Você está na página 1de 55

TREINO COGNITIVO

DO CONTROLE DA RAIVA
OBJETIVOS

• O QUE É A RAIVA?
• RAIVA – SEU PERCURSO PSICOFISIOLÓGICO
• A RAIVA EXCESSIVA E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O SER
HUMANO
• O TREINO COGNITIVO DE CONTROLE DA RAIVA (TCCR)
A presença da raiva como
sintoma
• Transtornos de Humor (a raiva é transformada em mágoa,
desalento, tem relação com tentativas de suicídio)
• Transtorno de Personalidade Limítrofe (Borderline) raiva
inadequada ou intensa, com dificuldade de controle,
demonstrações frequentes de irritação, atos agressivos).
• Trasntorno de Personalidade Paranoide – percebe ataques à
sua reputação que não são visíveis pelos outros e reage contra-
atacando com raiva intensa.
• Transtorno de Controle dos Impulsos – Transtorno Explosivo
Intermitente.
• Transtorno do Estresse Agudo – surtos de irritabilidade e raiva.
• Transtorno do Estresse Pós-traumático (raiva pronlongada)
• Transtorno de Deficit de Atenção (quando a pressão se torna
excessiva para a pessoa).
• Padrão Tipo A de Comportamento.
Compreendendo a Raiva

• O que é a Raiva?
Raiva é um sentimento de intenso desconforto
que resulta da percepção de alguma
provocação, seja ela uma ofensa, um
desacordo, mau tratamento, rejeição,
agressão, frustração ou desmerecimento por
parte de alguém ou entidade. O desconforto
experimentado é tão grande que leva a
pessoa a querer revidar e a atacar quem
supostamente a enraiveceu (tendência
comportamental).
Raiva bou ou ruim?

• A raiva em si não é uma emoção boa ou má, ela é


energia, é força.

• Quando excessiva, constante ou malgerenciada, aí sim,


passa a ser negativa.
Função da Raiva

• Defender-se frente a insultos, injustiças, maldades. No


caso de autodefesa, pode ser útil, pois fornecerá a
energia, o poder para reagir de forma mais eficaz.
• Fomos geneticamente preparados para sentir raiva em
momentos em que precisamos nos defender e neutralizar
o inimigo fisicamente.
Componentes da Reação de
Raiva:
• São cognições, reações emocionais,
reações físicas e comportamentos.
Mecanismo neuropsicológico
da raiva
• Todas as emoções são processadas pelo sistema
límbico. As estruturas que compõem esse completo
centro de manejo das emoções são: amígdalas (são
duas, sendo uma em cada hemisfério cerebral),
tálamo, epitálamo, hipotálamo, hipocampo,
cíngulo e a região do septo.
Mecanismo neuropsicológico
da raiva
• Interessante é também considerar que, devido ao
fato de os sistemas neuroendócrino, neuroimune e
neurovegetativo terem sua base no sistema
límbico, as emoções exercem uma influência
importante sobre eles.

• A raiva é uma resposta tanto física como emocional


que pode causar danos ao organismo, como
aumento de pressão arterial, infarto, cefaleias,
entre outras doenças...
Mecanismo neuropsicológico
da raiva
• Quando a amígdala recebe uma mensagem de
perigo, real ou imaginário, físico ou emocional, a
glandula pituitária é ativada. Essa glândula libera
no sangue o hormônio adrenocorticotrópico, que é
um químico mensageiro de ativação das glândulas
suprarrenais (...) o metabolismo se altera, o
organismo se altera, o organismo fica energizado
por meio da transformação de proténias e gorduras
em açúcar e se torna, então, pronto para a ação de
lutar ou fugir contra o agente estressor. O coração
se acelera para fazer circular no corpo todos os
hormônios recém-produzidos do stress e da raiva,
as pupilas se dilatam, a pressão arterial aumenta, o
sistema digestório é inibido. Essas mudanças tem a
função de aumentar a energia e o vigor do
organismo, a fim de que a pessoa possa se
defender de alguma ameaça.
Mecanismo neuropsicológico
da raiva
• Justamente porque tanta energia é produzida é
que há risco de a pessoa, na perda do controle,
tomar atitudes impensadas e agressivas.
• Algumas pessoas nessas condições, e sem controle,
podem até cometer atos dos quais nunca se
julgariam capazes, pois a raiva é capaz de acabar
com o poder do raciocínio no impulso, devido à
incapacidade cognitiva gerada pela produção de
hormônios e à estimulação de centros cerebrais
que regulam as emoções.

