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CONSIDERAÇÕES
Não há fórmula rígidas para se fazer perguntas durante a sessão de T.V.P., pois cada
caso tem uma situação diferente. Aqui estão apenas algumas SUGESTÕES, para
aqueles que estão se iniciando no treinamento desta técnica. Depois, a sequência de
perguntas virá espontaneamente, conforme a prática do terapeuta, que irá
formulando questões para desenvolver o contexto da experiência enquanto se
realiza a regressão. Esta terapia é dinâmica e não se deve esperar muito tempo pela
resposta do paciente, para que ele não tenha tempo de raciocinar ao responder.
I – INDUÇÃO
Geralmente, as técnicas iniciais de indução começam pela respiração. Pede-se ao
cliente para respirar lenta e profundamente, inspirando pelas narinas e expirando pela
boca. Conta-se de 4 a 1 ou 5 a 1 ou 10 a 1, pedindo que a cada movimento respiratório
relaxe-se mais e mais profundamente.
Nem todas as pessoas necessitam de técnicas indutoras. Às vezes, quando se inicia a
contagem dos movimentos respiratórios, o cliente relata que está vendo uma cena ou
sentindo algo.
Neste caso, pergunta-se ao cliente se aquela cena ou sensação (órgano-sensorial) está
associado com VP (Vida Passada).
Se a resposta for positiva, pede-se para que localize a VP associada com a cena ou
sensação.
Se a resposta for negativa, continua-se com a indução a partir da interrupção.
Se a resposta for “não sei”, prossegue-se com a indução dizendo ao cliente que se algo ver,
ouvir ou sentir dali por diante, que ele permita-se saber se está relacionado ou não com VP.
Prossegue-se o relaxamento, sugerindo ao paciente descer uma escadaria muito
bonita (E. Fiore), seguir pelo túnel ou máquina do tempo (Patrick Drouot), deixar-se
levar por uma estrela luminosa, em trem muito confortável, um “guia” aureolado de
luz branca (Dr. E. Pecci), seguir por uma série de belas árvores, etc.
II – REGRESSÃO NO TEMPO
Quando o paciente se encontra bem relaxado, num estado de torpor semelhante ao
que precede o sono, pede-se ao seu inconsciente que viaje pelo tempo, retrocedendo,
regredindo, voltando ao passado (próximo ou remoto), até encontrar o fato
traumático reprimido, que está relacionado com seu problema atual. Conta-se de 4 a
... 1 e diz-se que quando chegar ao 1, ele poderá ver, ouvir, sentir, ou, de alguma
forma captar, fatos de seu passado que envolvem pessoas, lugares, episódios, que
devem ser agora aflorados ao seu consciente. Contar de 4 a 1 e perguntar o que esta
vendo, ouvindo, ou sentindo (VOS) e quais as primeiras palavras que lhe vêm à mente
(Ver Técnica Mista – pág. 73).
INTERVALO ENTRE-VIDAS
Vá para o período entre-vidas, depois de sua morte e perceba como você está. O que
VOS?
O que você sente após a sua morte? Onde está? Que está experimentando?
Procure entender pela lei de causa e efeito, qual seu planejamento para a vida atual,
baseando-se nas experiências vivenciadas nos momentos que precederam a sua morte
(ou no momento mais traumático da vivência) e no espaço entre vidas.
Quais as lições de vida que você tirou desta vivência?
DESPROGRAMAÇÃO
Após a vivência de um trauma dizer ao paciente: “Agora você já está em condições de
se desligar desses acontecimentos. Conscientize-se de que eles pertencem ao passado
e não devem mais trazer influências negativas ao seu presente.”.
Fazer o paciente passar várias vezes pela vivência traumática, até que ela se torne
menos emotiva.
Quando fizer o Retorno, induzir várias vezes o paciente a desprogramar-se de seu
passado negativo utilizando várias frases semelhantes para essa desprogramação.
NASCIMENTO: Agora vá para um período de sua VA, onde você vai vivenciar seu nascimento. O
que VOS?
