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FUNDAMENTOS DO DESENVOLVIMENTO

PSICOSSOCIAL- DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL NOS TRÊS PRIMEIROS ANOS

Disciplina de Desenvolvimento Humano 1


Curso de Psicologia
Prof. Waléria - 2016
FUNDAMENTOS DO DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL- DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL
NOS TRÊS PRIMEIROS ANOS

 Embora os bebês tenham padrões comuns de


desenvolvimento, eles também - desde o início - apresentam
personalidades distintas, que refletem tanto influências inatas
como ambientais.

 Desde o nascimento, o desenvolvimento da personalidade se


entrelaça com os relacionamentos sociais
EMOÇÕES
 Reaçõessubjetivas a experiências associadas a
variações fisiológicas e comportamentais.
EMOÇÕES

 Emoções, como tristeza, alegria e medo, são reações subjetivas


a experiências associadas às variações fisiológicas e
comportamentais.

 Todos os seres humanos normais possuem a mesma gama de


emoções, mas as pessoas diferem quanto à frequência com que
sentem uma determinada emoção.

 Os tipos de eventos que podem produzi-la, as manifestações


físicas que apresentam (como variações na frequência
cardíaca) e como agem em consequência disso.
EMOÇÕES
 O padrão característico
das reações emocionais
de uma pessoa começa a
se desenvolver desde
muito cedo e é um
elemento básico da
personalidade.
EMOÇÕES
 As emoções humanas são flexíveis e modificáveis.

 O desenvolvimento cognitivo desempenha um papel


importante na emoção quando os bebês aprendem a
avaliar o significado de uma situação ou de um
evento em seu contexto e aferir o que está
acontecendo segundo expectativas baseadas em
experiências prévias.
PRIMEIROS SINAIS DE EMOÇÃO
 Os recém-nascidos demonstram abertamente quando estão
infelizes.
 Soltam gritos penetrantes, sacodem pernas e braços e
enrijecem o corpo.
 Saber quando estão felizes já é mais difícil.

 Durante o primeiro mês, acalmam-se com o som da voz


humana ou quando são tomados nos braços e podem sorrir
quando mexemos seus braços juntos para brincar.
 No decorrer do tempo, os bebês respondem mais às pessoas
com sorrisos, arrulhos, estendendo os braços e, posteriormente,
indo até elas.
PRIMEIROS SINAIS DE EMOÇÃO
 Esses primeiros sinais ou indícios dos sentimentos dos bebês
são passos importantes no desenvolvimento.
 Quando os bebês querem algo ou precisam de alguma coisa,
choram; quando se sentem sociáveis, sorriem ou riem.
 Quando suas mensagens trazem uma resposta, seu sentimento
de ligação com as outras pessoas cresce. Seu sentimento de
controle sobre seu mundo também cresce quando percebem
que seus gritos trazem ajuda e conforto e que seus risos e
sorrisos provocam risos e sorrisos em retribuição.
 Os bebês tornam-se mais capazes de participar da regulação de
seus estados de excitação e de sua vida emocional.
PRIMEIROS SINAIS DE EMOÇÃO

 No decorrer do tempo, o significado dos sinais emocionais dos


bebês muda. Inicialmente, chorar significa desconforto físico;
posteriormente, isso mais comumente expressa sofrimento
psicológico.
 O sorriso surge de modo espontâneo como expressão de bem-
estar; em torno de 3 a 6 semanas, um sorriso pode demonstrar
prazer no contato social.
 A medida que o tempo passa, os sorrisos e o riso em situações
novas ou incongruentes refletem o crescimento da consciência
cognitiva e da capacidade de lidar com a excitação (Sroufe,
1997).
 Chorar é o mais poderoso - e às
vezes o único - modo que os
bebês possuem de comunicar suas
necessidades
 Sorrir e Rir Os primeiros esboços
de sorriso ocorrem de modo
espontâneo logo após o nascimento,
aparentemente como resultado dos
ciclos alternados de excitação e
relaxamento na atividade do sistema
nervoso.