• “FIQUEI CEGO DE RAIVA”


Raiva: estado ou traço

• Raiva estado: é caracterizada pela sua


curta temporalidade,
• é como a pessoa se sente em
determinado momento,
• varia desde uma certa irritabilidade
até a fúria.
• A intensidade do estado de raiva
depende da percepção que a pessoa
tem do evento que ela esteja
vivenciando.
Raiva traço

• É a tendência a perceber diversas situações como


desagradáveis e frustrantes, gerando elevações mais
frequentes no estado de raiva.
• Dois componentes:
a) temperamento;
b) sua expressão.
Reação da Raiva

• Raiva para fora: Falas, expressões e


ações dirigidas para outras pessoas ou
objetos do meio. Exemplo: Bater ou
quebrar coisas, criticar, insultar, usar de
sarcasmo, ameaçar...
• Raiva para dentro: Supressão do
sentimento.
Raiva que não é expressa
claramente
• Pensamentos suicidas;
• Raiva no trânsito;
• Machucar-se por descuido ou por impulsividade;
• Pensamentos negativos sobre todos ao seu redor,
criticar com frequeência
• usar sarcasmo,
• dificuldade de relaxar
• competitividade excessiva
• dificuldade em aceitar críticas e dificuldade de
aceitar a opinião dos outros e sentir que a vida é
constantemente uma batalha

• Sinais físicos de raiva podem ser: pescoço duro, dor


nas costas, hipertensão e problemas estomacais e
intestinais.
Thomas Harbin

• Há quatro tipos de pessoas


raivosas
O que suporta tudo

• É a pessoa que passa por humilhações e injustiças


enormes e não toma nenhuma atitude, que sempre
encontra desculpas para o comportamento de
quem a agride. Engole o desaforo, a vergonha, a
frustração e a raiva, e tem dores de estômago cada
vez maiores, tensão muscular quando é ofendido e
insônia. Quando pessoas ao seu redor, que
presenciaram o episódio, mostram sua empatia,
isso a faz se sentir pior ainda, pois sente-se mais
humilhada do que nunca e deseja que ninguém
tivesse presenciado o que ocorreu. Acha que um
homem de verdade teria reagido, acha-se um
covarde. Fica lembrando do que ocorreu várias
vezes e sente que “deveria” ter agido
diferentemente. Mas, da próxima vez, age do
mesmo jeito, porque não aprendeu a lidar com a
raiva justa de modo construtivo.
O reclamador

• É aquele que reclama de tudo e de todos, o tempo todo.


Tudo sai errado em sua vida e ele não assume a
responsabilidade de tomar a direção dos eventos e resolver
os problemas. É sempre culpa dos outros. Ele reclama e
choraminga sobre tudo ao seu redor, é o chefe que é
injusto, é o procedimento no trabalho que é falho, é a
namorada que é ruim, é o tempo que está feio, é o serviço
no restaurante que não presta etc. o clima ao seu redor fica
tenso e pesado, negativo, as pessoas se deprimem e se
afastam. Em geral, pessoas assim, estão tentando que as
outras façam as coisas que competiria a elas fazer, querem
também que alguém reforce sua autoestima. Ele choraminga
para que os outros o ajudem e confortem. Sente-se
desamparado. Não tenta enfrentar o que está errado em
sua vida, a fim de consertar o problema, não tem mão ativa
em sua própria vida. Sua passividade o impede de assumir a
liderança de sua vida e sua reclamação constante serve para
alimentar a sensação de que a vida é injusta.
O debatedor

