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TERAPIA REGRESSIVA A VIVÊNCIAS PASSADAS

SUGESTÕES DE PERGUNTAS AO PACIENTE PARA CONDUZIR A SESSÃO DE TVP

M. Júlia P. Moraes P. Peres


MÉDICA
Rua Maestro Cardim, 887
01323 – S. PAULO – BRASIL

CONSIDERAÇÕES
 Não há fórmula rígidas para se fazer perguntas durante a sessão de T.V.P., pois cada
caso tem uma situação diferente. Aqui estão apenas algumas SUGESTÕES, para
aqueles que estão se iniciando no treinamento desta técnica. Depois, a sequência de
perguntas virá espontaneamente, conforme a prática do terapeuta, que irá
formulando questões para desenvolver o contexto da experiência enquanto se
realiza a regressão. Esta terapia é dinâmica e não se deve esperar muito tempo pela
resposta do paciente, para que ele não tenha tempo de raciocinar ao responder.

I – INDUÇÃO
 Geralmente, as técnicas iniciais de indução começam pela respiração. Pede-se ao
cliente para respirar lenta e profundamente, inspirando pelas narinas e expirando pela
boca. Conta-se de 4 a 1 ou 5 a 1 ou 10 a 1, pedindo que a cada movimento respiratório
relaxe-se mais e mais profundamente.
 Nem todas as pessoas necessitam de técnicas indutoras. Às vezes, quando se inicia a
contagem dos movimentos respiratórios, o cliente relata que está vendo uma cena ou
sentindo algo.
 Neste caso, pergunta-se ao cliente se aquela cena ou sensação (órgano-sensorial) está
associado com VP (Vida Passada).
Se a resposta for positiva, pede-se para que localize a VP associada com a cena ou
sensação.
Se a resposta for negativa, continua-se com a indução a partir da interrupção.
Se a resposta for “não sei”, prossegue-se com a indução dizendo ao cliente que se algo ver,
ouvir ou sentir dali por diante, que ele permita-se saber se está relacionado ou não com VP.
 Prossegue-se o relaxamento, sugerindo ao paciente descer uma escadaria muito
bonita (E. Fiore), seguir pelo túnel ou máquina do tempo (Patrick Drouot), deixar-se
levar por uma estrela luminosa, em trem muito confortável, um “guia” aureolado de
luz branca (Dr. E. Pecci), seguir por uma série de belas árvores, etc.

II – REGRESSÃO NO TEMPO
 Quando o paciente se encontra bem relaxado, num estado de torpor semelhante ao
que precede o sono, pede-se ao seu inconsciente que viaje pelo tempo, retrocedendo,
regredindo, voltando ao passado (próximo ou remoto), até encontrar o fato
traumático reprimido, que está relacionado com seu problema atual. Conta-se de 4 a
... 1 e diz-se que quando chegar ao 1, ele poderá ver, ouvir, sentir, ou, de alguma
forma captar, fatos de seu passado que envolvem pessoas, lugares, episódios, que
devem ser agora aflorados ao seu consciente. Contar de 4 a 1 e perguntar o que esta
vendo, ouvindo, ou sentindo (VOS) e quais as primeiras palavras que lhe vêm à mente
(Ver Técnica Mista – pág. 73).

