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“O começo da vida”.

Percebe-se que existe uma certa preocupação por parte de alguns profissionais
referentes ao desenvolvimento dos bebês. Pois constataram, algo diferente do que
pensavam a mais de trinta anos atrás sobre o desenvolvimento dos bebês.
Nos últimos anos descobriram através de estudos que os bebês passam por um
processo de aprendizagem muito rápido no período de zero a três anos, nesta fase
acredita-se que em nenhuma outra faixa etária de sua vida aprenderá com tanta
facilidade como neste período da infância e esses primeiros anos estruturam a vida de
uma pessoa.
Há períodos críticos no desenvolvimento em que as estruturas cerebrais estão
apenas esperando que o ambiente mostre que determinada cultura se apresenta.
Existe uma preocupação da sociedade moderna, psiquiatrias e psicólogias neste
período de vida que se deve principalmente a uma fase crítica do desenvolvimento
cerebral e o desenvolvimento das relações da criança com o mundo que a cerca,
nesses primeiros dias e meses de vida o que estimula o cérebro nada além da
percepção de si mesmo (como é ser eu? Como é ser humano? Esta vido o que é?),
neste exato momento a percepção do mundo e a sua autopercepção está sendo
formada.
É fundamental manter equilíbrio para ele não se frustrar nesta fase, pois pode
trazer serias consequências no seu desenvolvimento. Importante inserir novas
descobertas, proporcionar momentos para adquirir habilidades. O bebê vem ao
mundo com suas tendências e preferências, e nesta podemos aumentar ou delimitar
suas expectativas.
As experiências moldam a estruturação do cérebro, o ambiente tem muito a
contribuir neste aspecto de desenvolvimento, importante proporcionar momentos de
interação e um vínculo de afeto, potencializar suas habilidades e competências. Com
estes cuidados aumenta-se a capacidade do desenvolvimento cerebral e a sua relação
com as pessoas que convivem com este bebê. Este período pode ser decisivo na sua
trajetória de vida.
Os pais são programados geneticamente para a ser pais. Mas em alguns
momentos não parece ser uma tarefa muito fácil. Cada caso é um caso, a diversidade
nos cerca, onde percebe-se que as peculiaridades estão presentes no cotidiano de
cada família.
Quando o psiquiatra fala sobre, “O que significa colocar um filho no mundo?”
Resposta: depende da postura dos pais e da circunstância que acontece.
A partir dos relatos percebe-se que cada família vivencia o momento de uma
forma, desencadeando alegria, afeto, amor e em outras famílias, insegurança, tristeza
e desespero. Enfim, constata-se múltiplas reações no momento que descobrem que
irão se tornar pai e mãe.
A preocupação acontece tanto de forma positiva ou quanto negativa na vida
dos envolvidos na gestação de um bebê. Então, como o ambiente está para receber
este ser nas suas vidas? Às vezes, essa adaptação/transformação é um caso
complicado, mas um complicado que vai um pouco além de confuso nas organizações
das coisas, podendo desencadear nas mães até mesmo um passo para a depressão,
gerando várias turbulências na família. Com isso, sabemos que pode acarretar uma
serie de problemas no que se refere ao desenvolvimento cerebral e ao
desenvolvimento da relação desta criança na sociedade.
A vida do ser humano é composta por ciclos, passa por várias fases, que inicia
desde a sua fecundação. O nascimento é uma transformação radical, no qual o bebê
passa de uma atmosfera líquida para o mundo (ar aqui fora). Com o nascimento de um
bebê surge a possibilidade da identidade, “O surgimento do eu”
O bebê tem a concepção de se tonar um sujeito, para se tornar um “Eu”,
quando ele está dentro da atmosfera líquida, onde acontece os potenciais orgânicos,
pois lá dentro, o bebê sente cheiro, sente gosto, ouve, tem memória, etc. Com o seu
nascimento passa para outra fase, onde ele vem para se tornar um sujeito, e isso
inicia-se a partir do processo de uma relação específica que ele estabelece com quem
cuida dele, isso ocorre para contemplar o”além” do orgânico.