• Em geral, é uma pessoa divertida, que


conta piadas, que quer ser o centro das
atenções e que não permite que
discordem dela, de modo algum. É o dono
da verdade. Não respeita os direitos dos
outros nem as opiniões contrárias às suas.
Contessta as ideias dos outros como uma
maneira de evitar que as outras pessoas
descubram seus sentimentos. No fundo,
ele não se sente tão inteligente quanto
quer aparecer. Controlar a conversa é uma
maneira de não deixar as outras pessoas
falarem sobre assuntos que ele talvez
saiba menos ou que que possam humilhá-
lo. A raiva está por tras de seu
comportamento debatedor.
O Agressor

• É o pior de todos os casos de pessoas raivosas, pois é aquele


que utiliza a violência física quando perde o controle. Xinga,
humilha e finalmente agride, sem ou com pouca provocação.
A tendência desse tipo é brigar e agredir quando se sente
grustrado. Quando se grustra, tem dor, está com ciúmes ou
se sente humilado, tem vontade de bater em alguém.
Aprendeu que a violência o leva a ganhar as discórdias,
amedronta os outros, e isso lhe dá uma sensação de
superioridade, mesmo que passageira. Para muitas pessoas
assim, a tendência a agredir quando algo sai errado resulta
em um vínculo automático, cada vez mais forte, entre as
emoções desagradáveis e de ansiedade e a violência física.
Por trás de toda essa violência existe uma tentativa absurda
de esconder o medo e uma necessidade muito profunda de
ser cuidado, que amedronta a pessoa, que deseja parecer
sempre forte e em controle de tudo, porque não aprendeu a
lidar com esses sentimentos. Essa inabilidade de lidar com
esses sentimentos gera mais raiva ainda.
Raiva aspectos sociais

• Negar o sentimento se torna tão automático, produto de


um condicionamento de anos, que a pessoa não percebe
que está com raiva, e assim é roubada da possibilidade
de escolher como agir.
Raiva e Estresse
Consequencias da Raiva
Excessiva
• Frequencia
• Duração
• Desproporcional intensidade frente ao estímulo que a
provocou.
Avaliando a contribuição do
Estresse para o Raivoso

• Não seria correto dizer que o estresse sempre leva à


raiva, porém se pode afirmar, com certeza, que a raiva
leva ao estresse emocional.
Fases do Estresse

• 1 – Fase de Alerta
• 2 – Fase de Resistência
• 3 – Fase de Quase Exaustão
• 4 – Fase de Exaustão
Avaliação dos padrões de
Pensamento
• Autocrítica exagerada, irracional e injusta.

Aprender a ser racional e justo consigo mesmo ajuda a ser


racional e justo com os outros também.
DISTORÇÕES COMUNS

• Leitura mental – Eu nem perguntei por


que ele estava zangado comigo, eu já
sabia!
• Pensamento tudo ou nada – “Se não é
meu amigo é meu inimigo!”
• Supergeneralização – “Sou muito
azarado, sempre encontro gente
lenta”.
• Catastrofização – “é terrível que minha
namorada tenha viajado sem mim!”
• Personalização – “Se a empresa não
fechar este contrato é culpa minha”
Desenvolvimento da Raiva

• Etapas:
• 1 – Evento desencadeador (real ou
imaginário)
• 2 – Interpretação: a pessoa avalia
negativamente a situação como
ameaçadora
• 3 – Estresse – manifestações físicas e
psicológicas
• 4 – Comportamento de raiva
• 5 – Reavaliação sob a ótica do forte
sentimento de raiva.
• 6 – Escalonamento da Raiva
TccR - Treino cognitivo de
controle da raiva.
TRATAMENTO
CAUTELA

• Grupo: não recomendado conduzir sessões terapêuticas


com muitos participantes;
• Individual: atendimentos de preferência em horários e
locais onde outras pessoas possam estar por perto para
auxiliar o terapeuta se for preciso;
Algumas dificuldades na
avaliação
• Com crianças é comum a queixa específica
relacionada a raiva excessiva ou a
comportamentos agressivos.

