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DOI:10.34119/bjhrv2n5-030
A atividade laboral é essencial na vida do ser humano, e é através dela que o homem irá
conseguir o seu sustento e de seus semelhantes, inserindo-se na sociedade e contribuindo
para a formação de bens para a sobrevivência da humanidade. O ofício exercido poderá
resultar em agravos a saúde do trabalhador, uma vez que toda atividade está relacionada
com um risco ao qual o homem estará submetido. Dentre os riscos ocupacionais, os
ergonômicos são aqueles provenientes da relação do homem com o local de trabalho,
abrangendo desde os aspectos físicos do ambiente aos psicossociais. Para evitar as
doenças relacionadas ao trabalho é necessário adotar medidas preventivas que irão
proporcionar qualidade de vida ao trabalhador. O presente trabalho tem como objetivo
analisar os riscos ergonômicos presentes na rotina dos profissionais de enfermagem e a
importância da prevenção para a saúde do enfermeiro. Trata-se de um estudo exploratório
realizado através de revisão bibliográfica. Os profissionais de enfermagem estão expostos
a diversos riscos ocupacionais, sendo um deles o ergonômico. As longas jornadas de
trabalho, os estressores mentais relacionados à sobrecarga na assistência somados as
condições de trabalho são fatores desencadeantes de distúrbios psicológicos e fisiológicos
que culminam em doenças e acidentes, além da baixa produtividade e desmotivação
profissional. As lombalgias, antes associadas com o levantamento de peso, hoje podem
estar relacionadas com o estresse no local de trabalho. As jornadas excessivas acarretam
em desgastes físicos que podem resultar em doenças crônicas. A qualidade de vida no
trabalho está diretamente relacionada com o ambiente e a forma que ele é realizado. Para
evitar os agravos a saúde do trabalhador é fundamental a prevenção de riscos
ergonômicos. A adoção dessas práticas resultará em maior satisfação e consequentemente
salubridade para o profissional de enfermagem.
ABSTRACT
Labor activity is essential in the life of the human being, and it is through it that man will
earn his living and that of his fellow men, inserting himself in society and contributing to
the formation of goods for the survival of humanity. The practice exercised may result in
health problems to the worker, since all activity is related to a risk to which the man will
be subjected. Among occupational risks, ergonomic risks are those arising from the
relationship between men and the workplace, ranging from the physical aspects of the
environment to the psychosocial. In order to prevent work-related illnesses it is necessary
to adopt preventive measures that will provide workers with quality of life. This paper
aims to analyze the ergonomic risks present in the routine of nursing professionals and
the importance of prevention for nurses' health. This is an exploratory study conducted
through literature review. Nursing professionals are exposed to various occupational
hazards, one of them being ergonomic. Long working hours, mental stressors related to
care overload and working conditions are factors that trigger psychological and
physiological disorders that culminate in diseases and accidents, as well as low
productivity and professional demotivation. Low back pain, formerly associated with
weight lifting, today may be related to stress in the workplace. Excessive journeys lead
to physical burnout that can result in chronic illness. The quality of life at work is directly
related to the environment and the way it is performed. To avoid the health problems of
the worker is essential to prevent ergonomic risks. The adoption of these practices will
result in greater satisfaction and consequently healthiness for the nursing professional.
1 INTRODUÇÃO
Trabalho refere-se ao empreendimento das forças e potencialidades humanas para
alcançar um determinado fim e estabelecer certo domínio sobre a natureza. É dotado de
duas principais vertentes das quais os indivíduos proveem o seu sustento e o de seus
semelhantes, produzem matéria prima para a sobrevivência da humanidade e criam
tecnologias propiciando melhorias às condições de vida e saúde das populações, mas
pode, também, causar agravos à saúde dos trabalhadores por meio de desgaste físico e/ou
mental, expondo-os à perda da capacidade vital e, consequentemente, à perda ou
diminuição da capacidade laboral com expressivas alterações pessoais e sociais (SILVA
et al, 2011).
Para Pereira (2005), o trabalho é fator intrínseco a vida do homem produtivo,
ocupando horas do seu dia, contribuindo para a formação da sua identidade e
subjetividade. Além de inseri-lo na vida social com um peculiar olhar para o mundo.
Uma das formas de prevenir as doenças ocupacionais é a adoção de práticas
ergonômicas. Rothstein et al (2013), relatam que a prática ergonômica é essencial para o
sucesso da empresa por impactar na qualidade de vida do trabalhador. A literatura tem
apontado que a maioria dos programas de ergonomia oferecidos pelas empresas é voltada
para a ergonomia de correção e de concepção.
Em 1978, foi aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a Norma
Regulamentadora 17 (NR-17) referente ao Capítulo V, Título II, da Consolidação das
Leis do Trabalho relativa à Segurança e Medicina do Trabalho que, além de regulamentar
as questões pertinentes à ergonomia, visa estabelecer parâmetros para a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, propiciando
o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente (REIS, 2008).
