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Para simplificar e ficar entendível para todos vamos se estender um pouco mais sobre as
emoções básicas. Ao longo do tempo, diversos teóricos e pesquisadores tentaram descrever as
emoções básicas. Segundo Paul Eckman, existem 6 emoções básicas universais: medo, nojo,
raiva, surpresa, felicidade e tristeza. Eventualmente, Eckman expandiu a lista para incluir
emoções como vergonha, excitação, orgulho, satisfação, entre outras. Contudo, todas essas
“novas” emoções não são consideradas emoções básicas universais.
As emoções básicas são:
Alegria: A alegria é caracterizada por ser um estado emocional agradável no qual há
sensação de prazer, satisfação, gratificação e bem-estar. Por ser uma emoção bastante
agradável, acaba sendo a principal emoção que as pessoas buscam em suas vidas.
Vale ressaltar também que a alegria está relacionada a influências positivas na saúde
física e mental, ao contrário da tristeza e outras emoções negativas que impactam
negativamente a saúde.
Tristeza: Caracterizada por sentimentos de frustração, desesperança, desinteresse e
até mesmo apatia, a tristeza é uma das emoções desagradáveis que as pessoas mais
buscam evitar.
Esta emoção pode surgir de uma série de estímulos diferentes, como um cheiro ruim, uma
visão desagradável ou até mesmo um gosto. Uma pessoa também pode sentir nojo ao se
deparar com uma situação que considera moralmente errada.
Há também um componente evolutivo no nojo, que responde a questões como higiene
inadequada, infecções, sangue, podridão e morte, de forma a evitar o contato com
situações que podem causar enfermidades.
Raiva: Uma das emoções menos socialmente aceitáveis, a raiva pode ser bastante
intensa e é caracterizada por sentimentos de hostilidade, agitação, revolta, frustração e
antagonismo. Trata-se de uma emoção que tem um potencial destrutivo significativo.
Por conta da raiva, é possível que a pessoa expresse por meio de gritos, uma posição
desafiadora, agressões a objetos ou até mesmo pessoas, entre outros. Apesar de ser
classificada como negativa, a raiva não necessariamente é um problema a ser eliminado.
Evolutivamente falando, é possível pensar na raiva como uma revolta diante de situações
desagradáveis, que pode servir de impulso para ir atrás de mudanças e melhorar a
situação.
Contudo, é importante aprender a manejar a raiva adequadamente, levando em
consideração que altos níveis de raiva durante a vida estão relacionados a uma maior
chance de desenvolver doenças cardíacas, bem como problemas de abuso de substâncias.
Surpresa: A surpresa é caracterizada por uma reação fisiológica breve que ocorre
após um acontecimento não esperado. A surpresa pode ser negativa, como um susto,
ou positiva, como ganhar um presente inesperado.
Algumas das reações que acompanham a surpresa são arregalar os olhos, erguer as
sobrancelhas, abrir a boca, pular para trás, gritos ou até mesmo uma breve falta de ar.
Essa emoção, assim como o medo, também é capaz de causar uma resposta de luta ou
fuga, a depender da situação em que ocorre. Quando uma pessoa leva um susto por conta
de algo ameaçador, a resposta de luta ou fuga vem em seguida.
A surpresa também está relacionada a uma tendência a formar memórias de longo prazo.
Aparentemente o elemento do inesperado tem algum efeito na formação de memórias,
fazendo com que elas sejam mais intensas do que memórias de situações esperadas.
Marii e Quézia
As emoções, para entendermos melhor, são compostas por diversas partes, entre
elas em sensação, crenças, objetivos, comportamentos e tendências interpessoais.
Exemplos:
Sensação: se pergunte onde sente isso no corpo. Seu coração bate forte,etc...
Crença: qual pensamento tenho sobre a situação?
Objetivo: minha emoção é sobre algo, por exemplo, ficarei com raiva se eu não
chegar cedo em um compromisso importante, porque era meu objetivo.
Comportamento: o que você faz quando sente determinada emoção? Se sentir
raiva, quer gritar com alguém ?
Tendência interpessoal: o que você faz quando sente uma emoção intensa? Se
afasta, busca um amigo? Apenas se queixa?
Quando identificamos isso fica um pouco mais simples pensar sobre o que fazer
sobre, para uma eventual mudança, para nos comportarmos de maneira menos
radical., que fique menos reativo e se tenha mais autocontrole. Não será fácil, mas é
um processo importante.
Outro ponto importante que vale a pena destacar: validação. Validação seria
encontrar a verdade no sentimento, na emoção de alguém. É respeitar o momento
dela, dar ouvidos, não é só o psicólogo que deveria fazer essa tarefa. Tente trocar o
‘’não precisa chorar, não é nada, vai passar’’, para ‘’ estou aqui com você, me conte
mais como você se sente’’. Temos uma dificuldade de entender como nossas
ações impactam a outra pessoa. Às vezes generalizamos as pessoas, falamos
coisas do tipo,’’ ela é sempre assim’’, mas geralmente não é, ela tem emoções
variadas, assim como nós. Não costumamos olhar as pessoas como um todo, mas
só o recorte daquele momento. E essa validação não é apenas sobre o outro, mas a
si mesmo. Porque as vezes somos até empáticos com o outro, mas a gente
esquece de si, de ter compaixão por si mesmo, de reconhecer que estamos
tentando. Ou seja, se recompense, olhe as coisas legais que você faz e se
agradeça, se de o crédito. Algumas vezes vai ser difícil mesmo, todos tem
problemas e com a gente não seria diferente e é isso que nos faz humanos afinal.