• Em adultos poucos são os que diretamente


vem tratar esta queixa, ela pode aparecer
junto a queixas como: “dificuldades de
relacionamento”, “fui demitido”, “tenho
problemas com meu conjuge, vizinhos ou
colegas...” Cabe ao terapeuta avaliar o
quanto a raiva tem contribuído na
manutenção dos problemas percebidos
pelo cliente.
O Treino Cognitivo da Raiva
(TCCR)
Primeiramente:
- Desenvolver a habilidade de distinguir quando a raiva é JUSTA e
ÚTIL ou quando é EXCESSIVA, INJUSTA, OU INADEQUADA.

A) Identificar cognições, perceber as sensações físicas e emocionais


que antecedem a expressão da raiva (que podem servir de sinal de
que a pessoa está para ter uma reação forte);
B) Após a identificação desses aspectos, utilizar a reestruturação
cognitiva e a parada de pensamento, a fim de mudar as cognições
que acompanham a reação de raiva, quando ela for avaliada como
excessiva ou inapropriada.
C) Respiração profunda e relaxamento para redução da
excitabilidade fisiológica gerada pela ação energética da raiva;
D) “Ação Responsável”, ou seja, emissão de um comportamento que
resolva, ou reduza, a situação geradora da raiva, por meio de um
comportamento adequado ao evento presente. Por “ação
responsável” se entende o comportamento que diminua o conflito
e traga alguma satisfação para a pessoa;
E) Autorreforço pelo controle da raiva quando isso tiver ocorrido e,
se não ocorreu, planejamento de como lidar com situações
semelhantes de modo apropriado no futuro.
Cartilha sobre a Raiva

• Psicoeducação – Apostila de como controlar sua raiva –


participação ativa do paciente. (Lipp, 2010)
Plano Terapêutico do TCCR

• Elaborado para grupo mas pode ser adaptado para uso


individual.
• APÓS uma boa avaliação do caso clínico
Sessão 1
• Dinâmica de apresentação
• Relato de algum episódio de expressão da raiva do
qual não gostaram.
• Como se sente ao expressar a raiva do modo que
geralmente o faz?
• Que consequências tem para si mesmo e para os
outros?
• Por que quer mudar?
• Por que está preocupado com a raiva?
• Cite algo que perdeu por causa do modo de
expressar a raiva.
• A raiva causa estresse? Como isso ocorre?

• Explicação do que é o TCCR


• Discutir os conceitos da apostila: o que é RAIVA?
• Tenho direito de ter raiva?
• Por que se preocupar com a raiva?
Tarefa de casa: Anotar quantas vezes sentiram raiva
durante a semana.
Sessão 2
• Discutir a tarefa de casa; registrar para
comparação futura.
• Questionar se após ouvir o que foi discutido na
sessão anterior se fez algo diferente.
• Perguntas a responder:
• Quando a sua raiva é válida? – É sempre válida. É
seu direito. Valide sua raiva. Não a critique, não se
culpabilize, não finja que ela não está aí. Mas
cuidado com o que faz com ela.
• Quando a sua raiva é inútil? Pergunte a si mesmo:
“Minha raiva está me ajudando nesta situação?”
• Quando a sua raiva é justa? Quando não envolve
distorção cognitiva e está no seu direito de
contestar injustiças, maustratos etc.
Minha raiva está direcionada a alguém que
propositadamente e sem necessidade agiu de forma
cruel, rude ou agressiva comigo?”
Quando sua raiva é um problema? Veja os cinco sinais
de que sua raiva pode ser um problema:
a) Quando é frequente demais.
b) Quando é intensa demais;
c) Quando dura muito;
d) Quando leva à agressão física ou verbal
e) Quando perturba o trabalho ou as relações
interpessoais.
Sessão 2
• Discutir as seguintes declarações:
“Se quiser ter prazer por um minuto, vingue-se, se
quiser ter paz por toda a vida, aprenda a perdoar”.

