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Discentes:

Jhon Alefe Abreu dos Santos


Julya Charara Aires da Silva
Letícia Beatrice Tramontin Schuler
Docente: Rogério Riveira Torres
Fisiologia hepática

Conceito

Insuficiência Insuficiência Hepática Aguda

Hepática Insuficiência Hepática Crônica (Cirrose)

Exames

Diagnósticos

Transplantes
Fígado, algumas funções:
METABOLISMO ARMAZENAMENTO SÍNTESE EXCREÇÃO

Metabolismo
1. Glicose: regula a concentração da glicose sanguínea (glicose <-> glicogênio),
em situações de hipoglicemia, pode formar novas moléculas (gliconeogênese)
2. Amônia: garante a conversão da amônia em uréia (ciclo da uréia), que quando
em excesso é tóxica e pode levar a confusão mental (uremia)
3. Lipídios: de acordo com o nível de glicose, ocorre a lipólise (liberação de Ac.
Graxos -> clivagem em Corpos Cetônicos)
4. Metabolismo hepático de primeira passagem
Fígado, algumas funções:
Armazenamento
1. Ferro (ferritina)
2. Vitaminas (k no processo de coagulação)

Síntese
1. Proteínas: faz a síntese de proteínas plasmáticas (equilíbrio da pressão
coloidosmótica), formação de proteínas séricas como albumina, fibrinogênio e
proteínas séricas de ligação.
Excreção
1. Excreção de bile, que contém bilirrubina conjugada, ácidos biliares,
fosfolipídios, colesterol e eletrólitos.

Quando nós temos alguma disfunção hepática, seja ela por causa direta (lesão nos
hepatócitos), ou indireta (alteração na circulação hepática), dependendo do grau
de comprometimento, poderemos ter a regeneração hepática ou a Insuf. Hepática.
Insuficiência Hepática
É uma síndrome clínica que se manifesta quando o fígado é incapaz de desempenhar
de maneira adequada suas funções vitais de metabolismo, desintoxicação e síntese.
Essa condição pode surgir tanto de forma aguda (ex: pós hepatite viral ou lesão
hepática tóxica) quanto de maneira crônica (ex: hepatite viral crônica ou cirrose) e,
quando de maneira crônica, é caracterizada por uma progressiva incapacidade do
órgão em cumprir suas atividades biológicas.
Conceito
Classificação da IHAG, de acordo com o intervalo
entre icterícia e encefalopatia hepática

BITTENCOURT, 2017
Mortalidade
Mortalidade de 60-90% em graus III e IV de Encefalopatia Hepática (EH).

Prioriza-se tratamento em UTI com capacidade para transplante de fígado.


Etiologia
Variação geográfica

Hepatitites virais;
Drogas.
Hepatites Virais
A IHAG É uma complicação incomum
Ocorre em cerca de 0,2-0,4% dos casos de hepatite aguda pelo vírus A;
Ocorre em 1 a 1,2% dos casos de hepatite aguda pelo vírus B;
O vírus da hepatite delta pode causar IHAG em superinfecção ou coinfecção com o vírus da
hepatite B;
A hepatite aguda E, endêmica em alguns países, pode evoluir para IHAG, especialmente em
gestantes no terceiro trimestre de gravidez;
A hepatite pelo vírus C raramente é uma causa isolada de IHAG.
Hepatites Virais
A IHAG É uma complicação incomum

Outros vírus não hepatotrópicos, como herpes-


vírus, Epstein-Barr e citomegalovírus, raramente
podem causar IHAG.
A IHAG pode ocorrer devido à reativação do vírus da
hepatite B durante imunossupressão ou
quimioterapia.
Tratamento antiviral profilático com análogos
nucleosídeos/nucleotídeos é mandatório para
pacientes HBsAg positivos submetidos a esses
tratamentos.
Lesão hepática por paracetamol é dose-dependente e
geralmente resulta de ingestão com intenção suicida, mas
ocasionalmente pode ocorrer devido ao uso terapêutico.
Uso regular de álcool e desnutrição aumentam a
suscetibilidade ao paracetamol, podendo causar IHAG
mesmo com doses terapêuticas.

