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SAÚDE E DOENÇA

CÉLULA PANCREÁTICA
EDIÇÃO 2 COM NOVO TEMA E NOVAS IDEIAS PARA UMA SÁUDE MELHOR !

Prof. Denner Isaias Prof. / Dra. Heloísa Colares


CÉLULA PANCREÁTICA
RESPONSÁVEIS PELA REVISTA SAÚDE E DOENÇ A : ALUNOS DO
2 PERIÓDO DA FACULDADE UNA DIVINÓPOLIS DOS CURSOS DE
NUTRIÇÃO E FISIOTERAPIA
Cristiane
Cecilia Alves Teixeira
Soares Mesquita Monteiro

Jéssica Juliana
Silva Santos Marques Freitas

Letícia Letícia
Camilly Ribeiro De Melo Lima

Luiz Otávio Nayara


Libanio Pereira Alves de Azevedo

SAÚDE E DOENÇA
SAÚDE E DOENÇA
SÚMARIO
1. Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------------1
2. O que é o Pâncreas ? ----------------------------------------------------------------------------------------2
3. Característica Morfológicas -------------------------------------------------------------------------------4
4. Sistema De Ductos -------------------------------------------------------------------------------------------5
5. Pâncreas Endócrino------------------------------------------------------------------------------------------6
6. Pâncreas Exócrino -------------------------------------------------------------------------------------------7
7. Fisiologia do Pâncreas -------------------------------------------------------------------------------------8
8. Funções do Pâncreas ---------------------------------------------------------------------------------------9
9. Você Sabia ? --------------------------------------------------------------------------------------------------12
10. Componentes Bioquímicos -------------------------------------------------------------------------------13
11. Vias Metabólicas Principais ------------------------------------------------------------------------------15
12. Processo de Liberação de Insulina ---------------------------------------------------------------------16
13. Você sabia ? ---------------------------------------------------------------------------------------------------17
14. Genes e Herança Genética -------------------------------------------------------------------------------18
15. Patologia Envolvendo Células Pancreáticas --------------------------------------------------------25
16. Caça-Palavras -----------------------------------------------------------------------------------------------27
17. Entrevistas com Pacientes Diabéticos ---------------------------------------------------------------28
18. Fontes Científicas ----------------------------------------------------------------------------------------------

SAÚDE E DOENÇA
Introdução :
O Pâncreas, é um órgão do tipo
glândula mista, ela tem uma porção
exócrina que manda secreção para
fora da corrente sanguínea para a
parte interior do intestino e uma
porção exócrina que manda
secreção, hormônios e proteínas para Imagem retirada : https://resumosmedicina.com.br/histologia-do-pancreas/

a corrente sanguínea. É localizado


entre o Duodeno e o baço e fica atrás Ele participa de dois sistemas: o endócrino,
do estomago. Tem aproximadamente porção endócrina e o Digestório, porção
entre 15 a 25 centímetros e pesa exócrino. Sua função e dividida por 3
aproximadamente cem gramas. etapas de estímulos na porção exócrina
que são Cefálica, Gástrica e Intestinal.
As porção endócrina são formadas por
Ilhotas de Langerhans que são constituído
por células, essas células são:

Beta que produzem Insulina e reduzem o


nível de açúcar;

Alpha que produzem Glucagon e aumenta


o nível de açúcar;

Delta que produzem Somatostatina e


inibem a porção do endócrino;
PP produzem Polip. Pancreático e inibem a
porção exócrina;

Imagens retiradas : https://www.sanarmed.com/resumo-do-pancreas-anatomia-


Épsilon produzem Grelina e estimulam o
exocrino-endogeno-doencas-e-mais
apetite.
Referências Bibliográficas : https://www.scielo.br/j/ce/a/qvL6Skh4NzNtMMcmgQrTHsG/?format=pdf
https://www.scielo.br/j/abem/a/wPVbbv94QFDLbB3xjk4vjDJ/?lang=pt&format=pdf

SAÚDE E DOENÇA 1 1
O que é o
Pâncreas ?

O PÂNCREAS é uma
glândula localizada atrás
do estômago,
responsável pela
produção de insulina e
pela absorção de enzimas
da digestão.

Imagens retirada : https://www.infobae.com/america/ciencia-america/2023/05/09/un-algoritmo-


de-ia-disenado-por-harvard-predijo-el-cancer-de-pancreas-3-anos-antes-de-los-sintomas/

Imagens retirada : https://br.freepik.com/vetores-premium/mascote-de-desenho-animado-do-


personagem-do-pancreas-com-cara-engracada-cartao-de-treinamento-de-anatomia-humana-do-
Imagem retirada : https://tiagoesouza.com.br/blog/medico-que-cuida-do-pancreas/
pancreas_48124358.htm

SAÚDE E
SAÚDE E DOENÇA
DOENÇA 1
2
O PÂNCREAS
Pâncreas humano seção transversal Real anatomia
Imagem retirada : https://www.istockphoto.com/br/foto/p%C3%A2ncreas-humano-
se%C3%A7%C3%A3o-transversal-real-anatomia-gm503584028-66621857

SAÚDE E DOENÇA 3
Característica Morfológicas:
O pâncreas é coberto por uma fina cápsula de tecido
conjuntivo frouxo. O parênquima é formado por
ácidos pancreáticos e por ilhotas pancreáticas
espaçadas cercadas pelo estroma de tecido conjuntivo
frouxo.

Imagem retirada : https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-pancreas

Septos interlobulares de tecido conjuntivo se projetam


da cápsula em direção ao parênquima pancreático,
organizando-o em lóbulos. Os septos interlobulares
contém ductos interlobulares, vasos sanguíneos, nervos
e corpúsculos lamelares (de Pacini), que são tipos
especiais de receptores sensoriais.
Referências Bibliográficas : DO CARMO MD, Livia Lourenço et al. Histologia do pâncreas. Kenhub, 2018. Disponível em:
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-pancreas.

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Sistema de Ductos :
Uma vez sintetizada, a
secreção pancreática sai do
ácino através dos ductos
intercalares. Eles são ductos
curtos, com um pequeno
lúmen que tem sua porção Os ductos intercalares drenam nos ductos
basal dentro do ácino. A interlobulares, que são revestidos por
porção inicial, intra-acinar, do epitélio colunar simples pavimentoso.
ducto intercalar é revestida Por sua vez, os ductos intralobulares
por epitélio simples drenam em ductos interlobulares, de maior
escamoso chamadas de calibre, que se localizam nos septos
células centroacinares, que interlobulares de tecido conjuntivo. Eles
marcam o início do sistema também são revestidos por epitélio colunar
de ductos do pâncreas escamoso que vai ficando mais alto e mais
exócrino. Essas células estratificado a medida que o tamanho do
pancreáticas contém um ducto aumenta. Os ductos interlobulares
núcleo achatado central e se drenam no ducto pancreático principal ou,
coram fracamente com às vezes, no ducto pancreático acessório
hematoxilina e eosina (HE). As
células centroacinares são
contínuas com as células
ductais, simples e cuboidais,
que revestem a porção extra-
acinar dos ductos
intercalares, que se estende
para fora dos ácinos.

