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TRANSTORNOS
ALIMENTARES
TRANSTORNOS ALIMENTARES
São doenças psiquiátricas caracterizadas por hábitos alimentares irregulares e sofrimento grave ou preocupação
exacerbada com o peso ou a forma do corpo (GONÇALVES, MOREIRA. 2013), alterações significativas no
comportamento alimentar, causando prejuízos clínicos, emocionais e/ou sociais importantes. (TIMERMAM, 2021)
Os transtornos alimentares são desvios do comportamento alimentar que podem levar ao emagrecimento
extremo (caquexia) e à obesidade, com a evolução da patologia a pessoa desenvolve distúrbios menstruais,
osteoporose, arritmia cardíaca e um quadro grave de desnutrição, entre outros problemas físicos. (CORAS;
ARAÚJO, 2011)
Sua notoriedade atual se deve a um aumento em prevalência e variedade: uma parcela significativa da população já
apresenta algum tipo de problema com a comida e/ou com o corpo, devido ao cenário de demandas socioculturais
cada vez mais estritas e conflitantes sobre o que é considerado belo e o que é adequado em relação à alimentação.
(TIMERMAM, 2021)
Não há uma causa específica responsável pelos transtornos alimentares, o que ocorre é um conjunto de fatores
biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares que contribuem para o seu aparecimento. (OLIVEIRA et
al, 2016)
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Os distúrbios alimentares podem incluir ingestão inadequada ou excessiva de alimentos, o que pode, em última
instância, prejudicar o bem-estar de um indivíduo. As formas mais comuns de transtornos alimentares incluem
Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa e Transtorno da Compulsão Alimentar e afetam tanto mulheres quanto homens.
Podem se desenvolver durante qualquer fase da vida,
mas geralmente aparecem durante a adolescência ou na
idade adulta jovem. Classificados como uma doença
médica, o tratamento adequado pode ser altamente
eficaz para muitos dos tipos específicos de distúrbios
alimentares. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)
EXEMPLO:
O ballet clássico, com sua preocupação excessiva com a estética corporal, pode promover em seus praticantes
transtornos alimentares como a anorexia nervosa e a bulimia. (SIMAS; GUIMARÃES, 2008)
EXEMPLOS DE FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A
OCORRÊNCIA DE TRANSTORNOS ALIMENTARES SÃO:
Caracteriza-se como Transtorno Alimentar do tipo anorexia o desejo pela magreza, que leva ao comportamento
alimentar monótono e ritualizado e à perda de peso significante. (GONÇALVES, MOREIRA. 2013)
Muitas pessoas com anorexia nervosa limitam ferozmente a quantidade de comida que consomem e se consideram
com sobrepeso, mesmo quando estão claramente abaixo do peso. (SIMAS; GUIMARÃES, 2008)
Inúmeros estudos apontam para um aumento substancial na incidência do transtorno a partir dos anos 30,
particularmente entre mulheres da faixa de 15 a 24 anos de idade. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)
Algumas profissões ligam esbeltez com realizações, e populações especiais (notavelmente bailarinas e modelos)
demonstraram ter um risco incomumente alto para o desenvolvimento de transtornos alimentares. (SIMAS;
GUIMARÃES, 2008)
BULIMIA NERVOSA
BULIMIA NERVOSA
Caracterizado por compulsão alimentar repetida, seguida por comportamentos que compensam os excessos,
como vômitos forçados, exercícios excessivos ou uso frequente de laxantes ou diuréticos. Estudos apontam que a
bulimia nervosa foi encontrada com maior frequência na faixa etária de 16 a 20 anos. (GONÇALVES; MOREIRA.
2013)
Homens e mulheres que sofrem de Bulimia podem temer o ganho de peso e sentem-se gravemente infelizes com o
tamanho e a forma do corpo. O ciclo de compulsão alimentar e purgação é, tipicamente, realizado em segredo,
criando sentimentos de vergonha, culpa e falta de controle. A Bulimia pode ter efeitos prejudiciais, como problemas
gastrointestinais, desidratação grave e dificuldades cardíacas resultantes de um desequilíbrio eletrolítico.
A bulimia nervosa pode ser classificada de acordo com o método compensatório adotado em purgativa ou não
purgativa. O subtipo não purgativo é marcado pela prática de atividade física intensa ou por jejuns; já o purgativo,
caracteriza-se pela indução do vômito ou pelo abuso de laxantes e diuréticos.
Tanto na anorexia como na bulimia nervosas a preocupação excessiva com o peso corporal acaba
levando o indivíduo à perseguição implacável em busca da magreza extrema. (CORAS; ARAÚJO, 2011)
TANE – TRANSTORNOS ALIMENTARES NÃO ESPECIFICADOS
Transtornos alimentares não especificados (TANE) são aqueles clinicamente relevantes que não preenchem os
critérios de classificação para Anemia Nervosa ou Bulimia Nervosa. Ainda que sua prevalência seja mais elevada
do que a de Anemia Nervosa e Bulimia Nervosa, o conhecimento sobre prevalências, fatores de risco, correlações
clínicas e tratamento de tais transtornos é limitado. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)
A compulsão alimentar é um TANE que se caracteriza pela ingestão de uma quantidade de alimentos maior que a
maioria das pessoas ingeriria em um pequeno intervalo de tempo, ao menos duas vezes por semana, por seis
meses seguidos, acompanhado do sentimento de falta de autocontrole. Durante esses episódios, os indivíduos
sentem uma perda do controle sobre o quê ou o quanto comem e, ao final, sentem-se culpados e depressivos.