Qual a relação que você percebe entre essa experiência com a de VP já vivenciada?
O que sua mãe está VOS? O que ela sente ou fala? Quais as emoções dela?
Diga às palavras que lhe vem à mente, que sua mãe está dizendo.
Diga às palavras que você capta à sua volta.
Há mais pessoas presentes? Quem são? O que dizem elas?
Traga as palavras que expressam exatamente o que sua mãe está sentindo antes de
seu nascimento.
Quando a cena do nascimento está difícil de vivenciar, dizer: “Vou contar de 1 a 3 e
você vai conseguir...”.
Se o paciente não está conseguindo vivenciar seu nascimento, sentindo dor e pressão
na cabeça por estar preso ao canal vaginal, o terapeuta puxa a cabeça cautelosamente,
e, diz: “se você fosse dizer algo, o que diria?”. “Pare de me puxar!” Fazê-lo repetir esta
frase cerca de 4 vezes e tirar a mão, perguntando “E agora, o que sente?” Geralmente
o paciente refere que sente alívio.
Há algo mais que você necessite trabalhar em seu nascimento?
III – RETORNO
Fazer o retorno conforme o aprofundamento do relaxamento que foi utilizado: fazer
subir a escada ou voltar pelo túnel, ou pelo trem, ou ser trazido de volta pela estrela,
etc.
Agora você vai retornar para o aqui e agora, apagando todas essas lembranças
traumáticas, afastando-se de todas essas memórias negativas. Afaste de sua mente
todas estas experiências dolorosas aqui vivenciadas, abandone toda a sensação de
desconforto de seu corpo e de sua mente. Desprograme-se de seu passado negativo e
sinta a re-energização do seu corpo. Retorne para: “X” (nome da pessoa), do dia de
hoje (dizer a data), neste local onde estamos fazendo esta sensação. Continue
relaxado, enquanto vai receber algumas programações positivas.
V – FINALIZAÇÃO
Agora, vou contar de 1 a 4 e então você vai abrir os olhos devagarinho, sentindo-se
profundamente bem:
1 ... Sinta-se bem, muito bem, em paz, feliz, radiante...
2 ... Otimista, bem humorado, calmo, sereno, tranquilo...
3 ... Cheio de energias, de vitalidade física e mental para uma vida reformulada e
feliz...
4 ... Mente lúcida, límpida, perfeito equilíbrio emocional e profundamente bem...
Pode ir abrindo os olhos devagar.
Outras opções para terminar a sessão, conforme técnica de Netherton:
Quando você se sentir confortável, abra os olhos lentamente e olhe para mim.
Bater palmas e dizer: abra os olhos lentamente perceba que está aqui neste local, no
dia de hoje (data).
Muito bem. Estamos terminando a nossa sessão e você vai abrir os olhos devagar e
sentir-se aqui, comigo, passando muito bem. Respire profundamente sentindo uma
sensação de serenidade e paz.
Comece a mexer lentamente seus pés, suas mãos, espreguice seu corpo, sentindo uma
sensação de profundo bem estar. Pode abrir os olhos devagar e olhar em torno de
você.
Conecte-se com seu inconsciente, para que ele lhe traga as sensações que você deve
sentir agora, para que ao término da sessão esteja perfeitamente bem, trazendo-lhe
uma revitalização física e mental.
Mentalize um lugar ou paisagem de sua preferência, onde você se sinta muito bem.
Observe a delicadeza dos detalhes, a suavidade do ambiente e procure usufruir dessa
paz interior que este lugar lhe transmite... Continue relaxado... calmo... tranquilo...
(esperar 10 segundos). Agora vou contar de 1 a 3 e você pode abrir os olhos, sentindo-
se perfeitamente bem.
Netherton: algumas vezes, o paciente é muito sensível e vivencia traumas muito
dolorosos e marcantes, principalmente de deficiências físicas ou mentais; após a
sessão, pode-se dizer ao paciente: “Peça ao seu inconsciente para dirigi-lo a algum
lugar do seu passado, onde você possa sentir-se em um corpo perfeitamente saudável
e plenamente feliz”.