Imagem retirada : https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-pancreas

Referências Bibliográficas : DO CARMO MD, Livia Lourenço et al. Histologia do pâncreas. Kenhub, 2018. Disponível em:
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-pancreas.

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Pâncreas Endócrino :
O componente endócrino
Células B (beta)
corresponde apenas a 2% do
pâncreas e é representado por cerca Células A (alfa)
de 1,2 milhão de ilhotas pancreáticas
Células D (delta)
(de Langerhans). Elas estão dispersas
no componente exócrino do pâncreas, Células PP ( produtoras de
a maioria delas na região da cauda.
polipeptídeo pancreático)
Essas ilhotas são demarcadas do
resto do parênquima por uma delicada
rede de fibras reticulares.
Página 9 explica melhor a função das
As ilhotas pancreáticas são grupos de quatro células citadass a cima .
células poligonais endócrinas. Em uma
lâmina histológica pancreática corada
com HE, elas aparecem como células
grandes, pouco coradas, envolvidas
por ácinos pancreáticos basofílicos
bem corados. As células das ilhotas
estão conectadas entre si por
desmossomos e gap junctions,
formando um cordão celular. As
ilhotas pancreáticas são permeadas
por vários capilares fenestrados, que
permitem a rápida entrada dos
hormônios pancreáticos no sangue. Imagem retirada :
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-pancreas

Referências Bibliográficas : DO CARMO MD, Livia Lourenço et al. Histologia do pâncreas. Kenhub,
2018. Disponível em: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-pancreas.

Existem quatro tipos principais de


células nas ilhotas pancreáticas:

SAÚDE E DOENÇA 6
Pâncreas Exócrino :
Unidades secretoras

O componente exócrino do pâncreas


corresponde a cerca de 98% do tecido
pancreático. Ele é formado por glândulas
serosas acinares (tubuloacinares)
densamente compactadas. Essas glândulas
são chamadas de ácinos pancreáticos e
representam as unidades secretoras do
pâncreas. Elas são formadas por epitélio
simples. Cada ácino pancreático consiste em Imagem retirada :

células acinares piramidais, com uma porção https://www.passeidireto.com/arquivo/99438274/patologia-pancreas-


exocrino

basal larga e uma superfície apical estreita,


ao redor de um pequeno lúmen central.
Essas células acinares são células secretoras
serosas que produzem enzimas digestivas.
Sua função secretora é evidenciada pela
presença de retículo endoplasmático rugoso
e complexos de Golgi em abundância. Visto
ao microscópio, seu citoplasma basal é
bastante basofílico, com grânulos de
zimogênio acidófilos visíveis em seu polo
apical. Grânulos de zimogênio são grandes
organelas secretoras, nas quais as células
acinares guardam suas enzimas inativas,
chamadas de zimogênio ou pró-enzimas.
Após estimulados, os zimogênios são
ativados e as células acinares liberam suas
secreções por exocitose. Durante a
exocitose, o grânulo se funde à membrana
celular e expele o seu conteúdo no lúmen do
ácino
Referências Bibliográficas : DO CARMO MD, Livia Lourenço et al. Histologia do pâncreas. Kenhub,
2018. Disponível em: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-pancreas.

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Fisiologia do Pâncreas :
O pâncreas é um órgão alongado que fica localizado na nossa cavidade abdominal.

MEDIDA PESO
Entre 15cm e 25cm. Entre 60 á 170g.

ONDE ELE É LOCALIZADO ?


Se encontra atrás do estômago.
.Na parte esquerda do Pâncreas se encontra o baço
.Na parte direita do Pâncreas temos o duodeno , ele fica anexado

Imagem retirada : https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-pancreas

ANATOMICAMENTE
Anatomicamente o pâncreas é divido em três partes: a cabeça que é a
extremidade do lado direito e fica encaixada na curva do duodeno, o corpo
que é a parte mais intermediaria e a cauda que é um pouco mais fina e se
localiza na extremidade esquerdo perto do baço. O pâncreas é uma glândula
mista, ou seja, ele tem função tanto exócrina quanto endócrina.
Referências Bibliográficas :https://doi.org/10.1038/s41586-018-0088-0
http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/30094
https://www.nature.com/articles/s41467-023-40893-8

SAÚDE E DOENÇA 8
Funções do Pâncreas :
A porção exócrina que secreta
enzimas digestivas e a porção
endócrina que secreta hormônios que
serão depositados no sangue, ele é
chamado de glândula mista por
produzir muitos hormônios como
secreções exócrinas digestivas. A sua
porção exócrina secreta o suco
pancreático que é produzido pelos Imagem retirada : https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/pancreas.htm

ácinos pancreáticos, os ácinos estão As células α (alfa) são células responsáveis por
conectados aos ductos pancreáticos, sintetizar e secretar o hormônio peptídeo glucagon,
formando uma espécie de rede que que eleva os níveis de glicose no sangue e constituem
15-20% das células das ilhotas. Elas são maiores que
possui enzimas digestivas e as células β e se localizam, em sua maioria, na
bicarbonato, esse liquido flui para o periferia da ilha. Seus grânulos são mais uniformes em
intestino onde vai decompor ainda tamanho, com um grande centro escuro cercado por
um fino halo, quando comparado às células β. Os
mais carboidratos, proteínas e lipídios.
grânulos estão repletos de glucagon.
Já porção endócrina que corresponde As células β (beta) do pâncreas produzem insulina,
a apena 2% do pâncreas produz dois que estimula as células do corpo a extrair glicose da
hormônios, a insulina e o glugagon. É corrente sanguínea e constituem cerca de 70% das
células das ilhotas. Elas estão comumente localizadas
composta por aproximadamente 1,2 na parte central da ilhota. As células β contêm vários
milhões de células que são as ilhotas grânulos secretórios que possuem um centro escuro
de langerhans ou pancreáticas, em com insulina cristalizada, circundado por um halo
pálido largo.
uma lâmina histológica pancreática
As Células δ (delta) secretam um hormônio
corada com HE, elas aparecem como denominado de somatostatina que inibe a liberação de
células grandes, pouco coradas, insulina e glucagon por meio de ação parácrina, e é
envolvidas por ácinos pancreáticos idêntica a um hormônio secretado pelo hipotálamo,
que inibe a liberação do hormônio do crescimento (GH)
basofílicos bem corados, e são e ao hormônio estimulante da tireoide (TSH), produzido
encontradas em maior quantidade no pela glândula pituitária anterior ,e constituem 5-10%
corpo e na cauda do pâncreas. Dentro das células das ilhotas. Elas estão localizadas
difusamente em toda a ilha, mas são mais comuns na
desse grupo de células ilhotas
periferia. Células δ contêm grânulos secretórios
podemos encontrar quatros tipos de maiores quando comparadas às células α e β. Já as
células, alfa , beta , delta e PP células PP secretam polipeptídeos pancreáticos e
Referências Bibliográficas :https://doi.org/10.1038/s41586-018-0088-0 constituem 5% das células das ilhotas. Elas se
http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/30094
https://www.nature.com/articles/s41467-023-40893-8 concentram mais na cabeça do pâncreas.