SUGESTÕES DE PERGUNTAS NO PROCESSO DE VIVÊNCIA


 INÍCIO: Vou contar de 4 a 1; quando eu disser 1, diga a 1ª palavra que lhe vem a
mente. 4 ... Regredindo, voltando ao passado ... 3 – Conectando seu inconsciente com
um fato traumático do seu passado relacionado ao problema com que estamos
trabalhando hoje. 2 – Retrocedendo ... Buscando imagens, sensações, emoções e
trazendo-as para o aqui e agora. 1 – O que VOS? Qual a 1ª palavra que lhe vem à
mente?
 Concentre-se no seu problema e diga a 1ª coisa que lhe vem à mente.
 Vou contar de 1 a 3 e diga-me a 1ª palavra que lhe vem à mente. Vou contar de 1 a 3 e
você vai me dizer a próxima palavra que lhe vem à mente. (1, 2, 3: 1ª palavra “X”).
 Que emoções você sente com isto? Localize esta emoção, como se estivesse
manifestada em seu corpo.
 Localize no seu passado onde “X” está situado.
 O que você está vendo, ouvindo ou sentindo? (VOS)
 Onde você está? O que está experimentando?
 Qual a próxima coisa que lhe vem à mente?
 O que está pensando? O que está sentindo?
 Quando o cliente diz “não sei” (reticente), pedir-lhe que complete a frase em voz alta.
 Sua mente é um repositório de memórias: você pode retornar 10, 20, cem, mil ou mais
anos.
 Deixe aflorar as suas emoções. Permita-se deixar aflorar suas emoções. Deixe que seus
sentimentos se aflorem.
 Você pode gritar, chorar ou fazer o que queira para deixar aflorar suas emoções.
 Quais as palavras q.v.m. após essas emoções? (ou sensações?)
 Quais as palavras q.v.m. de medo, raiva, ódio, mágoa, dor etc. que acompanham essas
sensações?
 Se você pudesse sentir essa dor, medo etc., quais as palavras que você diria? Se
pudesse dizer em palavras o medo, raiva etc., o que você diria?
 Sinta no seu corpo esse medo, raiva, mágoa, dor etc.
 Qual a sensação que você sente no seu corpo, após a ocorrência do fato “X”?
 Qual a próxima coisa que você sente no seu corpo, após a ocorrência do fato “X”?
 Sinta profundamente esta emoção e diga a 1ª palavra que lhe vem à mente.
 Deixe que as ideias lhe aflorem espontaneamente, sem bloqueio, sem censura, sem
constrangimento.
 Dê permissão à sua mente para deixar aflorar o evento traumático relacionado com o
problema que estamos trabalhando hoje.
 O que mais? E depois? E então? Prossiga na cena.
 Que acontece em seguida?
 Vá para o próximo incidente significativo nessa VP.
 Você está me ouvindo?
 Não raciocine, diga simplesmente o que lhe vem à mente.
 Deixe que seu inconsciente prossiga nessa cena.
 Peça ao seu inconsciente que traga as palavras que dirão exatamente onde você está
ou o que está VOS.
 Mover o cliente no tempo, para frente e para trás da cena descrita, para melhor
entendimento do problema.
Ex.: “Regrida um pouco mais, para antes de ocorrer o fato “X” e sinta o que acontece”
“Progrida um pouco mais na cena que envolve o fato “X” e diga-me o que ocorre”.
 Fazer o cliente voltar várias vezes à vivência do fato traumático, para melhor liberar
suas emoções. Ex.: “Vá novamente para o início do episódio “X” e diga o que VOS”. “Vá
para o término do incidente ”X” e diga o que VOS”.
 Quando a pessoa dá respostas como “é inútil”, “não posso”, “não consigo fazer
determinada coisa”, fazê-la repetir a frase, até perder toda a ligação emocional a ela, e
até que possa perceber que se trata de uma referência do passado, (VP, VIU,
Nascimento), que não diz mais respeito ao presente.
 Quando a pessoa diz “não posso”, “não sei”, “não consigo” ver, ouvir ou sentir
determinada cena, usar o seguinte recurso usando tempo verbal no condicional: “Se
você pudesse, o que acha que seria, ou que sentiria, etc.”. “Se você soubesse, como
pensa que seria?”.
“Se você conseguisse, como acha que poderia ser?”. Este recurso é também usado para
pacientes resistentes. Algumas vezes a pessoa está indo para o nascimento ou VIU e ela
