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Seminário para a disciplina

As Teorias Psicanalíticas

Martha Reis, Maurício Araújo e Pietro Ferrari


ÍNDICE

QUEM FOI WINNICOTT


1 Um pediatra britânico

PRINCIPAIS CONCEITOS
2 Uma teoria do desenvolvimento

CONCLUSÃO
3 Winnicott hoje
1

DONALD WINNICOTT
Plymouth (1896) - Londres (1971)
Londres, cenário psicanalítico

■ Londres, 1952 - Jantar em comemoração dos 70 anos de Melanie Klein


"No lugar do problema do Édipo que era o
ponto de partida da psicanálise tradicional,
Winnicott coloca como caso central o
bebê no colo da mãe" (Loparic, 1997)
2

PRINCIPAIS
CONCEITOS
Do triângulo à unidade
MUDANÇA NO FOCO

Triângulo Um

Complexo de Não existe bebê


Édipo - Freud - Winnicott
"Isso que chamam de bebê não existe... a
unidade não é do indivíduo, a unidade é o
contexto ambiente-indivíduo" (Winnicott,
1958)
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CONDIÇÕES PARA O
DESENVOLVIMENTO

INTEGRAÇÃO

PERSONALIZAÇÃO

REALIZAÇÃO
INTEGRAÇÃO

Tornar algo que não está integrado em algo inteiro,


algo uno. Quando nascemos a experiência psíquica não
é una, é fragmentada. A minha percepção como adulto
é que eu sou inteiro, localizado no tempo e no espaço.
A criança se sente espalhada, ainda não tem noção da
passagem do tempo e do espaço.
Para que a integração possa passar a ocorrer, é
necessário que haja continência.
PERSONALIZAÇÃO

A experiência de se saber existente no próprio corpo,


ter uma relação de identidade com o próprio corpo. Eu
me olho no espelho e sei que sou no meu próprio
corpo. Essa experiência tão básica, pode não
acontecer em algumas pessoa. Há casos de psicose
em que a pessoa tem a convicção de que ela não está
no próprio corpo ou partes dela se encontram em
outro corpo. Isto não é inato, depende de um ambiente
facilitador. Como isso se dá, quando nascemos não
temos condição de cuidar do próprio corpo.
REALIZAÇÃO

Realização descreve a experiência de que existe o


mundo externo, não sou esse mundo e esse mundo
existe independente de mim. Essa experiência não é
inata, vivenciamos no início de vida a ilusão de
onipotência: crença de que detenho todo o poder
sobre as coisas. Porque existe essa ilusão? Quando o
bebê tem fome, ele chora e a mãe vem com o seio e o
alimenta. Essa experiência de desejar e ter o objeto do
desejo posto, faz com que ele tenha ilusão de que ele
controla o mundo.
MATERNAGEM

■ A atitude de cuidado e atenção pode ser chamada de


maternagem.
■ Todo bebê ao nascer apresenta um aglomerado de afetos,
pulsões, imagens e sensações corporais que desconhece e que
se encontram sem uma organização e representação.
■ Por meio dos cuidados e do olhar materno, a criança irá se
integrar e desenvolver.
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Mãe suficientemente boa é:

Aquela capaz de, por meio de sua


sintonia, identificar e atender às
necessidades do bebê na medida em que
fluam e a partir do ponto de vista dele.
O bebê, inicialmente, não se reconhece e
não reconhece essa mãe.
FUNÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO
proporcionadas pela mãe/ambiente suficientemente boa

HOLDING

HANDLING

APRESENTAÇÕES DE OBJETOS
HOLDING

É o segurar, a pegada materna que leva o bebê a viver a


segurança, a confiar e sentir-se amparado. A partir daí,
inicia-se sua integração, o sentir-se em unidade, sentir-se
uno através do tempo e espaço.

Refere-se, portanto, à possibilidade desta mãe de manter


este bebê de forma adequada no seu colo. Repare que,
nesse sentido, estamos falando de um duplo aspecto –
físico e psicológico.
HANDLING

Consiste na execução dos cuidados diários.


