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PORTUGUÊS
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (CONTINUAÇÃO)
O que eu aprendi ao longo dessas décadas é que todos precisam
despertar, porque, se durante um tempo éramos nós, os povos indígenas, que
estávamos ameaçados de ruptura ou da extinção do sentido de nossas vidas, hoje
estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa demanda.
Ailton Krenak. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 23.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
11. (CESPE / Prefeitura Barras dos Coqueiros SE Ajudante 2020)
Nesse texto, o autor revela ter aprendido nas últimas décadas que
A descobriu o sentido de nossas vidas.
B a nossa demanda é urgente.
C a Terra está em processo de extinção.
D os povos indígenas estão ameaçados de extinção.
E os seres humanos, em geral, devem ter consciência ambiental.

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Prof. Décio Terror
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Prof. Décio Terror
12. (CESPE / Prefeitura Barras dos Coqueiros SE Ajudante 2020)
De acordo com o último quadrinho dessa tirinha, os livros podem ajudar as
pessoas a
A compreender o estado emocional de outra pessoa e compartilhar desse
sentimento.
B ser mais invejosas.
C gostar dos personagens.
D não se preocupar com os sentimentos de outras pessoas.
E ser mais bem-humoradas.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
Feijão

Quem paga o salário da poeta?


A palavra?

De mãos atadas não


Custeia
Conta
Luz
Água
Aluguel da casa
A comida da menina.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
Poesia não pode ser vendida.
Palavra escrita não sentida
Não faz sentido nenhum,
Nem aqui nem em lugar algum.
Quem teima em vender poesia
Corre risco de sete anos de azar,
Paralisia nos dedos da língua
Da mente seca de inspiração
Palavra não vai mais brotar
Na terra da sensibilidade
Insensível a olhos cegos.
Vai comer de quê?
Morar o quê?
De palavra?
Vou viver poesia! Meimei Bastos. Um verso e Mei. Rio de
Janeiro: Malê Edições, 2017, p. 18.
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13. (CESPE / Prefeitura Barras dos Coqueiros SE Ajudante 2020)
O poema apresentado revela o desejo de continuar a escrever mesmo que o
retorno financeiro do trabalho da escrita não seja satisfatório. Essa revelação
encontra-se principalmente no verso
A "Quem paga o salário da poeta?" (v.1).
B "Insensível a olhos cegos" (v.20).
C "Não faz sentido nenhum" (v.12).
D "Poesia não pode ser vendida" (v.10).
E "Vou viver poesia!" (v.24).

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Prof. Décio Terror
O estudo do desenvolvimento das ciências vai muito além da simples
percepção da progressão da técnica ou do entendimento de como
determinado objeto surgiu e de como ele funciona. Acima de tudo, trata de
compreender as variáveis incutidas nos desdobramentos da evolução
científico-tecnológica. Saber quem melhor se aproveitou dessa evolução, qual
teria sido sua finalidade e quais mudanças sociais e de concepções culturais a
ciência operou constitui o objetivo último do historiador da ciência. Partir da
máxima de Francis Bacon, de que o saber confere poder, pode ser um início
muito esclarecedor para essa questão.

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Prof. Décio Terror
A ciência tem como pressuposto de sua práxis a utilização de modelos
teóricos que obedeçam a determinados princípios, sem que isso implique a
aceitação de uma razão universal e impessoal, à medida que os indivíduos
inventam e constroem diversas racionalidades inerentes a cada sociedade e
seus respectivos tipos de saberes. Estes, por sua vez, exprimem estruturas,
valores e projetos específicos que geram, no interior dessas sociedades,
concepções peculiares de conhecimento, posto que o modo de questionar é
solidário com o modo de ser e viver, de crenças e valores, de práticas e
instituições, presentes em cada grupo social.
Paulo Ferraz de Camargo Oliveira. Herança ou ruptura? In: Revista Leituras da História, n.º 129.
São Paulo: Editora Escala, 2019, p. 17 (com adaptações).