SAÚDE E DOENÇA 9
Funções do Pâncreas :
Os hormônios glucagon e a insulina
possuem funções opostas e atuam
controlando os níveis de glicose no
sangue que é chamado de glicemia. O
glugacon é secretado pelas células
alfa em reposta a diminuição da
glicemia, ou seja, quando a glicemia
(nível de glicose no sangue) diminuia
secreção de glucagon aumenta ,
então para aumentar a glicemia o
Imagem retirada : https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-pancreas

glucagon estimula o fígado a quebrar


Já a insulina que é secretada pelas célula
o glicogênio que estava armazenado
beta ,quando existe um aumento da
nele e liberar essa glicose na corrente
glicemia, ou seja, quando se tem muita
sanguínea ,um processo que é
glicose no sangue a insulina vai promover a
chamado de glicogenólise. Além disso
entrada da glicose para as células , além de
o glugacon também estimula a lipólise
estimular também o armazenamento da
e a liberação de ácidos graxos para a
glicose em forma de glicogênio e gordura. A
corrente sanguínea, o que ajuda a
insulina é importante pois garante a entrada
manter a homeostasia do nosso corpo
de glicose para dentro das células que a
quando estamos em jejum.
onde ela vai ser utilizada para produzir
De maneira geral, o glugacon causa
energia ATP. Ou seja a insulina:
um aumento da glicemia,da proteólise
>Estimula a absorção da glicose nos tecidos
e da lipólise através de vários
dependentes de insulina via canais GLUT4
mecanismos: estimulando a síntese de
>Estimula a utilização da glicose pela
glicose ao promover a
ativação do glicólise intracelular
gliconeogênese estimulando a
>Estimula o armazenamento da glicose na
liberação da glicose armazenada ao
forma de glicogênio e inibe a glicogenólise
promover a glicogenólise
>Estimula a síntese de glicerol e a
,estimulando a mobilização de ácidos
lipogênese através da ativação da lipase
graxos do tecido adiposo ,estimula a
lipoproteica >Estimula a síntese proteica nas
oxidação lipídica ao ativar a lipase
células musculares esqueléticas e nos
hepática e também estimulando a
hepatócitos e inibe a oxidação dos lipídeos
proteólise.
Referências Bibliográficas :https://doi.org/10.1038/s41586-018-0088-0
e o catabolismo de proteínas
http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/30094
https://www.nature.com/articles/s41467-023-40893-8

SAÚDE E DOENÇA 10
Funções do Pâncreas :
IMPORTANTE SABER

Além disso é importante saber que existem níveis ideais de


glicemia, se a quantidade de glicose no sangue aumenta
muito ou diminui muito, pode vir a causar prejuízos ao nosso
organismo e causar como por exemplo o diabetes, que é o
excesso de glicose no nosso sangue que pode levar a
várias complicações. O tipo mais comum que temos do
diabetes é o diabetes MELLITUS que é classificado em tipo 1
e tipo 2, o tipo 1 ocorre pois as células beta pancreática não
possuem insulina ou produzem de uma forma insuficiente, o
que faz com que a glicemia aumente ,a perda de células β
das ilhotas em doenças como o diabetes tipo 1 requer
intervenção terapêutica, fazendo assim com a que pessoa
precise tomar injeções de insulina. Já no tipo 2 o pâncreas
funciona normalmente produzindo insulina, porém essa
insulina não consegue exercer a sua função corretamente e
é chamado de resistência a insulina, isso pode ocorrer por
diversos motivos mas a causa mais comum é o excesso de
gordura (obesidade) ,esse tipo de diabetes é o mais comum
e é 90% dos casos de diabete, ele está associado a maus
hábitos de vida como por exemplo uma má alimentação e o
sedentarismo. Nesse tipo de diabetes a pessoa não precisa
de inicio tomar as injeções, mas conforme a doença progrida
essa pessoa pode sim chegar a precisar das injeções.
Referências Bibliográficas :https://doi.org/10.1038/s41586-018-0088-0
http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/30094
https://www.nature.com/articles/s41467-023-40893-8

SAÚDE E DOENÇA 11
O pâncreas tem uma DUPLA FUNÇÃO, e por
isso, pode ser considerado um órgão tanto do
sistema endócrino quanto do sistema
digestório. Essa dupla função é a produção de
hormônios e enzimas digestivas.
Informações retiradas : SANTOS, Vanessa Sardinha. “Pâncreas”;Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/pancreas.htm. Acesso em:
01/11/2023

SAÚDE E DOENÇA 12
Componentes Bioquímicos :
Componentes químicos da
célula, também são
componentes químicos dos
seres vivos, são
identificados a partir dos
átomos que os compõem,
como o Carbono (C),
Hidrogênio (H), Oxigênio (O),
Imagem retirada : https://www.materiais.gelsonluz.com/2019/03/composicao-quimica-
celular.html?m=1#google_vignette
Nitrogênio (N), Fósforo (P),
Enxofre (S). Os átomos
precisam se agrupar e
formar ligações químicas e
essas ligações a partir dos
átomos formam as
moléculas, dentro dessas
moléculas nós temos as:
Inorgânicas que são água
(que é um solvente
universal H2O) e sais
Imagem retirada : https://www.materiais.gelsonluz.com/2019/03/composicao-quimica-
celular.html?m=1#google_vignette minerais (diversas funções
Referências Bibliográficas : https://www.scielo.br/j/ce/a/qvL6Skh4NzNtMMcmgQrTHsG/?format=pdf
https://www.scielo.br/j/abem/a/wPVbbv94QFDLbB3xjk4vjDJ/?lang=pt&format=pdf e fórmulas químicas
distintas)