está captando as sensações de sua mãe; então, pergunta-se “Quem está dizendo isso?”.
 Se o terapeuta tem dúvida se o que está sendo relatado pelo paciente é uma vivência
desta ou de outra encarnação, deve-se perguntar a ele: “isto está ocorrendo na sua
V.A. ou em V.P.?
 Se você estivesse pensando alto, quais as primeiras palavras que lhe veriam à mente
que expressassem esse medo, raiva, mágoa, dor, etc.?
 Quando o paciente diz uma palavra solta, que não dá conexão com cenas, perguntar:
“Quem está dizendo isso?”
“Pergunte ao seu inconsciente qual a relação entre o que você está dizendo, com seu
problema atual?”
 Quando superpõem-se duas cenas de duas ou mais vidas (por exemplo revolução
francesa e escravidão no Brasil), diz-se ao paciente: “Vou contar de 1 a 3 e você
responderá em qual das cenas quer trabalhar-se, na 1ª ou na 2ª.
 Se o paciente diz “não consigo ver”, dizer-lhe que não precisa ver, que procure
sentir.
 Quando o paciente está em dificuldades de se libertar de uma sensação de dor, de
queimadura, asfixia, etc., dizer “Pergunte ao seu inconsciente o que devemos fazer
para libertá-lo dessa sensação?”.
 Quando o paciente sente uma dor física, pede-se a 1ª palavra que vem dessa dor
física.
 Às vezes, o paciente está vivenciando uma cena em que está caído, desmaiado, na
presença de alguém morto perto dele e ele está recordando o incidente de morte
de outra pessoa. Pergunta-se então: “É você que está morrendo ou é outra
pessoa?” “Se fosse outra pessoa, onde estaria ela: a sua direita ou a sua
esquerda?” O paciente descreve o local.
 Pés: “Como estão seus pés?” “Você pode vê-los?” “Estão calçados ou não?” “Como
é o calçado?”.
 Mãos: “Como são elas, masculinas ou femininas?” “Usa algum adorno ou não?”.
 Roupas: “Como são suas roupas, olhe-as e descreva”.
 Cabelos: “Como são seus cabelos?” (comprimento, cor, penteado, adorno).
 Data: ano, época, estação do ano.
 Temperatura: “Está frio ou quente?” (vento, neve, frio, calor, etc.).
 Nome: Como é seu 1º nome? Como é seu sobrenome? Se o cliente não der o seu
nome, pode-se pedir-lhe que ouça alguém o chamando.
 Localização: cidade (nome), país, episódio, campo, montanha, mar, deserto,
arquitetura, tipo de móveis, etc.
 Outros: “Que idade você tem?” “Você é homem ou mulher?” “Que língua você
fala?” “Você está só ou há mais gente com você?” “Você sente cheiro de alguma
coisa?”.
 Às vezes, o cliente manifesta dúvida na resposta. Ex.: “Onde você está?” “Não sei
se é Chile ou México”. Dizer então: “Vou contar de 1 a 3 e você vai me responder
se é Chile ou México”.
VIVÊNCIAS DE MORTE
 Fazer o paciente vivenciar sempre o momento da morte, pois é geralmente onde estão
os maiores traumas. “Vá para o momento de sua morte nessa VP e vivencie sua
morte”.
 Às vezes o trauma não está na morte propriamente dita, mas num momento
angustiante que precede a morte.
 Pergunte ao seu inconsciente onde começa a ocorrer sua morte física.
 Ao término de cada vivência, perguntar se o cliente tomou alguma decisão de vida ou
formulou algum postulado que se relacione com suas vidas posteriores. Ex.: “Que
emoções você sentiu, ou que pensamentos lhe vieram à mente no momento do transe
da morte?”.
 Se você tivesse que tomar alguma decisão, enquanto vivenciou esse trauma, para ser
mantida para as próximas vidas, qual seria essa decisão?
 Retroceda ao momento de sua morte: quais seus últimos pensamentos antes de
morrer? Qual sua decisão de vida?
 Há alguma coisa que você queira mudar com relação a essa decisão?
 Você pode mudar essas decisões que eliminariam todas as experiências de V.P. Como
você eliminaria?
 Se você pudesse mudar as suas decisões, como faria essa redecisão?
 Associe seus problemas de VP com seus problemas de VA. Qual a relação que você
percebe?
 Perceba, sinta, que decisões você tomou nessa experiência, que estão influenciando
sua vida atual?