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14. (CESPE / Prefeitura Barras dos Coqueiros SE Arquiteto 2020)
Assinale a opção que apresenta o principal objetivo do historiador da ciência, na
perspectiva do texto.
A estudar o funcionamento de determinada máquina
B narrar fatos ligados ao desenvolvimento tecnológico
C identificar mudanças sociais trazidas pela ciência
D testar diferentes teorias e métodos de pesquisa
E adotar a ciência como técnica universal e impessoal

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Prof. Décio Terror
A ideia de sujeito é um legado da filosofia moderna. Trata-se de uma
das noções fundadoras do humanismo e de alguns dos principais valores do
mundo ocidental. Embora encontremos referências às faculdades e disposições
da subjetividade (razão, paixões, vontades, desejos) ao longo dos
pensamentos antigo e medieval, é somente com René Descartes que a noção
de sujeito é constituída sob a égide de sua filosofia da consciência. O sujeito
cartesiano emerge para a filosofia como um composto de alma e corpo, cuja
atividade fundamental, o pensamento, edifica as bases de todo conhecimento
possível. Com Descartes surge, pois, o sujeito cognoscente, cuja prerrogativa
fundamental consiste no uso do intelecto, que, enquanto faculdade da alma, se
impõe como única via de acesso à verdade. De posse desse atributo superior,
o ser humano torna-se capaz de compreender a constituição do seu corpo e
apreender a realidade do mundo. O privilégio do pensamento tem como
contraponto o menosprezo das paixões que animam a vida do indivíduo.
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A história do pensamento demonstra, porém, que, aos poucos, a noção
de sujeito ampliou seus horizontes de revelação. A consciência cognoscente,
que definia o sujeito apenas com base em sua relação com o objeto (mundo),
foi enriquecida em suas funções a partir do momento em que a subjetividade
tornou-se também reconhecida como fluxo de vivências corporais e mentais. À
natureza do sujeito, constituída até então por pensamentos e intuições, foram
acrescidos percepções, sentimentos e emoções. O sujeito, em sua tessitura
psicológica, passou a ser representado sob a forma de eu. O eu define o modo
como percebemos, sentimos, intuímos, decidimos, escolhemos, imaginamos,
tudo que se nos refere e nos afeta em nossa dimensão existencial. Esta
consciência que vive sua interioridade (identidade do eu) e interage com o
mundo é também situada no espaço onde convivem outras consciências. O eu
encontra aqui o seu correlato: o outro.
Marconi Pequeno. Sujeito, autonomia e moral. In: Rosa Maria Godoy Silveira et al. Educação
em direitos humanos: fundamentos teórico-metodológicos. João Pessoa: Editora Universitária,
Interpretação de texto
Prof. Décio Terror 2007, p. 187-8 (com adaptações).
15. (CESPE / Prefeitura Barras dos Coqueiros SE Arquiteto 2020)
De acordo com o texto CG1A1-II, o sujeito cartesiano
A surgiu na filosofia do século atual.
B apresenta natureza dividida entre alma e corpo.
C entende a verdade como resultado da observação passional do mundo.
D define-se por sua relação com as pessoas de sua comunidade.
E considera a parcialidade um aspecto da natureza humana capaz de enriquecer
o conhecimento.

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Prof. Décio Terror
A educação é uma questão fundamental no cotidiano brasileiro, pois é
apenas com uma boa base educacional que um país se desenvolve econômica
e socialmente. Para que a educação melhore, é preciso entender sua evolução
ao longo do tempo. Isso permite elaborar políticas que enfatizem o que já foi
bem-sucedido e que auxiliem na reformulação das demais políticas. Nesse
sentido, a divulgação de dados relevantes é instrumental e essencial. O gráfico
a seguir, por exemplo, mostra a evolução da escolaridade do brasileiro adulto,
definido como aquele que tem 22 anos ou mais de idade.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
Perfil da escolaridade da população adulta