SAÚDE E DOENÇA 13
Componentes Bioquímicos :
ORGÂNICAS QUE SÃO AS :
Proteínas que tem função como
estrutura, defesa, enzimática,
hormonal, energética e são
formadas por aminoácidos (AA)
por ligação peptídica. Formula
química distinta como (C, O, H, N
e também pode ter S)

Lipídios que fazem a reserva de


energia, membrana, hormonal,
isolamento .. Formula química
:
distinta como (C, H, O e também
.
P e N). ).
Imagem retirada : https://www.materiais.gelsonluz.com/2019/03/composicao-quimica-
celular.html?m=1#google_vignette

Carboidratos tem função


estrutural ou energética e tem a
formula química geral (Cn H2n
On)

Ácidos Nucleicos tem função de


armazenar ou transportar a
informação genética, por o
exemplo o DNA e o RNA
formados por nucleotídeos (C,
H,O,N).
Vitaminas regulam o nosso
metabolismo e podem atuar
como coenzimas, formulas
químicas distintas como
(Complexo B, Vitamina A,
Imagem retirada : https://www.materiais.gelsonluz.com/2019/03/composicao-quimica-
Vitamina D, Vitamina E, Vitamina celular.html?m=1#google_vignette

K, Vitamina C Referências Bibliográficas : https://www.scielo.br/j/ce/a/qvL6Skh4NzNtMMcmgQrTHsG/?format=pdf


https://www.scielo.br/j/abem/a/wPVbbv94QFDLbB3xjk4vjDJ/?lang=pt&format=pdf

SAÚDE E DOENÇA 14
Vias Metabólicas Principais :
O pâncreas produz dois tipos de Estes são sinais que falta glicose para o
hormônios importantes na regulação cérebro , já que o cérebro é um órgão que
da taxa de glicose no sangue . depende exclusivamente de glicose na
obtenção de energia para suas células.
A INSULINA E O GLUCAGON Em sinais de hipoglicemia o pâncreas irá
Que iram ser secretados conforme a produzir glucagon com objetivo de
necessidade do organismo. transformar o glicogênio no que está
armazenado em nossos músculos e
INSULINA: é produzida quando o corpo fígado em moléculas de glicose , após o
está com hiperglicemia , como após glucagon irá carregar a glicose liberada
refeições fartas em carboidratos, para corrente sanguínea fazendo com que
agindo para que ocorra a glicogênese. a concentração de glicose no sangue seja
normalizada novamente.
Glicogênese: é um processo de Quando o pâncreas não funciona ou
estocamento de glicose em forma de funciona de maneira deficiente , ocorre a
glicogênio, tem finalidade de retirar o falta baixa de produção de insulina ,
excesso de glicose do sangue e provocando :
transportá-la para dentro das células . Diabetes Mellitus tipo 1
do músculo ( glicogênio muscular ). E . Diabetes Mellitus tipo 2
também de armazenar no fígado ( . Ou Diabetes Gestacional
glicogênio hepático ). São doenças causadas pelo excesso de
glicose no sangue . Juntos insulina e
GLUCAGON: é produzido em glucagon equilibram o teor de açúcar no
momentos de hipoglicemia, quando a organismo .
quantidade de glicose no organismo
está baixa, como no jejum ou longos
intervalos entre refeições, podendo
causar :
. Tonturas
. Fraqueza
. Dores de cabeça
. Desmaios
Imagem retirada
Referências Bibliográficas : https://openaccess.blucher.com.br/download- :https://www.google.com.br/amp/s/mundoeducacao.uol.com.br/amp/biologia/pancreas.htm
pdf/317/20129
Referências Bibliográficas :

SAÚDE E DOENÇA 15
Processo de Liberação de
Insulina :
1 NIVEIS ALTOS DE GLICOSE NO SANGUE
2 O METABOLISMO AUMENTA
3 O ATP AUMENTA
4 O CANAL K ATP FECHA
5 A CÉLULA DESPOLARIZA E O CANAL DE CALCIO ABRE
6 A ENTRADA DE Ca2+ ATUA COMO UM SINAL INTRACELULAR
7 O SINAL DE Ca2+ DESENCADEIA A EXOCITOSE E A INSULINA É
SECRETAD
Imagem retirada : https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/insulina.htm

A liberação da insulina da célula beta pancreática, ocorre por exemplo após uma
refeição, quando temos um aumento nos níveis de glicose no sangue, esta glicose
vai percorrer a nossa corrente sanguínea até chegar nas proximidades da célula beta
pancreática, que detecta este aumento na glicose plasmática e inicia o transporte
dessa glicose para dentro da célula, mediada por um transportador de glicose
(Difusão facilitada). O aumento desta glicose dentro da célula vai gerar também o
aumento da metabolização dessa glicose para produzir o ATP, este ATP vai se juntar
a um canal de potássio dependente de ATP, fazendo que esse canal se feche,
impedindo que o potássio sai da célula. O acúmulo de potássio dentro da célula,
gera a despolarização da membrana celular que é a abertura de um canal de cálcio
dependente de voltagem, fazendo com que o cálcio entre dentro da célula por
decorrência do seu gradiente eletroquímico. Este cálcio dentro da célula, se liga a
proteínas da vesícula que contem a insulina e inicia o processo de exocitose fazendo
com que essa insulina seja liberada no meio extracelular e possa exercer os seus
efeitos .

