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Como se formam a personalidade e as emoções na criança

Desde o nascimento, o desenvolvimento da personalidade se entrelaça com os


relacionamentos sociais (ver Tabela 6-1).

Emoções

Emoções, como tristeza, alegria e medo, são reações subjetivas a experiências associa- das às
variações fisiológicas e comportamentais. Todos os seres humanos normais possuem a mesma
gama de emoções, mas as pessoas diferem quanto à freqüência com que sentem uma
determinada emoção, os tipos de eventos que podem produzi-la, as manifestações físicas que
apresentam (como variações na freqüência cardíaca) e como agem em conseqüência disso. O
padrão característico das reações emocionais de uma pessoa começa a se desenvolver desde
muito cedo e é um elemento básico da personalidade.
Sob uma perspectiva etológica, as emoções desempenham diversas funções importantes para
a sobrevivência e o bem-estar humanos. Uma é comunicar a condição interna da pessoa aos
outros e provocar uma resposta. Essa função comunicativa é crucial para os bebês, que
dependem dos adultos para satisfazer suas necessidades básicas. Uma segunda função é
orientar e regular o comportamento - função que durante a primeira infância começa a ser
transferida do cuidador para a criança. Emoções como medo e surpresa mobilizam a ação em
emergências. Outras emoções, como interesse e excitação, promovem a exploração do
ambiente, o que pode trazer um aprendizado útil na proteção ou sustentação da vida.
As emoções humanas são flexíveis e modificáveis. O desenvolvimento cognitivo desempenha
um papel importante na emoção quando os bebês aprendem a avaliar o significado de uma
situação ou de um evento em seu contexto e aferir o que está acontecendo segundo
expectativas baseadas em experiências prévias. O medo de Melissa, de 8 meses, de um
estranho que tenta tomá-la nos braços envolve a memória para rostos, a capacidade de
comparar a aparência do estranho com a da mãe e talvez a recordação de situações em que
teve contato com um estranho. Se Melissa tiver a chance de se acostumar com o estranho
gradativamente em um ambiente familiar, é possível que não demonstre uma reação negativa
(Lewis, 1997; Sroufe, 1997).
Primeiros Sinais de Emoção
Os bebes expressam suas emoções através do choro e do sorriso. O choro tem 4 padrões:
fome, raiva, dor e frustração.
Quando se Desenvolvem as Diversas Emoções?
o processo de desenvolvimento emocional é um processo ordenado. As emoções não surgem
plenamente desenvolvidas.
As emoções autoconscientes, como constrangimento, empatia e inveja, surgem somente
depois que as crianças desenvolveram autoconsciência: a compreensão cognitiva de que elas
são seres em funcionamento, separados do resto de seu ambiente.

As emoções fundamentais ou básicas surgem aproximadamente durante os primeiros 6 meses;


as emoções autoconscientes se desenvolvem a partir da segunda metade do segundo ano,
como conseqüência do surgimento da autoconsciência (consciência de si mesmo) juntamente
com o acúmulo de conhecimento sobre padrões e regras da sociedade.

Temperamento

O temperamento, às vezes definido como nosso modo característico de lidar com e reagir às
pessoas e às situações,

O desenvolvimento da identidade
Como o autoconceito se desenvolve durante asegunda infância e
como as crianças demonstramautoestima, crescimento emocional e
iniciativa?


O autoconceito sofre grandes mudanças na segundainfância. De acordo com um
modelo neopiagetiano, aautodefinição passa de simples representações a mapea-
mentos representacionais. Crianças pequenas não veema diferença entre a
identidade real e a identidade ideal.

A autoestima na segunda infância tende a ser global eirrealista, refletindo a
aprovação dos adultos.

A compreensão das emoções direcionadas à própriacriança e das emoções
simultâneas se desenvolve gra-dualmente.

Segundo Erikson, o conflito de desenvolvimento nasegunda infância é o de iniciativa
versus
culpa. A resolu-ção bem-sucedida desse conflito resulta em virtude do proposito.

A importância da contação de histórias para o desenvolvimento da criança

A contação de histórias na educação infantil desperta a curiosidade, estimula a imaginação,


desenvolve a autonomia e o pensamento, proporciona vivenciar diversas emoções como medo
e angústias, ajudando a criança a resolver seus conflitos emocionais próprios, aliviando
sobrecargas emocionais. Para Abramovich (1997, p.22) “se é importante para o bebê ouvir a
voz amada e para a criança pequenina escutar uma narrativa curta, simples, repetitiva, cheia
de humor e de calidez (numa relação a dois), para a criança de pré-escola ouvir histórias
também é fundamental (agora numa relação a muitos: um adulto e várias crianças)”. O ato de
contar histórias instrui, socializa e diverte as crianças. É uma ferramenta que desperta o
interesse pela leitura, ajuda no desenvolvimento psicológico e moral, auxiliando na
manutenção da saúde mental das crianças em fase de desenvolvimento, amplia o vocabulário e
o mundo de ideias, desenvolvendo a linguagem e o pensamento, trabalha a atenção, a
memoria e a reflexão, desperta a sensibilidade, a descoberta da identidade, adapta as crianças
ao meio ambiente, assim como desenvolve funções cognitivas para o pensamento como
comparação, raciocínio lógico, pensamento hipotético e convergente e divergente.
Desde muito cedo a criança faz a leitura de mundo, não aquela convencional aprendida na
escola, mas a que utiliza seus sentidos, seu toque, seu olhar, o ouvir, ou seja, é desde muito
cedo que a leitura está presente em sua vida, sendo letrada mesmo antes de se apropriar da
leitura da escrita. Freire (2005), diz que, “a leitura de mundo antecede à da palavra, ou seja, o
ser humano é capaz de fazer interpretações das situações cotidianas antes mesmo de saber
ler”. Dessa forma, os contos de fadas provocam vários sentimentos como medo, alegria,
tristeza e angústia, o que nos leva a refletir, num processo desafiador e motivador favorecendo
a formação da personalidade da criança.
Entender as histórias e sua importância na vida das pessoas é o que a psicologia dos contos de
fadas vem nos mostrar. As personagens se tornam mais próximas e os sentimentos são
personificados como a inveja através da bruxa e a desobediência que pode nos trazer graves
consequências. Devemos estar cientes de que as historias alimentam a imaginação, permitem a
autoidentificação, ajudam a resolver os conflitos internos e a aceitação de diversas situações
na vida das pessoas.

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