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NA PRÁTICA
Á U D I O C U R S O

Material Complementar
Fases de Desenvolvimento
Por Flávia Pereira
Fases de Desenvolvimento das Crianças
Há muitos aspectos no desenvolvimento de uma criança que são previsíveis e são
padrões no seu crescimento. Os dentes crescem, a criança começa a engatinhar,
andar e falar. Há uma ideia de quando é suposto cada etapa acontecer. Essa
sabedoria pode ajudar a perceber quando as coisas estão bem e quando pode estar
ligando um alerta e precisamos estar atentos.

Quando falo do desenvolvimento natural de cada ser humano, falo do desenho da


matriz humana. A natureza NÃO define exatamente quando uma criança irá
começar a andar. No entanto, há de se assegurar certas condições que permitam
que a criança passe com segurança para a fase seguinte.

Observar essa matriz humana acontecer é mágico, não tenhamos pressa! Sinto que
queremos que andem logo, falem, que durmam a noite toda, que tal fase passe e
perdemos a magia de crescer e aprender com cada oportunidade. Uma das bases
da parentalidade consciente e educação com respeito é sabermos o que é natural
de cada idade para não criarmos expectativas irreais sobre os nossos filhos.

No primeiro setênio, podemos observar que a criança se desenvolve por meio do ato
de EXPERIMENTAR, com uma intensa vontade de experimentar o mundo. Esse ato de
conhecer o mundo é feito por meio do movimento. Nessa época a criança age sem
pensar, com o seu instinto e atua, principalmente, com seus braços e pernas.

Nos primeiros sete anos, a criança tem interações iniciais com o mundo que a cerca
e assimila todas as experiências que vivencia. Como ainda não há um senso crítico,
tanto as boas como as más são assimiladas. É como se a criança fosse uma
pequena esponja, pronta para absorver tudo que estiver ao seu redor.

Então, aquele velho ditado “faça o que eu digo e não faça que eu faço” fica sem
base alguma na relação parental, reforçando ainda mais o convite divino que
nossos filhos nos trazem de potencializarmos nossa AUTOEDUCAÇÃO.

Você já notou o quanto uma criança muda fisicamente nos primeiros sete anos da
sua vida? Vamos olhar de perto cada idade.

Atenção! Tudo que coloquei aqui, segui referências que estão no final do ebook e
espero que você use apenas como uma referência mesmo, que te traga calma e
paz, entendimento e compreensão. Isso não é uma caixinha onde você tem que
encaixar seu filho para saber se ele está “normal”, ok?

Sinto que se faz necessário esse alerta!

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por Flávia Pereira
FASES DE DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS

1 ANO

Ah! O PRIMEIRO ANO!


Criança de um ano sabe usufruir os verdadeiros prazeres da vida.
Dependente, por ter nascido prematura em relação aos outros mamíferos, necessita de muito colo, amor,
amparo, comunicação, nutrição.

Seu mundo é a Mãe que está em fusão emocional completa. Curiosa, exploradora por natureza, é muito
agradável estar com ela. Mostra a nós, adultos, como é estar conectado verdadeiramente com suas
necessidades. CHORA e chora, para tudo que precisa e não hesita em pedir NADA! Está coberta de razão.
Choro é comunicação e calar o choro ou ignorá-lo passa a mensagem de que o que ela sente e precisa não
importa. E não existe criança que chore demais ou de menos, cada uma chora o que é necessário para si.
Então, não compare com ninguém. Foque em solução “como posso te ajudar?".

Tem o cérebro na fase que mais aprende na vida!


Quando você estiver prestes a se irritar com uma criança que tem aproximadamente um ano, lembre-se que o
cérebro dele tem milhões de sinapses (conexões de neurônios que são criadas por segundo). Um trabalho
que impõe respeito, visualizar um cérebro em construção pode ajudar você a segurar qualquer impulso
controlador.

Esse bebê é incapaz de seguir regras, muito menos de compreendê-las pela imaturidade do seu cérebro. Ela
não é desobediente, é um ser humano de UM ano.

É nosso papel manter o ambiente seguro, guardar os objetos frágeis no alto para que a criança possa
manipular tudo que estiver ao seu alcance. O "não", não funciona. É muito mais eficiente que você se levante,
se aproxime, e direcione para o que ela PODE fazer. Tente usar a palavra PARE no lugar do NÃO! Aqui, o
que funciona muito bem é você curar sua ferida de infância, quando cresceu ouvindo "não" o tempo todo e
ganhando um tapinha na mão. Agora você sabe que não funciona, só faz a criança se sentir inadequada e
confusa. Coloque a criança perto do que ela pode mexer. Nossa intervenção amorosa vale mais do que
qualquer NÃO.

Ela não compreende a ideia de tempo, futuro, passado. “Nunca mais", "só um minuto, filha” não tem sentido
alguns. Ela está 100% PRESENTE, está no AGORA. Grita, bate quando frustrada, assim como todo “filhote”
até morde, por não ter desenvolvido o seu mecanismo de regulação. É espontâneo o bater. Impeça que
machuque a si ou aos outros, e, nesse momento ensinamos o que faz dodói e mostramos que com a mão
fazemos carinho.

Nunca leve para o lado pessoal!

Tem a memória da Dory. Isso quer dizer que você precisa repetir a mesma coisa INÚMERAS vezes até que
ela consiga associar e aprender. É natural que mexa em tudo para conhecer seu corpo e o mundo. A criança
está muito mais interessada em exercitar suas habilidades do que alcançar o objetivo. Encoraje isso! Onde
ela pode! Eles precisam de movimento, engatinhar, subir, escalar, rolar e babar por onde for com segurança e
amparo.

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FASES DE DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS

2 ANOS

"O Reizinho". A criança nessa idade se vê como o centro do mundo, adicionando a esse poder um forte
sentido de responsabilidade. É como se toda a existência da família dependesse dela. O pequeno REI, "eu”
“meu” quer comandar. O domínio é uma grande felicidade também. Elas descobrem que não são parte do
papai e da mamãe. Por isso querem fazer as coisas do jeito delas! E querem fazer tudo SOZINHAS! Não é
sobre você, é sobre descobrir as próprias potencialidades! Nunca leve para o pessoal.