Imagem retirada : https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Mecanismo-primario-de-


estimulo-da-glicose-na-secrecao-da-insulina-pelas-celulas_fig1_320564336
Referências Bibliográficas :
https://www.scielo.br/j/ce/a/qvL6Skh4NzNtMMcmgQrTHsG/?format=pdf
https://www.scielo.br/j/abem/a/wPVbbv94QFDLbB3xjk4vjDJ/?lang=pt&format=pdf

SAÚDE E DOENÇA 16
O pâncreas é considerado o maior órgão
endócrino do corpo humano ! Por isso, ele é o
maior responsável por garantir que os níveis de
açúcar no sangue permaneçam regulados e em
uma faixa saudável.
Informações retiradas : Alves, ITALO. Conhecendo o pâncreas: 03 curiosidades sobre
esse órgão crucial. 180 Graus. 11/10/2023, Disponivel em: https://180graus.com/blog-
geral/conhecendo-o-pancreas-03-curiosidades-sobre-esse-orgao-crucial/. Acesso em:
20/11/2023

SAÚDE E DOENÇA 17
Genes e Herança Genética :
Mutações nos genes e defeitos genéticos nas células pancreáticas são herdados
geneticamente e contribuem para o desenvolvimento de doenças como alguns
tipos de Diabetes e Pancreatite hereditária.
- PANCREATITE HEREDITÁRIA Mutações no gene PRSS1, com padrão de
herança autossômica dominante, são a causa
A pancreatite hereditária tem etiologia
mais comum de pancreatite hereditária e
genética e se caracteriza por quadros
explicam de 65% a 80% dos casos.
recorrentes de inflamação no pâncreas,
O PRSS1 responde pela codificação da
que podem causar dano permanente ao
tripsinogênio catiônico, uma enzima
órgão, com perda de função relevante. É
pancreática transportada para o intestino
uma doença rara, com prevalência
delgado, onde é clivada em sua forma ativa,
estimada em 3 a 6 casos por milhão de a tripsina, importante no processo
indivíduos. digestório. Algumas mutações nesse gene
Os sintomas geralmente se iniciam ainda resultam na produção de uma forma anormal
no fim da infância, com episódios de de tripsinogênio, que é convertida em
pancreatite aguda, de gravidade e tripsina prematuramente, ainda no pâncreas,
duração variáveis. A partir daí, a doença enquanto outras comprometem a
pode progredir, ainda no adulto jovem, degradação da enzima ativa. Tais alterações
para a forma aguda recorrente e para a culminam com níveis elevados de tripsina no
forma crônica, já que a inflamação pâncreas, capazes de deflagrar danos
persistente leva à substituição do tecido diretos ao tecido pancreático ou mesmo
saudável e funcional por áreas de uma resposta autoimune.
fibrose. Os casos de pancreatite hereditária não
Nesse estágio, os pacientes costumam associados ao PRSS1 podem decorrer de
apresentar dor abdominal ocasional ou mutações em outros genes, como o SPINK1 e
o CFTR, ou estar relacionados a heranças
frequente, além de sinais associados ao
genéticas multigênicas mais complexas,
comprometimento das funções exócrina
envolvendo o CASR, o CTRC e outros genes.
e endócrina do pâncreas, como
O diagnóstico do quadro requer uma história
esteatorreia, perda de peso, prejuízo na
clínica e familiar detalhada. A identificação de
absorção de proteínas e vitaminas e uma mutação sabidamente associada à
diminuição da produção de insulina – a doença confirma a condição. Nesse contexto,
ponto de 25% desses indivíduos testes genético-moleculares estão disponíveis
desenvolverem diabetes tipo I. A e podem ser realizados tanto para a pesquisa
inflamação crônica ainda aumenta o risco de um único gene relacionado à doença
de evolução para câncer de pâncreas. quanto por painéis multigênicos.
Referências Bibliográficas : https://www.fleury.com.br/medico/artigos-
cientificos/pancreatite-hereditaria-revista-medica-ed-1-2019

SAÚDE E DOENÇA 18
Genes e Herança
Genética :
Diabetes Mellitus Tipo 2
O DIABETES MELLITUS TIPO 2 (DM2) é uma síndrome
heterogênea que resulta de defeitos da secreção e da
ação da insulina . Fatores genéticos e fatores ambientais
estão envolvidos na patogênese do DM2 interferindo em
ambos estes mecanismos . A importância da
hereditariedade no DM2 se apóia em vários fatos, entre o
quais:
1) a concordância entre gêmeos monozigóticos para o
DM2 é de 50 a 80%, sendo muito superior à observada
entre gêmeos dizigóticos (menos de 20 %);
2) estudos epidemiológicos demonstram haver uma
grande variação na prevalência do DM2 em diferentes
grupos étnicos, desde valores baixos como 1% em
algumas populações orientais até cerca de 50% em
grupos isolados como os índios Pima do Arizona;
3) resultados positivos de numerosos estudos
genéticos.
O DM2 é composto de inúmeros subtipos. Na formas
tardias existe uma clara interação dos fatores ambientais
e genéticos. O estilo de vida sedentário e a alimentação
desbalanceada, associados ao excesso de peso, são
indispensáveis para o desenvolvimento destas formas
mais comuns de DM2.
A patogênese do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é
complexa, associando fatores genéticos e fatores
ambientais. A hiperglicemia é secundária à combinação
de defeitos tanto na sensibilidade à insulina quanto na Imagem retirada : https://www.sobrepeso.com.br/wp-
content/uploads/2020/07/Diabetes.jpg

disfunção das células b-pancreáticas. Vários estudos Referências Bibliográficas :


https://www.scielo.br/j/abem/a/mW3n348zKRf
3Csmtb88xkGm/
estabeleceram claramente a importância dos fatores
genéticos
13
na predisposição ao DM2

SAÚDE E DOENÇA 19
Genes e Herança
Genética :
No momento, conhecemos alguns genes implicados em
formas monogênicas de diabetes (MODY, diabetes
mitocondrial). No entanto, nas formas mais comuns da
doença de caráter poligênico, conhecemos apenas
poucos genes que são associados à doença de uma
forma reprodutível nos diferentes grupos populacionais O fenótipo dos
estudados. pacientes MODY é
Cada um destes poligenes apresenta um papel isolado caracterizado por
muito pequeno, atuando na modulação de fenótipos uma hiperglicemia
associados ao diabetes. Nestas formas tardias crônica de origem
poligênicas de DM2 é evidente a importância dos fatores não auto-imune,
ambientais que modulam a expressão clínica da doença. sendo que nas
Formas monogênicas de diabetes : formas mais graves
acarreta o
Nestas formas monogênicas, que representam entre 5 a desenvolvimento das
10% dos casos de diabetes, uma mutação em um só complicações
gene transmitido de forma autossômica-dominante é crônico-
suficiente para promover a hiperglicemia . degenerativas da
O início da doença é frequentemente precoce com forte mesma forma que no
penetrância. Exemplos de formas monogênicas de DM2 clássico de
diabetes são representados pelo MODY (Maturity Onset início mais tardio.
Diabetes of the Young), por mutações no gene do Referências Bibliográficas :
https://www.scielo.br/j/abem/a/MxNLYQ3tczT3g
receptor da insulina e no gene da insulina (síndromes jVtpFN3jPJ/?lang=pt&format=html

raras) , diabetes de origem mitocondrial , e também pela


chamada síndrome de Wolfram (diabetes mellitus,
diabetes insípidus, atrofia óptica, surdez neurossensorial)
cujo gene responsável foi descrito recentemente (WFS1),
localizado no braço curto do cromossomo 4. A função da
proteína codificada por este gene permanece
desconhecida.
O MODY é a forma monogênica de DM2 mais freqüente
(3-5% de todos os casos diagnosticados como DM2).

