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Psicologia das Emoções e Motivação

Desenvolvimento emocional
• Principais dimensões ou áreas de desenvolvimento
emocional
 Expressão emocional
 Desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento
emocional
 Reconhecimento Emocional
Bibliografia
Cabral, J. (2011). Vinculação, desenvolvimento psicossocial e adaptação ao contexto
universitário: Dinâmicas de regulação emocional e coping. Porto: Faculdade de Psicologia
@Joana Cabral

e de Ciências da Educação. Tese Doutoramento (pp. 143-153)


Keltner, D., Oatley, K. & Jenkins, J. M. (2013). Understanding emotions. Hoboken: Wiley.
(pp. 196-211)
Docente: Joana Cabral Joana.cabral@ulp.pt
Desenvolvimento emocional
Factos importantes sobre o desenvolvimento
emocional
• Emoção como processo comunicacional - A emoção como um sistema
de comunicação - “A emoção é a primeira linguagem de todos nós.
Segundos depois de nascer o bebé humano faz a sua primeira
comunicação: começa a chorar” (Keltner et al, 2013 p. 186).
• Emoção como processo relacional - O desenvolvimento emocional
acontece num contexto social e principalmente relacional – relação com
as figuras de proximidade.
 Compreender o desenvolvimento emocional implica reconhecer e
compreender as emoções como alicerce das interacções bebé/criança-
cuidadores primários – sistema comunicacional de excelência – e que,
simultaneamente, as emoções se desenvolvem com base nestas
interacções, assumindo progressivamente formas mais complexas e
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individualizadas – influenciadas, principalmente, pelas práticas parentais


que, por sua vez, poderão ser relativamente influenciadas por factores
socioculturais.
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Desenvolvimento emocional
Factos importantes sobre o desenvolvimento
emocional
• “Embora um recém-nascido possa ser descrito como conjunto
de reflexos, pelo final do primeiro ano de vida, ele ou ela é
claramente um ser social cuja sociabilidade é organizada
em torno das emoções.” (Keltner et al, 2013 p. 186)
• O desenvolvimento emocional tem importantes
implicações para o desenvolvimento global da criança
(Keltner et al, 2013) - é a base dos processos adaptativos
ao nível psico-emocional e social.
• Em que diferem as emoções de uma criança das de um
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adulto e como ocorre o desenvolvimento emocional nas suas


várias dimensões - expressivas, de reconhecimento das
emoções e sua regulação?
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Expressão Emocional

A importância de compreender as dimensões da


expressão emocional decorre da:
– possibilidade de estas nos sinalizarem a evolução
da experiência emocional – Expressão enquanto
reflexo da experiência
– sua importância para os processos de interacção
com as figuras prestadoras de cuidados que, por
sua vez, influenciarão de forma determinante o
processo global de desenvolvimento emocional,
incluindo, muito concretamente, os processos
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regulatórios.

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Expressão emocional
Evolução da expressão emocional
• Os recém-nascidos parecem nascer com 2 estados
emocionais básicos e rudimentares – negatividade
ou perturbação (“distress”) e a positividade ou prazer.
• É com base na interacção entre processos de
maturação, nomeadamente cognitivos, e as
experiências de interacção que se vão
desenvolvendo modos mais específicos, quer de
experiência quer de expressão emocional.
• A expressão emocional envolve e pode ser observada
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em dimensões expressivas ao nível facial, das


vocalizações e dos gestos e posturas – dimensões
expressivas que sinalizam emoções.
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Expressão emocional
Evolução da expressão emocional
• 0 aos 18 meses - Emergência e
desenvolvimento das emoções básicas
• > 18 meses - emergência e
desenvolvimento das emoções sociais
mais complexas que envolvem a auto-
consciência, primeiramente, e,
posteriormente, processos de auto-
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avaliação consciente.