Mas se organize, comece a se arrumar para sair um tempo antes, quando puder, considere esse tempo
importante para o desenvolvimento das novas habilidades!

Seja colocar o chinelo sozinho ou entrar no carro – no tempo dele. Isso é importantíssimo!

Por volta dessa idade, um pouco mais um pouco menos, as crises neurológicas do desenvolvimento do seu
cérebro se intensificam, e a chamada culturalmente “birra” - rótulo que eu não gosto, muito menos o terrible
two, (mostra como o adulto desconhece o desenvolvimento da criança). Esse é um período de grandes e
intensas mudanças para a criança e para a família. A criança quer manifestar sua independência, mas ainda
se sente insegura ou não consegue, e as crises além de serem no cérebro, também são emocionais.

Frustrações são frequentes e precisam de nós para conduzi-los e ensiná-los a lidar com seu mundo
emocional. Quanto melhor os pais conseguem lidar com as crises emocionais do pequeno, melhor e mais
fácil será a transição e esse momento.

Dizem "não" para tudo que é proposto, além de bater, morder ou empurrar quando estão contrariados. Não
esqueça que ela reage melhor ao toque do que às palavras, então, não adianta gritar do sofá pra ela parar de
bater no cachorro, ela não consegue associar a sua fala à atitude esperada. Muito menos bater nela para
ensinar que ela não deve bater!

Levante, toque nela e mostre o que precisa ou pode ser feito. Quando estiver em crise, mudar de ambiente
ajuda o cérebro dela a se organizar, dentro das suas possibilidades, e assim ambos se acalmam.

Ela precisa da ordem para se entender. Se você todo dia coloca primeiro a calça e depois a blusa, quando
essa ordem for invertida ela vai chorar e reclamar. Em vez de brigar, acolha. "Para você era muito importante
colocar a meia por último, né?" Eles amam nessa idade fazer as coisas junto com os pais, mostre que você o
observa “posso ver que você conseguiu descascar a banana”, “você está descendo da cama, uau”. Siga
colocando valor na habilidade aprendida e no tempo de vocês juntos.

A mágica maior, não menos importante, nessa fase em que ela já dominou a gravidade e corre, precisa
correr, é da sua natureza, é a descoberta da fala. Como todo bebê, independente da nacionalidade, já
balbucia, linguagem universal do bebê, o bebenês é algo que deve ser estimulado. Essa troca “boba” para
muitos adultos é crucial, e tem que ser com humanos, olho no olho, corações conectados para que o bebê
sinta a presença e a conexão com os pais e faça INTERAÇÕES mama e papa.

(Não entra eletrônicos aqui! Busque as recomendações da sociedade brasileira, americana e canadense de
pediatria).
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A linguagem surge em três dimensões: como uma expressão que ocorre no interior do ser humano, do que
ele pensa, sente e quer; como expressão para nomear o mundo, aprendendo o nome de tudo ao seu redor;
e, como expressão social que alcança o outro, faz contato pelo diálogo. Isso se divide em aspecto motor,
fala e o processo sensorial, que é a audição.

Com essa etapa do desenvolvimento é que o pensar começa a se organizar em sua cabecinha (com quase
3 anos, pessoal!) Reforço que a criança aprende por imitação, sejamos todos bons exemplos, o meio em
que eles crescem observando atitudes, gestos, palavras, relacionamento é que educarão esse ser
humaninho que você ama para uma vida!

3 ANOS

De "Birrento" a Humorista. Nessa fase é que seus primeiros atos mentais começam a ser percebidos. A
criança começa a conseguir brincar sozinha, fantasiando em silêncio ou falando consigo mesma. Começam
os medos e as emoções podem ganhar formas na imaginação deles.

Ela consegue perceber poucas coisas de tempo (através dos ritmos) e do espaço através do andar, agora
diante dessas variáveis TEMPO E ESPAÇO ela começará a percepção de si mesma. Começa a surgir a
memória.

Chamamos, na antroposofia, da chegada do Eu. Ela se vê como indivíduo, deixa de se chamar em terceira
pessoa “Ana quer água” e começa a dizer “eu quero Água”. Esta noção de autoconsciência traz novos
desafios: Teimosia e incansável capacidade de dizer "não" (essa potencializada se nos primeiros anos ela
ouviu muito "Não!" no lugar de ser direcionada). É importante que deixemos eles contestarem com seus
“nãos”, lembrando sempre que precisam dos nossos limites pessoais claros, nossa contestação também
para que, assim, se sintam seguros. Limites ajudam a ter percepção de si mesma.

Geralmente são humoristas, gostam muito de brincar, de fazer asneiras, descobrem palavras como xixi,
cocô, cara de pum, e descobrem piadas, mesmo não entendendo o sentido. Gostam de agradar e não são
raras ás vezes que tem amigos imaginários. Começa também a brincar e interagir com outras crianças e
tem super amigos.

A sensação de separação e independência cresce, a identidade desenvolve-se, e, ele saberá manifestar


firmemente. A maioria das crianças ainda precisa da soneca nesta idade, até porque se não descansarem o
suficiente podem ter comportamentos desafiadores.

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4 ANOS

O curioso. Se interessa pelas pessoas, pela vida e pelo mundo, descobre planetas e muitos porquês
aparecem. É aventureiro, tem uma grande imaginação e vê coisas que mais ninguém vê. As capacidades
verbais e de raciocínio se desenvolvem exponencialmente e é possível manter conversas fantásticas com
este pequeno ser que reflete muito sobre o mundo. Amoroso, pode ser a primeira vez que você vai ouvir
tantos “te amo mamãe” “te amo papai” quando se sentem vistos e encorajados. São pequenos filósofos,
“quem é a mãe da mãe de Deus?", "Como começou tudo?"

As emoções têm altos e baixos e, por vezes, a criança não entende bem o que é dela e o que não é. Pode
começar a utilizar e a testar palavras “feias” e a ser mal educada; e, portanto, quanto mais contrariada for,
mais reagirá.

