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ARTIGOS

TRANSTORNOS ALIMENTARES
SOB A PERSPECTIVA
DA ANÁLISE
DO COMPORTAMENTO*

LOHANNA NOLÊTO BUENO**, NELSON ALVES


DO NASCIMENTO***

Resumo: o comportamento alimentar é adequado quando nutre o organismo para


manutenção da vida. Quando não atende a essa função, depara-se com os chamados
transtornos alimentares, os quais são entendidos pela Análise do Comportamento como
comportamentos-problema. Assim, o objetivo deste artigo é discutir os transtornos
alimentares como comportamentos controlados pelas consequências. Logo, o controle
ocorrerá através da modificação comportamental e ambiental .

Palavras-chave: Transtornos Alimentares. Comportamento Alimentar como Operante.


Modificação do Comportamento. Análise do Comportamento .

O 
comportamento alimentar é considerado adequado quando cumpre o seu objetivo
de suprir o organismo de nutrientes necessários para manutenção das funções
vitais. Se assim, o alimento tem função tanto nutricional quanto emocional e
social, logo, é fator concorrente para a qualidade de vida. Por outro lado, quando o padrão
alimentar não atende a essas funções, quer pelo excesso (e.g., compulsão alimentar), quer
pela insuficiência (e.g., restrição alimentar), depara-se com os comportamentos-problema,
nomeados como transtornos alimentares (NÓBREGA; BUENO, 2014).
De acordo com o DSM-5 (APA, 2013), os transtornos alimentares são carateriza-
dos por uma persistente perturbação na rotina alimentar, isto é, alteração de comportamentos
relacionada à alimentação que resulta na alteração do consumo ou na absorção de alimentos,
e que prejudica de forma relevante a saúde física ou o funcionamento psicológico da pes-

* Recebido em: 05.09.2014. Aprovado em: 29.09.2014.


** Mestre em Psicologia pela PUC Goiás. Professora do Departamento de Psicologia da Universidade Salgado
de Oliveira. lohanna.bueno@gmail.com.
*** Graduado em Psicologia pela PUC Goiás. nelson.alves14@gmail.com.

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soa. Entre os transtornos listados por esse manual, são descritos o transtorno da compulsão
alimentar, a anorexia nervosa e a bulimia nervosa.
Alvarenga, Koritar e Polacow (2012) advertem que, apesar da associação dos trans-
tornos alimentares com a contemporaneidade, há registros desses comportamentos desde os
tempos remotos. Os autores citam uma descrição médica do final do século XVII de um caso
de anorexia nervosa. Entretanto, só a partir de 1960,esta passou a figurar como uma síndrome
psiquiátrica específica, época em que foram estabelecidos os seus critérios diagnósticos. Por
outro lado, a bulimia nervosa foi descrita pela primeira vez como transtorno por Gerald Rus-
sell (1979, apud CORDÁS; CLAUDINO, 2002). Nessa primeira sistematização, a bulimia
foi descrita como uma evolução estranha da anorexia nervosa. No entanto, com o aumento
do conhecimento a respeito dessa classe de comportamentos, considerou-se necessária a clas-
sificação como um transtorno distinto da anorexia, o que se confirmou com a publicação do
Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – DSM na década de 1980 (AL-
VARENGA; KORITAR; POLACOW, 2012).
O desenvolvimento desses tipos de transtorno pode ter início na adolescência (ain-
da que haja relato de sua ocorrência na infância) e adquirir um curso crônico que, dependen-
do da gravidade, pode levar o indivíduo, inclusive, à morte (FAIRBURN et al., 2010). Assim,
com o objetivo de evitar a cronicidade dos transtornos alimentares e até de outros compor-
tamentos humanos mais complexos, diversos estudiosos têm buscado não só entender, mas
também explicar os processos envolvidos tanto na aquisição quanto na modificação de com-
portamentos relevantes específicos (OLIVEIRA; BUENO, 2009; NÓBREGA; BUENO,
2014; NETO; DALEFFE; BEZERRA, 2010)�������������������������������������������
. Segundo Skinner (2003), os estudos de Da-
rwin demostraram haver aspectos filogenéticos, ontogenéticos e culturais favorecedores a que
qualquer organismo se desenvolva de forma bem específica, o que constitui exatamente o
organismo que é. No aspecto da filogenia há diversos estudos sendo desenvolvidos e que mos-
tram o surgimento de um novo paradigma no campo genético: a interação entre o ambiente
e os efeitos genéticos (SKINNER, 2003). Logo, o indivíduo pode, dependendo de adequada
estimulação, ativar ou desativar genes específicos que facultam influências sobre o organismo
para o desenvolvimento ou não de algum tipo de característica específica, positiva ou negativa
para o sujeito.
Por essa perspectiva,

