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Winnicott

“O ambiente não faz o bebê crescer, nem determina o sentido do


crescimento. O ambiente, quando suficientemente bom, possibilita o
processo de maturação”.
A integração é a principal do processo maturativo e faz parte do potencial
herdado do bebê que pode se revelar dependendo da capacidade de
holding da mãe (é necessário que sejam proporcionados); a mae
possibilidade o surgimento de momentos de integração. O holding
representa a continuação, após o nascimento, de toda a provisão
característica do estado pré-natal a mae proporciona. O holding é a
capacidade da mãe de se identificar com o bebê e tudo aquilo que ela faz
por ele.
(Com o surgimento de períodos de integração do ego, gradualmente o
bebê vai dando conta do corpo que habita; ele desenvolve o sentimento
de estar dentro do próprio corpo. Ou seja, chega a existência
psicossomática. Ele começa a perceber o ‘eu’ e o ‘e o não-eu’).
Durante o manejo a mae é responsável por suprir a criança de modo que
se mantenha a fantasia de onipotência e assim possa ocorrer a
personalização.

Integração e holding:
Para realização da tendência à integração necessita-se de bons
determinantes ambientais
Holding materno (sustentação, ego auxiliar) representa a continuidade das
condições pré-natais
Os estados dissociados são esperados, pois a integração é parcial,
incompleta.
Estados dissociados com ameaça de continuidade do ser: ansiedades
intensas, tendências antissociais, estados psicóticos
Estados dissociados sem ameaça de continuidade do ser: capacidade para
o repouso, o relaxamento, estar só, impulsos criativos
Personalização ou Inserção Psicossomática e Manejo:
Integração do ego leva a interrelação dos aspectos da psiquê e do soma,
sentimento de “estar dentro do próprio corpo”
Pode-se dizer que o bebê agora tem uma realidade interna e um esquema
corporal, o corpo se torna a residência do self
Agora estão presentes os mecanismos de introjeção e projeção
Realização ou início das Relações Objetais e a apresentação dos objetos
A partir de agora o exterior se coloca em evidência para o bebê;
O período da Ilusão
O exterior provoca ansiedade persecutória como repúdio do não-eu
A mãe protege o bebê para que ele descubra o ambiente de modo
espontâneo, provocando o sentimento de onipotência. A amamentação é
o primeiro laço com o objeto externo (seio)
Se a mãe é bem sucedida em capacitar o bebê a usar a ilusão, ele estará
preparado para aceitar os momentos de desilusão gradual;
Primeira desilusão é o desmame
Com ela a separação da mãe e a conquista do self autônomo
Processo que possibilita o bebê aprender a lidar com a separação dos
objetos
O self verdadeiro e o falso self
Self verdadeiro: gesto espontâneo e a ideia pessoal (espontaneidade,
criatividade, iniciativa)
A mãe boa permite que o bebê, em sua onipotência, vá ampliando sua
relação com os objetos externos até identificá-los como “realidade
externa” e, por fim, renunciar gradualmente a onipotência.
A mãe não suficientemente boa falha em satisfazer o gesto espontâneo do
bebê, substituindo-o por seu próprio gesto
Processo que leva:
1) a uma fraqueza do self e a estados de isolamento, com repúdio à
invasão ambiental
2) ao falso self: estado de submissão que visa encobrir o self verdadeiro
(imitação, introjeção)
O estádio da preocupação ( de 6 meses a dois anos)
Equivale à posição depressiva de Klein
Com o desenvolvimento emocional o bebê descobre que a mãe-objeto
(possuidora do objeto parcial) e a mãe-ambiente (aquela que adapta-se
às necessidades do bebê, protegendo-o e evitando imprevistos)
correspondem a dois usos diferentes que ele faz da mesma mãe. Surgem,
então, sentimentos de ambivalência e culpa.

Relações Objetais e Objetos Transicionais


Primeira posse “não-eu” da criança,
Caráter de intermediação entre o mundo interno e externo,
Após a “vivência e a desilusão” que o seio materno era parte do seu
próprio corpo, a criança pode escolher um objeto que ela terá o domínio
sobre ele (presença, ausência, carinho, raiva, agressão)
Importante que a criança não o destrua, para que possa dar-lhe um fim
construtivo (simbólico).
Mais uma vez, a mãe deve cuidar de tudo isso.

- ao proporcionar um holding físico e psicológico e um manejo corporal


adequados e ao alimentar a onipotência do bebê, fazendo-o acreditar
estar criando e controlando o mundo, a mae permite que o self verdadeiro
se revele.

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