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é a fase em que a inteligência é prática. O bebê internaliza o mundo através da ação e dos
sentidos e essa ação é coordenada por esquemas; Que vão ser construídos através dessa ação e
sentidos se tornando cada vez mais complexos. Assim ele vai construindo essa inteligência
por meio da assimilação, acomodação e equilíbração pela tentativa/erro/acerto através das
ações. Nos primeiros meses é uma inteligência não verbal, ela não é simbolizada através de
palavras. A princípio ele não se vê como objeto separado do mundo, e progressivamente com
seu contato com a realidade ele vai percebendo que ele e o mundo (objeto) são diferentes. E lá
para os 9 meses, mais ou menos, é que o bebê adquire a noção que os objetos existem mesmo
que não estejam em seu campo de visão, que Piaget chamou de objeto permanente pois até
então ele acreditava que os objetos só existiam quando estavam nesse campo, e que o mundo
existia em função de sua percepção, e gradualmente o bebê vai entendendo que o mundo tem
sua própria objetividade, que independe da percepção dele. A criança já ate consegue se
diferenciar e ver alguma objetividade nesses objetos.
O desmame leva a nostalgia pela perda do paraíso perdido, para o bebê é a perda
daquela relação íntima no momento da interação da amamentação. Quando ele vai sendo
introduzido numa outra alimentação, além do leite. Isso gera uma fantasia de perda desse
paraíso. Naquele momento de intimidade, de alimento físico e psíquico, no olhar, na troca de
afeto, ele se reconhece no desejo do outro.
Depois do primeiro ano, Erikson diz que a criança vivencia outra fase, chamada
autonomia x vergonha. O biológico dá condições mínimas de autonomia, ela aprende a falar,
comunica seus afetos, sentimentos, ela começa a caminhar, se alimenta sozinha, tem um
avanço qualitativo na cognição, que pode ser representada pela fala. Ela acredita na sua
potência, ela tem mais autonomia porque cuida um pouco dela mesma, ela começa a impor
seus desejos. Esse biológico também dá suporte a uma maior maturidade emocional, psíquica
e social dessa criança. A criança desenvolve uma maturação muscular, de reter e liberar, é um
grande salto para sua autonomia, agora além de comunicar desejos, necessidades, ela retém e
libera as fezes, descobrindo a potência que existe em seu próprio corpo, descobrindo que pode
controlar esse ambiente. O efeito que causa no adulto, a forma que esse reter e liberar é
experienciado por ambos, terá efeito na personalidade dessa criança.
A criança precisa que o adulto esteja equilibrado emocionalmente e seja firme para
lidar com essa criança que não tem noção de regra social. Ele tem que nortear essa criança de
maneira a não ser rígido demais para não acabar atravancando a autonomia dessa criança,
criando um sentimento de duvida, vergonha, angústia, inadequação. Ela precisa de um
direcionamento do que é possível ou não naquele momento, para não se sentir perdida, nem
solta demais, mas ter uma noção dessas regras sociais. O adulto ajudando-a a desenvolver
essa autonomia ela sente a permissão dele para crescer.
Quando o ato da criança causa um comportamento negativo por parte do adulto, onde
ele expõe, constrange essa criança a envergonhando, ela vai sentir-se insegura diante de sua
produção, sua potência. Isso pode despertar um sentimento de vergonha e dúvida por parte
dessa criança. A insegurança surge se os pais envergonham excessivamente a criança, a
humilhando em relação ao seu reter e liberar, pode gerar um sentimento de culpa e inibir sua
autonomia.
Portanto se a criança sente prazer na sua potência, quando consegue construir sua
autonomia sem ser tolhida ela desenvolve a virtude da vontade.
A libido está organizada em torno da boca, zona oral, mas Freud diz que todo o corpo
é erógeno, e nesse cuidado, nesse toque, na mãe (cuidador) pelo bebê, é que vai dando
significado aquele corpo. Segundo Freud o bebê ama pela boa e a mãe pelo seio, no momento
da amamentação, de intimidade entre eles, o seio é o mediador dessa relação íntima entre os
dois, e é por meio da experiência que o bebê vai internalizando esse objeto que é bom ou mau.
O bebê incorpora o leite se alimentando fisicamente, através do seio e metaforicamente
incorpora a mãe dentro de si, pelo contato com essa mãe, ele também é alimentado
psiquicamente, internalizando essa mãe.
Na fase anal, que é de 1 a 3 anos, ele já tem uma maior autonomia, o corpo já está
mais desenvolvido tanto no aspecto motor como no neurológico. Ela desenvolve o controle do
esfíncter, e nessa fase busca prazer no anus e áreas vizinhas. Uma vez que percebe que pode
controlar o movimento, ela descobre o prazer de reter e liberar aquele local e de controlar o
ambiente. A criança nota que as fezes são sua primeira produção e que ela pode manipular
como quiser, além de ter um sentido simbólico, no ato de reter e liberar, de ter poder sobre o
ambiente, de auto-produção. É necessário que o adulto dê suporte a criança tornando o
ambiente propício e acolhedor para aquela produção, não humilhando a criança e deixando-a
confusa. Ao passo que, a criança ama e sente que é amada pelos pais ela sente que o que
produz é bom e valorizado, e se essa produção é vivida de forma negativa pode gerar uma
inibição dessa criança na sua capacidade produtiva, transtornos de personalidade e traços
específicos por ter uma fixação na fase.