INTERVALO ENTRE-VIDAS
 Vá para o período entre-vidas, depois de sua morte e perceba como você está. O que
VOS?
 O que você sente após a sua morte? Onde está? Que está experimentando?
 Procure entender pela lei de causa e efeito, qual seu planejamento para a vida atual,
baseando-se nas experiências vivenciadas nos momentos que precederam a sua morte
(ou no momento mais traumático da vivência) e no espaço entre vidas.
 Quais as lições de vida que você tirou desta vivência?

DESPROGRAMAÇÃO
 Após a vivência de um trauma dizer ao paciente: “Agora você já está em condições de
se desligar desses acontecimentos. Conscientize-se de que eles pertencem ao passado
e não devem mais trazer influências negativas ao seu presente.”.
 Fazer o paciente passar várias vezes pela vivência traumática, até que ela se torne
menos emotiva.
 Quando fizer o Retorno, induzir várias vezes o paciente a desprogramar-se de seu
passado negativo utilizando várias frases semelhantes para essa desprogramação.

VIDA INTRA-UTERINA (VIU)


 VIU: Vá para um período de sua vida atual, em que você se encontra no útero
materno, onde você vai encontrar relações com as experiências de VP já vivenciadas. O
que VOS? Sinta-se como um bebê no abdômen de sua mãe e experencie as sensações
e emoções que ela está sentindo.
 Sinta-se no 1º trimestre de gestação. O que VOS?
 Sinta-se no 2º trimestre de gestação. O que VOS?
 Sinta-se no último trimestre de gestação. O que VOS?
 Localize num período pré-natal qual o medo que sua mãe sentia, de forma mais aguda.
 O que sua mãe está dizendo ou sentindo? Repita estas palavras.
 Se você pudesse ouvir o que sua mãe está pensando, diga as primeiras palavras que
lhe veriam à mente.
 Se a pessoa diz alguma palavra solta, perguntar que está dizendo isso? Se ela falou
com muita emoção, fazê-lo repetir até esgotamento da mesma.
 Há mais alguma coisa que você necessite vivenciar nas experiências de VIU?

NASCIMENTO: Agora vá para um período de sua VA, onde você vai vivenciar seu nascimento. O
que VOS?
 Qual a relação que você percebe entre essa experiência com a de VP já vivenciada?
 O que sua mãe está VOS? O que ela sente ou fala? Quais as emoções dela?
 Diga às palavras que lhe vem à mente, que sua mãe está dizendo.
 Diga às palavras que você capta à sua volta.
 Há mais pessoas presentes? Quem são? O que dizem elas?
 Traga as palavras que expressam exatamente o que sua mãe está sentindo antes de
seu nascimento.
 Quando a cena do nascimento está difícil de vivenciar, dizer: “Vou contar de 1 a 3 e
você vai conseguir...”.
 Se o paciente não está conseguindo vivenciar seu nascimento, sentindo dor e pressão
na cabeça por estar preso ao canal vaginal, o terapeuta puxa a cabeça cautelosamente,
e, diz: “se você fosse dizer algo, o que diria?”. “Pare de me puxar!” Fazê-lo repetir esta
frase cerca de 4 vezes e tirar a mão, perguntando “E agora, o que sente?” Geralmente
o paciente refere que sente alívio.
 Há algo mais que você necessite trabalhar em seu nascimento?

INFÂNCIA: Agora vá para um período de sua VA em algum momento traumático de sua


infância, que se relacione com a experiência de VP vivenciada. O que VOS?
 Que idade aproximada você tem?
 Onde você está? Que está fazendo? Você está só, ou há outras pessoas com você?
(Prosseguir conforme o desenrolar das cenas descritas).
 Há mais algum fato que você necessite trabalhar em relação à sua infância?
 Qual a relação que você faz entre a sua experiência de VP e a que está vivenciando
agora?
 Antes de encerrar a vivência, é conveniente questionar: “Pergunte ao seu inconsciente
se ainda existe alguma coisa a ser trabalhada, vinculada às experiências que você
vivenciou hoje”.
 Quando após a vivência, o paciente está visivelmente angustiado pelas sensações
dolorosas que experimentou, colocar a mão sobre a região em que ele refere a dor e
dizer “Sinta minha mão sobre você e saiba que tudo está bem; até o término da sessão
você estará completamente bem”.

III – RETORNO
 Fazer o retorno conforme o aprofundamento do relaxamento que foi utilizado: fazer
subir a escada ou voltar pelo túnel, ou pelo trem, ou ser trazido de volta pela estrela,
etc.
 Agora você vai retornar para o aqui e agora, apagando todas essas lembranças
traumáticas, afastando-se de todas essas memórias negativas. Afaste de sua mente
todas estas experiências dolorosas aqui vivenciadas, abandone toda a sensação de
desconforto de seu corpo e de sua mente. Desprograme-se de seu passado negativo e
sinta a re-energização do seu corpo. Retorne para: “X” (nome da pessoa), do dia de
hoje (dizer a data), neste local onde estamos fazendo esta sensação. Continue
relaxado, enquanto vai receber algumas programações positivas.