(GONÇALVES, MOREIRA. 2013)
COMPULSÃO ALIMENTAR
COMPULSÃO ALIMENTAR
Diferentemente da bulimia nervosa, na compulsão alimentar o indivíduo não utiliza métodos como purgação, jejum
ou exercícios excessivos para compensar a quantidade exagerada de alimentos ingeridos. (GONÇALVES; MOREIRA.
2013) Por causa disso, muitas pessoas que sofrem dessa condição podem ser obesas e com maior risco de
desenvolver outras condições, como doença cardiovascular.
O estresse psicológico pode estar associado ao desenvolvimento de compulsão alimentar. De acordo com estudos
restrição alimentar, baixa autoestima, depressão e preocupação com o peso, o corpo e a comida são mais prevalentes
em crianças com compulsão alimentar. (GONÇALVES; MOREIRA. 2013)
Homens e mulheres que lutam contra esse distúrbio também podem experimentar sentimentos intensos de
culpa, angústia e constrangimento relacionados à compulsão alimentar, o que poderia influenciar a progressão do
distúrbio alimentar. (TIMERMAM, 2021)
12 PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO ALIMENTAR, DE
ANOREXIA A COMPULSÃO
ANOREXIA- Trata-se de uma condição mental com a mais alta taxa de mortalidade, pois provoca uma perda de
peso muito rápida. Os pacientes começam a restringir o consumo de alimentos que eles consideram muito
calóricos e esses cortes ficam cada vez maiores. Ao mesmo tempo, distorcem a própria imagem corporal e
continuam a achar que estão gordos.
BULIMIA- Ao contrário do que se pensa, os acometidos por ela não são magérrimos. Muitos ficam
constantemente acima do peso e se incomodam bastante com esse fato. Na bulimia, há dois momentos: primeiro,
um exagero no consumo de determinados produtos. Na sequência, o sujeito se sente culpado por ter ingerido
tudo aquilo e encontra alguma maneira de expurgar aquelas calorias.
COMPULSÃO ALIMENTAR- Ao lado de anorexia e bulimia, a compulsão alimentar faz parte da tríade
clássica dos transtornos alimentares. Nela, a questão é o exagero mesmo: a pessoa devora uma quantidade
enorme de comida. Alguns chegam a ingerir de 4 mil a 15 mil calorias em poucos minutos — a média
recomendada para um adulto saudável são 2 mil calorias por dia.
Aqui, não acontece nenhuma tentativa para eliminar esses alimentos, como vômitos ou remédios. Esses ataques
súbitos de gulodice são motivados por dilemas emocionais, como ansiedade e estresse. É um problema grave de
saúde pública, pois muitos dos portadores desenvolvem obesidade grave. (RITTENHOUSE, 2017)
12 PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO ALIMENTAR, DE
ANOREXIA A COMPULSÃO
TARE - TRANSTORNO ALIMENTAR RESTRITIVO EVITATIVO- É o quadro típico de crianças que se
recusam a comer um grupo alimentar específico por motivos que vão de aparência e cor a odor, textura,
temperatura e paladar.
Há quem não experimente nada que seja amarelo, outros fogem de purês e papas, um terceiro grupo evita frutas e
verduras, e assim por diante.
RUMINAÇÃO- A pessoa vomita um pouco do que comeu na última refeição e mastiga novamente. Parte dos
portadores cospe o conteúdo, enquanto outra parcela engole uma segunda vez. Esse processo se repete
praticamente todos os dias e não está relacionado a nenhuma outra condição médica, como o refluxo
gastroesofágico.
Se comparado com o vômito provocado na bulimia, o volume de alimentos que volta à boca é pequeno, que permite
disfarçar a ruminação por meio de tosses e outras táticas. Esse quadro foi descrito em bebês, crianças, adolescentes e
até adultos de 20 a 30 anos.
Além da saúde mental, o transtorno traz outras consequências ao organismo: a ida constante de ácidos estomacais
para o esôfago, a garganta e a cavidade bucal provoca úlceras, mau hálito e cáries. Muitos sofrem uma perda de peso
rápida e desenvolvem outros incômodos, caso de náuseas, constipação ou diarreia. (RITTENHOUSE, 2017)
12 PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO ALIMENTAR, DE
ANOREXIA A COMPULSÃO
PICA- Em latim, pica é o nome de um pássaro muito comum em parte da Europa. Esse bicho come praticamente
qualquer coisa. Os sujeitos com essa síndrome apresentam um comportamento parecido: eles ingerem itens que
não são considerados alimentos de verdade, como moedas, terra, argila, carvão, tecidos… Além disso, entram na
descrição os casos de quem engole ingredientes sem nenhum preparo, como farinhas e batatas cruas.
