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GASTROENTEROLOGIA
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SUMÁRIO
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA....................................................................... 5
Tratamento ................................................................................................................... 21
Tumores Periampulares............................................................................................ 26
DIARREIAS .................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 42
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Indicamos ao aluno que não tem como meta ser aprovado neste con-
curso o uso dos conteúdos presentes em nossos cursos do plano
PRO, os quais foram estruturados para reforço universitário
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cluem ascite, hemorragia digestiva, perito- Ausência de melhora da creatinina após 2 dias de
nite bacteriana espontânea (PBE), sín- retirada de diurético e expansão volêmica com al-
drome hepatorrenal, síndrome hepatopul- bumina (1g/kg/dia)
monar e hepatocarcinoma.
Ausência de choque
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Forrest I*
Forrest II
sinais de hemorragia recente vaso
IIa*
visível não sangrante coágulo aderido Alto (50%)
IIb* hemantita na base da úlcera –
Intermediário (30%)
black spot
IIc
Baixo (10%)
*Em Forrest I, IIa e IIb, adota-se IBP IV + cirurgia. Na profilaxia primária, realiza-se
Endoscopia com dois métodos (química, betabloqueador ou ligadura elástica; na
térmica ou mecânica). O tratamento ba- profilaxia secundária realiza-se ambos.
seia-se na injeção intralesional de adrena-
Síndrome ou lesão de Mallory-Weiss
lina combinada com eletrocoagulação.
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com mulher, cirrose e colagenose, além de pêutico). Vale ressaltar se lesão não visua-
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alizado por cápsula endoscópica). Está as- vermelha (nitrosaminas) e tabagismo. Ou-
sociada com estenose aórtica (síndrome tros são idade >50 anos, história pessoal
de Heyde), doença renal terminal e doença ou familiar, como pólipos benignos, câncer
Von Willebrand. O tratamento se baseia no intestino e em outros órgãos (ovário,
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O câncer colorretal hereditário sem poli- Incluídos tumores de endométrio, intestino del-
pose (HNPCC) corresponde a 3-5% dos gado, ureter ou pelve renal, além de CCR
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T4 Tumor com invasão direta a outros órgãos ou estruturas e/ou com perfuração do peritônio vis-
ceral
NX Linfonodos regionais não podem ser avaliados (<20 linfonodos para análise histopatológico)
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Critérios de Petrov
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Complicações
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA
As complicações precoces (até 2 sema- FULMINANTE
nas) englobam cardiovasculares, pulmo-
nares e renais (óbitos se relacionam por Visão geral
SIRS); e, intermediárias (2 a 6 semanas)
A insuficiência hepática aguda (IHA) é ca-
são infecção da necrose pancreática e re-
racterizada por icterícia, encefalopatia e
troperitoneal (há translocação bacteriana;
hemorragias; em geral é denominado de
morte por infecção). Podemos citar:
hepatite fulminante. De modo súbito
1. Coleção fluida aguda: A conduta é apresenta alta mortalidade (cujas causas
expectante, exceto em caso de infec- se relacionam a hipertensão intracraniana
ção (realizase punção somada a anti- e hérnia cerebral).
bioticoterapia).
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INR >6,5, creatinina >3,4 e encefalopatia Três dos seguintes critérios, independente do
grau III ou IV grau de encefalopatia:
INR >3,5
Bilirrubinemia >17,5
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É marcada por prurido e elevação das en- Os tipos de cálculos biliares são:
zimas canaliculares (fosfatase alcalina
(FA) e gama-glutamil transferase (GGT)), 1. De colesterol: São claros ou brancos,
em detrimento dos níveis de transamina- formados por colesterol (radiotrans-
ses tocados. parente) e responde por >85% dos
casos; os fatores de risco são sexo fe-
Entre as etiologias, estão doença calcu- minino, obesidade, doença ileal
losa biliar, neoplasia maligna e doença au- (Crohn e ressecção).
toimune da via biliar. 2. Pigmentados pretos: São pequenos,
duros e compostos de bilirrubinato de
O exame de imagem inicial é USG de ab-
cálcio e sais de cálcio inorgânicos; os
dome, visto que localiza grosseiramente a fatores que aceleram seu apareci-
obstrução: “colédoco e vesícula não visu- mento são doença hepática alcóolica,
alizados; via biliar intra-hepática dilatada” cirrose, hemólise crônica, doença
indica obstrução alta, e “colédoco dilatado ileal e idade avançada.
em toda sua extensão”, baixa, por exem- 3. De pigmentos marrons: São amoleci-
plo. dos e engordurados, geralmente cál-
culos primários de origem via biliar;
Doença Calculosa Biliar são formados durante processos in-
fecciosos, inflamatórios e infestações
Visão geral parasitárias (Clonorchis sinensis).