[...] a verdadeira estrutura genética das células pode mudar como resultado da aprendi-
zagem se os genes que estiverem inativos ou dormentes interagirem com o ambiente de
tal maneira que se tornam ativos. [...] o ambiente pode ativar certos genes. É possível
que esse tipo de mecanismo leve a mudanças no número de receptores na extremidade
de um neurônio, que, por sua vez, afetaria o funcionamento bioquímico do cérebro
(BARLOW; DURAND, 2008).

Em um artigo publicado na revista ChildDevelopment, os autores Romens et al.


(2014) estudaram, por meio de exames sanguíneos, se o tipo de ambiente de maus tratos em
que as crianças do estudo viviam ativaria ou não alguns genes específicos para o desenvolvi-
mento de transtornos mentais em crianças. O estudo sugere haver uma correlação entre o am-
biente hostil em que uma criança vive e a ativação genética que favorece o desenvolvimento
de transtornos mentais. Sugere ainda que, com uma alteração ambiental, esses genes podem
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ser desativados e novos genes que contribuem para a readaptação da criança podem ser ativa-
dos, o que favorecerá a reversão dos seus comportamentos-problema.
Em um passado recente se acreditava que, se alguém apresentasse um transtorno
específico, este não seria passível de modificações. Logo, a única alternativa a essa pessoa era
aceitar a condição do transtorno desenvolvido para, desse modo, retomar o seu equilíbrio
geral e lidar com o transtorno, sem experimentar tanto sofrimento. No presente, os avanços
conquistados por estudos comprovam que a plasticidade genética e comportamental tem
evidenciado cada vez mais ser possível a alteração de comportamentos específicos que trazem
problemas para o indivíduo que os emite. “A idéia corrente é a de que o cérebro e suas funções
são plásticos, sujeitos a contínuas mudanças em resposta ao ambiente, mesmo na extremida-
de da estrutura genética” (BARLOW; DURAND, 2008, p. 37). Outro fator favorecedor ao
desenvolvimento de transtornos específicos é a influência cultural. O contexto no qual está
inserido o indivíduo pode lhe favorecer a aquisição de comportamentos geradores de conse-
quências aversivas, que podem prejudicá-lo em vários aspectos. Isso graças a um mecanismo
presente em todos os seres humanos: a aprendizagem. Se assim, “Estudar a aprendizagem é
estudar como o comportamento pode ser modificado.” (CATANIA, 1999, p. 27).
Dentro do processo de aprendizagem há princípios que explicam como um orga-
nismo pode desenvolver o comportamento, assim como explicam como esse comportamento
pode ser modificado, após ter sido aprendido, chamados de princípios básicos da Análise do
Comportamento: reforço, punição, extinção, modelagem e modelação (MARTIN, PEAR,
2009; SKINNER, 2003).
Tais princípios regem a emissão dos comportamentos dos organismos, sejam eles
humanos ou infra-humanos. Isso em função de que, os comportamentos podem trazer conse-