IV – PROGRAMAÇÃO POSITIVA: Sugestões de frases positivas e construtivas.


 Fazer programações positivas, relacionadas ao problema do paciente que foi
trabalhado durante a sessão. Ex.: “Você só vai se deixar influenciar por energias
positivas, quaisquer que sejam: partidas de pessoas, coisas, ambientes ou de você
mesmo...”.
 “Em tudo o que você vai fazer de bom, você o fará com fé, confiança em si mesmo,
seguro do poder infinito que existe em você e de sua profunda energia mental, que
você pode manipular em favor da solução de seus problemas”.
 Você está trabalhando agora e vai trabalhar cada vez mais com você mesmo, para
atingir pleno êxito na meta a que se propôs.
 Você tem condições de encontrar soluções adequadas a todos os seus problemas, com
calma e discernimento.
 Você se defende eficazmente do stress e das tensões do dia a dia...
 Mentalização de um quadro verde ou dar dois minutos para formulação dos
propósitos pessoais, onde o paciente baseado na vivencia da sessão, mentaliza sua
REDECISÃO por uma vida reformulada e feliz.

V – FINALIZAÇÃO
 Agora, vou contar de 1 a 4 e então você vai abrir os olhos devagarinho, sentindo-se
profundamente bem:
1 ... Sinta-se bem, muito bem, em paz, feliz, radiante...
2 ... Otimista, bem humorado, calmo, sereno, tranquilo...
3 ... Cheio de energias, de vitalidade física e mental para uma vida reformulada e
feliz...
4 ... Mente lúcida, límpida, perfeito equilíbrio emocional e profundamente bem...
Pode ir abrindo os olhos devagar.
 Outras opções para terminar a sessão, conforme técnica de Netherton:
 Quando você se sentir confortável, abra os olhos lentamente e olhe para mim.
 Bater palmas e dizer: abra os olhos lentamente perceba que está aqui neste local, no
dia de hoje (data).
 Muito bem. Estamos terminando a nossa sessão e você vai abrir os olhos devagar e
sentir-se aqui, comigo, passando muito bem. Respire profundamente sentindo uma
sensação de serenidade e paz.
 Comece a mexer lentamente seus pés, suas mãos, espreguice seu corpo, sentindo uma
sensação de profundo bem estar. Pode abrir os olhos devagar e olhar em torno de
você.
 Conecte-se com seu inconsciente, para que ele lhe traga as sensações que você deve
sentir agora, para que ao término da sessão esteja perfeitamente bem, trazendo-lhe
uma revitalização física e mental.
 Mentalize um lugar ou paisagem de sua preferência, onde você se sinta muito bem.
Observe a delicadeza dos detalhes, a suavidade do ambiente e procure usufruir dessa
paz interior que este lugar lhe transmite... Continue relaxado... calmo... tranquilo...
(esperar 10 segundos). Agora vou contar de 1 a 3 e você pode abrir os olhos, sentindo-
se perfeitamente bem.
 Netherton: algumas vezes, o paciente é muito sensível e vivencia traumas muito
dolorosos e marcantes, principalmente de deficiências físicas ou mentais; após a
sessão, pode-se dizer ao paciente: “Peça ao seu inconsciente para dirigi-lo a algum
lugar do seu passado, onde você possa sentir-se em um corpo perfeitamente saudável
e plenamente feliz”.