SAÚDE E DOENÇA 20
Genes e Herança Genética :
DIABETES MODY Na última década esta heterogeneidade
O MODY é definido como um genética foi confirmada através do emprego
diabetes familiar com idade de de estratégias de genome scannings,
diagnóstico precoce (infância, realizados em várias famílias com diagnóstico
adolescência ou adultos jovens) e clínico de MODY.
modo de transmissão autossômico-
Estas análises demonstraram que o diabetes
dominante (revelado pela presença
do tipo MODY cursa, na verdade, com
de três gerações de mesma
fenótipos (dados clínicos) diversos, sugerindo
linhagem afetadas) associado a
tratar-se de entidades genéticas diversas. Na
defeitos no âmbito da secreção de
última década esta heterogeneidade genética
insulina. Como as mutações nos
foi confirmada através do emprego de
genes MODY têm um forte impacto
estratégias de genome scannings, realizados
no fenótipo (alta penetrância), 95%
em várias famílias com diagnóstico clínico de
dos indivíduos nascidos com uma
MODY. Hoje conhecemos 6 subtipos de
mutação MODY serão diabéticos ou
MODY secundários a 6 genes diferentes
apresentarão alterações glicêmicas
(tabela 1). Estes genes codificam a enzima
até os 55 anos de idade. Nos casos
glicoquinase (MODY2) (5) ou fatores de
de MODY2 a hiperglicemia pode ser
transcrição com expressão demonstrada nas
detectada muitas vezes em crianças
células b-pancreáticas (6). Estes fatores de
ou na primeira infância.
transcrição são: o Fator Hepatocítico Nuclear
OS GENES MODY 4a (HNF-4a/MODY1) (7); Fator Hepatocítico
Nuclear 1a (HNF-1a/MODY3) (8); Fator
O modo de transmissão bem definido Promotor da Insulina (IPF1/MODY4) (9); Fator
com mutações que apresentam forte Hepatocítico Nuclear 1b (HNF-1b/MODY5) (10)
penetrância, com diagnóstico em e NeuroD/Beta2 (MODY6) (11).
idades precoces, permitiram análises
clínicas de famílias com várias
gerações contendo indivíduos
diabéticos.
Estas análises demonstraram que o
diabetes do tipo MODY cursa, na
verdade, com fenótipos (dados
clínicos) diversos, sugerindo tratar-se Referências Bibliográficas :

de entidades genéticas diversas. https://www.scielo.br/j/abem/a/MxNLYQ3tczT3gjVtpFN3jPJ/?lang=pt&format=html

SAÚDE E DOENÇA 21
Genes e Herança Genética :
O MODY2 é causado por mutações
no gene codificador para a enzima Em relação à prevalência dos subtipos de
glicoquinase, enquanto que as MODYs nas diferentes populações,
demais formas de MODY são demonstrou-se um predomínio do MODY3
secundárias a mutações em fatores que representa de 25 a 70% dos casos,
de transcrição expressos nas células seguido do MODY2. Os outros MODYs são
b-pancreáticas: HNF-1a(MODY3), IPF- mais raros.
1 (MODY4), HNF-1b (MODY5) e * MODY2
NEUROD1 (MODY6) (17-22). Esta forma de MODY é secundária a
Entretanto, há famílias com mutações no gene codificador para a
características clínicas de MODY nas enzima glicoquinase, que catalisa a primeira
quais não se encontraram mutações etapa do metabolismo da glicose em
em qualquer dos genes acima, glicose-6-fosfato . As mutações neste gene
indicando haver outros genes promovem uma redução da atividade
causadores ainda por serem enzimática da proteína, reduzindo sua
identificados (MODY-X). afinidade pela glicose. Como resultado
Cada subtipo de MODY possui ocorre uma redução do fluxo glicolítico nas
características particulares no que se células b-pancreáticas , etapa inicial básica
refere à idade do diagnóstico, para o desencadeamento da secreção da
tendência às complicações crônicas, insulina. A tradução deste defeito in vivo é
déficit secretório de insulina, uma alteração da sensibilidade das células
fisiopatologia e magnitude da b-pancreáticas pela glicose, levando a um
hiperglicemia. Do ponto de vista aumento do limiar de glicose que estimula a
clínico, pode-se dividir os subtipos secreção de insulina . A comparação entre
de MODY em dois grupos principais: a secreção de insulina em presença de
aquele secundário a mutações nos diferentes concentrações de glicose
fatores de transcrição com demonstra que os portadores de mutações
hiperglicemia mais grave, início pós- MODY2 apresentam uma redução de
puberal, e piora progressiva da aproximadamente 60% da secreção de
secreção da insulina e o MODY2 com insulina para uma dada glicemia quando
hiperglicemia leve ou intolerância à comparados aos controles . A secreção de
glicose, início desde os primeiros insulina em resposta à arginina é
anos de vida, sem piora da secreção preservada nestes indivíduos, reforçando
de insulina . que o defeito secretório é limitado à
Referências Bibliográficas :
https://www.scielo.br/j/abem/a/MxNLYQ3tczT3gjVtpFN3jPJ/?lang=pt&format=html sensibilidade à glicose .

SAÚDE E DOENÇA 22
Genes e Herança Genética :
Outro aspecto relevante na
Um dado importante se refere à
fisiopatologia da hiperglicemia no
relativa estabilidade do diabetes com
MODY2 relaciona-se à redução da
o passar dos anos, não havendo uma
formação de glicogênio hepático
piora do padrão metabólico na
observada nos pacientes . Ocorre
evolução, fato contrário ao que
redução da gliconeogênese após as
habitualmente observa-se nos
refeições, levando a uma situação de
diabéticos tipo 2 clássico.
hiperglicemia pós-prandial.
Provavelmente devido a esta
Do ponto de vista clínico, os
hiperglicemia leve, os portadores de
portadores de mutações no gene da
MODY2 cursam com baixa
glicoquinase apresentam um
prevalência de complicações
diabetes leve, sendo que menos de
crônicas vasculares
50% dos indivíduos podem ser
(micro/macroangiopatias) quando
classificados como portadores de
comparados às outras formas de
diabetes mellitus pelos critérios
diabetes.
clássicos adotados segundo a
glicemia de jejum ou após uma
sobrecarga oral com 75 gramas de
glicose. O padrão clínico típico do
MODY2 é traduzido por um indivíduo
com uma glicemia de jejum
levemente alterada detectada em um
exame rotineiro, intolerante à glicose
durante uma sobrecarga oral ou cujo
diagnóstico de diabetes foi feito em
situações "diabetogênicas", como
por exemplo na gestação . A grande
maioria destes pacientes evolui com
um bom controle metabólico apenas
com medidas dietéticas. Imagem retirada : https://jaleko-blog-files.s3.amazonaws.com/wp-
content/uploads/2020/11/13142126/large-Dia-Mundial-do-Diabetes-810x693.png