quências que afetam tanto o indivíduo que se comporta, quanto o ambiente em que o mesmo
está inserido (MARTIN, PEAR, 2009; SKINNER, 2003; REESE, 1978). Essas consequên-
cias podem ser classificadas em dois tipos: reforçadoras ou aversivas. Se forem reforçadoras,
pode haver a instalação de repertórios de comportamentos eficientes, o que poderá gerar
benefícios ao organismo que se comporta (e.g., ao um indivíduo emitir comportamento de
expressar suas opiniões de maneira assertiva, isso poderá lhe favorecer ser tratado pelas pessoas
de forma respeitosa). Porém, se forem aversivas, poderá haver a instalação de comportamen-
tos ineficientes, bem como a ocorrência de prejuízos para a vida do indivíduo [e.g., ao se
comportar de maneira passiva, sem conseguir expressar suas opiniões,um indivíduo poderá
ser tratado por seu ambiente social de forma desrespeitosa e/ou abusiva] (DEL PRETTE;
DEL PRETTE, 2001).
Nesse cenário, a Análise do Comportamento, ciência embasada pela filosofia do
Behaviorismo Radical envida esforços para compreender e desenvolver estratégias para o con-
trole de quaisquer comportamentos-problema, inclusive os chamados transtornos mentais
(BRITTO, 2012). Ressalta-se que o termo comportamento-problema demonstra ser mais
apropriado, tendo em vista que todos os critérios diagnósticos que descrevem esses transtor-
nos referem-se a ações (e.g., ingerir alimentos em demasia) e/ou consequências destas (e.g.,
ganho de peso). Desse modo, o braço dessa ciência voltado para os problemas sociais, a
Análise do Comportamento Aplicada, se propõe investigar as relações funcionais dos mais
diversos comportamentos. Essas relações são responsáveis pela instalação e manutenção dos
repertórios comportamentais dos indivíduos. E a partir desses dados, a Análise do Compor-
tamento Aplicada propõe estratégias para o controle do comportamento-problema. Após a
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aplicação da intervenção, procede-se a avaliação da eficácia do procedimento (BAER; WOLF;
RISLEY, 1968).
Dessa forma, “[...] a Análise do Comportamento (AC) privilegia critérios como
funcionalidade, análise idiográfica do comportamento e o modelo contextualista e externa-
lista de leitura das relações entre o objeto analisado e o ambiente.” (VALE; ELIAS, 2011,
p. 53).
Posto isso, o objetivo do presente artigo será o de apresentar o entendimento da
Análise do Comportamento a respeito dos transtornos alimentares anorexia nervosa e bu-
limia nervosa a partir de pesquisas em periódicos nacionais e internacionais que abarcam
o tema. O segundo objetivo será o de abordar a obesidade que, embora não seja considerada
um transtorno mental, uma vez se tratar de uma consequência de múltiplos fatores (e.g.,
compulsão alimentar, transtorno depressivo), é uma condição clínica que pode sofrer inter-
venção pela via comportamental.