0 a 4 anos de estudo – ao menos o 1.º ciclo do ensino fundamental incompleto


5 a 8 anos de estudo – ao menos o 2.º ciclo do ensino fundamental incompleto
9 a 11 anos de estudo – ao menos o ensino médio incompleto
12 anos ou mais de estudo – ensino superior completo ou incompleto
INSPER. Panorama Educacional Brasileiro. Centro de Políticas Públicas do INSPER. jan./2017. Internet: <www.insper.edu.br> (com adaptações).
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16. (CESPE / Prefeitura Barras dos Coqueiros SE Arquiteto 2020)
De acordo com as informações do texto CG1A1-III e do gráfico apresentado, o
grupo de pessoas com pelo menos o ensino médio incompleto
A aumentou em 10% no período entre 1992 e 2000.
B ultrapassou os 30% no final da primeira década do século XXI.
C cresceu mais de 20% no decorrer do período avaliado.
D manteve-se em 30% nos primeiros anos da primeira década do século XXI.
E apresentou crescimento superior ao dos demais grupos avaliados entre 1992 e
2015.

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Prof. Décio Terror
17. (CESPE / Prefeitura Barras dos Coqueiros SE Arquiteto 2020)
Segundo os dados do texto CG1A1-III e do gráfico mostrado, houve
A mais brasileiros com exatamente 22 anos de idade concluindo o ensino superior
em 2015 que em 1992.
B queda irrisória no número de pessoas com menos de quatro anos de estudo no
período avaliado.
C aumento no número de anos de escolaridade do brasileiro adulto no período
avaliado.
D diminuição do número de pessoas com o segundo ciclo do ensino fundamental
completo entre 1992 e 2015.
E tendência de declínio clara e persistente do número de pessoas com pelo
menos o segundo ciclo do ensino fundamental incompleto entre 2001 e 2015.

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Prof. Décio Terror
A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do
outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que
teve muitos problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se
comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou
colocar-se no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar
entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser
sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas”,
explica Rodrigo Scaranari, da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional.

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Prof. Décio Terror
E é uma característica que pode, sim, ser aprendida — ou, pelo menos,
treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para
compreender a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o que se
passa dentro da própria cabeça. “Assim como podemos treinar os bíceps na
academia, e ficar mais fortes, podemos ser cada vez mais empáticos com a
prática. A plasticidade do cérebro torna isso possível”, explica a professora
Anita Nowak, pesquisadora da empatia e diretora da Área de Iniciativas Sociais
e Econômicas da Universidade McGill, em Montreal.

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Prof. Décio Terror
Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo,
psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar), a empatia seria “uma forma de restabelecer um contato com
um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”.
Enxergamos no outro uma humanidade compartilhada, sentimentos que
também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes.
Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos empatia.
Tal sentimento é uma via de mão dupla: beneficia não só quem o
desenvolve, mas também o emissor. “A empatia é, sem dúvida nenhuma, uma
das habilidades mais importantes para que se tenha uma boa convivência
social, interferindo diretamente tanto no sucesso pessoal como no profissional.
Ao entender melhor as emoções e as necessidades de cada um, temos menos
dificuldades para lidar com eventuais conflitos pessoais em qualquer ambiente
ou situação”, afirma Rodrigo.
Juliana Contaifer e Renata Rusky. Colocando-se no lugar do outro. In: Correio Braziliense, 1/1/2017. Internet:
Interpretação de texto
Prof. Décio Terror <www.correiobraziliense.com.br> (com adaptações).
18. (CESPE / Prefeitura Barras dos Coqueiros SE Arquiteto 2020)
De acordo com o texto, a empatia
A é inata aos seres humanos.
B consiste na capacidade de considerar o ponto de vista alheio.
C equivale ao sentimento de dó.
D corresponde à capacidade de considerar os próprios sentimentos.
E é irrelevante para a harmonia social.

