altas altitudes.
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Pneumotórax espontâneo secundário
ocorre em pessoas com alguma doença pulmonar subjacente. Esse tipo de pneumotórax ocorre mais frequentemente com a ruptura de uma bolha em
pessoas idosas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mas também ocorre em pessoas com outras doenças pulmonares, como fibrose
cística, asma, entre outros. Devido à doença pulmonar subjacente, os sintomas e os resultados geralmente são piores no pneumotórax espontâneo
secundário
pneumotórax traumático
É uma complicação comum de contusões e lesões torácicas penetrantes. Também pode ocorrer um pneumotórax após uma lesão ou um procedimento
médico que introduza ar no espaço pleural. Procedimentos médicos como toracocentese, broncoscopia ou toracoscopia podem causar pneumotórax
traumático
Fisiopatologia
A pressão intrapleural normalmente é negativa (menor do que a pressão atmosférica) por causa do recuo da parede pulmonar para dentro e da parede
torácica para fora. No pneumotórax, o ar de fora do tórax ou do próprio pulmão entra no espaço pleural através dos planos do tecido mediastinal ou
através de perfuração pleural direta. A pressão intrapleural aumenta, e o volume pulmonar diminui.
Pneumotórax hipertensivo é um pneumotórax que causa aumento progressivo na pressão intrapleural a níveis que se tornam positivos por todo o ciclo
respiratório e colapsa o pulmão, desloca o mediastino e prejudica o retorno venoso para o coração. O ar continua entrando no espaço pleural, mas não é
capaz de sair. Sem tratamento adequado, o retorno venoso prejudicado pode causar hipotensão sistêmica e parada respiratória e cardíaca (atividade
elétrica sem pulso) em poucos minutos. O pneumotórax hipertensivo ocorre mais comumente em pacientes em ventilação com pressão positiva (na
ventilação mecânica ou particularmente durante a reanimação).
Quadro clínico
O pneumotórax de pequeno porte às vezes é assintomático. Os sintomas do pneumotórax incluem dispneia e dor pleurítica. A dispneia pode ter início
súbito ou gradual, dependendo da velocidade de desenvolvimento e do tamanho do pneumotórax. A dor pode simular pericardite, pneumonia, pleurisia,
embolia pulmonar, lesão musculoesquelética (quando referida no ombro) ou processo intra-abdominal (quando referida no abdome). A dor também pode
simular isquemia cardíaca, embora normalmente a dor de isquemia cardíaca não seja pleurítica.
Os achados físicos consistem classicamente em ausência de frêmito tátil, hipersonoridade à percussão e diminuição do murmúrio vesicular no lado com
pneumotórax. Se o pneumotórax for grande, o lado comprometido pode estar aumentado, com a traqueia visivelmente desviada para o lado oposto. No
pneumotórax de tensão, pode ocorrer hipotensão.
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A hipotensão súbita em um paciente em ventilação mecânica deve levar à suspeita imediata de um pneumotórax hipertensivo. Se o paciente
também tem murmúrio vesicular diminuído e hiper-sonoridade à percussão, deve-se presumir que há pneumotórax hipertensivo, e este deve ser
tratado imediatamente sem aguardar a confirmação por radiografia de tórax.
Tórax com abaulamentos no espaço intercostal (inspeção) – em casos de pneumotórax pequeno pode ser imperceptível
Expansibilidade ausente ou diminuída na área acometida (inspeção/palpação)
Frêmito toracovocal ausente ou diminuído na área acometida (palpação) – não vai vibrar a pleura pra gerar a percepção tátil
Som timpânico ou hipertimpânico na área acometida (percussão) – pois terá ar na pressão ambiente
Murmúrio vesicular diminuído ou ausente na área acometida (ausculta)
Ausculta da voz ou ressonância vocal diminuídas ou ausentes na área acometida (ausculta)
Respiração com presença de sopro anfórico – em pneumotórax hipertensivo é um sopro tubário modificado pela
interposição de uma cavidade grande, cheia de ar, com paredes lisas e tensas.
Síndromes pulmonares
FTV
Síndrome Inspeção Percussão Ausculta Causas
(palpação)
Consolidação pulmonar Expansibilidade aumentado Macicez ou Respiração Pneumonia
diminuída submacicez brônquica Tuberculose
substituindo o MV
Estertores finos
ou crepitantes
Broncofonia ou
egofonia ou
pectoriloquia
Atelectasia Retração dos Diminuído ou Macicez ou MV abolido Neoplasia
espaços abolido submacicez Respiração brônquica, corpo
intercostais bronco-vesicular estranho
(tiragem) Ausculta da voz intrabronquico
Expansibilidade diminuída ou
diminuída ou ausente
ausente
Enfisema pulmonar Tórax em tonel diminuído Início: som claro Murmúrio Tabagismo
Expansibilidade pulmonar vesicular Poluição do ar
diminuída Avançado: diminuído intensa
timpanismo Ausculta da voz
diminuída
Expiração
prolongada
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9
Questões
4 – A O quadro é compatível com uma síndrome de derrame pleural à esquerda, provavelmente uma
infecção pulmonar por tuberculose. Pneumotórax causa percussão hipertimpânica. Consolidação causa
aumento do frêmito. Broncopneumonia não poderia ser uma hipótese diagnóstica porque o quadro é
muito crônico, já dura 2 meses.
6 – C Sons normais: Som claro e atimpânico nas áreas de projeção pulmonar; Som timpânico no espaço
de Traube; Som submaciço na região inferior o esterno; Som maciço na região inframamária direita
(macicez hepática) e na região precordial.
