Você está na página 1de 9

O VÍNCULO MATERNO E A PSICOSE

A MÃE SUFICIENTEMENTE BOA


Ana Caroline Brecher Vega¹

RESUMO: O presente artigo tem como objetivo o estudo da psicose na relação materno-
filial, passando pelos estudos de desenvolvimento infantil de Donald W. Winnicott e com ênfase
na importância da mãe nos primeiros meses de vida do bebê, será analisado de maneira teórica
a psicose quando instalada no laço materno e de que maneira esse distúrbio pode afetar essa
relação que é de suma importância para o desenvolvimento saudável do bebê e de que maneira
isso irá moldar o Self do mesmo. Esse vínculo criado entre a mãe e o bebê, que vai desde o fim
da gestação até os meses seguintes ao nascimento e que por muitas vezes pode ser entendido
como uma psicose e as falhas nesse processo serão nosso objeto de trabalho, é a partir dessa
relação que será fundamentado esse estudo.

PALAVRAS-CHAVE: Vínculo, Mãe, Bebê, Psicose.

RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo el estudio de la psicosis en la relación


materno-filial, a empezar por los estudios del desarrollo del niño de Donald W. Winnicott, y com
enfasis en la importancia de la madre en los primeros meses de vida del bebé, se analizará
teóricamente la psicosis cuando instalado en el vínculo materno y cómo este trastorno puede
afectar esta relación que es fundamental para el desarrollo sano del bebé y cómo se va a formar
el Self. Este vínculo que se crea entre la madre y el bebé, que es desde el final de la gestación
hasta los meses siguientes al nacimiento y que a menudo se puede entender como una psicosis y
fracasos en este proceso será el objeto de nuestro trabajo, es a partir de esta relación que este
estudio será basado.
PALABRAS-CLAVE: Vinculo, Madre, Bebé, Psicosis.

1 INTRODUÇÃO
A importância dada a relação materno-filial é relativamente nova, conforme Badinter (
1985) foi somente após os infanticídios cometidos no séc. XVII e a publicação de
Emilio(Rousseau, 1762) que a população começa a tomar consciência da importância que a
relação materno –filial tem para o desenvolvimento saudável da criança.
Quando se fala em relação materno-filial é possível que para muitos pareça uma ligação
biológica, no entanto, diferentemente do que se acredita, inúmeros estudos comprovam que o
sangue nada tem de especial nesse vinculo, o papel materno além de não ter a necessidade de
surgir de um vínculo biológico, também é dispensável de ser exercido por uma mulher , a mãe
não necessariamente será uma mãe, pode esse papel ser feito pelo pai, avó, tio, tia ou qualquer
pessoaque tenha o desejo pelo bebê. O vínculo entre mãe e bebê se dá a partir do desejo que esta
mantém em relação ao bebê, esse desejo é o cuidado que esta vai dispensar ao bebê, sua atenção
1 Sociedade Educacional de Santa Catarina – SOCIESC. E-mail: anacarolinevega@hotmail.com
para com ele. Nos últimos meses da gravides e os primeiros meses de vida do bebê, a mãe terá
com ele uma relação quase simbiótica que possibilitará a ela perceber as necessidades do filho e
dessa forma se fazer uma mãe suficientemente boa, atendendo a demanda do bebê a mãe trás a
este, pequenos pedaços de mundo e vai aos poucos moldando esse ser, assim como ela, certa vez
também foi moldada.
São os cuidados, o Holding materno que forma um laço do bebê com o mundo, é a mãe
que o ensina as primeiras coisas, que apresenta no brincar, seu corpo, as formas, cores e o mundo
ao seu redor, por isso que ao nos depararmos com uma mãe e seu bebê nos primeiros meses, a
impressão é de que os dois formam uma unidade, esse vínculo é essencial a sobrevivência do
bebê e ao seu desenvolvimento saudável.