PACIENTES RESISTENTES
RESISTÊNCIA, em TVP, como em outras áreas psicoterápicas, é a oposição do paciente
em manifestar seu conteúdo inconsciente, dificultando, assim, o processo terapêutico.
Começam então a faltar ou chegar atrasados à consulta, desinteressar-se pelos seus
problemas, criando numerosos obstáculos em sua vida diária, que segundo eles, os impedem
de continuar a terapia.
A resistência pode ser CONSCIENTE, devido a omissão intencional de informações do
paciente ao terapeuta, em virtude de desconfiança, vergonha, medo ou outro motivo
particular. É preciso, então, estabelecer a empatia, um “bom papo”, uma nova relação médico-
paciente, em suma, o vínculo do paciente com o terapeuta.
A resistência também pode ser INCOSCIENTE, mais difícil de ser trabalhada, pois
reflete mecanismo de defesa contra a revelação do material reprimido no inconsciente, cuja
abordagem o paciente evita insistentemente, pois isto lhe desencadeia ansiedade, angústia,
mal estar. O terapeuta, o auxilia então, orientando-o com uma terapia de apoio, até vencer a
resistência.
Quando o paciente se conscientiza da resistência, com argumentos lógicos, ele é
conduzido a renunciá-los, compreendendo os ganhos que daí resultará.
Outras vezes a resistência resulta de processos de transferência com o terapeuta, de
complexos de culpa, necessidade de punição, carência afetiva, etc.
A resistência pode também ser resultante da inabilidade e insegurança de terapeuta,
que não está devidamente treinado a manipular os recursos técnicos para trabalhar com
pacientes resistentes.
Quando o paciente apresenta dificuldade em estabelecer contato com vivências
anteriores, geralmente está provocando bloqueio, porque algo está refreando o seu
inconsciente, algo que lhe seja profundamente sigiloso ou traumatizante e muito doloroso de
relembrar (estupro, incesto, suicídio, assassinato, traição e outros traumas muito violentos,
como complexo de culpa, necessidade de punição etc.). Às vezes, o paciente prefere fugir à
terapia, de medo de enfrentar os seus profundos segredos. A resistência pode ser apenas
aparente, em algumas situações. Netherton contou no seminário / 86 que teve um cliente que
não conseguia ver, ouvir, nem sentir coisa alguma referindo apenas uma escuridão; o processo
de regressão demonstrou que o cliente estava vivenciando uma situação de ritual na época do
Egito antigo, onde fora encarcerado vivo.
De um modo geral, pode-se considerar como principais FATORES que levam à
resistência, os seguintes:
PSICOLÓGICOS: desinteresse, falta de motivação ou ceticismo pela regressão;
excessiva autocritica , autopunição, autocensura, complexo de culpa, medo de eventos
regressivos; inexistência de vínculo paciente-terapeuta, processos de transferência
paciente-terapeuta; mecanismos de defesa para ocultar algo muito sigiloso reprimido
no inconsciente; benefícios secundários obtidos do problema a ser tratado, etc.
FISIOLÓGICOS: a) Posição, roupa e ambientes desconfortáveis. b) Sentir sono e dormir
durante a regressão. Experiências recentes têm mostrado que ocorre bloqueio de
memória após o sono, devido à liberação de hormônio somatotrofina. A regressão é
dificultada quando realizada logo após o sono. c) Idade física avançada, onde o
paciente tem dificuldade de concentração e estabelecer vínculo com o terapeuta. d)
Doenças orgânicas descompensadas. e) Outras enfermidades ou sintomas: estado
febril em moléstia infecciosa, vontade de urinar ou evacuar, sede, fome, sensação de
plenitude gástrica (após refeição), etc.
EXTRA-FÍSICOS: Interferência de entidade espiritual.
TÉCNICOS: Dificuldades do terapeuta em trabalhar com TVP, por não ter devido
embasamento teórico, prático, treinamento e vivência própria dos processos
regressivos, imprescindíveis para um bom trabalho terapêutico.