potencialmente reversível, caracterizada por mudanças na personalidade e no comprometimento da cognição, da função motora e do nível de consciência. Considera-se que o desenvolvimento de EH deve- se principalmente ao acúmulo de substância tóxicas na circulação, as quais atravessam a barreira hematoencefálica comprometendo a neutransmissão. Amônia e a indução de estresse oxidativo exacerbam o edema cerebral. O aumento de citocinas inflamatórias, o uso de benzodiazepinicos e distúrbios hidroeletrolíticos se integram como fatores que promovem o edema cerebral. Vários estudos experimentais mostram que o maior sistema neuroinibitório dos mamíferos (o GABA) esta aumentado na EH. A maior fonte de amônia é a digestão enzimática e bacteriana das proteínas da dieta e sanguíneas do GI. A amônia originária dessas fontes é aumentada em conseqüência do sangramento, de uma dieta hiperprotéica, infecções bacterianas e uremia. Mamíferos convertem amônia para uréia no fígado e excretam na urina. • Uréia é solúvel e não possui carga, sendo de fácil excreção. Normalmente o fígado transforma a amônia em glutamina, que é armazenada no fígado e transformada subsequentemente em uréia e excretada pelos rins. A amônia se acumula no sangue geralmente porque as células hepáticas lesadas não conseguem fazer esta conversão (transformar a amônia em uréia) que esta penetrando constantemente na corrente sanguínea como resultado da sua absorção pelo trato gastrintestinal e de sua liberação pelos rins. A maior concentração de amônia no sangue acarreta disfunção e dano cerebrais, resultando em encefalopatia portosistêmica e coma hepático. Infecções Hemorragia digestiva Excesso de proteína Constipação Perda de função renal Distúrbios HE Sedativos Excesso de álcool A grande maioria dos cirróticos portadores de encefalopatia hepática não apresenta nenhuma queixa. Há apenas uma discreta lentificação e redução da atenção, que podem ser detectados com exames específicos. Esse é considerado o estágio subclínico da doença e pode afetar de 1/3 a 2/3 dos cirróticos. Com a progressão da doença, há graus progressivos de encefalopatia, que pode cursar com alterações no comportamento (palavras inapropriadas, agitação, agressividade, comportamento bizarro), mudança no ciclo sono- vigília (sono de dia, insônia à noite), fala arrastada, sonolência e, por fim, coma. Geralmente há alguns sinais durante esse processo, como tremores e um hálito adocicado característico. 1. identificação e remoção (ou tratamento) dos fatores precipitantes; 2. redução do nitrogênio intestinal, através de antibióticos; 3. avaliação da necessidade de terapia a longo prazo, ou seja, medidas para prevenção de fatores precipitantes (dieta; profilaxia para sangramento de varizes esofágicas; profilaxia para peritonite bacteriana espontânea; uso correto de diuréticos; evitar drogas vasoativas), tratamento profilático em indivíduos de maior risco (como os submetidos a TIPS) e avaliação da indicação de transplante hepático. As opções atuais de tratamento são: 1. terapia nutricional: pacientes cirróticos devem ter uma dieta limitada em proteínas (geralmente 1,2 g/k/dia); o recomendado é iniciar com uma quantidade pequena e aumentar lentamente até a dose máxima, mas nunca deixar o paciente sem proteína, pois isso desencadeará um processo catabólico levando à desnutrição e piora da encefalopatia. 2. redução do nitrogênio intestinal: a lavagem intestinal é um modo simples, barato, fácil e efetivo; a lactulona teoricamente funcionaria melhor, mas não há confirmação científica de que seja melhor que o uso de placebos; antibióticos podem ser utilizados por curtos períodos, especialmente a neomicina (1 a 2 g/dia) e o metronidazol (250 mg 2x/dia), mas com cuidados pela toxicidade renal e neurológica, respectivamente, além da neomicina poder causar atrofia de mucosa no intestino delgado;