Experimenta criar as próprias regras, reivindica liberdade. Percebe que regras são convenções sociais, e
"alguém criou, vou criar também” e vão lutar por isso. Eu penso que, se no seu propósito como pais está
que deseja que sua criança seja um adulto questionador, que seja proativo, determinado, talvez essa seja
uma boa oportunidade para dar espaço e ouvir e, se possível, ceder. Quando não for possível, bancar a
frustração e acolher o choro, validar a tentativa e explicar o motivo, a razão que te fez escolher por não
permitir. Aqui o conhecido “porque não” não entra! Seja curioso e estimule o pensar “de que maneira
podemos resolver isso juntos?”. Isso evita disputa de poder e faz com que a criança se sinta importante.
“Você tem alguma ideia para solucionarmos isso respeitosamente?”.

A imaginação está a todo vapor, ela percebe que pode manipular e abre espaço para a mentira. E, sem
noção completa da diferença do real e do imaginário, ela fala coisas que são verdade apenas na
imaginação. Insegurança diante disso é normal, mas essa criança não é maldosa, é seu cérebro criativo em
desenvolvimento. Você pode dar asas a imaginação, fantasiar junto e depois fechar a história perguntando
a verdade, ensinando a diferença, a importância da verdade, e tendo consciência que é parte do
desenvolvimento. Saiba que isso pode repetir e repetir. Rss.

Essa mesma imaginação pode levar você a pensar que ela está te enrolando. Mas a criança que sabe
vestir o pijama sozinha, coloca a calça e se distrai com as meias e um brinquedo que encontrou no
caminho, ela está mergulhada no mundo dela. Ela se distrai facilmente mesmo. Ela também não consegue
conter a língua. Então, cuidado com o que fala na frente dela e lembre-se de ser exemplo, que a
possibilidade de ser corrigida e a criança dizendo que não foi assim não que aconteceu, é grande.

Porquês mil precisam de resposta, nem que seja “não sei, o que você acha?” Ou “vamos pesquisar
amanhã?”.

Companheiros incríveis podem começar a ter vergonha e se esconderem. Sabe que o outro tem opinião e
se preocupa com isso. Fiquem atentos aos rótulos! Tudo bem ter vergonha, não quer dar beijo? Ok!
Respeite o corpo da criança, ensine sobre consentimento sempre, “dá oi daqui, então”. Respeito à criança é
um passo importantíssimo para ser respeitado por ela.

Aproveitem lindas aventuras juntos.

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5 ANOS

Os 5 anos geralmente são um tempo de serenidade, há mais segurança e equilíbrio. Começamos a ver uma
pequena pessoa e a criança também se separa dos bebês. É amorosa, responsável e razoável. Começa a
entender certo e errado, mas a lógica não é a dos adultos e precisa de nós para que expliquemos a RAZÃO,
o sentido das regras. Faz queixas, nos devolve exatamente o que dizemos para eles quando menos
esperamos. Prefere brincar com amigos, pensa sobre vida e morte e relação causa e efeito.

O crescimento é nítido.
Começa a pensar antes de falar, entende noções de tempo e espaço! Ontem, hoje, amanhã, passado,
futuro, agora. Essas informações fazem sentido! Entende o outro como ele mesmo e começa a ter mais
empatia, percebendo que os amiguinhos e os pais (se esses permitirem) também sentem medo e angústia.

Aqui, precisamos mostrar todas as emoções das crianças como são, não tem boa e ruim, e todas elas são
passageiras. Aprender o que fazer e como agir com respeito em cada momento. Isso é, como quase tudo,
muito exemplo!

Medos podem aumentar, por começar a entender morte, o escuro, as doenças, o ladrão. “Não precisa ter
medo”, frase tão ouvida por nós para silenciar uma expressão natural do nosso ser, pode ser trocada por
validação. Porque na cabeça dela, os motivos do medo são fortes e reais. "Estou vendo que você está com
muito medo de ficar no quarto. Consegue me dizer o que pode acontecer se você ficar?". Falar sobre o
medo integra os dois lados do cérebro e ajuda lidar com ele. Como também brincar com o medo depois de
validar “é, você está com medo da aranha? Tudo bem ter medo. E se a amoeba cair em cima dela, será que
ela fica presa?”. Se possível, e se a criança entrar na brincadeira, tentem rir disso.

Os relacionamentos com os amigos se tornam super importantes e haverá conflitos como em qualquer um.
Potencialize a fase empática aprendida há pouco, para ensinar sobre compreensão com os erros dos outros
e com o dela, sobre perdão, sobre compartilhar, sobre fazer algo para o outro que o outro goste.
Sobre cuidar dos relacionamentos e amizades por serem importantes para todos nós, é claro, seja exemplo
disso. Lembre: o que você faz, fala tão alto, que eles não escutam o que você diz!

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6 ANOS

O complicador. Aos 6 anos começa uma era mais complicada. O equilíbrio e a harmonia parecem ter
desaparecido e tudo é mais confuso e temos um grande salto no crescimento, onde o próprio corpo pode ser
difícil de dominar. A criança sente uma enorme necessidade de conhecimento do exterior e testa diariamente.
Gosta de ganhar e pode ficar muito aborrecida se não conseguir, as vezes pode parecer que nada serve e que a
solução dos pais traz mais problemas.

Contesta com muita frequência a autoridade dos pais, "Você não manda em mim!". E esse enfrentamento com
essa pessoinha maior, se torna desafiadora porque ela expressa a insatisfação com veemência.
Ao mesmo tempo precisa da aprovação dos pais. Pode mentir para os pais apenas para agradá-los. Quando os
pais perguntam: "Foi você quem fez isso?", não vem à mente responder a verdade. Se achar que você quer
escutar "fui eu!", vai dar essa resposta. Idem para "não fui eu!". Importante ensinar a honestidade e verdade, de
maneira amorosa e sem questionar o caráter!

São só crianças entendendo como o mundo funciona! Apenas seis anos, precisando de alguém que seja
exemplo de respeito e que mostre como podemos nos comunicar com honestidade emocional.

A vontade de ser independente é enorme, ao mesmo tempo que quer pertencer. Questiona tudo. Questiona os
seus valores e os valores dos outros. Alguns complicadores, pode se tornar muito agressivos, outros guardam
essa agressividade no seu interior, sendo super críticos sobre si mesmo. É uma fase crítica no desenvolvimento
da autoestima.

