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TRANSTORNOS ALIMENTARES

UNIDADE CURRICULAR 6: PRESTAR ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL

ELLEN VELAZQUES, LAURA SIMÕES MARTINS


UNIDADE CURRICULAR 6:
PRESTAR ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL
PROFESSORA: FERNANDA LOPES FRESCURA
ALUNAS: ELLEN VELAZQUES E LAURA SIMÕES MARTINS

TRANSTORNOS
ALIMENTARES
TRANSTORNOS ALIMENTARES

 São doenças psiquiátricas caracterizadas por hábitos alimentares irregulares e sofrimento grave ou preocupação
exacerbada com o peso ou a forma do corpo (GONÇALVES, MOREIRA. 2013), alterações significativas no
comportamento alimentar, causando prejuízos clínicos, emocionais e/ou sociais importantes. (TIMERMAM, 2021)
 Os transtornos alimentares são desvios do comportamento alimentar que podem levar ao emagrecimento
extremo (caquexia) e à obesidade, com a evolução da patologia a pessoa desenvolve distúrbios menstruais,
osteoporose, arritmia cardíaca e um quadro grave de desnutrição, entre outros problemas físicos. (CORAS;
ARAÚJO, 2011)
Sua notoriedade atual se deve a um aumento em prevalência e variedade: uma parcela significativa da população já
apresenta algum tipo de problema com a comida e/ou com o corpo, devido ao cenário de demandas socioculturais
cada vez mais estritas e conflitantes sobre o que é considerado belo e o que é adequado em relação à alimentação.
(TIMERMAM, 2021)
Não há uma causa específica responsável pelos transtornos alimentares, o que ocorre é um conjunto de fatores
biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares que contribuem para o seu aparecimento. (OLIVEIRA et
al, 2016)
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Os distúrbios alimentares podem incluir ingestão inadequada ou excessiva de alimentos, o que pode, em última
instância, prejudicar o bem-estar de um indivíduo. As formas mais comuns de transtornos alimentares incluem
Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa e Transtorno da Compulsão Alimentar e afetam tanto mulheres quanto homens.
 Podem se desenvolver durante qualquer fase da vida,
mas geralmente aparecem durante a adolescência ou na
idade adulta jovem. Classificados como uma doença
médica, o tratamento adequado pode ser altamente
eficaz para muitos dos tipos específicos de distúrbios
alimentares. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)

 Embora essas condições sejam tratáveis, os sintomas e


consequências podem ser prejudiciais e mortais se não
forem abordados. Transtornos alimentares comumente
coexistem com outras condições, como transtornos de
ansiedade, abuso de substâncias ou depressão.
TIPOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES

 Os três tipos mais comuns são os seguintes:


 Anorexia Nervosa
 Bulimia Nervosa
 Compulsão Alimentar Periódica

EXEMPLO:
 O ballet clássico, com sua preocupação excessiva com a estética corporal, pode promover em seus praticantes
transtornos alimentares como a anorexia nervosa e a bulimia. (SIMAS; GUIMARÃES, 2008)
EXEMPLOS DE FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A
OCORRÊNCIA DE TRANSTORNOS ALIMENTARES SÃO:

 – Imagem negativa do corpo;


 – Baixa autoestima.
 – Deficiências nutricionais.
 – Profissões e carreiras que promovem a magreza e perda de peso, como balé e modelagem;
 – Esportes esteticamente orientados, onde a ênfase é colocada na manutenção de um corpo magro para
melhorar o desempenho.
 EXEMPLOS:
 Remo, mergulho, balé, ginástica, luta livre, corrida de longa distância, traumas familiares e da infância: abuso
sexual na infância, trauma grave, pressão cultural e / ou de pares entre amigos e colegas de trabalho, transições
estressantes ou mudanças na vida
ANOREXIA NERVOSA
ANOREXIA NERVOSA

Caracteriza-se como Transtorno Alimentar do tipo anorexia o desejo pela magreza, que leva ao comportamento
alimentar monótono e ritualizado e à perda de peso significante. (GONÇALVES, MOREIRA. 2013)

O homem ou a mulher que sofrem de Anorexia nervosa normalmente tem:


 Medo obsessivo de ganhar peso,
 recusa em manter um peso corporal saudável e
 uma percepção irreal da imagem corporal. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)
 A Anemia Nervosa restritiva limita a ingestão energética e o consumo de carboidratos e lipídios, enquanto no
tipo purgativo ocorrem episódios frequentes de compulsão alimentar e purgação. Os métodos purgativos
utilizados são o uso de laxantes, diuréticos e enemas e a indução do vômito. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)
ANOREXIA NERVOSA

Muitas pessoas com anorexia nervosa limitam ferozmente a quantidade de comida que consomem e se consideram
com sobrepeso, mesmo quando estão claramente abaixo do peso. (SIMAS; GUIMARÃES, 2008)
Inúmeros estudos apontam para um aumento substancial na incidência do transtorno a partir dos anos 30,
particularmente entre mulheres da faixa de 15 a 24 anos de idade. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)
 Algumas profissões ligam esbeltez com realizações, e populações especiais (notavelmente bailarinas e modelos)
demonstraram ter um risco incomumente alto para o desenvolvimento de transtornos alimentares. (SIMAS;
GUIMARÃES, 2008)
BULIMIA NERVOSA
BULIMIA NERVOSA
 Caracterizado por compulsão alimentar repetida, seguida por comportamentos que compensam os excessos,
como vômitos forçados, exercícios excessivos ou uso frequente de laxantes ou diuréticos. Estudos apontam que a
bulimia nervosa foi encontrada com maior frequência na faixa etária de 16 a 20 anos. (GONÇALVES; MOREIRA.
2013)
Homens e mulheres que sofrem de Bulimia podem temer o ganho de peso e sentem-se gravemente infelizes com o
tamanho e a forma do corpo. O ciclo de compulsão alimentar e purgação é, tipicamente, realizado em segredo,
criando sentimentos de vergonha, culpa e falta de controle. A Bulimia pode ter efeitos prejudiciais, como problemas
gastrointestinais, desidratação grave e dificuldades cardíacas resultantes de um desequilíbrio eletrolítico.
A bulimia nervosa pode ser classificada de acordo com o método compensatório adotado em purgativa ou não
purgativa. O subtipo não purgativo é marcado pela prática de atividade física intensa ou por jejuns; já o purgativo,
caracteriza-se pela indução do vômito ou pelo abuso de laxantes e diuréticos.

Tanto na anorexia como na bulimia nervosas a preocupação excessiva com o peso corporal acaba
levando o indivíduo à perseguição implacável em busca da magreza extrema. (CORAS; ARAÚJO, 2011)
TANE – TRANSTORNOS ALIMENTARES NÃO ESPECIFICADOS

 Transtornos alimentares não especificados (TANE) são aqueles clinicamente relevantes que não preenchem os
critérios de classificação para Anemia Nervosa ou Bulimia Nervosa. Ainda que sua prevalência seja mais elevada
do que a de Anemia Nervosa e Bulimia Nervosa, o conhecimento sobre prevalências, fatores de risco, correlações
clínicas e tratamento de tais transtornos é limitado. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)

 A compulsão alimentar é um TANE que se caracteriza pela ingestão de uma quantidade de alimentos maior que a
maioria das pessoas ingeriria em um pequeno intervalo de tempo, ao menos duas vezes por semana, por seis
meses seguidos, acompanhado do sentimento de falta de autocontrole. Durante esses episódios, os indivíduos
sentem uma perda do controle sobre o quê ou o quanto comem e, ao final, sentem-se culpados e depressivos.
(GONÇALVES, MOREIRA. 2013)
COMPULSÃO ALIMENTAR
COMPULSÃO ALIMENTAR
Diferentemente da bulimia nervosa, na compulsão alimentar o indivíduo não utiliza métodos como purgação, jejum
ou exercícios excessivos para compensar a quantidade exagerada de alimentos ingeridos. (GONÇALVES; MOREIRA.
2013) Por causa disso, muitas pessoas que sofrem dessa condição podem ser obesas e com maior risco de
desenvolver outras condições, como doença cardiovascular.
O estresse psicológico pode estar associado ao desenvolvimento de compulsão alimentar. De acordo com estudos
restrição alimentar, baixa autoestima, depressão e preocupação com o peso, o corpo e a comida são mais prevalentes
em crianças com compulsão alimentar. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)

