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Revisão Klein e Winnicott

Melanie Klein
Inicia na psicanálise pela controversa com Anna Freud - análise infantil → criança transfere ou
não?
Anna F. diz que não - não passou pelo complexo de Édipo então não tem como transferir

M. Klein diz que sim - tem um Édipo infantil

M. Klein inventa uma técnica para analisar criança - Técnica Lúdica

O brincar é equivalente a associação livre do adulto

É através da brincadeira que o analista acesso o inconsciente da criança - interpreta a


brincadeira → brincadeira equivale ao sonho do adulto, é a via regea para o inconsciente

Posições
São uma subdivisão da fase oral do Freud.

Fase oral dividida em:

1. Posição esquizo-paranoide

2. Posição depressiva

Posições sempre tem uma forma de relacionar com o objeto e uma ansiedade predominante.

Esquizo-Paranóide
A forma de relacionar com o objeto é esquizo - o bebê cinde o objeto
Relação de objeto é cindida, é objeto parcial - ideia de seio bom, seio mau

Ansiedade predominante é a persecutória/ paranóide - bebê morre de medo do objeto mau


aniquilar seu ego e os objetos bons

Objetos bons e maus se formam por projeção da pulsão de morte (pega a autodestruição e
joga no seio, voltando como agressão) e pulsão de vida (pega a libido e joga no seio, voltando
como algo ideal)

Tarefa do bebê para passar de forma jubilosa para depressiva: internalização de mais objetos
bons do que maus - para diminuir o poder da própria agressão → isso leva a um
desenvolvimento saudável

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Psicopatologia dessa posição

Inveja primitiva: o bebe não quer só estar próximo ao seio bom, ele quer ser o seio bom. Na
impossibilidade de ser ou ter o objeto desejado passo a inveja-lo e a inveja destrói o objeto
desejado

Diferente de ciúmes e voracidade

Inveja: relação dual, predomínio da pulsão de morte

Ciúmes: relação triangular - medo de perda do amor

Voracidade: relação dual, predomínio da pulsão de vida, destruição do objeto não intencional
(acidental)

O contraponto da inveja é a gratidão → para ser grato é preciso aceitar a bondade do


objeto

Posição depressiva
Nunca se passa completamente da posição esquizo-paranóide para depressiva

Relação de objeto: total (mesmo seio que priva é o que gratifica) - criança percebe a
dependência que tem em relação a mãe → cria-se o sentimento de ambivalência - mesmo
objeto que eu amo é o objeto que eu odeio
Ansiedade predominante: desespero depressivo - medo de perda do objeto (bebe ataca a
mãe ambivalentemente amada)

Essa posição abre uma porta para o complexo de Édipo primitivo


O bebê percebe que a mãe tem outros interesses além dele → joga o bebe no triângulo
edipiano levando aos sentimento de ciúmes

Complexo de Édipo primitivo


Bebê dirige amor e ódio às figuras parentais (mesma definição de Freud)
Diferença para o Édipo clássico: é oral e não fálico → agudez da ambivalênica - não tem
clareza de qual genitor é mais ou menos desejado (não tem CE positivo ou negativo), ápice da
ideia de bissexualidade

menina sai da mãe e vai pro pai mas coloca o pai para dentro (pq é fase oral) COMPLETAR
(20 min)

Psicopatologia da posição depressiva


Tríade das defesas maníacas:

Controle: faço o que eu quiser com objeto

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Desprezo: retirar o valor do objeto
Triunfo: sou mais valorado que o objeto
Individuo faz uso dessas defesas, pois morre de medo de perder o objeto

Contraponto da defesa maníaca é a reparação - restituir/recriar o objeto após sua


destruição e colocar elementos novos

É a raiz da criatividade.
Reparação maniaca (não é boa): não reconheço o valor do objeto, reparo mas não
totalmente.

Identificação projetiva
Mecanismo de defesa inventado por Klein
Colocar parte de mim dentro do outro com a finalidade de possuir, lesar ou controlá-lo.

Ego
Para Klein nascemos com ego, é um ego primitivo capaz de fazer mecanismos de defesa.

Winnicott
Tese fundamental

O ser humano tem o potencial inato para desenvolver-se, mas para se


desenvolver é necessário uma condição: o ambiente suficientemente bom

Desenvolvimento Emocional Primitivo


1. Dependência absoluta (fase do não eu)

O bebe é completamente dependente da mãe, nasce fundido - ele não é, o bebê não
existe, o que existe é ele na companhia da mãe, já que está fundido a ela.

Bebe precisa ter um ambiente suficientemente bom para desenvolver-ser.

Preocupação materna primaria → a mãe tem que entrar, ficar e sair - estado pelo qual a
mãe se identifica com o bebê e fornece os cuidados na medida exata, de forma
precisa.

Ela faz o holding → sustenta a existência do bebe através dos cuidados maternos
(processos de maternagem)

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Também faz o handling - manipulação dela no corpo do bebê (importância da hora
do banho) - favorece os processos de personalização do bebe (tenho um corpo,
habito esse corpo e esse corpo esta conectado com meu psíquico)

Mãe também apresenta o objeto ao bebe: através da mãe o bebe é apresentado ao


mundo

Função especular: o bebe se vê através dos olhos da mãe - mãe valida os gestos
espontâneos do bebe

Monotonia: o bebe precisa confiar no ambiente e para isso ele deve ser previsível,
portanto, monótono

Essas funções também estão na relativa, mas são empregadas de forma diferente

2. Dependência relativa (fase do eu)

Mãe começa a falhar - a mudança da absoluta para relativa se dá pela mudança de


comportamento da mãe

As falhas são precisas, ela falha na medida exata que o bebê pode suportar → se ela
falha muito o bebe pode ter a sensação que ela morreu

As falhas são importantes pois: principio da realidade (mãe desilude o bebe), mostra
como o bebe deve agir no mundo (demonstrar suas necessidades)

Bebe que antes estava fundido, gradativamente vai se separando da mãe - quando vai
se separando forma-se um espaço, esse espaço foi chamado de espaço transicional -
esse espaço é preenchido de forma criativa (capacidade de brincar)

Quando o bebe se separa da mãe ele entra em crise, essa crise faz com ele tenha a
necessidade de criar

Primeira forma de criar são os objetos transicionais - atribui ao objeto um outro valor,
o objeto substitui a mãe

Objeto transacionais deve ter começo, meio e fim - se permanecer vira objeto
fetiche e é patológico

3. Rumo à independência

É um ideal teórico e uma conquista sazonal (por isso é rumo à)

Pessoa chega lá quando ela tem o verdadeiro self, capacidade de ficar só, capacidade de
brincar

O funcionamento mental e personalidade decorre da forma pela qual o individuo passa por
essas fases.

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Diferença da brincadeira para M. Klein e Winnicott
→ Para M. Klein o que importa é o conteúdo da brincadeira pois isso que leva ao inconsciente
da criança e é um método de tratamento.

→ Winnicott vê a brincadeira enquanto processo (pq brincamos e como brincamos), para ele
brincadeira é o caminho para saúde mental

Revisão Klein e Winnicott 5

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