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Expressão emocional
Emergência e desenvolvimento das emoções básicas
• Entre os 0 aos 18 meses ocorre a emergência e
desenvolvimento das emoções básicas – interesse,
distress ou perturbação/desconforto, surpresa, alegria,
tristeza, raiva e medo
• Estados emocionais básicos em recém-nascidos - O
choro e a fixação do olhar, presentes ao nascimento, são as
primeiras manifestações dos estados emocionais básicos
e rudimentares de emocionalidade negativa ou perturbação e
emocionalidade positiva ou prazer.
– O choro, muito concretamente, é um importante
sinalizador da necessidade de prestação de cuidados,
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servindo funções cruciais nestas dinâmicas.


– Nesta fase pode ainda verificar-se a repulsa ou aversão
face a sabores amargos. 7
Expressão emocional
Emergência e desenvolvimento das emoções básicas
• Emoções interactivas aos 3 meses de idade – emergem as
manifestações de alegria e entusiasmo na interacção com os
cuidadores, expressas primordialmente através de sorrisos, na
sequência da manifestação de atenção pelos cuidadores, dos
convites à interacção e, mais tarde, face ao sucesso numa
actividade – parecem servir uma função promotora das iniciativas
de interacção pelos cuidadores.
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Expressão emocional
Emergência e desenvolvimento das emoções básicas
• 4 – 6 meses – emergem as expressões de raiva face a situações
de bloqueio dos objectivos, verificam-se também as expressões de
surpresa e tristeza
– Diferenças interindividuais – crianças que reagem com surpresa face ao
constrangimento de movimentos, por exemplo (ver Keltner et al, 2013 p.
188)... Ainda assim, as expressões de surpresa diminuem
progressivamente entre os 4 e 12 meses, revelando um progresso na
organização emocional.
– Embora as expressões de tristeza nesta fase sejam acompanhadas por
um aumento dos níveis de cortisol (padrão também verificado nos adultos),
esta é uma manifestação que pode não ter o mesmo significado que nos
adultos, podendo ocorrer face a a estímulos aversivos ou não agradáveis.
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Expressão emocional
Emergência e desenvolvimento das emoções básicas
• 7 meses – emerge a emoção do medo, há medida que a criança
progride nas suas capacidades locomotoras para uma exploração mais
autónoma do ambiente - função protectora e adaptativa – embora
os estímulos face aos quais esta emoção se manifesta mudem à
medida que a criança se desenvolve.
– 4 meses – ausência de medo face a estranhos, mas medo face a
caixa surpresa (“jack-in-the-box”)
– o medo face a estranhos aumenta entre os 4 e os 12 meses,
tendendo depois a estabilizar
 Diferenças interindividuais e manifestações de subjectividade na
expressão de medo em função do temperamento e da sensibilidade
materna – deixando evidente o efeito da coregulação
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o 12 meses – revela-se uma superior organização de formas de


expressão emocional distintas em função do contexto, o que
denota uma experiência emocional mais organizada, embora ainda
pouco variada e diferenciada, comparativamente com idades mais
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Expressão emocional
Emergência e desenvolvimento das emoções sociais
• Embora no final do 1º ano de vida a criança revele já um
reportório considerável de emoções básicas, as suas
emoções são ainda primordialmente centradas na sua
experiência individual.
• É a partir dos 18 meses que se desenvolvem as chamadas
“emoções sociais” – empatia, altruísmo, embaraço, inveja,
orgulho, vergonha, culpa, arrependimento.
• Estas emoções manifestam-se através da combinação de um
conjunto de dimensões, além das expressões faciais e
vocalizações, incluindo expressões corporais,
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comportamentos e verbalizações.
• Estas emoções, tal como as anteriores, decorrem dos seus
progressos desenvolvimentais a nível cognitivo, como
veremos. 11
Expressão emocional