PACIENTES RESISTENTES
RESISTÊNCIA, em TVP, como em outras áreas psicoterápicas, é a oposição do paciente
em manifestar seu conteúdo inconsciente, dificultando, assim, o processo terapêutico.
Começam então a faltar ou chegar atrasados à consulta, desinteressar-se pelos seus
problemas, criando numerosos obstáculos em sua vida diária, que segundo eles, os impedem
de continuar a terapia.
A resistência pode ser CONSCIENTE, devido a omissão intencional de informações do
paciente ao terapeuta, em virtude de desconfiança, vergonha, medo ou outro motivo
particular. É preciso, então, estabelecer a empatia, um “bom papo”, uma nova relação médico-
paciente, em suma, o vínculo do paciente com o terapeuta.
A resistência também pode ser INCOSCIENTE, mais difícil de ser trabalhada, pois
reflete mecanismo de defesa contra a revelação do material reprimido no inconsciente, cuja
abordagem o paciente evita insistentemente, pois isto lhe desencadeia ansiedade, angústia,
mal estar. O terapeuta, o auxilia então, orientando-o com uma terapia de apoio, até vencer a
resistência.
Quando o paciente se conscientiza da resistência, com argumentos lógicos, ele é
conduzido a renunciá-los, compreendendo os ganhos que daí resultará.
Outras vezes a resistência resulta de processos de transferência com o terapeuta, de
complexos de culpa, necessidade de punição, carência afetiva, etc.
A resistência pode também ser resultante da inabilidade e insegurança de terapeuta,
que não está devidamente treinado a manipular os recursos técnicos para trabalhar com
pacientes resistentes.
Quando o paciente apresenta dificuldade em estabelecer contato com vivências
anteriores, geralmente está provocando bloqueio, porque algo está refreando o seu
inconsciente, algo que lhe seja profundamente sigiloso ou traumatizante e muito doloroso de
relembrar (estupro, incesto, suicídio, assassinato, traição e outros traumas muito violentos,
como complexo de culpa, necessidade de punição etc.). Às vezes, o paciente prefere fugir à
terapia, de medo de enfrentar os seus profundos segredos. A resistência pode ser apenas
aparente, em algumas situações. Netherton contou no seminário / 86 que teve um cliente que
não conseguia ver, ouvir, nem sentir coisa alguma referindo apenas uma escuridão; o processo
de regressão demonstrou que o cliente estava vivenciando uma situação de ritual na época do
Egito antigo, onde fora encarcerado vivo.
De um modo geral, pode-se considerar como principais FATORES que levam à
resistência, os seguintes:
 PSICOLÓGICOS: desinteresse, falta de motivação ou ceticismo pela regressão;
excessiva autocritica , autopunição, autocensura, complexo de culpa, medo de eventos
regressivos; inexistência de vínculo paciente-terapeuta, processos de transferência
paciente-terapeuta; mecanismos de defesa para ocultar algo muito sigiloso reprimido
no inconsciente; benefícios secundários obtidos do problema a ser tratado, etc.
 FISIOLÓGICOS: a) Posição, roupa e ambientes desconfortáveis. b) Sentir sono e dormir
durante a regressão. Experiências recentes têm mostrado que ocorre bloqueio de
memória após o sono, devido à liberação de hormônio somatotrofina. A regressão é
dificultada quando realizada logo após o sono. c) Idade física avançada, onde o
paciente tem dificuldade de concentração e estabelecer vínculo com o terapeuta. d)
Doenças orgânicas descompensadas. e) Outras enfermidades ou sintomas: estado
febril em moléstia infecciosa, vontade de urinar ou evacuar, sede, fome, sensação de
plenitude gástrica (após refeição), etc.
 EXTRA-FÍSICOS: Interferência de entidade espiritual.
 TÉCNICOS: Dificuldades do terapeuta em trabalhar com TVP, por não ter devido
embasamento teórico, prático, treinamento e vivência própria dos processos
regressivos, imprescindíveis para um bom trabalho terapêutico.

