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OXIGENIOTERAPIA

Professora: Me. Flavia Cardoso Schaper


OXIGÊNIO

• Oxigênio deve ser considerado como uma droga que é prescrita e


administrada com indicações específicas, com uma saturação de oxigênio
alvo e com monitorização da resposta.
• Existem riscos associados tanto à hipoxemia quanto à hiperoxemia.
• Hipoxemia é um marcados para piores desfechos.
• Oxigênio deve ser prescrito para alívio da hipoxemia, não da dispneia.

British Toracic Society, 2015


OXIGENIOTERAPIA

Conceito:
• Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão
superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar
deficiência de oxigênio e hipóxia
• Gasometria e oximetria de pulso
HIPOXEMIA X HIPÓXIA

• Hipoxemia: diminuição da concentração de oxigênio no sangue arterial

• Hipóxia: diminuição da oferta de oxigênio aos tecidos.


HIPOXEMIA
HIPÓXIA

• É definida como o fornecimento insuficiente de O2 ou incapacidade de


utilização do mesmo pelos tecidos, o que resulta em anormalidades ou
insuficiências funcionais
CLASSIFICAÇÃO DA HIPÓXIA
• HIPÓXIA HIPÓXICA:
- Alterações na relação ventilação/perfusão (V/Q)
- Hipoventilação alveolar
- Distúrbios na difusão
- Shunt arteriovenoso.

• HIPÓXIA ANÊMICA: Diminuição da capacidade de transporte do oxigênio

• HIPÓXIA ISQUÊMICA: Doenças com diminuição do fluxo sanguíneo (bomba


circulatória)

• HIPÓXIA HISTOTÓXICA: Doenças com diminuição da utilização do oxigênio.


OXIGENIOTERAPIA

• HIPOXEMIA: PaO2 < 60 mmHg / SpO2 < 90%

• Causas de origem respiratória:


• Alteração V/Q
• Hipoventilação alveolar
• Alteração da difusão
• Shunt pulmonar

• Causas de origem não respiratória:


• Grandes altitudes
• Redução do DC
• Queda ou alteração da hemoglobina
PRESCRIÇÃO DE OXIGÊNIO

• SpO2 ≥ 92% oxigênio não é necessário de rotina


• SpO2< 91% iniciar oxigênio e manter uma SpO2 entre 92-96%

• Para pacientes que não tenham DPOC ou outra condição associada à IRpC
(Fibrose Cística, Bronquiectasia, SHO, doenças neuromusculares,
deformidades da caixa torácica)

Hipercapnia secundária à administração de oxigênio


PRESCRIÇÃO DE OXIGÊNIO

• PARA PACIENTES QUE TENHAM DPOC OU OUTRA CONDIÇÃO ASSOCIADA À


IRpC

• SpO2 ≥ 88% : oxigênio não é necessário de rotina

• SpO2 < 88% : iniciar oxigênio e titular para manter uma SpO2 entre
88-92%
SINAIS CLÍNICOS DA HIPOXEMIA

• RESPIRATÓRIOS: taquipneia, dispneia, palidez, cianose, respiração


superficial

• CARDIOVASCULARES: taquicardia, bradicardia, arritmias, hipertensão leve,


hipotensão, vasoconstrição periférica

• NEUROLÓGICOS: agitação, desorientação, cefaléias, sonolência, confusão,


visão borrada
INDICAÇÃO DE OXIGENIOTERAPIA

• Oxigênio não alivia dispneia na ausência de hipoxemia


• HIPOXEMIA 🡪 SpO2 < 90%
PaO2 < 60mmHg
UMIDIFICAÇÃO

• Não é necessário umidificar sistemas de baixo fluxo (cateter nasal ou


máscara)

• Umidificar o oxigênio de sistemas de alto fluxo

• Umidificar o oxigênio de pacientes com via aérea artificial

Chest. 2016 Aug;150(2):407-14


OXIGENIOTERAPIA - DEFINIÇÃO

• Pode ser entendida como a oferta de oxigênio sob uma pressão maior
que a encontrada no ar ambiente (21%), aplicada tanto em situações
clínicas agudas quanto crônicas para se manter a oxigenação tecidual
adequada.
OXIGENIOTERAPIA - OBJETIVOS

✔Corrigir hipoxemia suspeita ou comprovada


↑ da pressão de O2 alveolar e sanguínea.