ANOREXIA NERVOSA

O Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – DSM-5 (APA,


2013) apresenta como critérios diagnósticos para a anorexia nervosa: (a) a restrição de inges-
tão de energia que leve o corpo a um peso significativamente baixo em relação à idade, sexo
e à saúde física do indivíduo; (b) o medo intenso de ganhar peso ou de se tornar gordo, ou
ainda de emitir comportamentos que favoreçam o ganho de peso, mesmo o indivíduo apre-
sentando peso significativamente baixo; e (c) a distorção no modo em que o peso ou a forma
do corpo é experienciado, ou persistente falha no reconhecimento da gravidade do baixo peso
corporal. Vale ressaltar que o peso significativamente baixo é definido como um peso que é
abaixo do que é minimamente normal. E em crianças e adolescentes abaixo do que é mini-
mamente esperado.
De acordo com Heller (2002), a anorexia nervosa é mais frequente entre mulhe-
res e adolescentes que compõem a faixa etária de 13 a 18 anos. D’Assunção e D’Assunção
(2001) afirmam que mais da metade das mulheres apresenta o problema antes dos 20 anos
e que a proporção mulher/homem é de 8 a 12 mulheres para cada homem. É comum que
pessoas com essa problemática apresentem autoestima baixa, perfeccionismo e baixo repertório
de competência social. Além desses fatores, a pessoa que recebe esse diagnóstico, ou essa descri-
ção, costuma se autoavaliar a partir de conceitos alheios e não consegue discriminar sua baixa
competência comportamental, uma vez que atribui à imperfeição do corpo a origem de seus
problemas. Nesse contexto, a possibilidade de controle sobre o emagrecimento, a despeito dos
déficits comportamentais em outras áreas de sua vida, torna-se altamente reforçadora.
Outra variável relevante na composição desse complexo comportamento alimentar,
a anorexia nervosa, como pontua Heller (2002), é a família, agência de controle muito rele-
vante, a qual pode não propiciar uma boa comunicação entre os seus membros, dificultando
assim a expressão de emoções e o estabelecimento de vínculos afetivos. Esse ambiente familiar
pode apresentar também regras rígidas, além de atribuir grande importância ao corpo (HEL-
LER, 2002).
Acredita-se que os indivíduos que desenvolvem anorexia nervosa sejam mais sensí-
veis a situações estressoras. Se assim, quando expostos a contingências aversivas, como con-
flitos familiares, fracassos na esfera afetiva, acadêmica ou social, tendem a se desorganizar e a
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buscar nas dietas a suposta solução para os problemas apresentados (HELLER, 2002). Além
disso, a influência da cultura e da mídia, que associam beleza e sucesso a padrões de magreza,
os quais são biologicamente insustentáveis para a maioria das mulheres, pode favorecer o
desenvolvimento desse comportamento-problema.
D’Assunção e D’Assunção (2001) apontam que, alguns casos de anorexia nervosa
são apresentados por pessoas que, inicialmente tinham o registro de sobrepeso. São indiví-
duos que se engajam em dietas, a princípio, para alcançarem a normalização do peso. Ação
essa que lhes gera o apoio de pessoas próximas, logo, comportamento reforçado por seu
ambiente social. Entretanto, por persistirem no objetivo de se tornarem mais e mais magros,
passam a ser criticadas. E, a fim de se esquivarem e/ou fugirem dessas situações consideradas
extremamente aversivas, passam a apresentar um novo padrão: o de restrição da convivência
social. Padrão esse que vai se tornando cada vez mais grave na restrição e nos prejuízos desta
à condução de sua vida (D’ASSUNÇÃO; D’ASSUNÇÃO, 2001). Desse modo, observa-se
que aquele que apresenta comportamentos próprios da anorexia nervosa exibe um padrão
comportamental de descrições incorretas de sua imagem corporal.
Um estudo realizado por Ribeiro et al. (2006) teve como objetivo identificar se
havia relação entre o transtorno da imagem corporal com o transtorno alimentar. A pesquisa
foi realizada com 100 alunas entre 15 e 18 anos, de uma universidade particular de Curitiba.
Para identificar o padrão comportamental da imagem corporal, foi utilizado o BodyShape-
Questionaire – BSQ (PLETRO, 2002). E para identificar a ocorrência de transtorno alimen-
tar, o instrumento utilizado foi o BITE (HENDERSON; FREEMAN, 1987). Os resultados
mostraram que todas as participantes que apresentaram algum transtorno de imagem corpo-
ral também apresentaram o comportamento alimentar inadequado. A conclusão apresentada
por esse estudo foi a de que a ausência de comportamento alimentar adequado associado à
busca da imagem corporal perfeita são fortes indicativos para o desenvolvimento de transtor-
nos alimentares. Problema esse que também é verificado em pessoas que desenvolvem outra
classe de comportamento-problema: a bulimia nervosa.