 Homens e mulheres que lutam contra esse distúrbio também podem experimentar sentimentos intensos de
culpa, angústia e constrangimento relacionados à compulsão alimentar, o que poderia influenciar a progressão do
distúrbio alimentar. (TIMERMAM, 2021)
12 PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO ALIMENTAR, DE
ANOREXIA A COMPULSÃO
 ANOREXIA- Trata-se de uma condição mental com a mais alta taxa de mortalidade, pois provoca uma perda de
peso muito rápida. Os pacientes começam a restringir o consumo de alimentos que eles consideram muito
calóricos e esses cortes ficam cada vez maiores. Ao mesmo tempo, distorcem a própria imagem corporal e
continuam a achar que estão gordos.
 BULIMIA- Ao contrário do que se pensa, os acometidos por ela não são magérrimos. Muitos ficam
constantemente acima do peso e se incomodam bastante com esse fato. Na bulimia, há dois momentos: primeiro,
um exagero no consumo de determinados produtos. Na sequência, o sujeito se sente culpado por ter ingerido
tudo aquilo e encontra alguma maneira de expurgar aquelas calorias.
 COMPULSÃO ALIMENTAR- Ao lado de anorexia e bulimia, a compulsão alimentar faz parte da tríade
clássica dos transtornos alimentares. Nela, a questão é o exagero mesmo: a pessoa devora uma quantidade
enorme de comida. Alguns chegam a ingerir de 4 mil a 15 mil calorias em poucos minutos — a média
recomendada para um adulto saudável são 2 mil calorias por dia.
Aqui, não acontece nenhuma tentativa para eliminar esses alimentos, como vômitos ou remédios. Esses ataques
súbitos de gulodice são motivados por dilemas emocionais, como ansiedade e estresse. É um problema grave de
saúde pública, pois muitos dos portadores desenvolvem obesidade grave. (RITTENHOUSE, 2017)
12 PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO ALIMENTAR, DE
ANOREXIA A COMPULSÃO
 TARE - TRANSTORNO ALIMENTAR RESTRITIVO EVITATIVO- É o quadro típico de crianças que se
recusam a comer um grupo alimentar específico por motivos que vão de aparência e cor a odor, textura,
temperatura e paladar.
Há quem não experimente nada que seja amarelo, outros fogem de purês e papas, um terceiro grupo evita frutas e
verduras, e assim por diante.
 RUMINAÇÃO- A pessoa vomita um pouco do que comeu na última refeição e mastiga novamente. Parte dos
portadores cospe o conteúdo, enquanto outra parcela engole uma segunda vez. Esse processo se repete
praticamente todos os dias e não está relacionado a nenhuma outra condição médica, como o refluxo
gastroesofágico.
Se comparado com o vômito provocado na bulimia, o volume de alimentos que volta à boca é pequeno, que permite
disfarçar a ruminação por meio de tosses e outras táticas. Esse quadro foi descrito em bebês, crianças, adolescentes e
até adultos de 20 a 30 anos.
Além da saúde mental, o transtorno traz outras consequências ao organismo: a ida constante de ácidos estomacais
para o esôfago, a garganta e a cavidade bucal provoca úlceras, mau hálito e cáries. Muitos sofrem uma perda de peso
rápida e desenvolvem outros incômodos, caso de náuseas, constipação ou diarreia. (RITTENHOUSE, 2017)
12 PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO ALIMENTAR, DE
ANOREXIA A COMPULSÃO

 PICA- Em latim, pica é o nome de um pássaro muito comum em parte da Europa. Esse bicho come praticamente
qualquer coisa. Os sujeitos com essa síndrome apresentam um comportamento parecido: eles ingerem itens que
não são considerados alimentos de verdade, como moedas, terra, argila, carvão, tecidos… Além disso, entram na
descrição os casos de quem engole ingredientes sem nenhum preparo, como farinhas e batatas cruas.
É normal que crianças pequenas levem à boca muitos desses objetos, pois estão explorando o mundo à sua volta.
A situação fica séria quando isso vira um hábito e perdura por três meses ou mais.

 FATOREXIA- “fat”, em inglês, significa gordura.