O corte do cordão umbilical ocorre, neste momento o bebê deixa de fazer parte
da mãe para vivenciar no mundo aqui fora, e com isso, ele precisa se virar. Nesta
separação pode surgir um trauma, mas pode acontecer de forma satisfatória este novo
processo, e assim, renascer uma nova reconexão entre eles. Nesta fase surge o vínculo
afetivo com a finalidade de proteger este bebê. A resposta deste vínculo que é o
apego, aprende a construir o amor de modo geral, mas para isso, é preciso que ocorra
a pré-disposição de manter este contato e vínculo. No que depender da criança, este
fenômeno de vínculo/apego sempre terá disponibilidade.
A mãe é a primeira amostra da humanidade, pois ela traz o conforto (colo,
mamada, sono, etc.). Um momento único de conexão e carinho é o momento da
amamentação, grande momento de afeto e apego, por mais que a mãe tem
dor/fissuras e o bebê está saciando sua fome, os dois se realizam nesta troca. Por mais
simples que seja a situação (troca, banho, etc.) é complexa para o cérebro do bebê,
pois ele está aprendendo, todas essas experiências estão sendo integradas pelo o seu
cérebro, e aqui está aprendendo o que ele é, quem está ao seu redor, onde o papel do
adulto é para todo o desenvolvimento do “eu”. Decifrar os desejos corporal e saber
quem ele é.
Reconhece a mãe como parte dele, tudo que ele vivenciou é como experiência
global na mente deste bebê, e, a partir dos seis meses a oito meses começa a
diferenciar ele do outro. Aqui ele se desenvolve saindo do envolvimento com a mãe, e
dá início ao distanciamento ente mãe e bebê. Ele percebe seus movimentos de
reflexão que é a base onde ele vai construir esses movimentos e pouco a pouco ele vê
que se move, começa a explorar sons, colocar dedo na boca, até mesmo os objetos... e
assim vai formando o “eu” no contexto emocional, vai desenvolvendo a linguagem que
começa do zero como gemidos, choros, entre outros. A mãe reconhece como
linguagem e interpreta. Ele começa a prestar atenção nas expressões e nos
movimentos, e assim, observando até formar palavras sofisticadas. Neste processo de
linguagem é fundamental ter a troca entre os pais e bebê, relacionar sua existência
com os adultos para que se encantem um com o outro.
O desejo humano nos define enquanto sujeito e também a nossa singularidade.
Com o desmame o bebê sabe controlar tudo ao seu redor, onde surge a dificuldade
dos pais de lidar com as vontades dos bebês, quando ser flexível e/ou impor limite.
A partir de um ano ele pode ter reconhecido a separada do outro e com dois
anos vai se fortalecendo, utilizam com muita facilidade a palavra NÂO como uma
forma de expressar “que eu não sou você”. Despertando nesta fase, a vontade de se
impor.
Nesta fase é importante a brincadeira, pois através das brincadeiras o bebê vai
se compondo. Nos dois primeiros anos de vida o bebê necessita brincar, precisa da
ação do adulto, depois parte para brincadeiras com objetos e até mesmo com
participação de outras crianças. E assim começa o fenômeno do imaginário,
possibilitando o bebê de imaginar, de criar novas expectativas. O bebê sente-se
pertencente, aumenta sua auto estima e a vida começa fazer sentido para ele.
A convivência com os pais/cuidadores é muito importante, principalmente
nesta fase, cuidar o que falam perto deste ser, sempre oferecer palavras de carinho,
esperança, de crescimento, pois a partir do contador de história dele, cria-se seu
presente e seu futuro. A formação do “ser” é muito importante nesse começo de vida,
proporcionar uma estrutura boa através das relações, pois na relação que se constrói a
identidade do sujeito.

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