 Esses sorrisos involuntários costumam


aparecer durante períodos de sono
REM.
SORRIR E RIR
 Eles se tornam menos freqüentes durante os 3 primeiros meses
enquanto o cérebro amadurece (Sroufe, 1997).
 Os primeiros sorrisos em estado alerta podem ser provocados por
sensações suaves, como pequenas sacudidelas ou toques sobre a pele
do bebê.
 Na segunda semana, um bebê pode sorrir sonolentamente depois de
uma refeição.
 Na terceira semana, a maioria dos bebês começa a sorrir quando está
alerta e prestando atenção à voz e ao aceno de cabeça de um adulto.
Com 1 mês, os sorrisos geralmente se tornam mais freqüentes e mais
sociais.
 Durante o segundo mês, à medida que o reconhecimento visual
desenvolve-se, os bebês sorriem mais em resposta a estímulos visuais,
como os rostos que conhecem (Sroufe, 1997; Wolff, 1963).
 Aos 6 meses, dar cabeçadas com o
avô faz Jackson rir.

 O riso em situações incomuns ou


inesperadas reflete o
desenvolvimento da compreensão
cognitiva.
QUANDO SE DESENVOLVEM AS DIVERSAS
EMOÇÕES?
 O surgimento dessas emoções básicas ou fundamentais parece
estar relacionado com o "relógio" biológico de maturação
neurológica.

 As emoções autoconscientes, como constrangimento, empatia e


inveja, surgem somente depois que as crianças desenvolveram
autoconsciência: a compreensão cognitiva de que elas são
seres em funcionamento, separados do resto de seu ambiente.
TEMPERAMENTO
 O temperamento, às vezes definido como nosso modo
característico de lidar com e reagir às pessoas e às situações, é o
como do comportamento: não o que as pessoas fazem, mas de
que forma o fazem.

 Duas crianças pequenas, por exemplo, podem ser igualmente


capazes de se vestir e podem estar igualmente motivadas, mas
talvez uma delas o faça com mais rapidez do que a outra, esteja
mais disposta a vestir uma roupa nova e distraia-se menos se o
gato pular sobre a cama.
PADRÕES DETEMPERAMENTO
 crianças fáceis
 Crianças com um temperamento geralmente feliz, ritmos biológicos
regulares e disposição para aceitar novas experiências.
 crianças difíceis
 Crianças com um temperamento irritadiço, ritmos biológicos irregulares
e respostas emocionais intensas.
 crianças de aquecimento lento
 Crianças cujo temperamento geralmente é tranqüilo, mas que hesitam
para aceitar novas experiências.
 grau de harmonia
 Grau de adequação entre as demandas e os constrangimentos ambientais
e o temperamento de uma criança.
 Quando os pais reconhecem que uma criança age de certa
forma não por teimosia, preguiça, mas basicamente em função
do temperamento inato, ficam menos propensos a se sentirem
culpados, ansiosos ou hostis, ou a serem rígidos ou
impacientes.
 Em vez de encarar o temperamento de uma criança como um
impedimento, eles podem prever suas reações e ajudá-la a se
adaptar.
 Por exemplo, uma criança "difícil" pode precisar de tempo extra
antes de ter que guardar os brinquedos, ou pode exigir uma
cuidadosa preparação especial antes de uma mudança na família.
 Às vezes, tudo o que é preciso é um simples ajuste nas
demandas dos pais (Chess, 1997).
QUAL É O GRAU DE ESTABILIDADE DO
TEMPERAMENTO?
 Já no útero, os fetos demonstram personalidades distintas.
 Possuem diferentes níveis de atividade e frequências cardíacas,
as quais parecem prognosticar diferenças de disposição após o
nascimento (DiPietro, Hodgson, Costigan e Johson, 1996;)
 Ele também tende a ser bastante estável.
 Os recém-nascidos apresentam diferentes padrões de sono,
protesto e atividade, e essas diferenças tendem a persistir em
certa medida (Korner et al., 1985; Korner, 1996).
 O temperamento inicial pode prenunciar a personalidade adulta.
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS SOCIAIS: O BEBÊ NA
FAMÍLIA
 No passado, a pesquisa sobre desenvolvimento psicossocial do bebê
concentrou-se quase exclusivamente em mães e bebês, mas atualmente
os pesquisadores estão estudando os relacionamentos entre bebês e seus
pais, irmãos e outros cuidadores, bem como as características da família
como um todo.