PROCESSOS PARA TRABALHAR EM TVP COM PACIENTES RESISTENTES


Postura do terapeuta: é importante que ele invista em seu aprimoramento, não só
profissional (teórico-prático), mas também num contato profundamente humano com seu
cliente, pois esta proximidade favorece o vinculo terapêutico e menor possibilidade de que o
paciente apresente resistência e bloqueio a regressão.
a) Mandar o paciente ir para frente e para trás, no tempo, regredir e progredir, até
chegar à vivência de que precisa lembrar e que está sendo bloqueada.
b) Os pacientes cujos problemas não estão sendo facilmente resolvidos devem ser
colocados para fazer suas próprias perguntas. Ao respondê-las, sua experiência está
prestes a se soltar. Ex.: “Pergunte ao seu inconsciente, como devemos orientar as
perguntas desta sessão”.
c) Alguns pacientes resistem a se ajudar a si próprios a nível inconsciente apesar de,
conscientemente, procurarem cooperar. Nestes casos, geralmente há interesse do
paciente em manter o problema não solucionado, ou manter-se ligado a ele, para
suprir carências afetivas, utilizando-se de mecanismos de defesa ou outros processos
emocionais.
d) Há pacientes que manifestam a sua resistência, sentindo vontade premente de urinar,
embora o tenham feito há poucos minutos. Neste caso, interrompe-se a sessão
dizendo-lhe que se coloque em decúbito lateral, sente-se lentamente e assim
permaneça por alguns instantes; depois pede-se-lhe que se levante lentamente e vá
ao banheiro. É conveniente acompanha-lo, apoiando-o pelo braço, pois ainda está em
“estado alterado de consciência”. Ao voltar ao recinto da sessão, ele deve deitar-se e
se dá prosseguimento ao processo, induzindo-o a um rápido relaxamento.
e) Pacientes que apresentam conflito religioso consciente ou subconsciente por ter que
trabalhar com fenômenos de reencarnação.
f) Medo de hipnose, de dormir e não acordar mais, ou de receber ordens absurdas que
sua estrutura moral as impediria de cumprir.
g) Os medos relacionados ao sono geralmente são de paciente que em vidas passadas
foram atacados ou assassinados durante o sono e pensam que a regressão implica em
dormir. Explicar-lhe que a TVP ocorre num processo consciente.
h) Estado de elevada tensão, não conseguindo se concentrar nas palavras do terapeuta,
nem abstrair-se dos ruídos externos ou das suas preocupações cotidianas. O
relaxamento bem feito produz ótimos resultados.
i) Quando o paciente diz “não vejo nada”, dizer-lhe “não precisa ver, sinta!” Quando ele
disser “não posso”, “não consigo” ver, ouvir ou sentir determinada cena, usar o
seguinte recurso: “se você pudesse, o que acha que seria?” “Se você soubesse, como
pensa que seria?” “Se você conseguisse, como seria?”.
j) Se o paciente não está permitindo aflorar as lembranças, contar de 1 a 3 e pedir a 1ª
coisa que lhe vier à mente. Em seguida, contar de 1 a 3 e pedir a próxima coisa que lhe
vier à mente. Pedir-lhe, então, que crie uma estória com as duas palavras e assim vão
se prosseguindo as perguntas, referentes à estória que ele formulou. Geralmente
começa a usar a 3ª pessoa do singular e, de repente, assume a 1ª pessoa e a sessão se
prossegue. Edith Fiore utiliza este recurso com 1 / 3 de seus pacientes.
k) A autocrítica, o medo de se tornar ridículo, de se expor, é também um grande fator de
resistência, principalmente quando se trata de pessoas muito racionais, como a grande
parte de médicos e psicólogos. Neste caso, pergunta-se ao cliente o quanto ele está
aterrorizado ou embaraçado em enfrentar aquela situação. Explicar-lhe que a melhor
maneira de vencer o medo é entrar em contato com ele e ultrapassa-lo. Portanto ele
deve começar a falar da sua preocupação, que inicialmente pode ser aterrorizante,
mas que, posteriormente vai se tornar até interessante.
l) Torwald Dethlefsen utiliza um pequeno aparelho de avaliação reflexo galvânice,
extremamente sensível, para medir a resistência da pele, para identificar bloqueio. Ele
faz várias perguntas dirigidas ao paciente e o aparelho indica pelo reflexo psico-
galvânico da pele, onde se encontra a resistência a nível sensorial, quase sempre de
origem inconsciente.
m) Verificar se a resistência seria resultante da DECISÃO DE VP, onde estaria o “script”:
“falar é perigoso porque implica em morte, tortura, prisão, etc.” Quando se suspeita
desse caso, pergunta-se ao inconsciente do paciente, qual sua DECISÃO de vida
tomada em algum momento muito traumatizante de seu passado.
n) O terapeuta deve ser incisivo em suas colocações, usando o verbo no imperativo para
encaminhar as vivências. Ex.: Vá, sinta, perceba, passe pelo episódio de morte etc.

Com os recursos acima citados, sempre se consegue a regressão do paciente, mesmo


que seja resistente.
Se após cinco tentativas ele continua bloqueado, respeita-se o seu bloqueio, deixando
para trabalha-lo numa próxima sessão, pois pode ocorrer que a lembrança traumática seja tão
forte a ponto de violenta-lo.

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