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Colelitíase
Colecistite aguda (litiásica)
É definida pela presença física de cálculos
na vesícula. Em sua maioria, é assintomá- Consiste em abdome agudo inflamatório
tica. O quadro clínico se caracteriza pela da vesícula biliar, cuja principal causa é li-
dor <6h em hipocôndrio direito (HCD), na tiásica (90-95%).
vigência de libação gordurosa. E, na USG
abdominal, observa-se imagem hipereco- Quanto às manifestações clínicas, os si-
gênica móvel, somado à presença de nais locais envolvem dor prolongada
sombra acústica posterior; não há espes- (>6h) no HCD e sinal de Murphy positivo
samento da parede (sugestivo de colecis- (interrupção da respiração por dor à pal-
tite). pação no HCD), massa palpável (plastrão
inflamatório), sem ictericia; e, os sistêmi-
Em casos assintomáticos sintomático, o cos são febre, leucocitose e aumento do
tratamento consiste em colecistectomia, PCR.
via videolaparoscópica (preferência) ou
aberta. Em assintomáticos, as indicações Os exames de diagnóstico são USG de ab-
cirúrgicas incluem macrocálculos >2cm dome (inicial) e cintolografia biliar, colan-
(risco de câncer de vesícula biliar, impac- gioRM ou TC. Na USG, observa-se impac-
tação e colecistite), microcálculos <0,5cm tação do cálculo biliar (imóvel), espessa-
(risco de coledocolitíase e colangite), do- mento da parede vesicular (>4mm), halo
ença renal crônica, diabete, imunossu- hipoecoico e presença de edema/líquido
pressão, transplante, anemia hemolítica, perivesicular (duplo sinal da parede). A
jovens (risco de complicação), vesícula em TC pode auxiliar à visualização das estru-
porcelana, e pólipos >1cm (risco de neo- turas adjacentes.
plasia).
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A colecistite enfisematosa,
Grau II (ou moderado) grave, é indicativo de infecção,
isquemia e necrose da parede,
Leucocitose >18000, palpação de massa
tensa em QSD, duração dos sintomas sendo frequente em homem e
>72h, e inflamação local intensa. diabético.
Associação com peritonite biliar, abscesso
pericolecístico ou hepático, colecistite
gangrenosa ou enfisematosa.
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Define-se como cálculo biliar no ducto co- O tratamento é CPRE (ideal), realizando
lédoco, e pode ser primário (cálculo casta- esfincterotomia (preferencial), dilatação
nho): ou secundário (90%). papilar com balão, ou terapia intraductal.
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Visão geral
A manifestação clínica é dor no hipocôn-
drio direito, icterícia e febre com calafrios Os tumores periampulares envolvem ade-
(tríade de Charcot); pode relacionar com nocarcinoma da cabeça de pâncreas (prin-
hipotensão e alterações neurológicas, tais cipal), adenocarcinoma da papila/ ampola
como rebaixamento de nível de consciên- de Vater, colangiocarcinoma e adenocar-
cia e redução do sensório (pêntade de cinoma do duodeno. Caracterizam por co-
Reynolds; quadro grave). lestase, icterícia colestática progressiva,
vesícula de Courvoisier (palpável e indo-
O tratamento envolve suporte hemodinâ-
lor) e emagrecimento. Para diagnóstico,
mico, antibioticoterapia precoce (de am-
solicita-se USG (inicial) e TC de abdome
plo espectro) e descompressão das vias
(padrão-ouro). O tratamento curativo é a
biliares (preferencialmente via CPRE en-
cirurgia de Whipple (gastroduodenopan-
doscópica), imediata ou eletiva. Consi-
createctomia), é raro (uma vez que o diag-
dera-se CPRE em casos de obstrução
nóstico ocorre em fase avançada); em ge-
baixa, e, drenagem transhepática
ral, segue-se o tratamento paliativo.
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Classificação de Bismuth
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toracoabdominal, por meio da sedoa- mica excessiva deve ser evitada; e, as tera-
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O quadro clínico é variável. Pode ser as- dazol, secnidazol e tinidazol, ou nitazoxa-
sintomático, apresentar diarreia alta e crô- nida (Annita) (de 12/12h por 3 dias), ou al-
nica, síndrome disabsortiva total ou par- bendazol (por 5 dias; mais barato).