BULIMIA NERVOSA

Conforme descrito por Vale e Elias (2011), o termo bulimia é originário de duas pa-
lavras gregas bous (boi) e limos (fome), correspondendo à expressão fome bovina, ou tamanha
fome capaz de levar alguém a comer um boi (CORDÁS; CLAUDINO, 2002). Desse modo, a
bulimia nervosa se caracteriza por um padrão de comportamento de restrição alimentar, entre-
tanto de pouca eficácia, visto que é seguido por episódios de excessos de ingestão alimentar que,
normalmente, precedem comportamentos de compensação (VALE; ELIAS, 2011).
A bulimia nervosa é descrita pelo DSM-5 (APA, 2013) quando o indivíduo apre-
senta: (a) episódios recorrentes de compulsão alimentar, ou seja, comer em um período li-
mitado de tempo (e.g., dentro de um período de 2 horas), um montante de comida que é
definitivamente maior do que o que a maioria das pessoas iria comer em um período de
tempo semelhante, sob condições semelhantes. Assim como apresentar a falta de controle
sobre o comer durante o episódio (e.g., sensação de que não poder parar de comer ou de não
controlar o que ou o quanto está comendo). (b) Apresentar alta frequência de comportamen-
tos compensatórios inadequados para prevenir o ganho de peso (e.g., vômitos autoinduzidos,
uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, jejuns ou exercícios excessivos).
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Apresentar também a (c) compulsão periódica, seguida por comportamentos compensatórios
inadequados, que ocorrem, em média, pelo menos uma vez por semana, durante 3 meses.
Apresentar (d) autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais e a
(e) perturbação não ocorrer exclusivamente durante os episódios de anorexia nervosa.
Para a Análise do Comportamento, a compreensão dessa classe de comportamentos
deve se pautar pela análise das variáveis externas às quais eles possam estar relacionados. Por
exemplo, entre os ocidentais contemporâneos é convencionado que a magreza é um atributo
essencial de beleza e de sucesso. Com o propósito de alcançar essas consequências reforçadoras
(e.g., ser considerado(a) belo(a); ser considerado(a) uma pessoa de sucesso), muitas pessoas,
em sua maioria mulheres, se engajam em dietas diversas, que nem sempre trazem resultados
satisfatórios. Logo, a bulimia nervosa emerge como um subproduto dessa exigência cultural
(COELHO-MATOS; COSTELINI; PITELLI, 2009).
Conforme descrito na literatura, as pessoas mais vulneráveis a desenvolverem esse
comportamento-problema são aquelas que apresentam repertório comportamental restrito,
baixa competência social e que, portanto, associam erroneamente a ideia do corpo perfeito
ao sucesso profissional, afetivo, social, acadêmico etc. (COELHO-MATOS; COSTELINI;
PITELLI, 2009; D’ASSUNÇÃO; D’ASSUNÇÃO, 2001; OLIVEIRA; BUENO, 2009). Por
sua vez, por apresentarem pouco comportamento eficiente, gerador de consequências reforça-
doras, essas pessoas estão mais propensas a desenvolverem outros comportamentos-problema,
como as respostas próprias de depressão (OLIVEIRA; BUENO, 2009). Então, ao considerar
a contínua interação entre o comportamento e o ambiente, a pessoa que apresenta bulimia
nervosa, ao perder constantemente o controle sobre o comportamento de comer – perda de
controle essa que, na maioria das vezes tem como agente causador o comportamento de fuga/
esquiva de alguma contingência aversiva – provavelmente emitirá mais autoavaliações nega-
tivas, o que colaborará para que ela se esquive do convívio social, de forma semelhante como
ocorre com quem apresenta anorexia nervosa (COELHO-MATOS; COSTELINI; PITELLI,
2009). O comer compulsivo pode também estar relacionado à obesidade.