Emergência e desenvolvimento das emoções sociais


• 12 e 24 meses – a criança manifesta emoções de natureza
auto-consciente – incluindo a empatia, altruísmo,
embaraço e a inveja
• Estas emoções decorrem, do ponto de vista do
desenvolvimento cognitivo, da capacidade de se
diferenciar do outro e de uma forma rudimentar de
tomada de perspectiva – reconhecimento de que o outro
tem objectivos, crenças e emoções
• Neste idade são comuns as manifestações de empatia
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emocional autocentradas (e.g., criança conforta a mãe


trazendo-lhe um brinquedo)
• Já aos 3 anos – manifestações de conforto centradas
nas necessidades e características do outro. 12
Expressão emocional
Emergência e desenvolvimento das emoções sociais
• Entre os 2 e os 3 anos – a criança desenvolve um conjunto
mais complexo de emoções sociais – emoções de avaliação
auto-conscientes – incluindo o orgulho, vergonha, culpa, e
arrependimento e formas de empatia mais heterocentradas
• Estas emoções implicam o desenvolvimento da teoria da
mente – capacidade de representar os estados mentais de si
próprio e dos outros - e evoluem também a par do
desenvolvimento da linguagem.
• A complexidade que estas emoções assumem vai progredindo
a par da progressão das referidas aquisições cognitivas de
natureza complexa.
@Joana Cabral

– Por exemplo, apenas pelos 5 ou 6 anos a criança se torna


totalmente capaz de relacionar as crenças e necessidades dos
outros com as suas emoções.
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Desenvolvimento (cognitivo) e
desenvolvimento emocional
@Joana Cabral

(ver secção “Developmental progression of emotions” in Keltner,


2013 pp. 190-194)
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Desenvolvimento (cognitivo) e
desenvolvimento emocional

• O desenvolvimento emocional é acompanhado por progressos


ao nível do desenvolvimento motor e perceptivo, em fases
precoces...
• e depois, de forma muito determinante, pelo cognitivo, incluindo os
progressos ao nível da linguagem.
• Desde idades muito precoces - alterações na atenção visual –
revelam-se associadas à emergência do sorriso
• 3-4 meses – capacidade, ainda que rudimentar, de gerar
expectativas e o reconhecimento da violação/quebra das
mesmas – expressões de “tristeza” – e.g., face à “violação” das
expectativas relativas à responsividade dos prestadores de
@Joana Cabral

cuidadores às iniciativas de interacção


• 4-6 meses – capacidade de gerar objectivos e identificar as
situações em que a sua concretização é bloqueada – geradora de
frustração e de raiva 15
Desenvolvimento (cognitivo) e
desenvolvimento emocional
• 7-8 meses – desenvolvimentos ao nível da discriminação visual
e o aumento da capacidade de memória, permite à criança
comparar situações potencialmente ameaçadoras com
experiências anteriores – experiência de medo
• Pelos 12 meses – a capacidade de gerar expectativas (em
função de uma situação ser desejada, previsível, consistente
ou incerta), já mais desenvolvida, na base do pensamento
atribucional – associada a variações na
experiência/expressão emocional face a uma mesma situação
(e.g., tristeza, alegria, esperança ou medo, face ao desejo de ver
a mãe e ao grau de previsibilidade e incerteza percebido pela
criança em relação a esta situação; ver Keltner et al, 2013 p. 191)
@Joana Cabral

• 18 meses – desenvolvimento pela criança da consciência de si


(reconhecimento do self) como diferente dos outros e de que
os outros também a podem avaliar – primeiras emoções
sociais (auto-conscientes), como o embaraço, inveja e empatia.
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Desenvolvimento (cognitivo) e
desenvolvimento emocional
• 2-4 anos – o desenvolvimento da linguagem, permite à
criança falar sobre as suas próprias emoções e sobre
as emoções dos outros, o que é acompanhado por uma
progressiva capacidade de desenvolver representações
mentais das suas crenças e objectivos e das crenças e
objectivos dos outros – alicerce da emergência das
emoções de avaliação auto-conscientes – incluindo o
orgulho, vergonha, culpa, arrependimento e formas de
empatia mais heterocentradas
• A progressão ao nível destas competências e do
desenvolvimento de uma “teoria da mente” vão permitindo à
@Joana Cabral

criança o envolvimento em interacções colaborativas e a


união em torno de objectivos, bem como a emergência mais
estruturada das emoções sociomorais – entreajuda,
colaboração - , acima referidas, em idade pré-escolar. 17
Desenvolvimento (cognitivo) e
desenvolvimento emocional