“Estou à mercê de qualquer tolo que resolva me


provocar”

“Quem tem o controle das emoções tem o poder”

“Que triste que esta pessoa esteja tão fora de si”.

Exercício: Mencionar dois modos típicos de expressar


sua raiva e pensar em alternativas mais eficazes.

Tarefa de casa: Manter o registro do sentimento de


raiva e dos comportamentos consequentes (as
reações físicas e emocionais que tiveram).
SESSÃO 3

• Pedir o registro e discutir o que trouxeram


enfantizando que a reação de cada pessoa é
fruto de sua percepção e interpretação.
• Levantamento de eventos eliciadores da raiva
• Dinâmica: Role play dos pensamentos.
• Exercício de respiração profunda.
• Discutir (vide anexos)
• Exercício de respiração profunda e diálogo
interior:
• Como eu pensaria se fosse com ele?
• Tarefa de casa: Manter o registro do
sentimento de raiva e dos comportamentos
subsequentes.
Sessão 4

• Rever os registros – Dizer que na próxima


sessão os gráficos serão mostrados.
• Avaliação racional mínima x avaliação
racional máxima.
• Reações físicas – Complete a frase:
Quando estou com raiva sinto... “
Discutir o conceito de ação responsável.
Exercício de respiração profunda e diálogo
interior: “O que tenho vontade de fazer
neste minuto posso fazer depois de pensar
em tudo, se achar que quero”.
Tarefa de casa: Registro do sentimendo de
raiva, dos comportamentos e das
consequências.
Sessão 5
• Verificar Registros e mostrar e discutir os gráficos.

• Discutir os estilos de raiva: para fora e para dentro.

• O que faz passar a raiva?


• Diálogo interno, relaxamento, respiração e time-
out.
• Rever as 4 perguntas sobre a raiva
• Pensar na última vez que sentiu raiva... Da próxima
vez que ação responsável eu posso tomar?
• Dar uma nota de 1 a 10 para um episódio de raiva
da última semana. Houve agressão? Que
comportamento resultou da raiva?

Tarefa de casa: manter o registro do sentimento, nota


de intensidade de cada episódio. Anotar o que fez
com a raiva.
Sessão 6
• Verificar registro e mostrar os gráficos. Deixar que discutam
os gráficos.
• Componente emocional da raiva: “Quando estou com raiva
sinto...”
Como expressar sentimentos sem ser agressivo.
Como aprenderam a expressar a raiva? Pais, professores,
conjuges... A importância do modelo. Discutir princípios de
aprendizagem.
Como evitar a armadilha da raiva? Expectativas como fontes
previsíveis de raiva.
A técnica do time-out (TO); isolar-se da situação que gera raiva
até ter controle. Dizr para a pessoa que está lhe dando raiva:
“Estou començando a sentir raiva, vou sair de perto”.
Discutir os componentes dessa frase. Exemplo: “eu” em vez de
xingar; “começando a sentir raiva” está validando o
sentimento; “vou sair de perto” envolve ação responsável.
Não diga “preciso sair daqui”, porque envolve falta de controle;
diga “vou sair de perto”.
Saia por uma hora de perto até se acalmar. Anteriormente,
explique para as pessoas mais próximas o que é o TIME-OUT;
se não explicou, saia de todo modo. Não beba ou use drogas,
isso só piora. Faça algo produtivo (exercício, ginástica, andar,
ler etc).
Use o TO como prática.
Discutir com o grupo esse método.
Relaxamento.
Sessão 7
• Verificar registros e mostrar os gráficos. Deixar que
discutam extensivamente.
• O controle cognitivo da hostilidade: lidando com
três partes do processo.
• Como escutar o próprio corpo. Quando ele fala, ele
não quer contra-argumentos, mas, sim, ações
responsáveis.
• Tensão é o primeiro sinal de que a raiva vai
ocorrer. Discutir os vários modos de relaxar,
enquanto mantém um diálogo antirraiva, e de
reduzir o estresse.
• Identifique as provocações que poderá ter de
enfrentar e as classifique em quatro categorias:
frustrações, irritações, abusos e injustiças.
• Trace um plano para lidar com ela.