OBESIDADE E O COMPORTAMENTO IMPULSIVO DE COMER

A obesidade não está incluída entre os transtornos alimentares descritos pelo DSM-
5 (APA, 2013), mas como uma doença crônica relacionada a diversos fatores (e.g., comporta-
mento alimentar compulsivo, transtorno depressivo, problemas hormonais etc.). E é definida
basicamente pelo excesso de gordura corporal. Nesse sentido, a grande preocupação dos di-
versos órgãos de saúde está relacionada ao excesso de peso, que torna os indivíduos vulneráveis
a diversos problemas (e.g., diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, câncer e problemas
respiratórios). Isso em função de que a obesidade também pode prejudicar a qualidade de vida
de quem dela sofre, em virtude de favorecer a ocorrência de outros comportamentos-problema,
como a depressão e a esquiva social (ADES; KERBAUY, 2002).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é uma doença crô-
nica não transmissível (DCNT). Esse grupo de doenças, que inclui o tabagismo e as neopla-
sias (câncer) foi responsável por 72% dos óbitos no ano de 2007 no Brasil (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2013; SCHMIDT et al., 2011).
Com o objetivo de analisar a evolução temporal da situação nutricional dos bra-
sileiros, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou um levantamento
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de informações, por meio da Pesquisa dos Orçamentos Familiares dos brasileiros – POF –
2008/2009. Nesse documento foram comparadas pesquisas realizadas em períodos distintos,
a partir de 1974, a saber, 1974-1975, 1989, 2002-2003 e 2008-2009. Ao confrontar os
resultados da primeira pesquisa com os dados da última, estes apontaram para o aumento do
percentual tanto de pessoas com excesso de peso quanto de pessoas obesas. Entre homens esse
valor saltou de 18,5% para 50,1%, e entre as mulheres de 28,7% para 48%. Em relação aos
índices de obesidade, observou-se evolução de 2,8% para 12,4% entre a população masculina
e de 8% para 16,9% entre a população feminina (IBGE, 2010).
Ao se analisar as transformações sociais ocorridas no Brasil nesse período, observa-se
que a população deixou de ser predominantemente rural para se tornar cada vez mais urbana.
Por sua vez, o trabalho tornou-se mais sedentário, graças ao desenvolvimento tecnológico que
automatizou, em grande parte, as atividades que exigiam esforço físico. Nesse contexto, a oferta
de alimentos altamente calóricos tornou-se muito frequente nas cidades. Essa mudança propi-
ciou a substituição da alimentação padrão dos brasileiros que, até então, era à base de grãos e de
cereais, por alimentos ricos em gordura e açúcares (MACEDO; ESCOBAL; GOYOS, 2011)
que constituíram um novo padrão: o padrão alimentar industrializado.
Para Macedo, Escobal e Goyos (2011), essas transformações no estilo de vida de pes-
soas residentes nos países ocidentais, aliada à crescente busca por medicamentos inibidores de
apetite, e até por cirurgias bariátricas, denunciam a incipiência de intervenções eficazes para dar
conta desse problema de saúde tão intrinsecamente relacionado à vida contemporânea, que se
torna mais evidente a cada década e que tende a piorar segundo as previsões estatísticas.
Conforme apontado por Ades e Kerbauy (2002), desde a década de 1990 já se ad-
mitia a multiplicidade de fatores favorecedores da obesidade. Entre esses fatores destacam-se
a falta de exercício, a quantidade e qualidade de alimentos ingeridos e os padrões compor-
tamentais alimentares. Para Macedo, Escobal e Goyos (2011), as causas endógenas para o
ganho de peso, como problemas hormonais, são pouco representativas. Dito de outro modo,
ainda que influenciado por questões genéticas, é o comportamento impulsivo de comer que,
inegavelmente, levará alguém a se tornar obeso (MACEDO; ESCOBAL; GOYOS, 2011).
Martin e Pear (2009) advertem que o comportamento impulsivo se refere à emissão
de comportamentos controlados por reforçadores imediatos, quando a emissão de outros
comportamentos na mesma situação proporcionaria reforçadores a longo prazo, porém de
maior magnitude. Ferster, Nurenberger e Levitt (1962 apud HELLER; KERBAUY, 2000)
foram os analistas do comportamento pioneiros na investigação, descrição e intervenção do
comportamento alimentar impulsivo. Para esses autores, os comportamentos alimentares são
instalados no organismo por meio da aprendizagem. Assim o sendo, podem ser modificados
com o uso de técnicas de autocontrole. Comportamentos autocontrolados são, portanto,
respostas emitidas pelos indivíduos que têm a sua ocorrência controlada. Assim, o compor-
