Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Stern (1987 apud Goleman, 1995) acredita que as lições mais elementares da vida
emocional se dão nos pequenos intercâmbios e nos momentos íntimos entre pais e filhos,
num processo que Stern (1987) denominou sintonia. Sintonia é diferente de imitação. Se o
adulto apenas imita o bebê, isso apenas mostra o que o bebê fez, mas não como se
sentiu. Para que haja o conhecimento para além do ato presenciado, é necessário
reproduzir os sentimentos íntimos da criança. Só assim, haverá a compreensão plena por
parte da criança. Na vida adulta, o amor físico é talvez a coisa mais próxima dessa íntima
sintonização entre o bebê e a mãe. O amor físico é, no que tem de melhor, um ato de
mútua empatia.
Existem ainda poucos estudos sobre empatia disponíveis na literatura de Psicologia no
Brasil e, por isso, é de grande relevância o incremento de estudos nessa área.
A Empatia é a habilidade social que inclui três componentes: (a) o cognitivo, que adota a
perspectiva do interlocutor, interpretando e compreendendo seus pensamentos e
sentimentos de forma precisa; (b) o afetivo, identificado por sentimentos de compaixão,
simpatia pelo outro e de preocupação com o seu bem-estar; é a capacidade de
experienciar a emoção do outro, de sentir com ele; (c) o comportamental, quando se
transmite e se dá visibilidade à própria empatia de tal forma que o outro perceba que é
compreendido; consiste em expressar o entendimento do sentimento e da perspectiva do
outro quanto ao seu êxito ou às suas dificuldades.
Uma vivência desses componentes foi observada na conduta de uma mulher que conversa
com a irmã, mãe de um menino de cinco anos. A mãe da criança apresenta dificuldades
de disponibilizar mais de seu tempo ao filho. Ela não consegue distribuir, com equilíbrio,
suas múltiplas atividades ocupacionais, de lazer e, principalmente, as afetivas, isto é,
dedicar mais tempo à relação mãe e filho. Empaticamente a tia, solidarizando-se com o
papel que sua irmã precisa desempenhar, usa da comunicação verbal para explicar que
uma relação saudável – mãe-filho – implica, além da qualidade da relação, uma
disponibilidade de tempo para estar junto ao filho. Isto é, compreende uma relação não
somente qualitativa, mas quali-quantitativa. Essa tia foi empática no que concerne aos
componentes cognitivo e afetivo, descentrando-se de seus pensamentos e sentimentos na
compreensão dos pensamentos e sentimentos da irmã, mas, principalmente, no que
concerne ao componente comportamental, comunicando a falta que faz a pouca atenção
de sua irmã para com seu sobrinho, representada pela baixa frequência e intensidade de
tempo dedicada a essa relação mãe-filho.
A expressão da capacidade empática inclui: (a) atenção empática, (b) ouvir sensivelmente
ou escuta ativa e (c) verbalizar sensivelmente. A Tabela 2 sintetiza os principais elementos
de como a compreensão empática se expressa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
● Del Prette, Z. A. P. & A. Psicologia das habilidades sociais. Petrópolis: Vozes, 1999.
● Falcone, E. M. A função da empatia na terapia cognitivo-comportamental. In:M.L.
Marinho & V.E. Caballo(Orgs), 2001.
● Synder C. R. & Lopez, Shane J. Psicologia positiva. Porto Alegre; Artmed, 2009