Drogas Outras drogas, como halotano, isoniazida, anti-


inflamatórios não hormonais, ácido valproico,
sulfonamidas, entre outras, podem causar IHAG por
Principalmente devido à reação idiossincrásica.
intoxicação por Suplementos alimentares e fitoterápicos, como kava-
paracetamol kava, confrei, Herbalife e chá verde, também foram
(acetaminofeno) descritos como causas de IHAG.
A principal causa na Inglaterra.
Outras causas de IHAG
Esteatose aguda da gravidez.
Doença de Wilson.
Hepatite autoimune.
Síndrome de Budd-Chiari.
Infiltração maligna maciça.
Cerca de 15-20% dos casos de IHAG permanecem sem uma causa definida, mesmo após
investigação cuidadosa. Muitos desses casos podem estar relacionados a vírus não
identificados e uso de fitoterápicos.
Fisiopatologia da IHAG
Insuficiência hepática aguda (IHA) resulta da morte celular excedendo a capacidade de regeneração do
fígado.
A morte celular na IHA segue normalmente dois padrões: necrose e apoptose.
Necrose envolve depleção de ATP, levando à tumescência e lise celular com inflamação secundária.
Apoptose é uma morte celular programada dependente de ATP, minimizando a resposta inflamatória e a
liberação de componentes celulares.
A apoptose envolve a ativação sequencial de caspases, proteases de cisteína-aspartato.
A apoptose pode ser desencadeada por mecanismos extrínsecos (receptores de morte celular) ou
intrínsecos (stress oxidativo nas mitocôndrias e retículo endoplasmático).
Necrose e apoptose podem ocorrer em conjunto, formando um processo chamado necroapoptose.
A permeabilidade transitória mitocondrial (PTM) é um mecanismo comum que pode levar tanto à apoptose
quanto à necrose, dependendo da depleção de ATP.

BORGES, 2011.
Fisiopatologia da IHAG
IHA induzida por overdose de acetominofeno

Em caso de O Excesso de APAP


Condições que
overdose, o APAP O fígado usa esgota o GSH,
aumentam a
é convertido em glutationa (GSH) resultando em
produção de NAPQI
N-acetil-p- para neutralizar o estresse oxidativo e
ou diminuem o GSH
benzoquinona NAPQI. necrose hepática.
pioram a toxicidade.
(NAPQI).

DONG et. al, 2020


Fisiopatologia da IHAG
IHA induzida por Falência múltipla secundária
5. Desregulação do 7. Sepse desempenha um papel
1. Resposta imunológica
com resposta anti-inflamatória
inata é desencadeada tônus vascular causa
tardia, imunossupressão e risco
por padrões 3. Citocinas como TNF-α, hipotensão, vasodilatação de infecções.
moleculares de IL-1β, e IL-6 causam e comprometimento da
patógenos (PAMPs) e inflamação sistêmica. oxigenação. 8. Disfunção dos monócitos e
danos (DAMPs). níveis reduzidos de
4. MOF resulta em danos 6. Tônus cerebrovascular complemento sérico aumentam
2. Células imunológicas hepáticos contínuos e e renovascular afetados riscos.
produzem espécies recrutamento de levando a encefalopatia
hepática e insuficiência 9. Neutrófilos apresentam
reativas de oxigênio neutrófilos.
comprometimento funcional e
(ROS) e mediadores pró- renal.
diminuição da fibronectina
inflamatórios. plasmática.

DONG et. al, 2020


Sintomas
Manifestações Fadiga/mal-
estar;
Dor no quadrante
superior direito

Clínicas
Letargia Prurido
Pacientes com IHAG têm uma lesão hepática
grave. Apresentam sinais de encefalopatia
hepática e um tempo de protrombina
prolongado (INR ≥ 1,5).
Outras manifestações possíveis incluem
icterícia, aumento do fígado (hepatomegalia) Anorexia Icterícia
e sensibilidade na parte superior direita do
abdômen.

Náusea/Vômito Distensão abdominal


por ascite
Encefalopatia Hepática
A presença de encefalopatia hepática é uma das características definidoras da
insuficiência hepática aguda. Os achados em pacientes com encefalopatia hepática são
variáveis, desde mudanças de comportamento até coma.;
A encefalopatia hepática é graduada de I a IV.
Outras manifestações
Edema cerebral
Hipertensão sistêmica, Bradicardia, depressão respiratória (tríade de Cushing);
Convulsões e reflexos anormais do tronco cerebral
Outras manifestações
Icterícia
Outras manifestações
Lesões de pele vesiculares
Conceito
Inflamação;

Abuso de álcool;

Efeitos colaterais de fármacos;

Diminuição de retorno venoso;

Doenças hereditárias;

Colestase intra ou pós hepática por longos períodos;


Acha-se que a cirrose está entre as 10 principais
causas de morte no mundo;
No Brasil, a taxa de mortalidade de cirrose hepática é
de cerca de 4,6/100.000
As células de Kupfer, quando injúrias por uma série de toxinas
, passam a secretar uma série de citocinas inflamatórias.

Essas citocinas vão agir nas células de Ito (produzem


Vitamina K), mas que sob estímulo das citocinas passam a
sintetizar colágeno.

Acontece a capilarização dos sinusoides (perdem suas

Fisiopatologia
Faixas de fibrose e nódulos de regeneração
fenestrações), o que afeta as trocas gasosas entre o sangue
e os hepatócitos. Além disso, as células estreladas tornam-se
miofobriblastos, se contraindo e diminuindo o diâmetro dos
sinusoides, sendo o porque da cirrose poder evoluir com
hipertensão portal intra-hepática.

Vai causar uma desestruturação do parênquima hepático,


gerando feixes de fibrose (por causa da síntese de
colágenos) além de nódulos de regeneração.