Nessa idade costuma ficar mais criteriosa para provar coisas novas, escolhendo sempre os mesmos alimentos e
sabores. As brigas são mais raras e costumam acontecer quando sente a sua independência ameaçada, por
isso, construir regras juntos e fazer acordos aumenta a colaboração e facilita a vida. Ele precisa sentir que é
considerado e que a sua opinião importa!

Ah, o comportamento fora de casa costuma melhorar muito, sentir que é adequado é importante. E esse desejo
de pertencimento precisa ser cuidado pelos pais, que devem criticar menos e encorajar mais! Não condicione o
seu amor e admiração!

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7 ANOS

O Determinado. Nessa idade há um grande desenvolvimento cerebral, e a criança começa a conseguir


desenvolver planejamento e pensamento mais complexos.

Gosta de fazer planos e é o momento de encorajar que ela organize seu material escolar por conta
própria, para que estimule a concentração e comece a conseguir ficar mais focada. Desenvolve uma
capacidade de resolução de problemas e pensar com lógica. Já pode entender o ponto de vista do
outro.

A maioria dos pedagogos acredita que aos sete anos é a idade ideal para começar o primeiro ano
letivo. Abre-se um mundo novo de aprendizagem, seu cérebro está pronto para isso. Além de adquirir
novos aprendizados é na escola que será o espaço em que ela vai vivenciar os papéis sociais. Papéis
muito bem definidos em sala de aula: o tímido, a falante, o calado, a líder, o bom aluno, a bagunceira.

Começa a compreender maneiras socialmente aceitas de exprimir as emoções. Pode manter as


mudanças de humor drásticas, fica amuado e julga em demasia os outros.

Emoções e mudanças na vida intensificam, natural nessa idade eles seguirem afirmando “eu sou...”
(aqui entra tímido, fracassado, muito bravo, terrível, triste).

Reforce que as emoções são temporárias, que está se sentindo assim agora, e tudo bem, fazem parte
de todos nós, mas que não são permanentes, vêm e vão.

Mostre isso com exemplos da sua vida também, em você também e que estamos em constante
evolução.

Fique atento para que não se cobre muito. Se conecte mostrando interesse pelas coisas que ela gosta
e mergulhe na vida deles.

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8 ANOS

O mágico. O mágico é muito simpático e uma excelente companhia.


Entusiasta e espontâneo, cheio de ideias e fantasias, brinca, ri, explora coisas novas e encontra
soluções. É bastante independente e aberto.

Consegue expressar cada vez melhor suas emoções, pensamentos e experiências.


A sua capacidade de seguir instruções mais complexas aumenta. Desenvolve, muitas vezes, um grande
sentido de moralidade e consegue demonstrar cada vez mais empatia e compaixão. As amizades são
muito importantes, quer parecer com os amigos ou impressionar. Fazer parte de um grupo é importante,
cria clubes secretos. Ganha mais consciência corporal e começa a ter vergonha ou esconder o próprio
corpo.

A capacidade de observar fica muito aguçada, começa a observar o comportamento dos adultos que
são seu referencial na vida: mãe, pai, professor, avós. Por isso, o exemplo dado é tão importante,
sempre. Porque é nesse período que começam a ficar mais evidentes as qualidades, os defeitos, e, as
incoerências dos adultos. É quando a criança questiona por qual motivo as pessoas não fazem o que
falam.

Oito anos marca o início do segundo setênio, além do universo escolar, e com início intenso da vida
social, a criança começa a fase de conversar: começa cada vez mais a ter uma vida interior por meio
das vivências e trocas fora de casa.
Vai percebendo e organizando seus sentimentos, com suas ideias e ações, construindo seus próprios
sentimentos e pensamentos. Tendo muita influência, aqui, pelos professores, que se torna o elo entre
ela e o mundo.
Basta questioná-la para ouvirmos “meu professor disse que é assim, ele sabe”.

Além dos papéis sociais essa criança ainda precisa muito brincar. Atenção na vida moderna!
Precisamos estar atentos aos conteúdos e tempo de telas e nunca esqueça que essa é uma
responsabilidade NOSSA, dos adultos.

É por meio do brincar que ela continua a fazer descobertas sobre ela e sobre o mundo. Através do
brincar ela também vai experimentar os papéis sociais, suas regras, limites, e trabalhar sua imaginação
e criatividade. Bandido, mocinho, vilões. Expressões artísticas e música são muito importantes e quase
esquecidas nos dias de hoje. Fiquem atentos para não encher a crianças de coisas para fazer, como
tarefas extracurriculares e certifique-se que ela tenha tempo livre para brincar, para expressar sua
autonomia criativa. É natural que o mágico de oito anos faça traquinagens e seja arteiro, tenham ideias
mirabolantes, na cabeça desses pequenos inventores. Assim que a criança começa a conhecer a vida,
suas relações e possibilidades, limites e transgressões, o mágico vira rapidinho menino maluquinho.

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9 ANOS

O buscador. Nessa idade a criança está a procura de si, dos amigos, do sentido da vida, do amor, de
carinho, de algo engraçado e interessante para fazer. Queixa-se muito e encontra poucas soluções. É
natural que dos 9 aos 12 anos a criança se sinta mais sozinha, mais sensível. Surgem medos de
diferentes formas, questionamentos sobre morte, sobre as coisas da natureza e DEUS.

Algumas crianças podem também voltar a grudar na mãe ou cuidador, falar com voz de bebê e ter
dificuldade de dormir sozinha. Fica sensível a brigas e desentendimentos familiares.

Nessa época, é comum que a criança desafie as regras e seus próprios limites com mais intensidade. O
ato de desafiar regras e limites deve ser entendido como uma necessidade de encontrá-lo. Para que ela
tenha certeza que os pais e os professores sabem e estão seguros para onde as estão o conduzindo. É
a busca por segurança e coerência.

A autonomia cresce e, se bem encorajada, toma muita iniciativa.


É a idade onde os amigos são muito importantes e a “pressão do grupo" é notória.
A vontade de pertencer a um grupo é grande e há um forte sentido de fidelidade aos amigos.

Os buscadores podem ser bullies e vítimas de bullying.


Começamos a perceber se a criança tem realmente uma autoestima saudável ou não.
Do ponto de vista e emocional está mais equilibrada e lida melhor com os conflitos e as frustrações.
Pode ter grandes mudanças de humor e fica bastante zangada, mas a recuperação é mais simples.
Pode ainda começar a sentir a pressão de ter sucesso e alcançar bons resultados na escola, o que cria
ansiedade.