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Prof. Décio Terror
Algumas das primeiras incursões pelos mundos paralelos ocorreram na
década de 50 do século passado, graças ao trabalho de pesquisadores
interessados em certos aspectos da mecânica quântica — teoria desenvolvida
para explicar os fenômenos que ocorrem no reino microscópico dos átomos e
das partículas subatômicas. A mecânica quântica quebrou o molde da
mecânica clássica, que a antecedeu, ao firmar o conceito de que as previsões
científicas são necessariamente probabilísticas.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
Podemos prever a probabilidade de alcançar determinado resultado ou
outro, mas em geral não podemos prever qual deles acontecerá. Essa quebra
de rumo com relação a centenas de anos de pensamento científico já é
suficientemente chocante, mas há outro aspecto da teoria quântica que nos
confunde ainda mais, embora desperte menos atenção. Depois de anos de
criterioso estudo da mecânica quântica, e depois da acumulação de uma
pletora de dados que confirmam suas previsões probabilísticas, ninguém até
hoje soube explicar por que razão apenas uma das muitas resoluções possíveis
de qualquer situação que se estude torna-se real. Quando fazemos
experimentos, quando examinamos o mundo, todos estamos de acordo com o
fato de que deparamos com uma realidade única e definida. Contudo, mais de
um século depois do início da revolução quântica, não há consenso entre os
físicos quanto à razão e à forma de compatibilizar esse fato básico com a
expressão matemática da teoria.
Interpretação de texto
Brian Greene. A realidade oculta: universos paralelos e as leis profundas do cosmo.
Prof. Décio Terror José Viegas Jr. (Trad.) São Paulo: Cia das Letras, 2012, p. 15-16 (com adaptações).
19. (CESPE / Ministério da Economia Analista 2020)
De acordo com o texto, um aspecto da teoria quântica que recebeu menor
atenção é a singularidade do real confrontada com a infinitude de possibilidades
especuladas.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
20. (CESPE / Ministério da Economia Analista 2020)
No primeiro período do texto, a locução “graças ao” introduz o resultado das
incursões pelos mundos paralelos na década de 50 do século passado.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
21. (CESPE / Ministério da Economia Analista 2020)
Infere-se da afirmação “A mecânica quântica quebrou o molde da mecânica
clássica”, no segundo período do texto, que a mecânica quântica subverteu
paradigmas da mecânica clássica.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
22. (CESPE / Ministério da Economia Analista 2020)
De acordo com o texto, apesar de a mecânica quântica já ter estabelecido
teoricamente o caráter probabilístico dos cálculos científicos, ainda há
controvérsias acerca da tradução desse princípio em termos matemáticos.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
Quando eu era criança (e isso aconteceu em outro tempo e em outro
espaço), não era incomum ouvir a pergunta “Quão longe é daqui até lá?”
respondida por um “Mais ou menos uma hora, ou um pouco menos se você
caminhar rápido”. Num tempo ainda anterior à minha infância, suponho que a
resposta mais comum teria sido “Se você sair agora, estará lá por volta do
meio-dia” ou “Melhor sair agora, se você quiser chegar antes que escureça”.
Hoje em dia, pode-se ouvir ocasionalmente essas respostas. Mas serão
normalmente precedidas por uma solicitação para ser mais específico: “Você
vai de carro ou a pé?”.
“Longe” e “tarde”, assim como “perto” e “cedo”, significavam quase a
mesma coisa: exatamente quanto esforço seria necessário para que um ser
humano percorresse uma certa distância — fosse caminhando, semeando ou
arando. Se as pessoas fossem instadas a explicar o que entendiam por
“espaço” e “tempo” , poderiam ter dito que “espaço” é o que se pode
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Prof. Décio Terror
percorrer em certo tempo, e que “tempo” é o que se precisa para percorrê-lo.
Se não fossem muito pressionados, porém, não entrariam no jogo da definição.
E por que deveriam? A maioria das coisas que fazem parte da vida cotidiana
são compreendidas razoavelmente até que se precise defini-las; e, a menos
que solicitados, não precisaríamos defini-las. O modo como compreendíamos
essas coisas que hoje tendemos a chamar de “espaço” e “tempo” era não
apenas satisfatório, mas tão preciso quanto necessário, pois era o wetware —
os humanos, os bois e os cavalos — que fazia o esforço e punha os limites. Um
par de pernas humanas pode ser diferente de outros, mas a substituição de um
par por outro não faria uma diferença suficientemente grande para requerer
outras medidas além da capacidade dos músculos humanos.
Zygmunt Bauman. A modernidade como história do tempo. In: Modernidade líquida. Plínio
Dentzien (Trad.). Rio de Janeiro: Zahar, 2001 (com adaptações).