• Exercício: Fechar os olhos e pensar em alguma


provocação que em geral lhe dá muita raiva.
Respire fundo e relaxe. Mantenha a imagem vivida
até que consiga relaxar completamente.
• Tarefa: o treinamento exige manter registro do
sentimento de raiva e da nota de intensidade de
cada episódio. Anotar o que fez com a raiva.
Sessão 8
• Verificar registro e mostrar os gráficos. Mostrar a diferença.
Rever todo o trabalho. Avaliação do trabalho por parte do
cliente.

• Síntese do tratamento TCCR – 11 passos


1. Reconheça que está com raiva.
2. Aprenda a reconhecer o que dá raiva em você.
3. Aprenda a reconhecer as três etapas da raiva: pensar que algo
é uma afronta, sentir no corpo algumas reações e agir
agressivamente.
4. Entenda que algo só se torna uma provocação se você achar
que é.
5. Entenda que as reações físicas da raiva têm o poder de
aumentá-la.
6. Compreenda que reagir agressivamente vem no fim e que,
portanto, dá tempo de controlar a si mesmo antes que a raiva
exploda.
Sessão 8
1. Sempre tente dominar a raiva na sua fase inicial, isto é,
verifique se o seu modo de avaliar a situação que você acha
uma provocação pode ser mudado. Para tal, mude a sua
conversa consigo mesmo.
2. Quando perceber que a raiva está aparecendo no seu corpo,
que seu coração já começou a bater muito rápido, que seu
corpo e mente estão ficando tensos, que está desenovlendo
uma sensação de sufoco, tente relaxar para ver se elimina
essas reações. Experimente dizer para si mesmo: “Cal... ma...
, Cal...ma...”, “preciso tomar cuidado para não deixar a raiva
me dominar”, “há outro modo de ver as coisas”, “vou deixar
para reagir amanha, quando tiver pensado sem raiva”,
“sempre posso reagira amanha, se quiser”, “não vou correr o
risco de ficar doente por causa da minha raiva”, “estou
aborrecido mas isso não é o fim do mundo”, “Quem mantém a
calma mantém o controle”, “posso assumir o controle das
minhas emoções”.
Sessão 8

1. Ao mesmo tempo que vai conversando consigo mesmo,


respire profundamente pelo nariz e solte o ar devagar
pela boca.
2. Tente encontrar modos de por para fora a raiva; por
exemplo, faça ginástica, caminhe, dance, cante, ria,
seja positivo, converse sobre ela.
3. Quando já estiver em controle da sua raiva, tente
resolver a situação que o fez ficar tão aborrecido.
Acompanhamento - Prevenção
de Recaída
• É aconselhável marcar retornos de 15 em 15 dias, depois
espaçá-los para sessões mensais e finalmente passá-los
para sessões semestrais, até que a alta definitiva possa
ser dada.
• Nestes retornos os príncipios básicos do TCCR devem ser
revistos, principalmente as estratégias, reforçando seu
uso e incentivando sua manutenção.
Técnicas para o
Manejo da Raiva
Técnica de relaxamento

• Respiração diafragmática e Relaxamento Progressivo


Técnica da Mochila

• Técnica de imaginação
• Objetivo: minimizar o sentimento de raiva antigo.