8–C
9–B
B) Verdadeiro.
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▪ Aqui temos um paciente previamente hígido, que evolui com dispneia súbita e clara assimetria
torácica.
▪ Com isso já é possível direcionar nosso raciocínio clínico para um possível pneumotórax
espontâneo.
▪ Em um quadro de pneumotórax, ocorre interposição de ar entre o parênquima pulmonar e a parede
torácica, o que explica a ausência de frêmito tóraco-vocal e murmúrio vesicular.
▪ Além disso, a presença de ar nesse meio resulta no timpanismo escutado à percussão do hemitórax
do paciente.
C) Falso, em um derrame pleural, ocorre interposição de líquido entre o parênquia pulmonar e a parede
torácica, o que resulta em macicez a percussão e não timpanismo como relatado, além de que um
derrame pleural não explicaria o claro aumento de volume no lado acometido.
D) Falso. Plaquipleuris refere-se a um espessamento dos folhetos pleurais, de modo que este seria um
quadro mais arrastado, além de que não explicaria as alterações vistas ao exame físico do paciente.
10 – C
Aqui temos um paciente jovem com um possível quadro de tuberculose, a julgar pelos sintomas de
sudorese noturna, tosse crônica e perda de peso involuntária. Pode-se pensar também um quadro
de neoplasia pulmonar, principalmente por conta da perda ponderal importante no último mês.
Ambos os casos, tanto a tuberculose quanto a neoplasia pulmonar, podem evoluir com uma
síndrome pleuropulmonar bem conhecida, o derrame pleural. O exame físico do paciente corrobora
com essas hipótese diagnóstica, visto que sugere uma interposição de líquido entre o parênquima
pulmonar e a parede torácica, o que resulta em redução do FTV, macicez à percussão e silêncio à
ausculta.
11 – C
Aqui temos um paciente que evoluiu de um quadro gripal para uma possível infecção de via aérea
inferior com consolidação do parênquima pulmonar, provavelmente uma pneumonia lobar.
O exame físico corrobora com nossa hipótese ao manifestar-se com sinais claros de aumento da
densidade parenquimatosa, como o aumento do FTV e a presença de macicez à percussão.
12 – D
A queixa de dor torácica aguda, bem localizada, unilateral, com início súbito e associada a dispneia,
nos leva a pensar em um quadro de síndrome pleuropulmonar.
O exame físico sugere a presença de ar entre o parênquima pulmonar e a parede torácica,
manifestado, sobretudo, pelo timpanismo à percussão, o que nos leva ao provável diagnóstico de
Pneumotórax espontâneo.
13 – B
▪ Aqui temos um paciente idoso, tabagista pesado (60 maços-ano), com diagnóstico prévio de ICC
esquerda que refere dispneia intensa e progressiva associada a uma tosse matinal com
expectoração.
▪ Dada essa história, provavelmente estamos diante de um paciente com um quadro de DPOC, haja
vista a história prévia de tabagismo, associada a sintomas respiratórios que sugerem um quadro de
doença pulmonar obstrutiva crônica.
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▪ Em quadros de DPOC, basicamente, o ar consegue entrar nos pulmões, porém apresenta
dificuldade para sair. Esse aprisionamento ocorre pela destruição do tecido pulmonar e perda da
elasticidade dos bronquíolos e alvéolos, que acabam por colapsar durante a fase expiratória do
ciclo respiratório.
▪ No paciente enfisematoso mais especificamente, encontramos uma hiperinsuflação mantida dos
pulmões, devido ao ar que nunca sai por completo. Isso explica em parte o exame físico do
paciente, que apresenta-se com o tórax aumentado anteroposteriormente (tórax em tonel ou
barril), hipersonoridade à percussão (tem muito ar, então fica mais timpânico) e a redução do MV
globalmente (tórax fica hiperinsuflado, com dificuldade de fluxo de ar, reduzindo o murmúrio
vesicular).
▪ Por fim, a presença de estertores crepitantes pode ser explicada por uma provável congestão
veno-capilar em decorrência da ICC esquerda, o que contribui para a piora dos sintomas do
paciente.
14 – A
▪ Aqui temos um paciente jovem, em tratamento para quadro recente de pneumonia lobar, que
evoluiu subitamente com dispneia e dor torática pleurítica homolateral à pneumonia.
▪ Com isso em mente, devemos direcionar nosso raciocínio clínico para uma possível Síndrome
Pleuropulmonar secundária a uma complicação do quadro infeccioso apresentado pelo paciente.
▪ Entre as principais síndromes relacionadas podemos pensar imediatamente em pneumotórax e
derrame pleural.
▪ O exame físico revelou a diminuição da expansibilidade à esquerda, macicez à percussão e
ausência de frêmito e MV. Diante disso, podemos pensar em um possível derrame pleural
parapneumônico à esquerda, visto que a interposição de líquido entre o parênquima pulmonar e a
parede torácica explica essas alterações.
15 – B
▪ No derrame pleural, devido a interposição de líquido entre o parênquima pulmonar e a parede do
tórax, os sons são transmitidos com menor intensidade ou são até mesmo abolidos. É o que ocorre
com o frêmito tóraco-vocal e com o murmúrio vesicular, estando ambos abolidos nesse caso.
▪ Além disso, a diminuição da mobilidade ventilatória na metade inferior do hemitórax afetado
corrobora com essa hipótese. Por ser um paciente jovem, com uma história de sudorese noturna,
febre vespertina e emagrecimento nas últimas seis semanas, podemos estar diante de um derrame
pleural secundário a um quadro de tuberculose.