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Prof. Décio Terror
23. (CESPE / Ministério da Economia Analista 2020)
Para o autor, a maneira como tempo e espaço eram percebidos antigamente é
diferente daquela notada por ele quando do seu relato.

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Prof. Décio Terror
Texto CG1A1-I
“Família, família/ vive junto todo dia/ nunca perde essa mania” — os versos
da canção Família, composta por Arnaldo Antunes e Tony Belotto na década de 80
do século passado, no Brasil, parece que já não traduzem mais a realidade dos
arranjos familiares. Observa-se que a solidez dos lugares ocupados por cada uma das
pessoas, nos moldes da família nuclear, não se adéqua à realidade social do
momento, em que as relações são caracterizadas por sua dinamicidade e
pluralidade. De acordo com o médico e psicanalista Jurandir Freire Costa, “família
nem é mais um modo de transmissão do patrimônio material; nem de perpetuação
de nomes de linhagens; nem da tradição moral ou religiosa; tampouco é a instituição
que garante a estabilidade do lugar em que são educadas as crianças”.
Então, o que é a família? Como defini-la, considerando-se que uma de suas
marcas na pós-modernidade é justamente a falta de definição? Para a cientista social
e política Elizabete Dória Bilac, a variabilidade histórica da instituição família desafia
qualquer conceito geral de família.
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Prof. Décio Terror
A centralidade assumida pelos interesses individuais no mundo
contemporâneo é um dos aspectos que influenciam a singularidade de cada
família e distinguem os propósitos que justificam a escolha de duas pessoas ou
mais viverem juntas, compartilhando regras, necessidades e obrigações. Se não é
fácil definir a família, é legítimo o esforço de tentar decifrar quem é o homem
pós-moderno e quais as necessidades emergentes que o impulsionam ao
encontro com o outro, seja no espaço social, seja no interior da família,
produzindo significados e razões que o lançam na busca de realização.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
Segundo o filósofo francês Dany-Robert Dufour, a pós-
modernidade produz um sujeito não engendrado, o que significa um sujeito que
se vê na posição de não dever mais nada à geração precedente. Trata-se de uma
condição que comporta riscos, pois, segundo Dufour, desaparece o motivo
geracional. No que tange à família, a consequência é o surgimento de relações
pautadas em trocas reais e carentes de valores simbólicos que se contraponham
à lógica do consumo. Assim, assiste-se a uma ruptura na ordem da transmissão, o
que gera indivíduos desprovidos de identidade sólida, condição esta que
acarreta a redução de sua capacidade crítica e dificulta o estabelecimento de
compromisso com a causa que lhe precede.
Fernanda Simplício Cardoso e Leila Maria Torraca de Brito.
Reflexões sobre a paternidade na pós-modernidade.
Internet:<www.newpsi.bvs-psi.org.br> (com adaptações).

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Prof. Décio Terror
24. (CESPE / TJ PA Analista Judiciário 2020)
As autoras do texto CG1A1-I consideram que
A o fato de duas ou mais pessoas viverem juntas é bastante para que sejam
consideradas uma família.
B a família, na atualidade, define-se como instituição cujos membros não se
comprometem uns com os outros.
C a família concebida nos moldes tradicionais não existe no século XXI.
D o conceito geral de família sempre esteve em constante mudança.
E a definição de família constitui um grande desafio.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
25. (CESPE / TJ PA Analista Judiciário 2020)
De acordo com o último parágrafo do texto CG1A1-I, um sujeito não engendrado
A inverte a ordem de transmissão familiar existente.
B sente-se isento de dívidas para com a geração precedente.
C relaciona-se com os demais a partir da construção de vínculos sólidos.
D é mais envolvido com a geração vindoura do que com a geração precedente.
E tem capacidade crítica reduzida e não demonstra compromisso com os laços
familiares.

Interpretação de texto
Prof. Décio Terror
Inscreva-se na minha lista de alunos, para saber tudo em
primeira mão e ter desconto numa das minhas mentorias.
Obrigado!

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