 Observando a família como uma unidade em funcionamento, obtemos


um quadro mais amplo da rede de relacionamentos entre todos os seus
integrantes.

 Não podemos esquecer, portanto, que os padrões de desenvolvimento


psicológico que julgamos naturais podem ter uma base cultural.
QUESTÕES DE DESENVOLVIMENTO NO
PRIMEIRO ANO DE VIDA
 teoria de Erikson,
 Material específico
DESENVOLVENDO OS LAÇOS AFETIVOS - APEGO
 Apego - Ligação recíproca e duradoura entre
o bebê e o cuidador, cada um deles
contribuindo para a qualidade do
relacionamento.

 O apego é um vínculo emocional recíproco e


duradouro entre um bebê e um cuidador,
cada um deles contribuindo para a qualidade
do relacionamento.
 O apego tem valor adaptativo para os bebês,
assegurando que suas necessidades
psicossociais, bem como físicas sejam
atendidas.
DESENVOLVENDO OS LAÇOS AFETIVOS -
APEGO
 Praticamente qualquer atividade por parte do bebê que provoca
uma resposta de um adulto pode ser um comportamento de
busca de apego: sugar, chorar, sorrir, agarrar-se ou olhar nos
olhos do cuidador.
 Já na oitava semana de vida, os bebês dirigem alguns desses
comportamentos mais às mães do que às outras pessoas.
 Essas iniciativas são bem-sucedidas quando a mãe responde
afetuosamente, demonstra prazer e oferece ao bebê contato
físico freqüente e liberdade para explorar (Ainsworth, 1969).
 Os comportamentos de apego variam entre as culturas.
AINSWORTH (1964) DESCREVEU QUATRO ETAPAS
SOBREPOSTAS DE COMPORTAMENTO DE APEGO
DURANTE O PRIMEIRO ANO:
1. Aproximadamente nos dois primeiros meses, os bebês respondem
indiscriminadamente a qualquer pessoa.
2. Aproximadamente da oitava até a décima segunda semana, os bebês
choram, sorriem e balbuciam mais para a mãe do que para qualquer
outra pessoa, mas continuam respondendo aos outros.
3. Aos 6 ou 7 meses, os bebês apresentam um apego bem-definido à mãe.
O medo de estranhos pode aparecer entre 6 e 8 meses.
4. Enquanto isso, os bebês desenvolvem apego por um ou mais membros
da família, como o pai e os irmãos.
 Essa sequência pode variar nas culturas em que os bebês possuem
múltiplos cuidadores desde o nascimento.
ESTUDANDO OS PADRÕES DE
APEGO
 Situação Estranha - Técnica laboratorial utilizada para
estudar o apego.
 A situação estranha consiste de uma seqüência de oito
episódios, o que leva menos de meia hora.

 Nesse período, a mãe deixa o bebê em um ambiente desconhecido


duas vezes, na primeira com um estranho. Na segunda vez, ela
deixa o bebê sozinho, e o estranho retorna antes da mãe. A mãe,
então, encoraja o bebê a explorar e brincar outra vez e oferece
conforto quando o bebê parece necessitá-lo (Ainsworth, Blehar,
Waters e Wall, 1978). De especial interesse é a reação do bebê a
cada vez que a mãe retorna.
A SITUAÇÃO ESTRANHA NA SEQUÊNCIA DE
OITO EPISÓDIOS
 APEGO SEGURO -Padrão de apego em que o bebê chora ou
protesta quando o principal cuidador ausenta-se e ativamente vai em
sua busca quando ele retorna.
 APEGO EVITATIVO - Padrão de apego em que o bebê raramente chora
quando separado do principal cuidador e evita o contato quando ele retorna.
 APEGO AMBIVALENTE, (RESILIENTE) - Padrão de apego em que o
bebê
 fica ansioso antes de o principal cuidador sair, fica extremamente
perturbado durante sua ausência e tanto busca quanto rejeita o contato
quando ele retorna.
 APEGO DESORGANIZADO - DESORIENTADO- Padrão de apego em
que o bebê, depois de ser separado de seu principal cuidador, apresenta
comportamentos contraditórios quando ele retorna.
COMO SE ESTABELECE O APEGO
 Tanto as mães como os bebês contribuem para a segurança do
apego com suas personalidades, com seu comportamento e
com seu modo de responderem um ao outro.
 Muitos estudos demonstram que as mães de bebês e crianças
com apego seguro tendem a ser sensíveis e responsivas
 O temperamento de um bebê pode ter não apenas impacto
direto sobre o apego, como também um impacto indireto
através de seus efeitos sobre os pais.
ANSIEDADE ANTE ESTRANHOS E ANSIEDADE
DE SEPARAÇÃO
 A ansiedade de separação e a ansiedade ante estranhos costumavam
ser consideradas marcos emocionais e cognitivos da segunda metade
do primeiro ano de vida, refletindo o apego à mãe. Novas pesquisas,
entretanto, sugerem que, embora a ansiedade ante estranhos e a
ansiedade de separação sejam muito comuns, não são universais