 Esse transtorno é o inverso de anorexia. A pessoa não se enxerga gorda, mesmo com todas as mudanças no
tamanho de roupas e medidas corporais.
 Para piorar, ele persiste em hábitos nocivos à saúde e não vê motivos para procurar apoio profissional.
(RITTENHOUSE, 2017)
12 PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO ALIMENTAR, DE
ANOREXIA A COMPULSÃO
 ORTOREXIA- ainda não é um transtorno alimentar reconhecido por toda a comunidade científica, vem da
junção dos termos gregos “orexis” (apetite) e “orthos” (correto). O que pega aqui é a obsessão por alimentos
saudáveis, puros e naturais.
Costuma aparecer em mulheres de classes sociais mais abastadas, bem como em pessoas com traços de
perfeccionismo e que se cobram muito. A questão não está nas calorias de cada prato, mas, sim, na pureza dos
produtos. O quadro pode gerar grande sofrimento emocional, pois o indivíduo geralmente se recusa a comer algo
que não foi preparado por ele mesmo, e também leva a um isolamento social, já que muitos evitam refeições ou
confraternizações e festas.

 PREGOREXIA- ‘preg’ no início da palavra vem de ‘pregnancy’, ou gravidez.


 O conceito é recente e abrange qualquer transtorno alimentar que ocorra ao longo dos nove meses de gestação.
Pode ser anorexia, bulimia, compulsão alimentar, ortorexia…
Muitas das mulheres ficam extremamente preocupadas com a questão do peso e da alimentação durante esse período
e acabam caindo em armadilhas, como dietas restritivas, indução de vômitos ou atividades esportivas intensas.
A prática, claro, traz muitas encrencas: aborto espontâneo e dificuldades no desenvolvimento do bebê são algumas
delas. (RITTENHOUSE, 2017)
12 PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO ALIMENTAR, DE
ANOREXIA A COMPULSÃO
 VIGOREXIA- Não é um transtorno alimentar clássico, mas, sim, uma dismorfia corporal que tem uma ligação
com as fobias.
A obsessão aqui está na ideia de um corpo perfeito, com músculos fortes e torneados. Diferentemente dos tipos
sobre os quais já falamos, a vigorexia é mais comum em homens jovens que se submetem a uma rotina exaustiva e
exagerada de exercícios físicos.
Em paralelo aos treinos na academia, muitos também criam neuras com a comida: só comem frango com batata-doce
ou acham que suplementos proteicos são suficientes para se manterem de pé.
Há ainda um grupo que aposta pesado em anabolizantes e outras substâncias proibidas para alcançar o resultado —
e eles nunca estão satisfeitos e querem sempre aumentar o tamanho do peitoral, dos braços e das pernas.
(RITTENHOUSE, 2017)
12 PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO ALIMENTAR, DE
ANOREXIA A COMPULSÃO
 DIABULIMIA- é a junção de diabetes com bulimia. É um transtorno alimentar grave que acontece em pessoas
com diabetes, principalmente diabetes do tipo 1, em que a pessoa, intencionalmente, reduz ou deixa de tomar a
quantidade de insulina necessária para controlar os seus níveis de açúcar no sangue, com o objetivo de perder peso.
Desta forma, a glicemia se mantém alta de forma constante, promovendo glicosúria (perda de glicose na urina),
levando ao emagrecimento.
A diabulimia é considerada um dos transtornos alimentares mais graves porque mesmo quando o paciente confessa
sua omissão de insulina para o profissional de saúde, geralmente minimiza a frequência ou quantidade de vezes que
omite. Assim, o número de pessoas afetadas é sub-relatado, promovendo uma alta morbidade e mortalidade.

 DRUNKOREXIA- Em inglês, “drunk” significa bêbado. A drunkorexia seria, então, o hábito de substituir a comida
por bebidas como uma maneira de inibir o apetite e, assim, emagrecer. O consumo de doses é alto: são cinco ou
seis drinques em menos de duas horas.
O álcool ainda tem outro papel por aqui: ele aplaca a ansiedade e o nervosismo, deixando o sujeito inebriado e sem
focar em suas preocupações. Quem é acometido por essa condição desenvolve outros comportamentos típicos da
anorexia ou da bulimia, como a indução de vômitos e o uso compulsivo de medicamentos.
O abuso etílico leva à dependência química, à falta crônica de nutrientes importantes obtidos por meio da dieta
convencional e provoca lesões em órgãos como o fígado. (RITTENHOUSE, 2017)
TRATAMENTO