tamento de autocontrole é o oposto do comportamento impulsivo (HELLER; KERBAUY,
2000; MARTIN; PEAR, 2009).
Schachter e Gross (1968) desenvolveram um estudo com o objetivo de verificar
o efeito da manipulação do tempo sobre o comportamento de pessoas de peso normal e de
pessoas obesas. Os participantes foram divididos em dois grupos mistos (obesos e não obesos) e
receberam a informação de que participariam de um estudo para averiguar a relação entre rea-
ções fisiológicas e características psicológicas. Com essa finalidade, esses participantes fizeram
uso de eletrodos. Uma instrução foi-lhes repassada e cumprida: para evitar corrosão pelo ma-
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terial usado no instrumento de pesquisa, entregaram seus relógios de pulso. Os participantes
foram distribuídos em salas com relógios propositalmente grandes e visíveis. Para o primeiro
grupo (condição lenta), os relógios foram programados para marcar 15 minutos no período
verdadeiro de 30 minutos. Para o segundo grupo (condição rápida) o relógio foi manipulado
para passar 60 minutos durante o mesmo intervalo. Após essa etapa, o pesquisador entrava
na sala e deixava uma caixa de biscoitos com os participantes e questionários para que eles
respondessem. Passados 10 minutos, o pesquisador retornava à sala para recolher os biscoitos.
O objetivo da manipulação do tempo na condição lenta era o de induzir os participantes a
acreditarem que os biscoitos eram servidos antes da hora do jantar (tradicionalmente servido
às 18h). Para o outro grupo, objetivou-se fazê-los pensar que os biscoitos eram servidos pouco
depois do horário da referida refeição.
Os resultados demonstraram efeitos inversos da manipulação do tempo sobre a
ingestão de biscoitos pelos obesos e pelos não obesos. Os obesos, na condição rápida, ingeriram
aproximadamente duas vezes a quantidade de biscoitos ingerida pelos obesos na condição len-
ta (37,6 g/19,9 g). Por sua vez, entre os não obesos, na condição rápida, a ingestão de biscoitos
foi de menos que a metade da ingestão do grupo na condição lenta (16 g/41,5 g). Schachter e
Gross (1968) concluíram então que, estímulos normalmente inibidores do comer em pessoas
não obesas não controlam o mesmo comportamento nos obesos. Dessa forma, concluíram
os pesquisadores que o comportamento alimentar de pessoas obesas estaria mais sob o efeito
de estimulação externa (e.g., visão de alimentos, horários etc.) do que de estimulação interna
[e.g., estômago vazio] (HELLER; KERBAUY, 2000).
Uma classe de comportamentos-problema frequentemente apresentada por pessoas
obesas é a compulsão alimentar. Essa classe é descrita no DSM-5 como transtorno da com-
pulsão alimentar. Conforme postulado na edição atual do DSM-5 (APA, 2013), um episódio
de compulsão alimentar pode ser caracterizado por: (a) ingestão, em um curto período de
tempo de quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas co-
meria no mesmo período de tempo e nas mesmas circunstâncias e (b) sensação de falta de
controle sobre o comportamento de comer durante o episódio. Para atender aos critérios do
transtorno da compulsão alimentar é necessário que sejam episódios recorrentes. Os episódios
de compulsão alimentar são seguidos por três ou mais dos comportamentos seguintes: (a)
comer muito mais rapidamente do que o normal; (b) comer até se sentir desconfortavelmen-
te cheio; (c) comer grandes quantidades de comida, mesmo sem estar com fome; (d) comer
sozinho, por se sentir constrangido com a quantidade de alimento ingerida; (e) sentir repulsa
por si, depressão ou muita culpa após o episódio. Além disso, é necessário (f ) haver a presença
marcante de angústia em relação à compulsão alimentar; (g) a compulsão alimentar acontece
em média, pelo menos uma vez por semana, em um período de três meses; e (h) a compul-
são alimentar não pode estar relacionada com a ocorrência recorrente de comportamentos
de compensação, como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso da
bulimia nervosa ou da anorexia nervosa.
O comportamento de comer excessivamente possui topografias diferentes do vo-
lume de alimentos ingeridos por um indivíduo. Martin e Pear (2009) definiram o excesso
comportamental como muito comportamento de determinado tipo. Dessa forma, além dessa
classe de resposta ser recorrente e persistente, o comer excessivo pode ser tanto na forma da
quantidade de caloria ingerida como na frequência em que ele ingere alimentos (NETO,
DALEFFE; BEZERRA, 2010).
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CONCLUSÃO