É normal que crianças pequenas levem à boca muitos desses objetos, pois estão explorando o mundo à sua volta.
A situação fica séria quando isso vira um hábito e perdura por três meses ou mais.
DRUNKOREXIA- Em inglês, “drunk” significa bêbado. A drunkorexia seria, então, o hábito de substituir a comida
por bebidas como uma maneira de inibir o apetite e, assim, emagrecer. O consumo de doses é alto: são cinco ou
seis drinques em menos de duas horas.
O álcool ainda tem outro papel por aqui: ele aplaca a ansiedade e o nervosismo, deixando o sujeito inebriado e sem
focar em suas preocupações. Quem é acometido por essa condição desenvolve outros comportamentos típicos da
anorexia ou da bulimia, como a indução de vômitos e o uso compulsivo de medicamentos.
O abuso etílico leva à dependência química, à falta crônica de nutrientes importantes obtidos por meio da dieta
convencional e provoca lesões em órgãos como o fígado. (RITTENHOUSE, 2017)
TRATAMENTO
Em decorrência dos fatos supracitados, a anorexia e a bulimia nervosas são transtornos alimentares cujo
tratamento clínico requer a intervenção de uma equipe multiprofissional da área de saúde, composta por médicos,
nutricionistas, psicólogos, profissionais de enfermagem entre outros, que dentro de suas áreas de atuação irão
prestar atendimento e fornecer orientações aos pacientes e seus familiares. A atenção voltada para o tratamento
desses distúrbios não deve priorizar somente o paciente, mas também sua família no contexto saúde-doença-saúde,
pois ambos necessitam de ajuda. (OLIVEIRA et al, 2016)
Conforme estudos para se obter sucesso terapêutico no tratamento de indivíduos com transtornos alimentares, é
preciso que todos os envolvidos no atendimento desses doentes compreendam que os transtornos alimentares
não são uma nova mania ou um estilo de vida, e que a melhora não depende apenas da vontade do paciente. É
necessário que todos compreendam e tenham conhecimentos a respeito dos prejuízos que esses transtornos
trazem para a saúde do doente. (CORAS; ARAÚJO, 2011)
CUIDADOS
A assistência de enfermagem para pacientes com transtornos alimentares apresenta como objetivo não somente
administrar medicamentos ou o supervisionamento dos doentes após as refeições como já relatado. Atualmente,
os profissionais de enfermagem têm por objetivo maximizar as interações positivas do outro com o ambiente,
promover nível satisfatório de bem-estar e intensificar o grau de autonomia dos doentes, além de realizar
diagnóstico específico de Enfermagem.
A contribuição do profissional de enfermagem é essencial para que o doente e seus familiares compreendam que
o ser humano vai além de características físicas ditadas por padrões únicos e que a busca por uma vida saudável é
o que realmente importa.
A respeito do diagnóstico realizado pela equipe de enfermagem, esse tipo de diagnóstico inclui: realização de
exames biológicos, psicológicos, socioculturais e físicos, dentre os quais se destacam a observação de desvios de
comportamento (uso de laxantes, diuréticos, inibidores de apetite e vômitos) e a avaliação familiar, entre outros
aspectos evidenciados na tabela a seguir:
OBRIGADA!!!!
REFERÊNCIAS
CORAS, P. M.; ARAÚJO, A. P. S. Nursing’s Role in the Treatment of Eating Disorders such as Anorexia
and Bulimia Nervosa, v.13, n.1, p.315-324, jun. 2011.
GONÇALVES, J. A; MOREIRA, E. A. M.; TRINDADE, E. B. S. M.; FIATES, G. M. R. Transtornos alimentares em la
infância y adolescência y factores de riesgo. Revista Paulista de Pediatria, v.31, n.1, p.96-103, mar. 2013.
OLIVEIRA, G.; FIORIN, M. P. M.; CONTRERA, L. A produção científica que envolve os cuidados de enfermagem em
transtornos alimentares: anorexia e bulimia. Revista Laborativa, v.5, n.2, p. 27-46, out. 2016.
RITTENHOUSE, M. Eating Disorders: Causes, Symptoms, Signs & Treatment Help, mai. 2017.
SIMAS, J. P. N.; GUIMARÃES, A. C. DE A. Classic ballet and eating disorders. Journal oh Physical Education,
v.13, n.2, p.119-126, jun. 2008
TIMERMAM, F. Transtornos alimentares. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2021
BIERNATH, André. Os 12 principais tipos de transtorno alimentar, de anorexia a compulsão. Revista Veja Saúde,
abr. 2020. Disponível em <https://saude.abril.com.br/alimentacao/principais-tipos-transtorno-alimentar/> Acesso
em: 24, nov, 2022.
NETO, A. P. Conceito e Tipos mais Frequentes de Transtornos Alimentares. Sociedade Brasileira de Diabetes,
2017. Disponível em: <https://diabetes.org.br/conceito-e-tipos-mais-frequentes-de-transtornos-alimentares/>
Acesso em: 24, nov, 2022.