 ansiedade ante estranhos - Cautela com pessoas e lugares estranhos


demonstrada por alguns bebês durante a segunda metade do primeiro
ano.

 ansiedade de separação - Angústia demonstrada por um bebê


quando um cuidador o deixa.
EFEITOS DO APEGO A LONGO PRAZO
 A teoria do apego propõe que a segurança de apego influencia a
competência emocional, social e cognitiva das crianças (van Ijzendoorn
e Sagi, 1997).
 Quanto mais seguro é o apego da criança a um cuidador, mais fácil
parece ser para a criança posteriormente tornar-se independente daquele
adulto e desenvolver boas relações com os outros.
 O relacionamento entre o apego no primeiro ano de vida e as
características observadas anos depois ressaltam a continuidade do
desenvolvimento e o inter-relacionamento dos diversos aspectos do
desenvolvimento.
 Crianças com apego seguro são mais sociáveis com seus pares e
com adultos desconhecidos do que crianças com apego inseguro
(Elicker, Englund e Sroufe, 1992;
 Segundo o modelo de regulação
mútua, a bem-humorada tentativa
deste bebê de "alimentar" sua mãe
é mais do que apenas uma
brincadeira; é uma forma de
estabelecer uma interação entre
eles.
 Quando a mãe interpreta os
comportamentos de seu bebê de
maneira correta e responde de
maneira adequada, ela o ajuda a
aprender a enviar e receber sinais.
A EMERGÊNCIA DO SENSO DE
IDENTIDADE
 Antes de poderem assumir responsabilidade por suas
próprias atividades, as crianças devem identificar-se
cognitivamente como pessoas fisicamente distintas
separadas do resto do mundo cujas características e cujos
comportamento podem ser descritos e avaliados.

 A autoconsciência é o primeiro passo para o


desenvolvimento de padrões de comportamento: permite
que as crianças compreendam que a resposta de um dos
pais a algo que elas fizeram se dirige a elas, e não ao ato
em si.
 1. Auto-reconhecimento físico e autoconsciência: As crianças
pequenas se reconhecem em espelhos ou fotografias com 18 a 24 meses,
demonstrando consciência de si mesmas como seres fisicamente distintos.
 2. Autodescrição e auto-avaliação: Depois que possuem um conceito
de si mesmas como seres distintos, as crianças começam a aplicar termos
descritivos ("grande" ou "pequeno"; cabelo liso" ou "cabelo crespo") e de
avaliação ("bom", "bonito" ou "malvado") a si mesmas. Isso costuma
ocorrer entre os 19 e 30 meses, quando a capacidade representacional e o
vocabulário expandem-se.
 3. Resposta emocional a más ações: A terceira etapa chega quando as
crianças demonstram que se aborrecem com a desaprovação de um dos pais
e param de fazer algo que não devem fazer - pelo menos enquanto estão
sendo vigiadas. Essa etapa, que estabelece as bases para a compreensão
moral e para o desenvolvimento da consciência, ocorre mais gradualmente
do que a segunda etapa, e existe certa sobreposição entre as duas.
 Diane
E. Papalia, Sally W. Olds & Ruth D.
Feldman - Desenvolvimento Humano

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