 Em decorrência dos fatos supracitados, a anorexia e a bulimia nervosas são transtornos alimentares cujo
tratamento clínico requer a intervenção de uma equipe multiprofissional da área de saúde, composta por médicos,
nutricionistas, psicólogos, profissionais de enfermagem entre outros, que dentro de suas áreas de atuação irão
prestar atendimento e fornecer orientações aos pacientes e seus familiares. A atenção voltada para o tratamento
desses distúrbios não deve priorizar somente o paciente, mas também sua família no contexto saúde-doença-saúde,
pois ambos necessitam de ajuda. (OLIVEIRA et al, 2016)
 Conforme estudos para se obter sucesso terapêutico no tratamento de indivíduos com transtornos alimentares, é
preciso que todos os envolvidos no atendimento desses doentes compreendam que os transtornos alimentares
não são uma nova mania ou um estilo de vida, e que a melhora não depende apenas da vontade do paciente. É
necessário que todos compreendam e tenham conhecimentos a respeito dos prejuízos que esses transtornos
trazem para a saúde do doente. (CORAS; ARAÚJO, 2011)
CUIDADOS

 A literatura a respeito do papel do profissional de enfermagem no tratamento dos transtornos alimentares


evidência a importância da atuação da enfermagem e destaca que é de fundamental importância estudos e
pesquisas que discutam e reflitam sobre a qualidade da assistência de enfermagem e sobre o seu papel no
tratamento desses pacientes, a fim de se ampliar as dimensões do cuidar, amenizando o sofrimento e a dor dessas
pessoas e dos seus familiares.
 Evidenciam a importância de se ampliar e intensificar o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre o
tema, com a finalidade de facilitar o diagnóstico precoce da doença e, assim, reduzir os danos que causados à
saúde dos pacientes. No geral, a maioria dos estudos sobre o papel da enfermagem frente os transtornos
alimentares do tipo anorexia e bulimia nervosas destacam a atuação do profissional em nível hospitalar. (CORAS;
ARAÚJO, 2011)
CUIDADOS
 No que diz respeito especificamente ao papel da enfermagem no tratamento dos transtornos alimentares, autores
afirmam que o profissional de enfermagem, pelo seu perfil de cuidador, educador e pesquisador, é elemento
importante no trabalho da equipe multidisciplinar que atende a pacientes com anorexia e bulimia nervosas, uma vez
que tenta buscar estratégias que favoreçam a recuperação do doente, de sua família e da sociedade em geral, a
enfermagem ocupa posição estratégica no enfrentamento dos transtornos alimentares, pois frequentemente
encontra-se à frente da comunidade realizando ações de prevenção e promoção de saúde. Além de ser composta
por profissionais capazes de conhecer o perfil da população; é primordial que eles possuam visão holística do
paciente; que considerem e compreendam o sujeito em sua singularidade, complexidade, integralidade e inserção
sociocultural. (CORAS; ARAÚJO, 2011)
 Esses profissionais também podem utilizar e adotar estratégias de cuidados conforme a necessidade individual e
criatividade de cada paciente sob seus cuidados. Dentre elas destacam-se: estratégias de relacionamento
interpessoal, confiança mútua, apoio, estabelecimento de limites e ajuda na expressão de pensamentos e
sentimentos, entre outras. Uma vez que o objetivo da assistência de enfermagem é o de maximizar as interações
positivas do outro com seu ambiente, promover seu nível de bem-estar e intensificar seu grau de autonomia, os
profissionais de enfermagem acabam conseguindo promover no paciente a manutenção de um comportamento
positivo. (CORAS; ARAÚJO, 2011)
CUIDADOS
 Uma das ferramentas utilizadas pelos profissionais de enfermagem no tratamento dos transtornos alimentares é a
implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), a qual permite que esses profissionais ofereçam
assistência individualizada e holística aos pacientes sob seus cuidados.
 Através da SAE, os profissionais de enfermagem conseguem avaliar a autonomia dos seus pacientes e sua liberdade para
tomada de decisões com relação aos próprios objetivos, conseguem envolvê-los em todo o processo de seu próprio
cuidado e a sua recuperação.
 Até a década de 80, o tratamento clínico dos transtornos alimentares incluía: uso de medicamentos como antipsicóticos
(clorpromazina) e antidepressivos prescritos por médicos e, também, a execução de normas de conduta do pessoal de
enfermagem, principalmente em relação à alimentação. Entretanto, desde a década de 70, os cuidados de enfermagem
incluem período de observação dos pacientes de uma hora, posterior as refeições para evitar o vômito autoinduzido; a
prática de exercícios físicos ou automutilação, em virtude do aumento da ansiedade e de sentimentos de culpa que
ocorrem logo após a alimentação.
 Os profissionais de enfermagem são os que permanecem maior tempo em contato com os pacientes sob tratamento
clínico do tipo internação hospitalar ou clínica, principalmente durante horários críticos relativos às atividades de vida
diária (refeições) o que acaba favorecendo o estabelecimento de forte vínculo de confiança. A partir do contato direto
com os pacientes e de relacionamento interpessoal mais próximo, a equipe de enfermagem consegue ajudar os
pacientes com transtornos alimentares durante a difícil etapa que compreende a internação hospitalar e o tratamento
ambulatorial para o restabelecimento e manutenção do estado de saúde deles em nível considerado aceitável (90% do
peso corporal ideal).
CUIDADOS