“Feche os olhos, respire profundamente. Imagine que você está com uma mochila nas
costas e vai colocar dentro dessa mochila coisas ruins que fizeram com você, coisas
que não fizeram por você e que deveriam ter feito... Coloque na mochila as mágoas,
a raiva que sente ainda hoje dessas coisas...
Sinta o peso dessa mochila...
Agora imagine que ao seu lado tem uma lixeira bem grande. Coloque a mochila no chão e
escolha algo que lhe causou bastante mágoa e raiva, e diga:
“– Acabou, acabou, é do passado”.
Jogue no lixo e tampe a lata. Repita:
“Acabou, acabou, é passado”.
Abra novamente a mochila e escolha outra situação que ainda está pesando na mochila.
Feche bem o saco de lixo e lembre-se que dentro dele tem suas mágoas. Imagine um
riacho do seu lado que corre bem forte. Jogue esse saco de lixo no riacho e fale:
“Acabou, acabou, é passado....”
Deixe que o rio leve isso para longe de você.
Sinta a mochila mais leve. Se surgir novamente em sua cabeça essa situação, lembre-se:
“Acabou, acabou, é passado”.
Respire profundamente de novo e abra os olhos, se sentindo mais leve sem tanto peso de
mágoas e raivas passadas.
Técnica da Ansiedade

• Objetivo – mudança de pensamentos


associada a respiração profunda.
1 – Reconheça que está ansioso – diga: “estou
ansioso” e descreva todos os sintomas que
está sentindo).
2 – Diga para si mesmo: “Ninguém morre de
ansiedade! Vou me controlar! Sei que vou
conseguir!”
3 – Respire profundamente... Lentamente...
Conte mentalmente até 10 inspirando e até
5 expirando pela boca.
4 – Faça uma mudança de pensamento
5 – Pense em algo bom, positivo, que já tenha
programado imaginar em momentos de
ansiedade.
Técnica do Pinheiro

• Técnica de imaginação em que a pessoa é solicitada a


imaginar um pinheiro pequeno (de poucos centímetros) e
a pisar sobre ele; em seguida, solicita-se que imagine um
grande pinheiro e tente pisar sobre ele. Finalmente, os
pinheiros são comparados aos sentimentos de raiva e/ou
ansiedade, com o objetivo de trabalhar a prevenção da
escalada deles.
Técnica Time-out

• Objetivo controlar a raiva ou a ansiedade, mesmo que a


pessoa não possa fisicamente sair do local. É dito para o
paciente:

• “Retire-se da situação que o aborrece. Se não puder sair


fisicamente, imagine-se longe dali pensando em algo
diferente. Respire lenta e profundamente”.
Técnica Parada de
Pensamento
• Objetivo: Impedir a escalada dos sentimentos de raiva ou
ansiedade em situações de difícil manejo, associada a
imagens de relaxamento, com o objetivo de autocontrole
e planejamento para ação responsável. Para ensiná-la ao
paciente, é necessário primeiro explicar por que parar
de pensar no assunto que está mantendo ou aumentando
a raiva é importante. Diz-se o seguinte:
“Respire profundamente. Pense em algo que irrita muito
você. Agora, imagine em sua mente uma tela grande de
TV. Imagine a letra P (maiúscula) verde, A (maiúscula)
amarela, R (maiúscula) azul, E (maiúscula) branca e um
ponto de exclamação preto. Imagine a palavra PARE!
PARE!
Leia a palavra PARE! Três vezes. Agora, imagine a imagem
de uma cachoeira. Sinta a frescor da água, sinta paz,
sinta calma. Respire fundo e abra os olhos.
Técnica da ação responsável

• É a Técnica mais importante do TCCR, pois é a


que gera resultados mais duradouros. Quando
entendida e incorporada no repertório da
pessoa, passa a servir para impedir atos de
violência e impulsividade dos quais ela se
arrependeria mais tarde. É uma técnica de
mudança de pensamento, com o objetivo de
lidar adequadamente com os sentimentos de
raiva ou ansiedade. É dito para o paciente:
“Diante de uma situação difícil, questiona: Vale a
pena? O que é que eu vou ganhar com isto?
Quais serão os benefícios e as perdas? A ação
responsável é aquela que me ajuda a me
sentir melhor, porque consegui reconhecer
meu sentimento, usei um pensamento racional
e, consequentemente, meu comportamento
foi responsável.
Não há nada que eu queira dizer
agora que não possa dizer depois de
ter pensado melhor a respeito, se
achar que devo.
TCCR

Você também pode gostar