• Ao longo do desenvolvimento e/ou em função das fases


desenvolvimentais...
• ... verificam-se diferenças no tipo de acontecimentos ou
estímulos que despoletam determinadas emoções.
• Os exemplos do medo e da raiva são bastante ilustrativos
destas mudanças (ver Keltner et al, 2013 p. 195)
– Aos 7 meses o medo está associado a sons altos,
movimentos inesperados ou bruscos e brinquedos
novos, tendendo depois este tipo de medo a diminuir após
os 12 meses. O medo de estranhos aumenta entre os 4 e
@Joana Cabral

os 12 meses, tendendo depois a estabilizar. Aos 4-5 anos


são comuns os medos de “monstros” imaginários. Em
idade escolar emerge o medo em relação às actividades
em que a criança pode magoar-se. Já na adolescência os 18
medos sociais e relativos à comparação são os
Reconhecimento emocional
• É um recurso fundamental para a interacção social
• Coevolui a par com a expressão emocional
• Desde idades precoces, pouco depois do nascimento, os bebés
são capazes de observar e notar diferenças e recolher
informação das faces, gestos e vocalizações dos que os
rodeiam
– recém-nascidos têm uma clara preferência por faces e
vozes humanas
• Contudo, a capacidade de reconhecer emoções depende da
maturação do sistema perceptivo e esta maturação influencia
a capacidade de discriminar informação emocional
 desenvolvimento da acuidade visual durante o 1º ano de
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vida – este desenvolvimento é fundamental para que a


criança seja capaz de detectar características faciais que
são importantes para discriminar expressões faciais (e.g.,
distância entre sobrancelhas e olhos, amplitude dos lábios) 19
Reconhecimento emocional

Evolução do reconhecimento das


expressões emocionais - faciais
 Os progressos a este nível seguem um padrão
muito semelhante ao verificado ao nível da
expressão
o 2-3 meses – bebés discriminam entre
expressões de tristeza, alegria e surpresa
o 4-6 meses – capacidade de discriminar e
reconhecer a raiva
@Joana Cabral

o 5-7 meses – surge a capacidade de discriminar


o medo
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Reconhecimento emocional

Evolução do reconhecimento das expressões emocionais –


faciais
o > 1 ano – referenciação social – recurso às pistas emocionais
dos outros, particularmente dos prestadores de cuidados, para
guiar o seu comportamento e exploração do ambiente –
aquisição importante numa idade em que as crianças ganham
autonomia ao nível da locomoção e exploração do ambiente
(ver exemplo da experiência do “precipício visual” Keltner et al.,
2013 p. 197)
o Idade pré-escolar – capacidade “modesta” para identificar e
nomear as expressões alegres, zangadas e tristes e (em
@Joana Cabral

menor grau) as expressões assustadas, surpresas e de


aversão.
o Idade escolar – um aumento significativo da capacidade para
reconhecer e nomear expressões faciais emocionais. 21
Reconhecimento emocional
o Recém-nascidos – já capazes de discriminar entre
expressões vocais maternas positivas e negativas – com
base nos elementos prosódicos e/ou da entoação
o 5 meses – capacidade de discriminar entre vozes alegres,
tristes e zangadas
o > 1 ano – referenciação social baseia-se também nas pistas
vocais que expressam emoções e, frequentemente, as crianças
reúnem elementos das expressões vocais e faciais para
guiarem o seu comportamento (ver exemplo da experiência do
“precipício visual” Keltner et al., 2013 p. 197 e do “novo
brinquedo” p. 198)
 Sobre a referenciação social: implica a compreensão de que as
@Joana Cabral