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Amebíase Giardíase
Invasiva (no cólon), podendo levar a disenteria, Não invasiva (no delgado)
ameboma (diagnóstico diferencial com câncer
intestinal) e abscessos (hepático)
Cuidado: Entamoeba coli, lodamoeba burschlii A formação de “tapete” de giárdias leva a má absor-
e endolimax nana são amebas comensais, e ção (diagnóstico diferencial com doença celíaca)
não requerer tratamento
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Macroscópica
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Microscópica
Cutâneas: Eritema nodoso (indica ativi- Articulares: Artrite periférica (mais fre-
dade da doença), especialmente na região quente em doença de Crohn; e sugere ati-
pré-tibial; e, pioderma gangrenoso (lesão vidade de doença).
ulcerada com fundo necrótico e margens
Urológicas: Nefrolitíase (causada por hipe-
livres; mais comum em RCU).
roxalúrica entérica; maior relação com do-
Hepatobiliares: Cálculo biliar (associado a ença de Crohn); e, fístulas (decorrente de
lesão secundária do íleo terminal e a lesão transmutar, observada na doença de
Crohn).
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O tratamento, por sua vez, pode ser: Síndrome de intestino irritável (SII)
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O diagnóstico é clínico de exclusão, consi- Prioriza-se uso padrão de sais para reidra-
derando os critérios de Roma IV: Dor ab- tação oral, cujo envelope é composto por
dominal (obrigatório) ao menos 1 dia/se- cloreto de sódio, cloreto de potássio, ci-
mana (nos últimos meses), somado, ao trato e glicose, em quantidades adequa-
menos e das seguintes características: re- das. O soro de reidratação oral (SRO)
lação com evacuação, alteração da fre- com osmolaridade reduzida (apresenta-
quência, e alteração na forma. ção com menos sódio) contribui na dimi-
nuição da necessidade de hidratação oral,
O tratamento é sintomático e orientação.
do volume de fezes e frequência de vômi-
tos; no entanto, diante do risco de hipona-
Diarreias em crianças tremia, é evitada em diarreia secretiva por
cólera.
Visão geral
Quanto aos exames laboratoriais, não se
Diarreia consiste em evacuação em
costuma solicitar na diarreia aguda; pes-
grande quantidade e frequência
quisa de intolerância à lactose (transitória)
(>3x/dia), somado a redução da consis-
em casos persistentes; e, busca-se etiolo-
tência das fezes. Em geral é autolimitada.
gia na crônica.
Pode ser classificada temporalmente como
aguda (<14 dias), persistente (classica- No que diz respeito à avaliação do estado
mente descrita com presença de assadu- de hidratação e conduta, importante des-
ras, diante da acidez fecal) ou crônica (>28 tacar peso, ectoscopia e exame direto, uma
dias); e na presença de sangue (frequente- vez que se torna para guia terapêutica.
mente por infecção bacteriana) é denomi-
nada de disenteria. Plano A: Sem sinais de desidratação. Con-
siste em hidratação ambulatorial; é essen-
Diarreia aguda cial oferecer maior ingesta líquida para
prevenção da desidratação, manter ali-
Sobre o manejo adequado, deve-se evitar
mentação para evitar desnutrição e orien-
e tratar desidratação, além de manter ali-
tar quanto à procura de atendimento em
mentação (a diminuição da taxa calórica
caso de não melhora ou presença de sinais
está relacionada ao atraso da recuperação
de perigo, tais como piora da diarreia, vô-
do epitélio intestinal) e evitar medicamen-
mitos repetidos, muita sede, recusa de ali-
tos.
mentos, febre e sangue nas fezes. Indica-
se também administração de zinco 1x/dia,
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durante 10-14 dias (reduz risco de recor- 100ml/kg no total. Na falha, indica-se hi-
rência). dratação venosa. E, se melhora, a manu-
tenção do estado de hidratação ambulato-
Plano B: Diarreia somado a desidratação.
rialmente engloba fornecer envelopes de
Indica início da terapia de reidratação oral
SRO após cada evacuação e manter alei-
(TRO) na unidade de saúde. Oferecer 50-
tamento ao seio e acrescentar +1 refeição
100ml/kg, no período de 4-6h, sendo im-
após recuperação nutricional.
portante reavaliação. Para os lactentes,
mantém-se aleitamento. Em casos de vô- Plano C: Diarreia associada a desidrata-
mitos, diminui volume e intervalo de TRO; ção grave; inclui-se crise convulsiva, alte-
e, de febre, evita-se uso de antitérmicos. ração do nível de consciência, choque e
O uso de sonda nasogástrica (gastró- íleo paralítico. Sugere hidratação intrave-
clise), a 20-30ml/kg/h (velocidade redu- nosa na unidade de saúde. Constitui de (1)
zida a metade em caso de vômitos), é in- fase de expansão (rápida)*, adminis-
dicada em perda de peso após 2h, vômitos trando 20ml/kg de cristaloide em 20min;
persistentes (>4x/h), distensão abdominal e, (2) fase de manutenção e reposição.
e dificuldade de ingestão. O alvo é
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* Fase de expansão
Ministério da Saúde
OMS
70ml/kg 5h
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REFERÊNCIAS
GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil Medicina Interna. 24. ed. Saun-
dersElsevier, 2012.
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