2 A MÃE SUFICIENTEMENTE BOA

Para Winnicott (1975) a formação do Self e todas as fases do desenvolvimento infantil tem
estreita ligação com a relação que há entre mãe e filho, é a partir dessa ligação que o bebê se
constitui como sujeito, de acordo com o autor é a mãe suficientemente boa que provém ao filho
os meios necessários para este se desenvolver. Á partir do cuidado que a mãe dedica ao filho é
que é possível a ele fazer a transição de ser totalmente dependente para os próximos estágios de
relativa dependência e posteriormente de autonomia O autor descreve a mãe suficientemente boa
como sendo:
[...] aquela que efetua uma adaptação ativa às necessidades do bebê, uma
adaptação que diminui gradativamente, segundo a crescente capacidade deste em
aquilatar o fracasso da adaptação e em tolerar os resultados da frustração. A mãe
suficientemente boa, como afirmei, começa com uma adaptação quase completa às
necessidades do bebê, e, à medida que o tempo passa, adapta-se cada vez menos
completamente, de modo gradativo, segundo a crescente capacidade do bebê em
lidar com o fracasso dela. (WINNICOTT, 1975, p. 25)

A maturação do indivíduo não apresenta em nenhuma teoria um tempo exato para acontecer,
no entanto, em geral o bebê passa para o segundo estágio por volta dos seis meses, quando passa
a perceber a mãe e o seio materno como algo que não faz parte de si mesmo, é nessa constatação
que o bebê começa a entender a si mesmo como um ser e a mãe como outro, é através da falta da
mãe suficientemente boa que o bebê elabora a si e ao mundo.
A mãe suficientemente boa é aquela que num primeiro momento (fim da gravidez e
primeiros meses de vida do bebê) é capaz de fazer uma ligação muito íntima como bebê, nesse
período a mãe entra em um estado como em uma psicose com seu filho e essa ligação é
necessária, se não imprescindível para o desenvolvimento do bebê. A mãe ocupa esse lugar tão
ligado ao bebê por que é dela que vem todos os cuidados de que o bebê necessita, nesse estado a
mãe sente assim como o bebê como se os dois fizessem parte um do outro e por vezes acredita
que o bebê se comunica com ela e que ela por sua vez o entende perfeitamente.
Apesar dessa ligação ser necessária nos primeiros meses, Winnicott salienta a necessidade
de a mãe diminuir gradativamente tanto seus cuidados como a ligação com o bebê, no entanto
por vezes a mãe não consegue realizar esse corte.

2.1 O desenvolvimento infantil

São inúmeros os trabalhos e pesquisas dedicados ao desenvolvimento infantil, dentro da