É entre os 8 e 9 anos que acontece o chamado Rubicão. A criança tem total consciência de que a vida é
finita, que o cachorro que morreu pode tomar dimensões enormes, medo presente e constante que os
pais morram. Alterações no sono são muito comuns nessa época. Medo da perda! E ela está perdendo
algo muito importante mesmo, a sua infância.

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10 ANOS
O amigo. Aos 10 anos provavelmente tem um amigo ao seu lado.
Um amigo responsável e equilibrado. Começa a explorar mais as relações com o sexo oposto e
apaixona-se muito. É um período de harmonia. Quer assumir as suas responsabilidades e pode reagir
contra as imposições dos adultos.

Desenvolve mais o raciocínio e a capacidade de ponderar a relação causa e efeito. Deixa de ver as
coisas tanto no preto no branco percebe que também há cinzento. Ainda gosta de passar tempo com os
pais e aceita algumas orientações, mas pode ter comportamentos mais desafiantes.
Essa pessoa que sempre precisou de você até agora, passa a te ensinar mais coisas, além de tudo que
ele te ensinou sobre você mesmo. Agora vocês já tem um relacionamento mais complexo. Escute
sempre primeiro, reflita sempre como ele está sem sentindo e cuide para não ser condescendente nem
menosprezar o que ele sente.

Ele cresceu, mas ainda quer ser cuidado por você, claro que não deixa isso óbvio. Aqui o apoio dos pais
vale mais do que qualquer elogio. Controles, a essa altura, você já percebeu que afasta o
relacionamento de vocês. É uma das piores fases para usar o “porque sim”. Mantenha a autoridade
empática e responsável da relação e convide-o para fazer parte das soluções, negocie sempre quando
se trata de regras e disciplina. Regras e rotina, limites de telas e aulas extras, mais do que nunca,
precisam ser construída com a participação deles. Você terá aqui no áudio curso todo o conhecimento
que precisa para fazer isso acontecer. Os 10 anos são conhecidos com a idade mais feliz, uma fase
tranquila.

11 ANOS
O Emotivo. Aos 11 anos começa uma nova fase de mudanças. É um período de crescimento mais
rápido. Dão-se grandes mudanças corporais e hormonais, numa preparação para a puberdade. Há
ainda uma grande mudança no ciclo de ensino e, normalmente, de escola. Uma fase escolar com mais
exigência e pressão. É um misto de ansiedade e confusão emocional. Naturalmente, podem ser duras
consigo mesmo e sensíveis às críticas externas. A crítica dos pais ferem profundamente, pontuam com
frequência nossa incongruência, exigem respeito, que pode ser interpretado com rebeldia, quando não
compreendida tende a se isolar. É importantíssimo o apoio dos pais e compreensão com suas
inconstâncias, parecendo maduras para algumas coisas e totalmente imaturas para outras.

É importante que os pais estudem sobre sexualidade desde sempre, para as meninas é conhecimento
que as ajudarão aprenderem e se relacionarem bem com seu corpo na chegada da menstruação.
A capacidade de resolução de problemas aumenta assim como a capacidade de criar novos problemas.
O emotivo pode contemplar as consequências das suas próprias ações e é possível ter conversas sobre
seu comportamento.

Conforme se aproxima da adolescência seu filho pode relutar mais a falar com você sobre experiências
dolorosas. Respeite o espaço dele e siga mostrando interesse. A cada dia que chega, sua presença
começa a ser menos apreciada e você precisa ir se preparando pra isso. Isso é verdade e quanto mais
experiências legais e leves vocês conseguirem construir juntos, algo que marca ou tem o ritual de
vocês, mais ele desejará ficar com vocês nos próximos anos.

Se ainda não o faz, a criança nesta idade deveria estar assumindo a responsabilidade pelas suas
tarefas de rotina, a higiene e os trabalhos de casa. Identifica-se muito pelas aparências físicas e pode
passar muito tempo a arrumar-se. Escolhendo roupas, sapatos certos ou estilo de cabelo mais
apropriado, podem ser momentos de grande tensão.
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12 ANOS
O pequeno adulto! Com o tempo, o emotivo transforma-se no pequeno adulto. Chegamos à primeira
transição da infância para a adolescência. É uma fase cheia de angústias e ansiedade, mas também de
muita potência e transformação criativa. A autora Laura Gutman afirma que é nosso segundo
nascimento, que é o momento em que podemos sair do ninho ou do "controle do discurso materno e
buscar ser quem realmente somos". Porém, segue dependente emocionalmente dessa conexão
familiar. Quer sair e vai sair mais de casa, e, é importantíssimo ter uma base segura, compreensiva,
cheia de amparo que sabe que pode sempre voltar. Essa fase da vida é um teste imenso de sua
autoestima. Incertezas são potencializadas com o crescimentos desproporcional do corpo, braços e
pernas crescem num ritmo diferente do resto do corpo, começa a mudança da voz, da pele, por iniciar
mudanças hormonais.

A criança já não luta contra o mundo ou pelo sentido de pertencimento. A maturidade é impressionante
embora haja momentos em que a infantilização é grande. Desafia com frequência a autoridade e a
opinião dos pais (e professores).
O pensamento se torna mais lógico e o pequeno adulto começa a conseguir pensar em hipóteses,
imaginando possíveis resultados diferentes a partir de certas circunstâncias. Querem justificativas
plausíveis e não se contentam com respostas rasas, tem um pensamento mais abstrato. Lida cada vez
melhor com as suas frustrações mas há momentos em que pode parecer muito impulsivo. Esta
inconsistência faz parte do desenvolvimento de uma identidade separada. O pequeno adulto começa a
dar mais importância aos amigos do que aos pais.

É provável que sinta mais sono, o que é natural, uma vez que necessita de mais sono regenerativo
neste período de grande crescimento. Que na despedida da infância e o começo da adolescência,
busca por autonomia, pensamentos e individualidade, você consiga respeitar os espaços e faça sentir
que terá amparo e porto seguro amoroso na vida dele.