✔Reverter e/ou prevenir a hipóxia tecidual

✔Reduzir a carga de trabalho que a hipoxemia impõe ao sistema


cardiopulmonar.
↓ da demanda ventilatória.
OXIGÊNIO – POR QUE SUPLEMENTAR?

Fatores que afetam a oferta de O2 aos


tecidos (DO2)
Débito cardíaco (Q)

Conteúdo arterial de O2 (CaO2)

DO2=Q x CaO2
OXIGÊNIO – POR QUE SUPLEMENTAR?

FC x VS

Débito cardíaco (Q)

Conteúdo arterial de O2 (CaO2)


Oxigênio transportado pela hemoglobina (Hb)
DO2=Q x CaO2
Hb x SaO2 x 1,32ml de O2

CaO2=(Hb x SaO2 x 1,32ml de O2)+ (0,003 x PaO2)


Oxigênio dissolvido no plasma (100ml)
Transportado pela0,003 x PaO2
hemoglobina Dissolvido
OXIGÊNIO – POR QUE SUPLEMENTAR?
Pré carga/ pós carga
Hematócrito Ventilação/perfusão V/Q FiO2 Contratilidade

(Hb x SaO2 x 1,32ml de O2)+ (0,003 x PaO2) FC X VS

CaO2 x Q
DO2
Oferta de O2 aos tecidos
DANO TECIDUAL
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS À HIPOXEMIA
OXIGENIOTERAPIA - INDICAÇÕES

Presença de hipoxemia
Adultos, crianças e lactentes com mais de 28 dias
(PaO2 < 60mmHg ou SaO2 < 90%)
Neonatos:
(PaO2 < 50mmHg ou SaO2 < 88%)

Situações agudas
Suspeita de hipoxemia
Ins. Resp. Aguda; IAM

Terapia de curto prazo


Recuperação pós-anestésica
AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE OXIGENIOTERAPIA
Avaliação clínica

Detecção de uma PaO2 e/ou SaO2 inadequadas


Métodos invasivos Métodos não invasivos
(Gasometria arterial) (Oximetria de pulso)
AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE OXIGENIOTERAPIA
Índices de oxigenação
Fração de shunt (QS/QT)
Valor normal=2-5%
Valor 20-29% potencialmente letal

Relação PaO2 / FiO2 Boa correlação


Valor normal ˃ 300
Valor 200 potencialmente letal

Relação PaO2/ PAO2


Valor normal=0,74-0,90
Valor ˂ 0,60 troca gasosa ineficaz

Gradiente Alvéolo arterial de O2 - G (A-a) O2 Comparação com previsto


AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE OXIGENIOTERAPIA
Índices de oxigenação
Relação PaO2 / FiO2
Valor normal ˃ 300
Valor < 200 🡪 potencialmente letal

Exemplo 1 Exemplo 2

Paciente respirando em ar ambiente Paciente 56 anos respirando em máscara


(21%) e PaO2 =85mmHg (32%) e PaO2 =60mmHg

FiO2=0,21 FiO2=0,32

PaO2=85/FiO2=0,21 PaO2=60/FiO2=0,32

404 187
EFEITOS COLATERAIS DO OXIGÊNIO

Toxicidade do O2
Estresse
Está oxidativo com as variáveis: fração inspirada de O2
relacionada
(FiO2) eLesão
tempo depelo
pulmonar administração.
excesso de radicais livres

