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Como surgem as emoções na primeira

infância
Quando o bebê nasce a sua forma de comunicação é o choro. Ele chora
por sono, por fome, por incômodos e porque quer contato, carinho e
amor. Por isso digo aos pais, o choro não deve ser algo que incomode,
ele é a forma da criança se manifestar no mundo e ele vai acontecer (nós
querendo ou não). Temos que lembrar que o funcionamento do bebê é
primitivo, então, tudo está em desenvolvimento principalmente o cérebro
da criança em conjunto com suas emoções.

A emoção pode ser “definida como uma condição complexa e


momentânea que surge em experiências de caráter afetivo, provocando
alterações em várias áreas do funcionamento psicológico e fisiológico,
preparando o indivíduo para a ação” (Miguel. K. F. em Atkinson,
Atkinson, Smith, Bem, & Nolen-Hoeksema, 2002; Davis & Lang, 2003;
Frijda, 2008; Gazzaniga & Heatherton, 2005; Levenson, 1999). Ou seja, é
um sentimento subjetivo, no qual ocorre uma alteração fisiológica e um
comportamento manifesto, e assim observamos como a criança sente.

O primeiro contato com esse universo ocorre através das emoções


básicas, que são alegria, raiva, surpresa, medo, aversão e tristeza.
Essas emoções dão o contorno e propiciam o desenvolvimento para as
emoções complexas que são: constrangimento, empatia, inveja. Essas
emoções surgem em torno dos 18 meses aos 24 meses.

As emoções complexas necessitam da criança ter a concepção do eu


interno para senti-las. É quando a criança que a princípio se chama pelo
nome “O Gabriel quer comer” e ela passa a falar “Eu quero comer”, isso
faz com que tenhamos a certeza de que ela sabe que é ela mesma em
primeira pessoa. Ou seja, necessita que o cérebro da criança esteja mais
maduro e mais desenvolvido para que ela sinta essas emoções, exigindo
uma compreensão mais sofisticada do que as emoções básicas que têm
uma base mais biológica, instintiva.

Essas emoções também demandam a autoconsciência, e somente por


volta dos 3 anos as crianças já conseguiram adquirir conhecimento sobre
os padrões, regras e conseguem também avaliar seus próprios
pensamentos, planos, desejos e comportamento com relação àquilo que
é socialmente aceito. Dessa forma, conseguem manifestar as emoções
auto avaliadoras como orgulho, culpa e vergonha.

Quando é que as crianças começam a identificar as emoções nos


outros?
Em torno dos 6 a 7 meses os bebês conseguem distinguir expressões
faciais associadas a diferentes emoções e algumas emoções em si,
como por exemplo eles conseguem diferenciar um rosto feliz de um rosto
triste. Também, se adaptam as emoções dos adultos em seu entorno,
por exemplo quando sorrimos para eles, eles normalmente tendem a
devolver com um sorriso. Ou se estamos tristes e bravos, ele também
pode demonstrar algo com esta emoção.

Os bebês quando estão em um lugar desconhecido tendem a olhar para


a mãe ou para o pai, como forma de buscar pistas que os ajudem a
interpretar essa situação, isto é chamado de referência social, ou seja,
nós impulsionamos nossos pequenos a explorar ou não um ambiente ou
objeto. Se ficamos mais receosos, a tendência é deste bebê interpretar
que aquele ambiente ou objeto não deve ser explorado, tocado.

Por isso a importância de nos colocar abertos e interessados quando


estamos brincando ou estimulando nossas crianças. Concluindo, a
referência social demonstra que os bebês confiam nas emoções dos pais
para ajudá-los a regular seu próprio comportamento.

Vamos pensar? Se eles tão pequenos percebem esses sentimentos,


imagina quando crescem? É de suma importância conversar sobre os
sentimentos, sejam deles ou os nossos também. Ajudá-los a entender
esse universo que é tão difícil, para assim conseguirmos pensar a longo
prazo quando eles forem adultos.

Controle das emoções

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