As fases de desenvolvimentos não seguem uma razão lógica, os seres humanos são um universo de
individualidades assim com o meio e as relações que influenciam diretamente no seu
desenvolvimento. Esse material não é uma caixinha para encaixar sua criança, serve apenas para
você ter uma pequena base do que é esperado e natural de casa fase.
Que esse resumo traga mais calma para seu coração.

Ainda sugiro fortemente que vocês estudem o cérebro da criança.


Este e-book ainda está em construção, espero que até o final do nosso encontro eu consiga
terminá-lo e vocês recebam a versão final, ok?

Recomendo os LIVROS:
O Cérebro da Criança clica aqui para comprar
O Cérebro do Adolescente clica aqui para comprar
O Cérebro que Diz Sim clica aqui para comprar

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Referências bibliográficas do ebook:


A Arte de Educar em Família
A Pedagogia Waldorf
O Cérebro da Criança
Já Tentei de Tudo
Meu Filho me Enlouquece
O Cérebro que Diz Sim
Educar com Mindfulness
Material complementar exclusivo

@pais.ajudam.pais
NA PRÁTICA
Á U D I O C U R S O
por Flávia Pereira
Fases do Desenvolvimento Humano
PRIMEIRA INFÂNCIA - 0 aos 6 anos
Quando as crianças se frustram elas demonstram fisicamente suas insatisfações, porque crianças são
corporais. Deixemos de lado esse olhar punitivo que busca incutir culpa num ser que está aprendendo a lidar
com suas emoções e com as normas sociais no mundo. Tudo é novo para ela. Para que ela possa aprender
ela precisa se sentir conectada, e gritando, ameaçando, batendo não ensinamos nada, apenas a temer e a
desconfiar daquele que deveria estar ali para ensinar, sem puní-la por um comportamento esperado da
criança. Somos nós os adultos, que temos nosso neocortex desenvolvido, que temos condições de buscar
alternativas para lidar com essas situações.

Para que um ensinamento seja efetivo, ele sempre virá através do AMOR. Com medo, a criança apenas pára
o seu comportamento, mas não compreende o por quê, e só se sente desencorajada, com a autoestima baixa
e como sempre espera o amor de seus pais ou cuidadores, ela não os deixa de amar mas, sim, vai perdendo
conexão com a sua essência mais pura e verdadeira.

E aqui faço um lembrete: Seres humanos são seres inexatos. Nada é tão fixo ou linear, nenhum
comportamento é permanente, então não se prenda tanto às questões de faixas etárias. Se seu filho tem 2
anos mas está tendo comportamentos característicos de 1 ano, por exemplo, não se apavore, tá tudo bem,
são apenas parâmetros. Não há comportamentos ou atitudes permanentes nem em adultos, muito menos nas
crianças. Não fique preso as tabelas.

Mas então como agir em situações em que a criança bate, morde, empurra, ou joga as coisas? Primeiro
precisamos nos auto observar. O que aquele comportamento do meu filho desperta em mim? Estou calmo
suficiente para intervir, redirecionar, acolher e conversar com minha criança? Esse é o primeiro passo. Se eu
me vejo com raiva fora de controle, se estou envergonhada diante dos olhares das pessoas ao meu redor ou
se estou frustrada, certamente não irei agir com respeito em relação à quem mais importa pra mim e que mais
precisa da minha ajuda e, especialmente, da minha calma naquele momento. Portanto, primeiro acalme-se,
respire, afaste-se se necessário, para recobrar o SEU lado racional. A criança reage, nós adultos podemos
agir.

A segunda coisa é observar os danos: alguém se feriu? Seu filho ou outra criança? Algum objeto foi
danificado? Se sim, primeiro acolhemos quem se machucou e, se no caso foi o nosso filho que mordeu o
amigo, por exemplo, nós o chamamos para juntos resolvermos o problema e, ao fazer isso, nomeamos o que
podemos ver: "Filho, olha, seu amigo ficou machucado, ele está triste, está doendo, por isso ele está
chorando. O que podemos fazer para ajudá-lo?". Muitas vezes a criança pequena oferece um brinquedo,
podemos pedir para passar um gelo, pomada ou algo que possa aliviar a dor do amigo e, assim, ensinamos
não somente a autorresponsabilidade por nossas ações, mas também a solucionar problemas.

Quando uma criança pequena se frustra é nosso papel nomear aquela emoção para que ela reconheça aquilo
que está sentindo, mas não é nosso papel classificar os sentimentos entre bons ou ruins, porque sentimentos
apenas são. Nós fomos acostumados à uma educação tradicional que dizia que amar era bom, e ter raiva, por
exemplo, era ruim.
Material complementar exclusivo

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NA PRÁTICA
Á U D I O C U R S O
por Flávia Pereira
FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Emoções e sentimentos tem origem no nosso lado Yin, mais sensível, logo não há espaço para dicotomias:
todos temos em nós todas as emoções e aceitar, vivenciá-las, é importante e necessário para que não
tenhamos vergonha ou que negligenciemos nosso ser completo. Elas são como ondas, não as negamos,
aceitamos. E se assim mostrarmos para nossos filhos, inclusive as nossas próprias emoções, assim eles
vivenciarão as deles, sem classificá-las, aceitando que elas vem e vão. Claro que aceitar o que sentimos não
significa desconsiderar o que o outro sente, ou simplesmente deixar pra lá, muito pelo contrário, se eu me
permito conhecer e aceitar minhas emoções, eu estarei apto para entender e reconhecer à do outro. Dar
margem com amorosidade e empatia em situações de descontrole neurológico da criança: "Filho, eu entendo
que você está bravo porque seu irmão desmontou seu castelo. Vamos conversar com ele?" ou "Filho, você
está chateado porque eu não permiti que comesse mais um chocolate, porque eu me importo com você e sou
responsável pela sua saúde, e bater na mamãe não pode! Pode bater aqui ó, na almofada!", são exemplos de
como podemos redirecionar, sem interromper as emoções.

Mas e se meu filho é bebê e não fala? Tudo bem, o nosso papel segue sendo o de nomear, redirecionar para
o que ele pode fazer e amá-lo, especialmente quando ele mais precisa do seu amor. Quando uma criança
está reagindo, observe o que aquele comportamento te diz: é sono? Fome? Falta de atenção?

