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SDE0915 – DESENVOLVIMENTO INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Aula 8: Teoria Winnicottiana


Desenvolvimento da infância e adolescência
Conteúdo desta Aula

1. Biografia e História;
2. Principais conceitos.

Aula 8: Teoria Winnicottiana


Desenvolvimento da infância e adolescência
Biografia

Donald Woods Winnicott

1896  1971

Ao entrar na Medicina, foi convocado para servir


como enfermeiro na Primeira Guerra Mundial, na
qual fez observações sobre o comportamento
humano em situações traumáticas.

Trabalhou como consultor psiquiátrico do


governo, tratando de crianças afastadas dos pais
na Segunda Guerra Mundial.

Especializou-se em pediatria e psicanálise.


Foi presidente da Sociedade Britânica de
Psicanálise. Nasceu e morreu em Londres.

Aula 8: Teoria Winnicottiana


Desenvolvimento da infância e adolescência

A teoria Winnicottiana refere-se à compreensão dos


estágios mais primitivos do desenvolvimento
emocional do ser humano.

Para Winnicott cada ser humano traz um potencial


inato para amadurecer, para se integrar.

O ambiente tem uma influência decisiva na


determinação do psiquismo precoce. E nesse
sentido o autor foi um dos primeiros a hierarquizar
o papel da mãe no funcionamento mental da
criança. Ele considerou que a mãe intervém como
ativa construtora do espaço mental da criança.

Aula 8: Teoria Winnicottiana


Desenvolvimento da infância e adolescência

Uma das frases famosas de Winnicott é "não existe


essa coisa chamada bebê", querendo dizer que não
há criança sem uma mãe (ou alguém que cumpra
essa função). Ele é parte de uma relação. O bebê,
para existir, precisa do cuidado e atenção de outro
ser humano.

A mãe participa de uma verdadeira unidade com o


seu filho, ajudando a formar sua mente, fazendo
com que este processo seja bem feito. “Ao lhe dar
amor, fornece-lhe uma espécie de “energia vital”.
(Bleichemar e Bleichemar,1992)

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Desenvolvimento da infância e adolescência

Vínculo recém-nascido e mãe

• A base da estabilidade mental depende das


experiências iniciais com a mãe e,
principalmente, de seu estado emocional.

• Sempre que encontramos um bebê


encontramos...

MATERNAGEM – é a atitude em relação aos bebês


e o cuidado a eles dispensado. Hoje sabemos que é
importante o modo pelo qual se promove o
“segurar” e o manuseio do bebê.

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Dependência absoluta

Refere-se a um estado de não separação inicial da


mãe e do bebê.

Para começar a existir, o bebê necessita de uma


mãe absolutamente identificada com ele e capaz de
atender prontamente todas as suas necessidades.

Com o cuidado recebido ---continuidade da linha


de vida do bebê se mantêm ---experiência de
“uma continuidade do ser” (Winnicott).

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Preocupação materna primária

• Perfeita adaptação. Caracteriza-se como um


verdadeiro estado fusional mãebebê

• Mãe se adapta às necessidades do bebê,


iniciando o processo de elaboração psíquica das
funções corporais, no ritmo próprio do bebê.

• O apoio materno funciona como uma concha


protetora, que aos poucos é retirada, formando
um ser de dentro para fora.

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Mãe suficientemente boa
ou Mãe devotada comum

“A mãe suficientemente boa (não


necessariamente a própria mãe do bebê) é
aquela que efetua uma adaptação ativa às
necessidades do bebê, uma adaptação que
diminui gradativamente, segundo a crescente
capacidade deste em aquilatar o fracasso da
adaptação e em tolerar os resultados da
frustração.

O êxito no cuidado infantil depende da devoção,


e não de instinto ou de conhecimento intelectual”
(Winnicott)

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Desenvolvimento da infância e adolescência

A mãe suficientemente boa é aquela que permite


ao bebê a ilusão de que o mundo é criado por
ele.

Onipotência primária – base do fazer-criativo.

• A percepção criativa da realidade é uma


experiência do self, núcleo singular de cada
indivíduo.

• A mãe depois vai gradualmente desiludindo


seu bebê, que vai ocupando um espaço
separado dela e personalizado.

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Funções da Maternagem

• Holding
• Handling
• Apresentação dos Objetos

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Holding

• Manter, segurar, guardar, sustentar;

• Na psicanálise trata-se de uma função de


“sustentação” corporal e psíquica da mãe com a
criança;

• Uma experiência física e simbólica significando a


firmeza com que é amado e desejado como filho

• Winnicott coloca que a mãe, ao tocar seu bebê,


manipulá-lo, aconchegá-lo, falar com ele, acaba
promovendo um arranjo entre soma (organismo) e
psique e, principalmente, ao olhá-lo, ela se oferece
como espelho no qual o bebê pode se ver.

• O modo como a mãe coloca o bebê no colo e o


carrega é fundamental na constituição do self.

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Handling

• Experiência de entrar em contato com as


diversas partes do corpo através das mãos
cuidadosas da mãe.

• Maneira como o bebê é tratado, manipulado.


“No segurar-manejar devem estar incluídas
todas as experiências sensórias necessárias: ser
envolvido, por todos os lados, em um abraço
vivo, que tem temperatura e ritmo e que faz o
bebê sentir tanto o corpo da mãe quanto o seu
corpo” (Dias).

• Uma coesão psicossomática precisa ser


alcançada, corpo e psique se constituindo como
unidade.

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Apresentação dos Objetos

• O bebê, ao alcançar sua integridade por


períodos mais longos, e ter sua psique inserida
no corpo, se vê frente a um novo fenômeno – a
realidade externa.

• Em um primeiro momento a “ilusão”,


“onipotência” e depois a “desilusão”.

• A mãe começa a se mostrar substituível e a


apresentar objetos mais adequados ao seu
estado atual de desenvolvimento, possibilitando
sua capacidade de usufruir do mundo.

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Objeto transicional

• Tem correlação com a passagem da


dependência absoluta para a dependência
relativa – passagem de um estado de fusão
com a mãe para uma experiência de separação.

• Da ilusão à desilusão gradual.

• O objeto transicional vai se localizar na zona


intermediária entre a mãe e o bebê e vai
permitir que este processo de separação seja
tolerado, uma vez que este objeto é ao mesmo
tempo parte da mãe e parte do bebê.

• Efeito tranquilizador na hora do sono e


ausências da mãe – angústia da separação.

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Verdadeiro Self

O papel da mãe é prover o bebê de um ego


auxiliar que lhe permita integrar suas
sensações corporais, os estímulos ambientais
e suas capacidades motoras nascentes.

A mãe suficientemente boa, protege o ego


frágil do bebê, ao se adequar às necessidades
do mesmo e assim não interfere no
desenvolvimento da criança.

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Desenvolvimento da infância e adolescência
Falso Self

O falso self surge pela incapacidade materna de


interpretar as necessidades da criança.
A inabilidade da mãe de sentir as necessidades do
bebê que a leva a impor ao mesmo as suas
próprias necessidades.

O bebê é seduzido à submissão e, ao submeter-se


à mãe, inicia a formação do falso self. Desaparece
a espontaneidade, e aparece a submissão e a
imitação, e o bebê constrói um conjunto de
relacionamentos falsos.

Um aspecto bastante relevante é a forma como a


mãe responde à onipotência infantil revelada na
comunicação gestual inicial do bebê. 

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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?

Teoria Psicossocial do
desenvolvimento Erik Erikson.

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