Ela é NORMALMENTE irreversível, principalmente em


estágios mais avançados, porém quando detectada e tratada
desde cedo, possa ser que haja regressão da fibrose.
Manifestações
Cirrose hepática compensada: Cirrose hepática descompensada:
pobre em sinais e sintomas em com presença de complicações.
considerável parte dos casos
Complicações da cirrose hepática, tais como
Alterações como hepatomegalia e níveis ascite, encefalopatia e hemorragia digestiva alta,
aumentados de transaminases; através de insuficiência e hipertensão portal;
História mórbida pregressa de hepatite sem Fraqueza progressiva com sinais evidentes de
etiologia definida, uso crônico de álcool ou déficit do estado nutricional e diminuição de massa
sintomatologia vaga, tal como astenia, perda muscular. Esses pacientes ainda podem exibir
ponderal, dispepsia, epistaxe, lentidão de hálito hepático e icterícia.
raciocínio e edema. A progressão pode ser acelerada em decorrência
Alguns pacientes passam a vida toda com esse do desenvolvimento de outras complicações, como
quadro e falecem ppor outras causas, já outros sangramento gastrointestinal recorrente,
desenvolvem insuficiência hepática e hipertensão insuficiência renal, síndrome hepatopulmonar e
portal em poucos meses ou anos. sepse.
Exame Físíco
Aranhas vasculares, mais habitualmente no tronco, face e membros superiores.
Eritema palmar envolvendo as eminências tenar e hipotenar e as pontas dos dedos.
Os homens podem ter perda de cabelo no peito e abdome, ginecomastia e atrofia testicular.
Petéquias e equimoses podem estar presentes como resultado da trombocitopenia ou tempo
de protrombina prolongado.
Uma característica patognomônica da cirrose é o achado no exame físico de um lobo hepático
direito menor, com extensão de menos de 7 cm na percussão, e o lobo esquerdo palpável,
nodular, com consistência mais densa.
A esplenomegalia também pode estar presente e é indicativa de hipertensão portal.
A circulação colateral na parede abdominal (cabeça de medusa) também pode desenvolver-se
como consequência da hipertensão portal.
Em alguns casos mais graves, ascite, edema e icterícia.
Avaliação da função do fígado:
Requer exames de sangue como: AST
(aspartato aminotransferase), ALT (alanina

Exames aminotransferase) para as dosagens de níveis


de enzimas situadas normalmente dentro do
hepatócito. Assim, sua presença no soro é um

Diagnóstico
indicativo de necrose das células do fígado.
Exames de sangue para quantificar os níveis de
albumina, fatores de coagulação (TP - tempo de
prótrombina) e de bilirrubina. Sendo que TP é

Transplante considerada insensível até que 80% da função


hepática esteja comprometida.
Avaliação clínica do paciente com exames de
imagem
Gradação da função hepática por meio dos
escores de Child- Turcotte-Pugh (CTP)
modificado, ou o Model for End- stage Liver
Disease (Modelo para Doença do Fígado em
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Estágio Terminal) escore MELD.
O diagnóstico é feito com base:

Nos resultados da avaliação da função do fígado

Exames Presença dos sintomas referentes a cada tipo de


insuficiência

Diagnóstico
Transplante

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Para o transplante ser considerado uma
opção viável, alguns pontos devem ser
levados em consideração:

Exames Em geral, o sucesso do transplante tem correlação


com a doença subjacente ou com o nível de

Diagnóstico rejeição do transplante


A rejeição aguda é caracterizada por inflamação
portal, com os linfócitos aderidos ao endotélio de

Transplante vênulas terminais e pequenos ramos de veias


portas, com ou sem inflamação subendotelial.
A rejeição crônica é caracterizada por lesão nos
ductos biliares interlobulares. Células espumosas
na subintima, esclerose da íntima e hiperplasia da
mioíntima podem resultar em artérias estenosadas
ou ocluídas.

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Referências
ANTCZAK, Susan E. Fisiopatologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Grupo GEN, 2005. E-book. ISBN 978-85-277-2537-8. Disponível
em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2537-8/. Acesso em: 28 out. 2023.

BORGES, T. P. DA S. Insuficiência hepática aguda. 23 mar. 2011.

Cirrose Hepática: definição, etiologia e Insuficiência Hepática - Sanar Medicina. Sanar | Medicina. Disponível em:
<https://www.sanarmed.com/cirrose-hepatica>. Acesso em: 25 out. 2023.

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JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Manual de medicina de Harrison.. 20. ed. Porto Alegre: AMGH, 2021. 1254 p.
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Referências
KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro:
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Resumo completo sobre cirrose | Ligas - Sanar Medicina. Sanar | Medicina. Disponível em:
<https://www.sanarmed.com/resumo-completo-sobre-cirrose-ligas>. Acesso em: 25 out. 2023.

RUBIN, Emanuel; et al. Patologia: bases clínico patológicas em medicina. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

SILBERNAGL, Stefan; LANG, Florian. Fisiopatologia.2. ed. Porto Alegre: Artmed, Grupo A, 2016. E-book. ISBN 9788536325996.
Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536325996/. Acesso em: 28 out. 2023.
Obrigado

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