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Educação socioemocional e Projeto de Vida

Este ebook foi desenvolvido pela KUAU, uma empresa de


educação que acredita no Projeto de Vida como fonte de
inspiração na escola.

Com este material, você vai aprender mais sobre a


educação socioemocional aplicada ao Projeto de Vida,
entendendo quais são as competências socioemocionais
trabalhadas pela BNCC, o porquê da regulação emocional Vamos
ser o grande objetivo desse processo e como auxiliar os
adolescentes nessa jornada! nessa?
Índice 1. Por que falamos tanto sobre emoções?
a. Competências Socioemocionais
b. Regulação emocional

2. Como a escola pode ajudar?


a. O papel da autonomia na regulação emocional
Índice b. O processo identificar-significar-agir

3. Registro das emoções


a. Diário de bordo
b. Calendário das emoções
c. Relatórios socioemocionais

4. Conclusão
Por que falamos tanto sobre emoções?

Porque nossa vida é permeada


por emoções o tempo inteiro!
Por que falamos tanto sobre emoções?

Segundo o modelo cognitivo-comportamental,


proposto pelo psicólogo Aaron Beck, os sentimentos e
os comportamentos são produtos dos pensamentos.

Dessa forma, um acontecimento, por mais simples que


seja, nos faz pensar em algo, e esse pensamento
produz sentimentos e comportamentos. Assim, não é
possível separar nossos afetos dos nossos
comportamentos. Está tudo interligado e, por esse
motivo, é necessário considerar a complexidade e o
valor das emoções em nossas vidas.
Modelo cognitivo

algo que acontece algo que eu penso

EVENTO COGNIÇÃO

algo que eu faço algo que eu sinto

COMPORTAMENTO SENTIMENTO
Competências socioemocionais

Na BNCC, as competências socioemocionais estão presentes em todas as 10 competências gerais. Diante dessa
demanda, precisamos conhecer mais sobre a educação socioemocional, definida como um processo de
entender e manejar emoções, pautada na empatia e na tomada de decisão responsável. Está relacionada ao
desenvolvimento de cinco competências:

Autoconsciência: conhecimento das próprias forças e limitações;

Autogestão: gerenciamento eficiente do estresse, controle de impulsos e definição de metas;

Consciência social: respeito à diversidade e exercício da empatia, entendendo seu papel no mundo;

Habilidades de relacionamento: escuta empática, fala assertiva, cooperação e resolução de conflitos;

Tomada de decisão responsável: escolhas pautadas no bem comum e preceitos éticos da sociedade.
Competências socioemocionais

Na KUAU, entendemos que a abertura ao novo também deve fazer parte dessas competências, visto que é
fundamental para a criatividade, experimentação e transformação social. Assim, reunimos seis competências
socioemocionais fundamentais para um desenvolvimento saudável:

Autoconsciência: conhecimento das próprias forças e limitações;

Autogestão: gerenciamento eficiente do estresse, controle de impulsos e definição de metas;

Consciência social: respeito à diversidade e exercício da empatia, entendendo seu papel no mundo;

Habilidades de relacionamento: escuta empática, fala assertiva, cooperação e resolução de conflitos;

Tomada de decisão responsável: escolhas pautadas no bem comum e preceitos éticos da sociedade;

Abertura ao novo: engloba curiosidade, criatividade e interesse por novas experiências.


Regulação emocional

Porém, antes de trabalhar essas competências, é


necessário se atentar a uma habilidade que torna
possível o desenvolvimento de todas as outras: a
regulação emocional.

As emoções não nos inundam de forma passiva.


Podemos influenciar a forma como as experienciamos, a
intensidade e a forma de expressá-las. Isso tudo parte
do processo de regulação emocional, essencial para um
desenvolvimento bem adaptado.
O QUE É REGULAÇÃO EMOCIONAL?

“ É a habilidade de manter, aumentar ou diminuir um ou mais


componentes da resposta emocional, incluindo os sentimentos,
comportamentos e respostas fisiológicas que constituem as


emoções.

(Gross, 2002)
Regulação emocional na adolescência

Em um momento da vida tão particular quanto a adolescência, é


necessário considerar alguns aspectos característicos dessa fase
que influenciam no humor e na regulação emocional.

● Estudos apontam que adolescentes experienciam maiores


flutuações nos estados emocionais diários;

● Apresentam reação mais rápida a estímulos emocionais


em comparação com crianças e adultos;

● Experienciam mais afeto negativo, com diminuição no


relato diário de emoções positivas.
Supressão emocional: o caminho contrário

Não é incomum que, em uma tentativa de se regular emocionalmente,


o adolescente desenvolva a estratégia de supressão emocional. Isso é,
uma forma de modulação da resposta emocional que inibe a
expressão do comportamento emocional.

De fato, a expressão comportamental de emoções negativas e


positivas diminui. Por outro lado, não é muito eficiente na
experimentação das emoções negativas, enquanto diminui a
experimentação de emoções positivas.

Assim, o uso frequente da supressão emocional está ligado a prejuízos


no bem-estar, esperança, satisfação com a vida e autoestima.
Capítulo 2

Como a escola pode


ajudar?
Como a escola e a família podem ajudar?

As emoções são produtos e processos das relações sociais e,


consequentemente, a eficácia dos nossos processos regulatórios
depende das exigências sociais e das interações com os outros.

É preciso que a família e a escola promovam contextos e cenários


propícios para o exercício da autonomia e do protagonismo. Assim, o
adolescente chega às suas conclusões significando experiências, e
não apenas internalizando as regras que lhe foram passadas.