emoções são relacionas com objectos e o desenvolvimento da


atenção partilhada ou mútua que só emerge a meio do 1º ano
de vida.
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Modelo Multimodal |
Reconhecimento emocional
o Os estudos demonstram que as crianças (e não só)
recorrem a um conjunto de pistas para os processos de
reconhecimento emocional – as faciais, vocais e
posturais
o Embora as expressões faciais sejam a fonte primária de
informação em que as crianças se concentram e baseiam (ver
experiência de Nelson & Russel, 2011 cit. in Keltner, 2013 p.
198), as informações derivadas da postura corporal
mostram ser pistas importantes para o reconhecimento
emocional
o No caso de emoções complexas, como por exemplo o
@Joana Cabral

orgulho, a postura corporal parece ser particularmente


importante para o processo de reconhecimento, embora à
medida que a criança se desenvolve se torne
progressivamente mais capaz de basear-se apenas na 23
Modelo multimodal |
reconhecimento emocional
o Ainda que, como vimos, a expressão facial seja o elemento mais
determinante no reconhecimento das emoções...
o ... os estudos revelam que tal dominância progride ao longo do
desenvolvimento.
o Alguns estudos revelam que a voz reúne mais informação emocional
que a face em fases muito precoces do desenvolvimento (para os
recém-nascidos) – pela independência do desenvolvimento da acuidade
visual.
 aos 3-4 meses o reconhecimento emocional depende da
combinação e convergência das informações faciais e vocais;
aos 5 meses a criança consegue discriminar emoções com base
apenas em pistas vocais e apenas aos 7 meses consegue fazê-lo
com base apenas na expressão facial
@Joana Cabral

o Os estudos mostram ainda que ao longo do desenvolvimento e à


medida que o sistema visual se desenvolve as crianças tornam-se
progressivamente mais hábeis na discriminação das expressões
faciais e baseiam-se cada vez mais nesta fonte de informação como
dominante. 24
Reconhecimento emocional

Áreas e mecanismos cerebrais envolvidos no


reconhecimento das emoções
• A amígdala não só se mostra totalmente
desenvolvida em recém-nascidos como
parece ter um papel crucial nesta fase na
direcção da atenção para a face - o que pode
explicar o viés atencional para as pistas faciais.
• Córtex orbitofrontal – mostra-se também
envolvido e activado nos processos de
@Joana Cabral

reconhecimento emocional, quer em crianças,


quer em adultos.
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Reconhecimento emocional
Áreas e mecanismos cerebrais envolvidos no
reconhecimento das emoções

• Região temporal direita – envolvida, a par da amígdala, no


reconhecimento de emoções, particularmente quando as
modalidades vocais, a par das visuais, estão envolvidas.
• Os estudos revelam ainda uma emergência
consideravelmente precoce destes circuitos e estruturas
neuronais, revelando que estes podem ainda “sofrer” a
influência de experiências desenvolvimentais também
precoces, particularmente, as de interacção com as figuras
prestadoras de cuidados primários (ver experiências de
@Joana Cabral

Pollack e colaboradores sobre maus-tratos na infância in


Keltner et al, 2013 p. 200).

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Reconhecimento emocional

O viés negativo e o seu potencial evolutivo e


adaptativo
• As crianças, aliás tal como os adultos, mostram-
se mais atentas e mais fortemente afectadas
pelas emoções negativas do que pelas
positivas.
• Progressão do viés positivo para o negativo -
este viés parece desenvolve-se contudo apenas
a partir dos 7 meses – coincidindo com a idade
@Joana Cabral

em que as crianças ganham autonomia


locomotora e exploratória e fazem uma maior
uso da referenciação social. 27
Reconhecimento emocional

O viés negativo e o seu potencial evolutivo e


adaptativo
• Assim, este viés negativo parece servir funções
evolutivas e adaptativas, permitindo à criança
proteger-se de situações potencialmente perigosas
na sua interacção com o ambiente.
• Sabe-se ainda que (de forma aparentemente paradoxal)
as experiências precoces de interacção emocional
positivas são necessárias para o desenvolvimento do
viés negativo e estão associadas a uma maior
@Joana Cabral

propensão para o seu desenvolvimento (ver Keltner et


al, 2013, p. 202).

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