 A assistência de enfermagem para pacientes com transtornos alimentares apresenta como objetivo não somente
administrar medicamentos ou o supervisionamento dos doentes após as refeições como já relatado. Atualmente,
os profissionais de enfermagem têm por objetivo maximizar as interações positivas do outro com o ambiente,
promover nível satisfatório de bem-estar e intensificar o grau de autonomia dos doentes, além de realizar
diagnóstico específico de Enfermagem.
 A contribuição do profissional de enfermagem é essencial para que o doente e seus familiares compreendam que
o ser humano vai além de características físicas ditadas por padrões únicos e que a busca por uma vida saudável é
o que realmente importa.
 A respeito do diagnóstico realizado pela equipe de enfermagem, esse tipo de diagnóstico inclui: realização de
exames biológicos, psicológicos, socioculturais e físicos, dentre os quais se destacam a observação de desvios de
comportamento (uso de laxantes, diuréticos, inibidores de apetite e vômitos) e a avaliação familiar, entre outros
aspectos evidenciados na tabela a seguir:
OBRIGADA!!!!
REFERÊNCIAS
 CORAS, P. M.; ARAÚJO, A. P. S. Nursing’s Role in the Treatment of Eating Disorders such as Anorexia
and Bulimia Nervosa, v.13, n.1, p.315-324, jun. 2011.
 GONÇALVES, J. A; MOREIRA, E. A. M.; TRINDADE, E. B. S. M.; FIATES, G. M. R. Transtornos alimentares em la
infância y adolescência y factores de riesgo. Revista Paulista de Pediatria, v.31, n.1, p.96-103, mar. 2013.
 OLIVEIRA, G.; FIORIN, M. P. M.; CONTRERA, L. A produção científica que envolve os cuidados de enfermagem em
transtornos alimentares: anorexia e bulimia. Revista Laborativa, v.5, n.2, p. 27-46, out. 2016.
 RITTENHOUSE, M. Eating Disorders: Causes, Symptoms, Signs & Treatment Help, mai. 2017.
 SIMAS, J. P. N.; GUIMARÃES, A. C. DE A. Classic ballet and eating disorders. Journal oh Physical Education,
v.13, n.2, p.119-126, jun. 2008
 TIMERMAM, F. Transtornos alimentares. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2021
 BIERNATH, André. Os 12 principais tipos de transtorno alimentar, de anorexia a compulsão. Revista Veja Saúde,
abr. 2020. Disponível em <https://saude.abril.com.br/alimentacao/principais-tipos-transtorno-alimentar/> Acesso
em: 24, nov, 2022.
 NETO, A. P. Conceito e Tipos mais Frequentes de Transtornos Alimentares. Sociedade Brasileira de Diabetes,
2017. Disponível em: <https://diabetes.org.br/conceito-e-tipos-mais-frequentes-de-transtornos-alimentares/>
Acesso em: 24, nov, 2022.

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