A ergonomia é comumente definida como o estudo científico da relação entre o
homem e seu ambiente de trabalho. Nesse sentido o termo ambiente abrange não apenas
o meio propriamente dito em que o homem trabalha, mas também os instrumentos, as
matérias primas, os métodos e a organização deste trabalho. Relacionada a tudo isso está
a natureza do próprio homem que inclui suas habilidades, capacidades e limitações. A
ergonomia pode contribuir para solucionar um grande número de problemas sociais
relacionados com a saúde, segurança, conforto e eficiência (VILLAR, 2002).
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 OS RISCOS ERGONÔMICOS QUE AFETAM A SAÚDE DOS
TRABALHADORES
As condições de trabalho são representadas por um conjunto de fatores
interdependentes, que atuam, direta ou indiretamente, na qualidade de vida de quem
trabalha e nos resultados obtidos por eles. O homem, a atividade e o ambiente laboral são
os elementos componentes da situação de trabalho e a ergonomia é o estudo científico da
relação entre o homem e seus meios, métodos e locais onde realizam as atividades
profissionais com o objetivo de elaborar um arsenal de conhecimentos multidisciplinares
que, sob a perspectiva de aplicação, deve resultar em melhor adaptação dos meios
tecnológicos e do ambiente de trabalho ao homem e à sua vida (MARZIALE;
CARVALHO, 1998).
MANETTI et al (2006), afirmam que são vários os fatores de riscos laborais
existentes nos estabelecimentos organizacionais, dentre eles os físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos, psicossociais, mecânicos e acidentais. Tais riscos predispõem
3 DISCUSSÃO
A Saúde do Trabalhador é o conjunto de conhecimentos provenientes de diversas
áreas como medicina social, saúde pública, saúde coletiva, clínica médica, medicina do
trabalho, sociologia, epidemiologia social, engenharia, psicologia, entre outros, que
associadas às experiências e conhecimento prévio do trabalhador sobre a relação existente
entre o ambiente de trabalho e seu estado de saúde/doença, buscam promover as ações de
prevenção, assistência, de recuperação e promoção à saúde dos trabalhadores (SIMÕES
et al, 2011).
Configurando um grande problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a
saúde do trabalhador vem apresentando uma modificação no seu perfil, um aumento dos
diagnósticos de patologias musculoesqueléticas, de alteração da capacidade psicológica
e o envelhecimento da força de trabalho e, consequentemente influenciando a capacidade
de trabalho (ISOSAKI et al, 2011).
Em síntese, como lembra a NR 17, o trabalho abrange não apenas as máquinas e
equipamentos utilizados para transformar os materiais, mas toda situação em que ocorra
o relacionamento do homem com a atividade que executa. Isso envolve tanto o ambiente
físico e as condições oferecidas para que as tarefas se desenvolvam, como aspectos
organizacionais e interpessoais, tais como a forma pela qual esse trabalho é programado
e acompanhado para produzir os resultados desejados (DOURADO; LIMA, 2011).
A ergonomia se constitui na principal forma de prevenção de lombalgias e
dorsalgias no trabalho. Estima-se que a adoção de medidas ergonômicas de baixo custo
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento da Ergonomia é de fundamental importância para se
compreender o comportamento humano no trabalho e na atividade cotidiana, visando
oferecer sua contribuição à concepção de novas situações de interação melhor adaptadas
ao homem. A busca de condições seguras e saudáveis dentro do ambiente de trabalho
significa proteger e preservar a vida e, principalmente, é mais uma forma de se construir
qualidade de vida.
A qualidade de vida no trabalho tem como objetivo alcançar a satisfação dos
indivíduos em situação de trabalho e dentro do possível, tornar a atividade laboral
agradável à percepção dos trabalhadores. Com isto, a produtividade, motivação e
comprometimento dos trabalhadores elevam-se, aumentando consequentemente o
desempenho da organização.
A inserção do enfermeiro do trabalho na equipe de provedores da saúde do
trabalhador é, certamente, grande conquista tanto para os empregados quanto para os
profissionais da enfermagem que têm a responsabilidade de zelar pelo bem-estar das
pessoas, independente de condições sociais ou posições no mercado de trabalho.
Contribuindo assim, para a melhoria das condições laborais junto com uma equipe
REFERÊNCIAS
BARBOSA, M.S.A.; SANTOS, R.M.; TREZZA, M.C.S.F. A vida do trabalhador antes e
após a lesão por esforço repetitivo (LER) e doença osteomuscular relacionada ao trabalho
(DORT). Rev. Bras. Enferm. Brasília, v. 60, n. 5, p. 491-496, set./out., 2007.
ROCHA, L.P. et al. Associação entre a carga de trabalho agrícola e as dores relacionadas.
Acta paul. Enferm. v. 27, n. 4, p. 333-339, 2014.