Pacientes com SDRA presentam um quadro


patológico muito parecido com as lesões
provocadas pelo O2

Lesões provocadas pelo O2 ocorrem em


regiões sadias

Piora a condição do paciente


EFEITOS COLATERAIS DO OXIGÊNIO

Toxicidade do O2

Retinopatia da prematuridade (fibroplasia retrolenticular)

Vascularização incompleta e aumenta da PaO2

Vasoconstrição e diminuição dos fatores de crescimento vascular


EFEITOS COLATERAIS DO OXIGÊNIO

Toxicidade do O2

Pacientes com hipercapnia crônica ( Ex:DPOC)


Supressão do estímulo hipóxico - Depressão da ventilação

Acidose respiratória

Será que só este mecanismos explica a piora


da função respiratório dos pacientes com o
uso da oxigenoterapia
EFEITOS COLATERAIS DO OXIGÊNIO

Toxicidade do O2

Pacientes com hipercapnia crônica ( Ex:DPOC)


Supressão do estímulo hipóxico - Depressão da ventilação

Acidose respiratória
Piora da relação V/Q

Antes da oxigenoterapia Após a oxigenoterapia

Vasoconstrição de áreas Vasodilatação de áreas ainda


hipoventiladas hipoventiladas

V/Q V/Q
EFEITOS COLATERAIS DO OXIGÊNIO

Toxicidade do O2
Atelectasia de absorção
Diminuição dos níveis de nitrogênio
FiO 100%
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO
Fluxo
Insp
Exp

Fluxo paciente

Alto fluxo

Baixo Fluxo
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO

Sistemas de Baixo Fluxo:


✔ Oxigênio é fornecido em um fluxo menor do que a demanda do paciente.
✔ A FiO2 é variável (inversamente proporcional ao volume minuto).
✔ Cada litro de oxigênio ofertado eleva a FiO2 em 4%
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO
Sistemas de Baixo Fluxo:

Cânula
Cânula e catéter - fluxos de 0,5 a 6L/min

✔ Cânula Nasal
✔ Catéter Nasal
✔ Catéter transtraqueal
✔ Cânula com reservatório
Aumenta a capacidade de elevar a FiO2
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO
Sistemas de Baixo Fluxo:

Catéter
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO
Sistemas de Baixo Fluxo:
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO

Sistemas de Baixo Fluxo:

Máscaras- 5 a 12L/min
Máscara simples
Máscara com reservatório
Aumenta a capacidade de elevar a FiO2
Necessidade de fluxos maiores
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO
Reinalação parcial Sem reinalação
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO
Sistemas de ALTO Fluxo:

Forncem todo ar inspirado pelo paciente e portanto uma FiO2 mais


controlada

Máscara Venturi ou
Sistema de arrastamento de ar
Oferecem altos fluxos de oxigênio que são ajustados de acordo com
o diâmetro dos orifícios acoplados à máscara.
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO
Máscara Venturi ou
Sistema de arrastamento de ar
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO

Cânula Nasal de ALTO FLUXO:

• Auto-flow é uma opção terapêutica eficaz em pacientes com IRpA


hipoxêmica moderada.
• Pressurização das vias aéreas distais, mas de difícil mensuração
• O aquecimento e umidificação do ar inspirado com o sistema do alto fluxo
melhora o conforto do paciente e a tolerância à terapia.
• Deve ser utilizado com muito cuidado em pacientes com DPOC exacerbado
e Asma aguda (risco de desenvolver PEEPi)
• Pode ser utilizado em cuidados paliativos, com uma alternativa à VNI

JJ Ward. Respiratory Care, 2013; 58(1):98-120


SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO

Cânula Nasal de ALTO FLUXO:


SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO
SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO

Outros sistemas de ALTO Fluxo:


INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA

Hipoxemia Hipercapnia c/acidose


respiratória e/ou Hipoxemia refratária

Oxigenioterapia Via aérea artificial


- cateter nasaL (VMI ou VMNI)
- máscara simples
- máscara de Venturi
- máscara c/ reservatório
- Alto fluxo

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