As crianças estão sempre pedindo pelo nosso olhar, pela nossa conexão, afinal ser dependente é a natureza
humana delas. Elas estão em pleno desenvolvimento de suas conexões neurais, e seus neurônios espelho
estão atentos à como nós agimos ou reagimos diante de algo.

Sabe aquela frase que diz: Seja a mudança que quer ver no mundo? Eu a adaptaria para: Aja com seu filho
como você gostaria que tivessem agido com você, e seu filho será a mudança positiva e amorosa no mundo.

Não fique em busca de ferramentas ou manuais do que fazer com seu filho, se isso existisse, todo mundo
seguia um manual e pronto. Mas é aí que reside a maravilha de se criar seres únicos. Ninguém é igual ao seu
filho. Ferramentas podem ser úteis, claro, mas não devem ser vazias, não espere um faça X que acontece Y,
assim como um alfabeto inteiro monta palavras infinitas, é assim com seu filho, não há exatidão.

Mais do que buscar fórmulas mágicas - já adianto que elas não existem - busque informação sim, e
especialmente tenha um olhar atento e curioso para o seu filho, mas a educação passa por você primeiro.

Outro tema do desenvolvimento humano que nos torna vulneráveis é o sono das crianças, a questão de se
estipular uma rotina.

Claro que no início tudo é novidade, e a gente vai se adaptando e dançando conforme a música, mas com o
passar do tempo quanto antes definimos uma rotina, melhor pra nossa sanidade mental, não é mesmo?

Rotina é algo orgânico, vivo, não se trata de rigidez ou horários fixos. Rotina trás previsibilidade, organização
e segurança, tanto para nós mães, quanto para os bebês, ou crianças.

Fugir da rotina, deixar ela "respirar" também é importante, porque como disse anteriormente, a rotina trás um
norte, e não deve ser uma prisão.

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NA PRÁTICA
Á U D I O C U R S O
por Flávia Pereira
FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Ao estarmos atentas, presentes e acolhendo as necessidades dos nossos filhos, ouvindo mais nosso sábio
instinto materno, muito mais que a enxurrada de palpites, nós vamos estabelecendo uma rotina, da melhor
forma que funciona na nossa casa.
Não caia na armadilha de que a fulana fazia assim e assado e dava certo. Pode ser que na sua casa não
funcione, e tudo bem, porque a rotina tem que ser criada como funciona melhor para cada família, respeitando
as particularidades de cada uma delas.
Se você acabou de ter bebê e se pergunta: "Mas eu não tô conseguindo nem tomar banho, como é que eu
vou estabelecer uma rotina?". Calma, respira, se conecta com seus sentimentos, olhe para as suas
necessidades, acolha seus filhos e confie, aos pouquinhos a rotina vai se tornando natural e vai se
estabelecendo.
Respira.
E mantenha em mente que a sua realidade é única, não siga cartilhas mas siga seu coração!

SONO

Mas e quanto ao sono, o que fazer pro meu filho dormir?


A primeira coisa quando a gente pensa em sono dos bebês é: quanto tempo eles dormem? Quanto tempo eu
terei para dormir? De quantas em quantas horas ele vai acordar?

Bom, antes de tudo volto a lembrar: seres humanos não são seres exatos. Não caia nesse papo de
comparação com o filho da amiga que com x idade dormia tantas horas. Outra coisa extremamente
fundamental é: bebês acordam muito, sempre, e é esse o NATURAL. Seu bebê não tem nenhum distúrbio - e
muitos se aproveitam desse momento exaustivo da privação de sono dos pais para venderem fórmulas
mirabolantes de como fazer os bebês dormirem a noite toda. Balela. Isso não existe! Isso se chama
desrespeitar a fase de desenvolvimento humano. E aqui tenho que me delongar - porque há muitos estudos
com base científica - que comprovam: bebês acordam, MUITO. Recém nascidos mais ainda. E por quê isso
acontece? Instinto de sobrevivência? Sim.

Pensa que nós, seres humanos, há milhares de anos vivíamos agrupados, para podermos sobreviver - pois
disputávamos espaço inclusive com animais selvagens, não tínhamos casas separadas. Vivíamos em
comunidade, certo? Pois bem, um bebê que não acordasse para mamar, ter a proximidade e os cuidados do
seu grupo corria sério risco de não sobreviver. E isso está registrado, de forma indelével em nossa carga
cerebral e genética como espécie - em nosso cérebro mais primitivo ou reptiliano. Portanto, sim, os bebês
acordam por instinto de sobrevivência. E é isso que é o esperado, o natural.

Bebês humanos dormiam próximos aos seus cuidadores, necessitavam - e seguem necessitando - de contato
físico, de proteção. Os bebês não ficavam em berços, em quartos separados de seus pais. Isso é uma
estratégia muito recente em termos evolutivos que desconsidera a NECESSIDADE primária e humana de
contato, segurança e afeto.
Resumindo: o que fazer para os bebês recém nascidos ou não dormirem? Bem, esteja próximo, alimente,
ofereça presença emocional, fusione-se com seus bebês, e recalibre as SUAS expectativas. Bebês humanos
acordam muito, você dormirá muito menos do que precisa nesse início, e aceitar o fato será muito menos
danoso do que esperar que aqueles pequenos seres que você pôs no mundo com todo o amor, ajam de uma
maneira anti-natural.

Baixemos as expectativas e, por mais exaustivo que possa parecer, e é, a natureza humana tem sabedoria, e
conforme seus bebês forem se tornando crianças maiores, o tempo de sono vai ampliando e os despertares
vão ficando menos frequentes.
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por Flávia Pereira
FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

BIRRAS

Outra questão do desenvolvimento humano que precisamos entender é a capacidade neurológica das
crianças, e as crises pelas quais TODAS elas passam - e adultos também - a famosa "birra". Eu não gosto
muito desse termo porque na verdade isso é puramente imaturidade do sistema nervoso em pleno
desenvolvimento, e aprendizado de regulação neurológica. Uma vez dito isso, conhecendo o que é normal e
esperado, olhemos para essas crises como oportunidades. A criança não se prende a local, a expectativas,
ela simplesmente é verdadeira com o que sente. Paremos de olhar para as crianças do alto de pedestais
ilusórios achando uma fase natural como algo horrível ou de outro mundo.⁣

Crianças francesas, dinamarquesas, holandesas ou brasileiras fazem "birras" sim, pare de achar que o
problema é você, ou pior, sua criança.⁣

Quando a gente busca uma criação consciente e respeitosa as pessoas imediatamente acham que então as
crianças são todas autoreguladas, comem sem se sujar e não se jogam no chão, afinal, se está sendo criado
num ambiente de respeito mútuo, como assim fazem birras?