De acordo com Skinner (2003), a compreensão do comportamento alimentar


pode ocorrer, assim como a de qualquer outra classe de comportamento, a partir da
identificação do quão reforçador é este comportamento. Nesse sentido o alimento pode
ser considerado um reforçador primário, isto é, um estímulo que é reforçador sem ne-
cessariamente haver aprendizagem prévia (MARTIN; PEAR, 2009; SKINNER, 2003).
Entretanto, Neto, Daleffe e Bezerra (2010) questionam se a resposta de comer ocorre
apenas em função do estado de privação ou se é mantida por reforçamento negativo, ao
se retirar o estado de fome.
Skinner (2003) e Neto,Daleffe e Bezerra (2010) destacam que a resposta de ali-
mentar pode continuar mesmo quando o estado de privação é reduzido a quase nenhum
incômodo físico. Destacam ainda que o papel da privação é apenas um efeito eliciador. Desse
modo, a adição do alimento constitui apenas a ocorrência do reforço positivo (NETO; DA-
LEFFE; BEZERRA, 2010). Por essa perspectiva, a manutenção da resposta de comer excessivo
pode ser explicada, também, como reforçador negativo (CATANIA, 1999; NETO; DALE-
FFE; BEZERRA, 2010). Ou seja, diante de determinadas situações aversivas, o indivíduo se
comporta comendo excessivamente na tentativa de evitar qualquer contato com o estímulo
aversivo, o que caracteriza essa resposta como um comportamento de esquiva. Nesse sentido,
é importante destacar que o papel do analista do comportamento não deve se limitar apenas
a um levantamento de descrições de topografias de comportamentos, mas deve estar concen-
trado na promoção do conhecimento acerca da funcionalidade do comportamento. Além de
lhe favorecer o desenvolvimento de repertórios adequados para o controle dessas classes de
comportamento-problema.
Assim é que, para a Análise do Comportamento, a compreensão de qualquer classe
de comportamento, inclusive aquelas próprias descritas como transtornos alimentares e obe-
sidade, só é possível se forem analisadas como um comportamento operante. Dito de outra
forma, o controle da ingestão alimentar – seja para reduzir essa ingestão em pessoas que apre-
sentam o repertório bulímico e/ou de compulsão alimentar, ou para aumentar essa ingestão
em pessoas que apresentam o repertório próprio da anorexia – requer, como pontua Macedo
e Goyos (2013), “[...] mecanismos especializados para harmonizar condições fisiológicas do
meio interno com informações nutricionais do ambiente externo.” (p. 28). Logo, implicará
em disponibilizar informações a essa pessoa sobre o funcionamento neurofisiológico do cor-
po, inclusive do sistema gastrointestinal (condições fisiológicas), bem como instruções sobre
o valor nutricional dos alimentos (e.g., características dos alimentos: sabor, familiaridade,
textura, composição nutricional). Implicará, ainda, em favorecer a esse indivíduo condições
alternativas tanto ao seu contexto ambiental – com suas agências de controle – quanto para
o padrão de comportamento por ele apresentado. Logo, o controle de reforçadores que man-
têm os comportamentos próprios dessas classes de respostas, e a liberação de reforçadores a
comportamentos alternativos que deverão, via de regra, serem incorporados ao padrão de
resposta dessa pessoa, devem ocorrer sob pena de não se alcançar eficiência no programa de
intervenção, ou de modificação do comportamento. Nesse sentido, a condição sine qua non
é descrever a função do comportamento para, só então, ser delineado um programa de inter-
venção com a finalidade de controlar essas respostas-problema, assim como serem instalados
novos e alternativos repertórios de comportamentos eficientes.
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BEHAVIOR ANALYSIS PERSPECTIVE ABOUT EATING DISORDERS

Abstract: Eating behavior is appropriate when nourishes the body to sustain life. When not answe-
ring to this function, faced with the so-called eating disorders, which are understood by the Beha-
vior Analysis as problem behaviors. The objective of this article is to discuss eating disorders as
behaviors controlled by the consequences. Thus, the control will occur through behavioral and
environmental modification.
Keywords:Eating Disorders. Eating Behavior as Operant Behavior. Behavior Change. Behavior
Modification. Behavior Analysis.

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