Partindo da heteronomia, o aluno não desenvolve pensamento


crítico, autonomia moral e tem mais dificuldade para desenvolver a
regulação emocional.
– REGULAÇÃO EMOCIONAL +

Heteronomia Autonomia

A escola e a família A escola e a família


apresentam regras ao proporcionam vivências
adolescente para que ele múltiplas para que o
saiba como deve reagir às adolescente chegue à
experiências do mundo. conclusões significando
experiências.
Como a escola e a família podem ajudar?

Para auxiliar no desenvolvimento de formas eficazes de regulação


emocional nos alunos, é recomendado percorrer um caminho
pautado em três ponto principais: IDENTIFICAR

● Identificar: auxiliará no manejo dos vários sentimentos


experienciados ao longo do dia;

● Significar: entender a que circunstâncias esses sentimentos AGIR


se relacionam;
SIGNIFICAR

● Agir: modular a resposta emocional para conseguir se


expressar de maneira assertiva, sem prejudicar a si mesmo e
aos outros.
Como a escola e a família podem ajudar?

Aprender a identificar sentimentos é o primeiro passo – e o mais


importante, pois auxiliará no manejo dos vários sentimentos
experienciados ao longo do dia. IDENTIFICAR

Perguntas que podem ajudar a identificar sentimentos:

● O que estou sentindo? (a nomeação pode ser direta, como


“tristeza” ou mais abstrata, como “meu coração está AGIR
apertado” ou “me sinto vazio”).
SIGNIFICAR

● Quais reações eu apresento quando me sinto assim?


Como a escola e a família podem ajudar?

Aprender a significar sentimentos ajuda a entender a que


ambientes, pensamentos, situações, contextos e circunstâncias
esses sentimentos se relacionam. IDENTIFICAR

Perguntas que podem ajudar a significar sentimentos:

● Por que estou sentindo isso?

● Com qual frequência e em que lugares me sinto assim?


AGIR
SIGNIFICAR
● O que costumo pensar quando me sinto dessa forma?
Como a escola e a família podem ajudar?

Aprender a agir consciente de seus sentimentos contribui para


modular a resposta emocional e, assim, se expressar de maneira
assertiva, sem prejudicar a si mesmo e aos outros. IDENTIFICAR

Perguntas que podem ajudar a agir consciente de seus sentimentos:

● Quando me expresso de tal forma, qual o impacto disso no


mundo? AGIR
SIGNIFICAR
● Como as pessoas reagem à minha forma de expressão?

● Essa expressão interfere nas minhas relações sociais de


forma positiva ou negativa?
Capítulo 3

Registro das emoções


Registro das emoções

Como os registros das emoções podem ajudar na autogestão


emocional?

A intenção é que os registros funcionem como escrita terapêutica,


que favorece o processo identificar-significar-agir. Logo, a
tendência é que os alunos se tornem mais conscientes de suas
emoções.

É importante incentivar os alunos a exporem seus sentimentos e


trabalharem para alcançar a assertividade, indo no caminho
contrário à supressão emocional.
Plataforma digital
KUAU Projeto de Vida

Na plataforma digital KUAU Projeto de Vida, o


aluno tem acesso ao Diário de Bordo, um
espaço dedicado a esses registros. O
adolescente pode relatar seus pensamentos e
sentimentos a qualquer momento e definir se
a equipe da escola terá acesso ou não.
Plataforma digital KUAU Projeto de Vida

Além disso, a plataforma trabalha com algumas


emoções pré-definidas que vão auxiliar o aluno na
identificação de suas emoções. Elas foram organizadas
de acordo com o Circumplexo de Russel, que define
quatro quadrantes de sentimentos.

● Positiva alta
● Positiva baixa
● Negativa baixa
● Negativa alta
Plataforma digital KUAU Projeto de Vida

Através do registro das emoções, o aluno consegue visualizar seu calendário das emoções e começar a perceber
padrões que relacionam eventos, pensamentos, sentimentos e comportamentos, permitindo um melhor manejo de
suas emoções. Não existe uma quantidade correta de vezes para se sentir feliz ou triste, mas é importante se atentar
a padrões. Se o aluno está sempre desesperado ou com tédio, por exemplo, isso pode ser um sinal de alerta.
Plataforma digital KUAU Projeto de Vida

A escola pode mensurar esses sentimentos através dos relatórios socioemocionais. Com a análise dos registros,
em combinação com o calendário das emoções, é possível gerir a variação das emoções dos alunos ao longo do
programa, fazendo intervenções individuais ou em grupo a partir das informações contidas nos relatórios,
prevenindo crises e transtornos mentais.
Conclusão
Com esse material, você pôde entender um pouco
sobre o processo de regulação emocional, sendo
esse o grande objetivo do trabalho socioemocional
no Projeto de Vida.

É de extrema importância que tanto a família


quanto a escola, auxiliem no desenvolvimento da
regulação socioemocional das crianças e
adolescentes, de forma a propiciar contextos para
atuarem de forma protagonista.

Além disso, deve-se trabalhar o processo


identificar-significar-agir para contribuir com um
bom desenvolvimento dos alunos.
● Gross, J. J. (2002). Emotion regulation:
Affective, cognitive, and social
consequences. Psychophysiology, 39(3),
281-291.

● Gilbert, K. (2012). The neglected role of


positive emotion in adolescent

Referências psychopathology.
Review, 32, 467-481.
Clinical Psychology

Bibliográficas ● Silva, E. & Freire, T. (2014). Regulação


emocional em adolescentes e seus pais:
Da psicopatologia ao funcionamento ótimo.
Análise Psicológica, 2, 187-198.

● Stallard, P. (2009). Bons pensamentos-bons


sentimentos: manual de terapia
cognitivo-comportamental para crianças e
adolescentes. Porto Alegre: Artmed.

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