Ou seja, não invalide suas emoções, não se culpe demasiadamente. Aceite que
muitas vezes vamos sentir emoções ambivalentes.
Bruna e Marii
As emoções em crianças
A habilidade de identificar e expressar emoções tem sido relacionada com a
competência social em razão de ser considerada pré-requisito para outras
habilidades, como empatia e a inteligência emocional.
Entretanto, cabe entender que o bebê nasce se comunicando através das
emoções, por exemplo, sabemos que o bebê nasce com a emoção do medo por ser
tudo novo para ele. Então, o bebê principalmente nasce expressando-se através do
medo e da raiva, ou seja, a alegria só aparece depois de um tempo.
A criança, no entanto, tem uma consciência de que sente, mas não sabe
explicar. Dessa forma, cabe ao adulto ensinar e orientar sobre o que está sentindo e
a forma adequada de expressar cada uma das emoções.
Portanto, é necessário promover uma psicoeducação da classificação
emocional. Ou seja, promover situações para ativar e evocar as emoções, bem
como percebê-las e pontuar no discurso que a criança tem durante o seu dia a dia.
Para que, com isso, seja possível ajudá-las a reconhecer as emoções que estão
sentindo e compreender as consequências derivadas delas, como as alterações
fisiológicas, comportamentais etc. Logo, é preciso ensiná-las a nomear as emoções
para capacitá-las a perceber a diferença entre elas. Por fim, orientá-las a entender
algumas situações e pensamentos que as fazem sentir determinadas emoções, bem
como a intensidade que as sentem.
Contudo, como é possível orientá-las da melhor forma? A maneira prioritária de
trabalhar as emoções com crianças pequenas é sempre através de recursos
práticos e concretos, com crianças um pouco maiores (a partir dos 6 anos) começa-
se a trabalhar também com o recurso discursivo. Dessa forma, é necessário
trabalhar com a psicoeducação para ensinar para as crianças o que são as
emoções, o que elas sentem, qual a maneira de ativar e de evocar as emoções que
elas estão sentindo com o reconhecimento delas.
Nesse sentido, com a nomeação das emoções a partir desse discurso que a
gente fala, do retorno que a gente dá para a criança a partir do que ela está
sentindo e, também, da quantificação e da discriminação, ou seja, da intensidade da
emoção que a criança sente. Portanto, é dessa forma: Nomeando, Falando e
Pontuando as emoções é que nós conseguimos ensinar as crianças a trabalhar as
emoções dela.
As emoções em adolescentes
O período da adolescência é uma fase do desenvolvimento caracterizada por
fortes mudanças no nível cognitivo e afetivo, ou seja, é um ciclo do desenvolvimento
humano que passa por sucessivas transformações sociais, emocionais, físicas e
fisiológicas e é nesse emaranhado que o adolescente busca uma nova forma de
viver, bem como, outras formas de ver o mundo e a si mesmo. Com isso, pode-se
afirmar que é nesse período em que, geralmente, surgem emoções novas como, por
exemplo, a ansiedade.
Entretanto, pode-se ressaltar que, muitas vezes, pessoas que fazem parte da
fase adulta do desenvolvimento possuem dificuldades para regular suas emoções
quando se deparam com situações alegres, tristes, estressantes ou frustrantes.
Porém, há pessoas que tem habilidades de regulação emocional muito bem
estabelecidas e reagem de forma resiliente e sábia diante das situações adversas.
Na adolescência, esse tipo de habilidade ainda se encontra em desenvolvimento, ao
passo que, a etapa da vida em si envolve transformações mais intensas e bruscas,
fazendo com que o sujeito experimente as emoções e sensações não somente de
uma maneira
Sendo assim, se entende que a regulação emocional se refere aos processos
pelos quais os indivíduos influenciam, que tipos de emoções têm, quando as têm e
como as experienciam e expressam. Dessa forma, existem duas estratégias
utilizadas na regulação emocional: reavaliação cognitiva e a supressão emocional. A
reavaliação cognitiva envolve mudar o significado da situação de uma forma que
altera o seu impacto emocional enquanto a supressão emocional inibe o
comportamento emocional expressivo, mas não a experienciação da emoção
negativa.
Assim, pode-se supor que os adolescentes que aprendem a usar a reavaliação
cognitiva no processo de regulação emocional, procuram modificar o significado das
situações se tornam mais satisfeitos com as suas vidas. Por sua vez, o uso da
estratégia de supressão emocional parece estar associado negativamente por
reprimir todas as emoções e sentimentos, podendo causar sofrimento psíquico.
Portanto, para que haja uma regulação saudável das emoções, para que este
adolescente saiba conviver bem com suas questões internas é necessário que ele
saiba exatamente como identificar, pontuar e conter impulsos intrusivos. Caso ele
não esteja conseguindo fazer sozinho é necessário buscar ajuda específica e
qualificada para auxiliar na capacidade de se regular emocionalmente sozinho.