⁣ ssa expectativa de uma ferramenta que num passe de mágica vai fazer milagre não existe, todas as
E
crianças vivenciarão suas fases naturais, independente da forma da criação.⁣

DESFRALDE

Outro momento do desenvolvimento das crianças que levanta muitas dúvidas é sobre o desfralde. O desfralde,
assim como andar, é um processo que depende de maturidade cerebral. Fato é que nós pais, muitas vezes,
assumimos uma postura arrogante - muitas vezes sem nos darmos conta disso - de nos acharmos donos de
processos que NÃO são nossos. O desfralde é apenas um deles, e talvez a zona onde há maior desrespeito,
inclusive.

Esse é um momento muito importante no processo autorregulatório de todos os seres humanos. Não é um
processo linear, ele ocorre em média entre 18 meses e se consolida em torno de 5 anos de idade. Até lá, são
naturais situações como escapes ou momentos em que a criança precisa da fralda, como por exemplo, para
dormir. Há crianças que sentem-se mais seguras para fazer cocô na fralda, por exemplo, e ao longo do
processo ela vai sentindo segurança em utilizar o banheiro, de forma natural.

O controle dos esfíncteres acontece NATURALMENTE, e é um processo 100% maturativo. O que isso
significa? Que é um processo que acontecerá naturalmente, sem intervenção, assim como andar, não
depende da nossa vontade, e sim de uma maturidade cerebral, ou seja, cognitiva. Mas só o pilar cognitivo não
basta. Para um desfralde ocorrer de forma respeitosa e consciente, os pilares emocionais e físicos também
tem de estar prontos. Tudo que é feito para interferir nesse processo, que é da CRIANÇA e não do adulto,
além de prejudicial (ainda que não visível ou perceptível) é TREINO. E qual o problema do treino? Bem, seu
filho passa a não ouvir seu próprio corpo e aprender sobre seu controle corporal e, sim, se pauta pelo olhar do
outro. Ela passa a acreditar que o outro sabe mais do seu corpo do que ela própria, e essa é só uma das
muitas formas de violência imperceptível que as crianças sofrem. Além disso, problemas futuros como
infecções urinárias, vaginismo, encoprese, hipertrofia dos músculos da bexiga e muitos outros, decorrem de
problemas iniciados num processo em que o adulto, e não a criança, é protagonista.⁣

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FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

O que se vê por aí na competição descabida de meu filho desfraldou com x idade (e quanto mais novo maior
parece que será a premiação) - é que na GRANDE maioria dos casos (há exceções, obviamente) é que se não
foi a criança que DEIXOU a fralda, então ela foi treinada. Sim, existe treino - o absurdo de ficar levando a
criança de 10 em 10 minutos no banheiro - e recaímos na perda da conexão corporal, e além de todas as
consequências já citadas acima, você terá muito mais trabalho: escapes são naturais mas não constantes, se
isso ocorre, pode ter certeza que a criança não estava pronta.

Precisamos parar de demonizar as fraldas. Fralda não é coisa de bebê, é coisa que até adulto usa, e ela serve
para ser usada enquanto for necessária. Nosso papel é de apoio, não de comandantes.

No Canadá, EUA, e em outros países europeus, há fraldas para crianças maiores de 5 anos, e não é tabu por
lá. Inclusive, os países que usam as fraldas por menos tempo são, justamente, os países subdesenvolvidos,
tanto pelas condições econômicas, quanto pelo escasso conhecimento ainda no assunto.

As crianças têm autonomia e, quando permitimos que ELAS guiem o processo do SEU próprio corpo, em seu
próprio ritmo, quando estiverem cognitiva, fisiológica e EMOCIONALMENTE prontas, elas DEIXARÃO as
fraldas. Sim, a fralda é DEIXADA e não TIRADA! Vocês não imaginam o quanto o processo guiado e
antecipado interfere na vida adulta, em diversos aspectos, não só no fisiológico.

"Mas meu filho já pula com dois pés juntos!" , mas não significa desfralde necessariamente. Sinais são isso,
apenas sinais, não antecipe processos baseados em sinais. Deixem seus filhos guiarem um processo que é só
deles e que nós estejamos ali como observadores e APOIADORES!

CORPO E MOVIMENTO

Crianças são corporais. Movimento é fundamental. Aquela expectativa de que a criança fique quieta, parada, é
irreal. Crianças pequenas não tem controle inibitório para tal, elas necessitam do nosso contorno - quando
envolve risco de vida. Caso contrário crianças precisam para seu desenvolvimento físico, cognitivo e
emocional de mover-se, escalar, pular, correr. É através da exploracão sensorial e corporal que elas
aprendem, e investigam o mundo.

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FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

TEMPO

Crianças não tem noção do tempo, como nós adultos o percebemos. A sequência de dias, horas, a diferença
entre o ontem e o amanhã, por exemplo, começa a ser construída ao longo dos 5 primeiros anos. A criança a
partir de 2 anos, começa a perceber que há uma sequência na sua rotina por exemplo: acorda, depois brinca,
come, cochila, mas não tem percepção da duração, só começa a atentar-se à uma ordem diária.

A partir dos 3 anos passa a perceber que as coisas tem duração diferente: o tempo de comer é diferente do
tempo do banho, por exemplo.

A partir de 4 anos passa a entender que o ontem já passou, e que o amanhã é algo que ainda virá.

A partir dos 5 anos a criança começa a ter maior entendimento sobre os dias sequenciais da semana, a
distinguir os finais de semana, ou a acompanhar uma data no calendário, por exemplo, marca um x no dia do
aniversário e vai acompanhando os dias que antecedem ao momento aguardado.

MUNDO LÚDICO

A imaginação é inata das crianças, e confundir algo imaginado com a realidade é muito comum em torno de 3
anos de idade. Muitos adultos começam a interpretar essa mistura de realidade e fantasia com mentiras.

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