psicanalise, Freud foi o precursor desse campo, sendo seguido por inúmeros autores como sua
filha Anna Freud (1895/1982), Melanie Klein ( 1882/1960) dissidente do Freudismo ortodoxo e
fundadora da escola inglesa, entre outros o nome de Donald D. Winnicott (1896/1971)tem
grande peso dentro do estudo do desenvolvimento infantil, bem como da relação mãe-filho,
usaremos as ideias desse autor para explicar a importância da mãe nesse processo.
Segundo Winnicott (1975), o bebê passa por três estágios que são de suma importância para o
seu desenvolvimento, e a mãe é a peça principal nesse quebra-cabeça. Quando nasce o bebê
encontra-se num estado de total e completa dependência do outro, por esse motivo se faz tão
importante os cuidados da mãe (holding), são os cuidados dispensados pela mãe são o primeiro
contato do bebê com o mundo, o toque da mãe, a fala e o carinho que ela dedica ao filho vão as
poucos ajudando na constituição do ego deste, ou seja, é a mãe suficientemente boa, que cuida da
melhor maneira possível o seu bebê que faz com que esse seja capaz de se tornar também um ser.
O bebê nasce em um estado de não integração, ou seja nessa etapa inicial de
desenvolvimento o principal é a presença de uma mãe que se adapte às suas necessidades.
Winnicott inclui entre as “necessidades do ego” tanto os cuidados físicos quanto os psíquicos. A
mãe nesse estágio funciona como um ego auxiliar, é dever dela dar tanto o carinho e atenção
emocional que o bebê necessita, bem como os cuidados físicos, como alimentação e limpeza,
esses cuidados são nomeados segundo a teoria de Winnicott como Holding, no entanto a mãe
suficientemente boa não pode estar imediatamente disponível ao bebê.
A integração é obtida primeiramente a partir da sustentação (Holding) exercida pela mãe,
permitindo a criança que se sinta integrada dentro dela e por outro da atividade mental do bebê.
Chega um período em que a criança consegue adquirir a noção de que ela é diferente do mundo
que a rodeia. Esse momento de diferenciação entre “eu” e “não-eu” pode ser perigoso para o
bebê, pois o exterior pode ser sentido como perseguidor e ameaçador. Essas ameaças são
neutralizadas, dentro do desenvolvimento sadio, pela existência do cuidado amoroso por parte da
mãe.
A personalização, o segundo estágio é definida por Winnicott (1975) como " o sentimento
de que a pessoa de alguém encontra-se no próprio corpo". Após o bebê alcançar os estágios
iniciais e separar a si mesmo do mundo como sendo duas coisas diferentes dá-se início a
Adaptação à realidade nessa etapa a mãe tem o papel de prover a criança com os elementos da
realidade com que irá construir a imagem psíquica do mundo externo. A adaptação absoluta do
meio ao bebê se torna adaptação relativa, através de um delicado processo gradual de falhas em
pequenas doses. No entanto, o bebê pode vivê-lo como quase ótimo, graças a uma parte de sua
personalidade, que procura preencher o vazio entre alucinação e realidade – a mente.
A atividade mental da criança faz com que um meio ambiente suficiente se transforme em
um perfeito, converte o relativo fracasso da adaptação em um sucesso adaptativo. O autor fala
que o que libera a mãe de ser quase perfeita é a compreensão da criança. A mente se desenvolve
através da capacidade de compreender e compensar as falhas; é uma função do ambiente à
medida que ele começa a falhar, é apenas à medida que o ambiente falha que ele começa a existir
para o bebê enquanto realidade.
Portanto, se no início, a tarefa da mãe é adaptar-se de maneira absoluta às necessidades do
bebê, em seguida, será de fundamental importância que ela possa fornecer um fracasso gradual
da adaptação para que a função mental do bebê se desenvolva.

2.3 A psicose
Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorder (DSM), e a CID 10,
Classificação Anual de Doenças a psicose se caracteriza por um corte da relação com a realidade,
o indivíduo com algum distúrbio psicótico apresenta agitação, agressividade, impulsividade e
outras alterações de comportamento, além de alucinação e delírios.
A consciência de si mesmo e do ambiente é distorcida, o paciente é incapaz de discriminar
os estímulos que percebe, em geral o pensamento é desorganizado e incoerente, o que se
evidencia na sua fala, a memória é prejudicada no registro, retenção e recuperação das
lembranças, a orientação, especialmente quanto ao tempo, se mostra prejudicada, seu
comportamento psicomotor pode ser hipo ou hiperativo, e as emoções podem variam de apatia e
depressão a medo e raiva.
As alucinações se caracterizam pela percepção real de um objeto inexistente, ou seja, são
percepções sem um estímulo externo, um objeto alucinado muitas vezes é percebido mais
nitidamente que os objetos reais de fato. As alucinações podem manifestar-se também através de
qualquer um dos cinco sentidos, sendo as mais frequentes as auditivas e visuais.
Sendo as auditivas as mais frequentes, podem aparecer sob forma de sons inespecíficos, tais
como chiados, zumbidos, ruídos de sinos, roncos, assobios, ou vozes, as quais podem ter as mais
variadas características: diálogos entre mais de um interlocutor, comentários sobre atos do
paciente, críticas sobre a pessoa que alucina, podem ainda, por outro lado, proferir injúrias e
difamações, comunicar informações fantásticas, sonorizar o pensamento do próprio paciente ou
de terceiros.