Enquanto realiza esses cuidados, a mãe manuseia seu
bebê, desliza as mãos por seu corpo proporcionando-lhe
as sensações de limites e de contornos, este bebê
consegue ser capaz de reconhecer seu espaço corporal,
o mundo interno e externo.
Essa percepção do seu corpo nomeamos de
personalização, o desvelamento do self.
APRESENTAÇÃO DE
OBJETOS

A mãe agora inicia o processo de apresentação dos


objetos.
A cada sucessiva apresentação de objetos da realidade, a
mãe vai se mostrando substituível, em acordo com as
necessidades de seu bebê, percebidas por ela, os objetos
se presentificam.
Sob o ponto de vista do bebê, ele mesmo foi capaz de
engendrar ou criar o objeto.
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Objeto transicional é:

É aquilo que faz a transição do princípio do prazer e


princípio da realidade de Freud.
Objeto que facilita uma transição de um sentido de
realidade, para outro sentido de realidade (realidade
interna e externa).
Fusão e separação da mãe, criando o espaço potencial,
área entre a criatividade primária e a percepção.
Objeto transicional é:

A ilusão, base da criatividade primária, de ser


responsável pela criação dos objetos e do mundo se
torna presente.
É claro que, com sucessivas falhas (empáticas) da mãe
e do mundo, o bebê passará a perceber que existe algo
para além dele e que tem vida própria – e se desilude,
com ajuda da mãe suficientemente boa.
A desilusão é fundamental, pois dará a esse bebê a
percepção de que suas satisfações poderão acontecer,
mas não na imediatez do seu desejo.
A função dos objetos transicionais é de proteção.
Protegem o bebê na passagem da dependência
absoluta para a relativa.
3 FASES DA DEPENDÊNCIA

DEPENDÊNCIA ABSOLUTA

DEPENDÊNCIA
RELATIVA

RUMO À INDEPENDÊNCIA
DEPENDÊNCIA ABSOLUTA

■ . Aproximadamente de 0 aos 4/6 meses de idade.


. Indiferenciação do bebê em relação ao mundo e à sua
mãe.
■ . Depende, de modo vital, de que o outro atenda às suas
necessidades.
■ . O estado de preocupação materna primária da mãe e as
funções encontradas e executadas asseguram as
condições do bebê
DEPENDÊNCIA RELATIVA

■ . De 6 meses a 2 anos
■ . Por meio da experiência anterior de um ambiente (mãe)
confiável, o bebê agora já conseguiu um self incipiente, ou
seja, distinguir entre o eu-não-eu
■ . Reconhecer a sua dependência da mãe
■ . Passa então a manifestar suas necessidades como
próprias
■ . A mãe por outro lado, volta a estabelecer suas relações
com o mundo e as falhas se apresentam perceptivamente
■ . Essa frustração sentida pelo bebê, somada a separação
existencial do eu, leva o bebê rumo a independência
RUMO À INDEPENDÊNCIA

■ . Nesse estágio, a partir de falhas e frustrações


subsequentes e a capacidade de se relacionar com os
objetos sendo cada vez mais aprimorada, o indivíduo passa
a tomar rumo à sua independência
VERDADEIRO SELF

A mãe suficientemente boa adapta-se às


necessidades da criança, promovendo sua satisfação.
Esta mãe faz a leitura das manifestações do bebê e
viabiliza nesse encontro a manifestação deste self
verdadeiro, além de evitar que o bebê seja invadido por
pressões ou excessos vindos do meio ambiente.
FALSO SELF

A falha materna é passível de ocorrer. Nesse sentido, a ideia de


um falso self aparecerá ao lado de um self verdadeiro, ligados e
se alternando.
Uma falha grave da adaptação ativa por parte da mãe poderia
levar a um quadro patológico. No início da vida, o trauma vivido
pelos sucessivos ataques ao eu rudimentar levaria a uma
prevalência do falso self e um encobrimento do verdadeiro self.
No trabalho clínico, verificamos diferentes manifestações desse
tipo de falha, em graus variados, originando adoecimentos, tais
como depressões e personalidades borderline.
3

WINNICOTT
HOJE
WINNICOTT NA PSICOLOGIA
JURÍDICA

■ Winnicott tem sido citado em processos cíveis, de Varas da


Família, e também em processos criminais. Grande parte das
citações é feita por promotores, utilizando o pediatra na
construção de argumentos de acusação

■ O autor foi citado no julgamento de Suzane Von Richthofen


FORMAÇÃO EM WINNICOTT

■ Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana - 4 anos


■ https://ibpw.org.br/
■ Fundado em 2015 por Elsa Oliveira Dias e Zeljko Loparic
■ Curso de Formação winnicottiana (duração: 4 anos)
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