Referências Bibliográficas :
https://www.scielo.br/j/abem/a/MxNLYQ3tczT3gjVtpFN3jPJ/?lang=pt&format=html

SAÚDE E DOENÇA 23
Genes e Herança Genética :
MODY3
O MODY3 é secundário a mutações em um fator de transcrição (HNF-1a) cujo
papel parece ser fundamental na fisiologia das ilhotas pancreáticas. As mutações
neste gene causam um defeito funcional nas células b-pancreáticas ainda não
definido. Este defeito difere do observado nas mutações no gene da
glicoquinase visto que a sensibilidade à glicose permanece inalterada. Especula-
se que o defeito secundário a mutações no gene HNF-1a se deva ao
comprometimento das vias de secreção da insulina.
Este fato fica evidente quando se observa uma profunda disfunção secretória das
células b-pancreáticas após estímulo com glicose e com a arginina em indivíduos
diabéticos e normoglicêmicos portadores de mutações MODY3 , associado à
constatação de que a expressão do gene da insulina é preservada em
camundongos knock-out com perda total do gene HNF-1a . Nesta forma de MODY
a hiperglicemia é um evento mais tardio em relação ao MODY2, de tal sorte que
muitas crianças portadoras de mutações no gene HNF-1a ainda apresentam
tolerância normal à glicose. Existe um pico de diagnóstico após o
desenvolvimento puberal, por volta dos 21 anos de idade, de causa ainda obscura.
Até os 55 anos de idade quase 100% dos indivíduos nascidos com estas mutações
serão diabéticos.
Do ponto de vista clínico estes pacientes apresentam um diabetes mais grave
quando comparados ao MODY2. Os pacientes portadores de MODY3 evoluem
rapidamente de um estado de intolerância à glicose para diabetes manifesto,
cursando com uma piora progressiva da secreção de insulina.

Referências Bibliográficas :
https://www.scielo.br/j/abem/a/MxNLYQ3tczT3gjVtpFN3jPJ/?lang=pt&format=html

SAÚDE E DOENÇA 24
Patologia Envolvendo
Células Pancreáticas :
PANCREATITE
Pancreatite é uma inflamação do pâncreas, causada pela ativação das enzimas
pancreáticas dentro da glândula, e não no duodeno, como acontece na maioria dos
casos. As enzimas ativadas “digerem” a própria glândula, provocando dor e outros
sintomas. Pode ser classificada em aguda ou crônica.
A pancreatite aguda (PA) causa dor abdominal intensa e pode ser tanto recorrente
quanto única. È conhecida por haver sangramento interno, infecção e risco de vida.
Sua causa geralmente é o bloqueio do ducto pancreático por cálculos, que resulta
em refluxo da secreção pancreática e lesão permanente em poucas horas. Há um
aumento de enzimas pancreáticas no sangue, como a amilase e lipase, que podem
provocar lesões, choque e insuficiência de outros órgãos. Além disso, obstruções
biliares, ingestão excessiva de álcool, traumatismo do abdome, hiperlipidemia e
hipercalcemia também são consideradas causas dessa doença.

Em termos etiológicos, é possível sua identificação em cerca de 80% dos casos,


sendo o restante da porcentagem classificada como PA idiopática. Os pacientes
com a manifestação leve e autolimitada dessa patologia representam 80% dos
casos, e o restante se divide em pancreatite grave, caracterizada por um curso
clínico prolongado, falência múltipla de órgãos e necrose pancreática.
Referências Bibliográficas : https://labtestsonline.org.br/conditions/doencas-do-pancreas https://www.msdmanuals.com/pt-
br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/pancreatite/pancreatite-agudarisco pode ser ainda maior para pacientes quem
possuem pancreatite hereditária e tropical.

Imagem retirada : https://images.app.goo.gl/qBgQxmBPXFrPCFkn8 Imagem retirada : https://images.app.goo.gl/qBgQxmBPXFrPCFkn8

SAÚDE E DOENÇA 25
Patologia Envolvendo
Células Pancreáticas :
Nos últimos anos a tendência foi A PC geralmente ocorre quando a
aumentar o número de internações evolução for maior que seis meses.
provenientes de seus sintomas e Suas características incluem fibrose,
complicações, mas, apesar de tudo, dor, atrofia pancreática, calcificações,
mostrou-se com baixo índice de distorção e estenose de ductos,
mortalidade. Em termos disfunção endócrina pancreática,
epidemiológicos, a taxa de mortalidade distorção exócrina pancreática e
geral da PA é de 5%, já a grave sobe displasia. Além disso, a pancreatite
para 30%. Diante desses valores, é crônica pode gerar diversar
extremamente importante a complicações. A intolerância à glicose
identificação dessa forma da doença pode aparecer a qualquer momento,
mais agressiva, fazendo uma boa mas o diabetes mellitus geralmente
análise clínica, semiológica e etiológica ocorre em uma fase tardia da
para a melhor propedêutica indicada. pancreatite crônica. Pacientes também
A pancreatite crônica (PC) pode ser têm risco de hipoglicemia porque as
identificada por dor abdominal células alfa pancreáticas, que
persistente, e pode ocorrer sem produzem o glucagon (um hormônio
elevação das enzimas pancreáticas no contrarregulador), são perdidas.
sangue. Ocorre a destruição lenta dos Outras complicações possíveis da
tecidos do pâncreas, podendo causar doença em questão são a Formação de
insuficiência pancreática, infecções pseudocistos, ruptura do ducto
bacterianas e diabetes do tipo 2. As pancreático, que pode resultar em
principais causas são obstrução de ascite ou derrame pleural, trombose da
ductos e alcoolismo. Outras causas veia esplênica, que pode causar varizes
incluem fibrose cística, hipercalcemia, gástricas, obstrução do ducto biliar ou
hiperlipidemia, alguns medicamentos e do duodeno e pseudoaneurismas das
distúrbios autoimunes. artérias próximas ao pâncreas ou
Referências Bibliográficas : https://labtestsonline.org.br/conditions/doencas-do- pseudocisto.
pancreas https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-
gastrointestinais/pancreatite/pancreatite-agudarisco pode ser ainda maior para
pacientes quem possuem pancreatite hereditária e tropical.
Pacientes com pancreatite crônica têm
maior risco de adenocarcinoma
pancreático e esse

