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FACULDADE MULTIVIX

PSICOLOGIA MATUTINO
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

AS PRINCIPAIS TEORIAS DE WINNICOT


DONALD WOODS WINNICOTT: PSICANALISTA E PEDIATRA

BRENO DUARTE BERTOLINI


CELECINA MARIA ARAUJO LOPES
GEOVANNA MARTINS DAS GRAÇAS SARTORE
PAULO ROMEU MOREIRA
RIVELINO SANTANA DA SILVA

SERRA
SETEMBRO DE 2023
1. A PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

O desenvolvimento humano envolve o estudo de variáveis emocionais, cognitivas,


sociais e biológicas ao longo da vida. Dessa maneira, combina conhecimentos de
diversas áreas como: biologia, antropologia, sociologia, educação, medicina etc.
Tradicionalmente, o estudo do desenvolvimento humano centrava-se no estudo de
crianças e adolescentes e, ainda hoje, muitos manuais de psicologia do
desenvolvimento tratam apenas desta fase da vida de um indivíduo.

O interesse pelos anos iniciais da vida tem raízes na história da pesquisa científica
sobre o desenvolvimento humano. Esta pesquisa começou com ênfase no cuidado e
na educação infantil, e no conceito de infância como um período específico de
desenvolvimento. Contudo, nas últimas décadas este foco mudou e há um consenso
de que a psicologia do desenvolvimento humano deve focar no desenvolvimento
individual ao longo da vida. Alguns pesquisadores do desenvolvimento humano
concordam que o objeto de estudo são as mudanças que ocorrem no longo da vida
dos indivíduos. À medida que o estudo do desenvolvimento humano se expandiu para
além da infância e da adolescência, a psicologia do desenvolvimento acabou por se
fundir com outras áreas da psicologia, como: a psicologia social, personalidade,
educacional e a cognitiva.

2. O DESENVOLVIMENTO INFANTIL PARA DONALD WINNICOTT

Donald Winnicott foi pediatra e psicanalista. Winnicott foi influenciado pelo


trabalho psicanalítico infantil desenvolvido na época por Anna Freud e Melanie Klein,
e é conhecido por suas contribuições ao campo da teoria do desenvolvimento infantil.
Winnicott diz que, um recém-nascido é um indivíduo extremamente frágil e não há
garantia de sobrevivência de um bebé sem os cuidados adequados de outro adulto.
Assim, aponta Winnicott, que o período do desenvolvimento infantil desde o
nascimento até os 6 meses de idade é a fase da “dependência absoluta”.
3. AS PRINCIPAIS TEORIAS DE WINNICOTT

As principais teorias de Winnicott incluem: A mãe suficientemente boa, que precisa


estar apta para fazer com que o bebê se sinta onipotente; Holding, Handling e
Apresentação de Objetos; o bebê onipotente e a psicose materna; a identificação
entre mãe e bebê; o conceito de verdadeiro e falso self.

3.1. Apresentação do objeto e a união entre o eu e o ambiente

Quando um bebê chora e aceita prontamente o primeiro toque reconfortante ou


refeição para satisfazer sua fome, ele tem a experiência psicológica de criar objetos
para satisfazer seus desejos. Esta ilusão da “onipotência” do bebé reflete a
necessidade de o cuidador prestar atenção aos sinais do bebé (choro, arrotar, bocejar,
defecar, urinar) e responder-lhes rapidamente nas fases iniciais do desenvolvimento
infantil. Satisfazendo constantemente seus desejos e experimentando uma sensação
de onipotência, a criança acredita que é dona de seu ambiente e, portanto, está em
harmonia com o mundo. Durante esse período, a criança experimenta satisfação com
estímulos orais, visuais, auditivos ou proprioceptivos. Por exemplo, alimentá-los,
colocar objetos em suas bocas, dar-lhes brinquedos coloridos ou chocalhos, música
e observar as expressões faciais dos adultos para acalmá-los.

3.2. Holding e Handling

Winnicott enfatizou a importância do “holding’’ (sustentação emocional) e


‘’handling’’ (manejo ou cuidado’’ fornecido pelos pais e cuidadores para o bebê. O
holding corresponde aos momentos em que os cuidadores do bebê devem proteger
dos perigos físicos e emocionais do mundo. Por exemplo, impedir que o bebê leve
objetos perigosos a boca ou ajudar o bebê a engatinhar. Essa interação e crucial para
o desenvolvimento emocional da criança e para a construção de um senso de
segurança.
Já o handling corresponde as experencias do bebê quando é cuidado pelas mãos
do adulto. Por exemplo: trocar o bebê, lhe dar banho, com o objetivo de oferecer um
bem-estar físico a criança.
3.3. Mãe suficientemente boa

Winnicott introduziu o conceito de mãe suficientemente boa para descrever o


papel materno no desenvolvimento saudável da criança. Uma mãe boa significa uma
mãe perfeita? Para Donald Winnicott não significava ser perfeita, mas sim saber
interpretar as necessidades da criança (quando está com fome, sono ou dor). A mãe
suficientemente boa pode falhar, podendo não interpretar corretamente as
necessidades do bebê e, assim, proporcionando pequenas frustrações no dia a dia,
mas também é a base segura para o bebê, acolhendo-o em seu sofrimento.
Durante esse processo o bebê cria seu self, seu ‘’eu’’ separado do mundo externo.
No entanto, a mãe insuficientemente boa pode dificultar o desenvolvimento do self do
bebê. Visto que pode não saber reconhecer as necessidades do bebê, assim,
oferecendo tudo para a criança. Além disso o cuidado pode ser dado por várias
pessoas fazendo com que a criança cresça sem uma referência física ou emocional.
Tudo isso pode atrapalhar o processo da descoberta do self, a noção de que a criança
é separada do mundo.

3.4. O falso self e o verdadeiro self

Ademais destaca-se a distinção entre falso self e verdadeiro self. Winnicott


desenvolveu o conceito de falso self (falso eu), referindo-se a uma personalidade que
a criança desenvolve para atender as expectativas dos outros, muitas vezes suprindo
seu verdadeiro eu. O verdadeiro self (verdadeiro eu), refere-se ao gesto espontâneo
da criança. Sua forma de ser e agir desde o início da vida.

As ideias e teorias de Donald Winnicott são influentes tanto na psicanálise, quanto


em áreas como psicologia, pediatria e educação. Seus conceitos contribuíram para o
campo da psicanálise e do desenvolvimento infantil.
REFERÊNCIAS

CLÍNICA, P. DONALD WINNICOTT: INTRODUÇÃO E PRINCIPAIS CONCEITOS. DISPONÍVEL EM:


<HTTPS://WWW.PSICANALISECLINICA.COM/DONALD-WINNICOTT-INTRODUCAO>.

MOTA, M. E. DA. Psicologia do desenvolvimento: uma perspectiva histórica. Temas

em Psicologia, v. 13, n. 2, p. 105–111, 1 dez. 2005.

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