2.4 A relação psicótica

Winnicott (1975) demarcou os estágios aos quais cada ser humano irá passar para de algum
modo atingir a maturidade e mesmo não havendo um tempo exato para cada um desses estágios
serem ultrapassados há de certa forma um “cronograma” seguido. Dentro de toda a teoria
psicanalítica a função da mãe é sempre posta como algo de suma importância no
desenvolvimento saudável do bebê, no entanto da mesma forma como a mãe deve estar presente
e atenta ás necessidades da criança, ao mesmo tempo é imprescindível que ela seja falha e falta, e
a harmonia desses dois extremos é que possibilitará o bom desenvolvimento físico e mental de
seu bebê.
O afeto é essencial na infância, são as atitudes emocionais e o afeto que a mãe dá ao seu
bebê que o orientam no seu trajeto relação construída entre os pais e o bebê não é algo instintivo,
antes mesmo de nascer o bebê já existe no imaginário de seus pais, quando estes não apresentam
nenhum tipo de psicose na sua personalidade o vínculo criado entre eles é em geral facilmente
construído. Nos casos em que as mães possuem alguma característica psicótica, o elo
formado na relação mãe-bebê se apresenta com grande dificuldade, diferentemente da Mãe
suficientemente boa, a mãe psicótica não consegue perceber as necessidades da criança.
A relação entre uma mãe psicótica (transtornos psicóticos, esquizofrênicos,
evoluindo há vários anos) e seu bebê parece marcada pela extrema dificuldade para a
mãe de ver a criança real, pela inversão da relação mãe-criança, a criança procurando
adaptar-se a mãe, o que traz para ambos uma relação de uma angústia intolerável. A
mãe não pode perceber as necessidades e desejos de seu próprio bebê, a quem não pode
reconhecer como um indivíduo separado, donde um comportamento materno
frequentemente inadaptado, incoerente, imprevisível e portanto deficiente, em contraste
com a impressão geral eventual de um ‘belo bebê, sorrindo, comendo bem e não
chorando. ’ (MAZET; STOLERU, 1990, p. 301).
Indivíduos psicóticos são aqueles que sofreram com a falta um ambiente facilitador, e por
isso apresentam sentimentos de desintegração, despersonalização e desrealização, (Winnicott
1965) a mãe com tais características mesmo com o desejo de cuidar de seu bebê cometerá
inúmeras falhas nesse processo e por conseguinte as chances dos filhos apresentarem as mesmas
caraterísticas psicóticas de seus pais se tornam muito maiores. Uma
alternativa para não comprometer o desenvolvimento saudável da criança é que a mãe psicótica
tenha um apoio, esse apoio possibilitara a mãe entender mais facilmente as necessidades do bebê,
como mencionado anteriormente é o vínculo criado entre mãe e filho que possibilitara a mãe
atender as necessidades do filho e em contrapartida facilitará o contato do bebê com o mundo e
formará sua própria personalidade.

3 PESQUISA

Como forma de pesquisa, foram aplicados questionários a profissionais da área de psicologia


clínica que conhecem e utilizam os conceitos abordados nesse artigo. Os mesmos encontram-se
em anexo ao artigo.

Considerações finais

Quanto a relação mãe-bebê concluiu-se que o vínculo criado entre eles é de total necessidade
para o desenvolvimento emocional, físico e mental do bebê, sabe-se desde muito que a mãe ou
quem quer que desempenhe esse papel para o bebê é a primeira ligação do bebê com o mundo
novo que se apresenta a ele.
Verificou-se que o vínculo diferentemente do popularmente difundido não é algo inato e a
maternagem é assim como todas as qualidades humanas aprendida e tem total ligação com a
primeira infância e de que forma o ambiente se fez facilitador para o desenvolvimento.
A psicose é entendida por Winnicott (1978) como uma doença provinda da falha no meio em
facilitar as fases de desenvolvimento e mães que sofreram com essa falha tendem a falhar da
mesma forma com seus filhos. Dessa forma foi possível concluir que a melhor forma de prover
um meio saudável ao desenvolvimento infantil é proporcionar a criança um ambiente que facilite
e atenda suas necessidades.
Visto que na psicose o laço com a realidade e as necessidades alheias são cortados, em casos de
mãe com algum traço psicótico a forma mais comumente utilizada para não cortar o laço
materno-filial e ao mesmo tempo proporcionar um ambiente facilitador a criança é a introdução
de um ego auxiliar nessa relação proporcionando contato e apoio as necessidades do bebê
quando a mãe se torna incapaz, dessa forma é possível propiciar um meio acolhedor e o
desenvolvimento saudável ao bebê.
Referências

WINNICOTT, D. W. Os bebês e suas mães.Trad. de Jefferson Luiz Camargo- São Paulo,


Martins Fontes, 3. ed., 1987.

WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade.Trad. de José Octávio de Aguiar Abreu e Vanede


Nobre Rio de Janeiro: Imago Editora,1975.

WINNICOTT, D. W. Da psiquiatria à psicanálise.Trad. de Jane Russo. Rio de Janeiro.


Francisco Alves Rio de Janeiro: Imago, 1958.

BADINTER, Elisabeth. Um Amor conquistado: o mito do amor materno. Elisabeth Badinter;


tradução de Waltensir Dutra. — Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

ROSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da educação.3. ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.

MAZET, P. -STOLERU, S. Manual de psicopatologia do recem-nascido.Porto Alegre: Artes


Medicas, 1990.

ANEXO 1
Questionário
Nome: Heloisa Marcon

Formação: Psicanalista

Que tipos de pacientes costuma atender?

Os que me procuram.

Já atendeu mães?

Sim.

Qual abordagem utiliza?

Psicanalítica.

Já utilizou os conceitos de Winnicott na prática clínica?

Os conceitos servem para pensar o caso, não para fazer clínica.

Quais?

Objeto transicional e preocupação materna primária são conceitos winnicottianos úteis para
quem atende crianças.

O conceito de " Mãe Suficientemente Boa" é válido?

Sim.

Já utilizou este conceito em atendimento ?

Ele me ajuda a pensar as crianças grandes que são tratadas por suas mães ainda como pequenos
bebês, pois elas não conseguem se adaptar às novas condições de seus filhos que, agora, já
conseguem muitas coisas que antes não conseguiam. Nesse sentido elas não são suficientemente
boas, elas são ou excessivamente boas ou excessivamente más, de qualquer modo,
EXCESSIVAS na relação com seus filhos.

Em algum momento você atendeu uma mãe psicótica?

Não. Mas muitas mães psicotizantes.

Em mães psicóticas a suficiência de alguma forma é deficiente? Como?

É possível, assim como em mães não psicóticas, conforme resposta anterior.

Nesses casos acredita ser importante um apoio nos cuidados maternos?


Isso precisa ser pensado caso a caso.

Mesmo em casos de mães psicóticas é importante a ligação maternofilial?

Sempre é importante.

Podem haver riscos para a criança?

Sempre podem haver riscos!

ANEXO 2

Questionário

Nome: Viviane Giombelli

Formação:Psicóloga - Psicodramatista

Que tipos de pacientes costuma atender? Na clínica atendo adultos e idosos.

Já atendeu mães?Atendi e atendo mães na clínica e num programa de Psicologia Jurídica por 7
anos.

Qual abordagem utiliza? Psicodrama

Já utilizou os conceitos de Winnicott na prática clínica? Não utilizei diretamente.

Quais?

O conceito de " Mãe Suficientemente Boa" é válido? Sim é válido.

Já utilizou este conceito em atendimento ? Já utilizei para entender a situação.

Em algum momento você atendeu uma mãe psicótica? Num estágio extracurricular, em 1998,
acompanhei atendimentos a uma mãe psicótica.

Em mães psicóticas a suficiência de alguma forma é deficiente? Como? Não tenho subsídios
suficientes para responder a esta pergunta.

Nesses casos acredita ser importante um apoio nos cuidados maternos?É importante um
apoio nos cuidados maternos no caso de mãe com diagnóstico de psicose, esquizofrenia,
transtorno de ansiedade, transtorno bipolar e depressão e outras doenças psíquicas.
Mesmo em casos de mães psicóticas é importante a ligação maternofilial? Sim, é importante
para ambos. O exercício do papel de mãe pode auxiliar na estruturação psicológica saudável da
mãe.

Podem haver riscos para a criança? É uma situação que precisa de zelo da família,
acompanhamento médico e psicológico. Saliento que há riscos também para filhos de mães com
outras doenças psíquicas, o que não as impede de exercer a maternidade de forma saudável,
desde que devidamente acompanhadas. Nestes casos é necessário acompanhamento psicológico
da família também.

Você também pode gostar