SAÚDE E DOENÇA 26
CÉLULA , BETA , ALFA, ENZIMAS, PÂNCREAS,
GLICOSE, GLUCAGON,INSULINA
SAÚDE E DOENÇA 27
Entrevista :
Paulo de Freitas Leão
85 anos - Diabetes Mellitus Tipo 1
1) A quantos anos você tem diabetes?
-Tenho diabetes a 43 anos
2) Como você descobriu que tinha diabetes? Quais foram os sintomas que sentiu?
- Fui perdendo a visão, procurei o oftalmologista e o grau aumentava muito rápido,
praticamente de 15 em 15 dias. Sentia muita fome e mesmo comendo muito perdia
muito peso, cheguei a perder 20 kilos em 1 semana. Além disso urinava muito.
Procurei vários médicos, mas como a doença não era conhecida na época
demoraram muito para descobrir, descobriram através do exame de sangue, minha
glicose estava 489.
3) Como é a sua alimentação do dia a dia, faz algum acompanhamento com
nutricionista?
- Faço acompanhamento com a endocrinologista e ela que prescreve a dieta. Em
2000 fiz uma cirurgia de ponte safena e tive que fazer uma dieta mais severa,
reduziu muito os carboidratos e zero açúcar. Como muita fruta e legumes.
Tomo a insulina 3x ao dia, em jejum, no almoço e na janta.
E tenho o horário de realizar as refeições, faço todos os dias no horário certinho.
4) Teve grandes alterações em sua rotina após a
descoberta? E quais foram?
-Várias. Tive que fazer várias cirurgias do coração,
angioplastia, ponte de safena, cateterismo, e também de
catarata , tudo por causa da diabetes.
Tenho que medir a glicose 3x ao dia para controlar a
hipoglicemia.
Faço um mapa da glicose onde anoto a glicose de todos os
dias e levo para o médico no checkup.

SAÚDE E DOENÇA 28
Entrevista :
Paulo de Freitas Leão
85 anos - Diabetes Mellitus Tipo 1
5) Você pratica alguma atividade física? Pra você, qual a importância dela para
lidar com a doença?
-É importante demais! É muito benéfico, tem o mesmo valor da dieta, se ficar
sedentário é impossível controlar a glicose. Atualmente faço hidroginástica e sempre
fiz caminhada diariamente. Sempre tive uma vida ativa.

6- Quais foram suas maiores dificuldades para lidar com a doença no início? E
quais são atualmente?
-Muitas, tem que ter muito controle. No começo, como a doença não era conhecida
não tinha variedade de alimentos diet como tem hoje, até adoçante só existia um
tipo, então era muito restrita a alimentação.
Além disso, não tinha a tecnologia de hoje para medir a glicose, tinha que medir na
fita através da urina, e o resultado não era preciso, só mostrava se estava alta ou
baixa, de acordo com a coloração da fita.
O emocional também afeta muito minha glicose.
Hoje em dia não tenho dificuldades, já sei controlar bem minha glicose e no quesito
da alimentação tenho todos os alimentos que quero na versão diet, como sorvetes,
doces… o que torna bem mais fácil.
7- Com qual frequência você vai ao médico para avaliar sua saúde?
-Faço checkup se 6 em 6 meses com a endocrinologista, oftalmologista e
cardiologista. Imagem retirada : https://images.app.goo.gl/qBgQxmBPXFrPCFkn8

8- Na sua opinião, uma alimentação balanceada e a prática de atividade física


diariamente fazem diferença no tratamento da doença?
-Totalmente.
9- Uma dica que você daria pra quem descobriu que está com diabetes?
-É o cuidado. Tem que cuidar e controlar pois ela ataca todos os órgãos.

SAÚDE E DOENÇA 28
Entrevista :
Pedro Franco
Diabético Tipo 1 - há 19 anos
1) A quantos anos você tem diabetes?
-Tenho diabetes a 19 anos
2) Como você descobriu que tinha diabetes? Quais foram os sintomas que sentiu?
-Estava na praia, meus pais notaram alguns sintomas e me levaram ao médico
(estava bebendo muita água e indo ao banheiro com muita frequência)
3) Como é a sua alimentação do dia a dia, faz algum acompanhamento com
nutricionista?
-Em relação à alimentação sigo uma rotina normal e não faço acompanhamento
4) Teve grandes alterações em sua rotina após a descoberta? E quais foram?
-Não teve alteração na rotina porque convivo com a doença desde pequeno
5) Você pratica alguma atividade física? Pra você, qual a importância dela para
lidar com a doença?
-Atualmente musculação. E considero importante tanto no controle do índice
glicemico quanto para minha saúde no geral.
6- Quais foram suas maiores dificuldades para lidar com a doença no início? E
quais são atualmente?
-O maior desafio foi respeitar a doença e entender que vou lidar com isso o resto
da vida
7- Com qual frequência você vai ao médico para avaliar sua saúde?

-Vou ao endocrinologista uma vez ao ano mas faço exames com maior frequência
8- Na sua opinião, uma alimentação balanceada e a prática de atividade física
diariamente fazem diferença no tratamento da doença?
-Fazem total diferença e percebo isso nos dias que fico sem. O controle glicemico
fica bem mais difícil
9- Uma dica que você daria pra quem descobriu que está com diabetes?
-Ficar atento a todos os sinais des de cedo.

SAÚDE E DOENÇA 29
Fontes Científicas :
https://www.fleury.com.br/medico/artigos-
cientificos/pancreatite-hereditaria-revista-medica-ed-1-
2019
https://www.scielo.br/j/abem/a/mW3n348zKRf3Csmtb
88xkGm/

https://www.scielo.br/j/abem/a/MxNLYQ3tczT3gjVtpFN3jPJ
/?lang=pt&format=html

https://www.scielo.br/j/ce/a/qvL6Skh4NzNtMMcmgQrTH
sG/?format=pdf

https://www.scielo.br/j/abem/a/wPVbbv94QFDLbB3xjk4v
jDJ/?lang=pt&format=pdf

https://doi.org/10.1038/s41586-018-0088-0

Imagem Retirada do Canva :The anatomical model pancreas in


doctor palm hand on work desk

SAÚDE E DOENÇA 30

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