Você está na página 1de 3

05/05/2022 Dermatologia Carolina Rossi

• Barreira mecânica celular (renovação constante


Piodermites da epiderme)
PROF. FLÁVIO • Grau de hidratação da pele normal (quanto maior
a umidade da pele, mais fácil a multiplicação de
bactérias)
DEFINIÇÃO • pH ácido (dificulta a multiplicação das bactérias,
ao contrário do pH alcalino)
São processos infecciosos cutâneos, mediadas por
• Barreira química representada por ácidos graxos
endo/exotoxinas. Suas classificações são:
não saturados (principalmente o oleico) produzi-
• ETIOLOGIA dos por Propionibacterium acnes
o Estafilococcias • Imunidade
o Estreptococcias • Patogenicidade e o grau de virulência do germe
• PROFUNDIDADE
O Infecção superficial da pele: IMPETIGO e SÍN-
DROME DA PELE ESCALDADA ESTAFILOCÓ-
CICA (SSSS)
o Infecção da epiderme e derme: ECTIMA
o Infecção mais profunda: ERISIPELA e CELU-
LITE
o Profunda com tendência à supuração: ABS-
CESSO e FLEIMÃO
o Abertura do folículo pilossebáceo: OSTIOFO- ETIOLOGIA MAIS COMUM
LICULITE • Estafilococos
o Profundidade do folículo piloso: FOLICULITE
o Impetigo
o Folículo piloso juntamente com sua glândula
o SSSS
sebácea: FURÚNCULO e CARBÚNCULO
o Foliculites
o Glândula sudorípara écrina: PERIPORITE e
o Furúnculo/carbúnculo
ABSCESSOS MÚLTIPLOS DOS LACTENTES
o Unha e suas dobras: PARONÍQUIA e PANARÍCIO • Estreptococos
O achado de determinado microrganismo na pele o Impetigo
não o define como causador do quadro, pois a pele o Ectima
normal é rica em bactérias, classificadas em: o Erisipela
o Celulite
• RESIDENTES PERMANENTES: vivem na pele
como comensais, de difícil remoção
o Cocos Gram-positivos (estafilococos coagu- IMPETIGOS
lase-negativos, principalmente epidermidis, e DEFINIÇÃO: são infecções piogênicas primárias da
micrococos) pele, contagiosas, superficiais, causadas por estafilo
o Bastonetes Gram-positivos aeróbios e estreptococos.
o Difteroides (Corynebacterium e Brevibacte-
• Impetignização é quando o impetigo complica
rium)
uma dermatose já existente; geralmente é cau-
o Bastonetes Gram-positivos anaeróbios (Propi-
sado por estafilococos
onibacterium)
o Bactérias Gram-negativas EPIDEMIOLOGIA: mais frequente em crianças de 5 a
o Fungos 6 anos e na estação mais quente.
• RESIDENTES TRANSITÓRIAS: permanecem na ASPECTOS CLÍNICOS: o impetigo pode ser bolhoso
pele por pouco tempo, facilmente removíveis; ou não bolhoso.
tornam-se patogênicas quando há perda da inte- • Formas clínicas
gridade da pele o IMPETIGO BOLHOSO (1): corresponde, na
o Staphylococcus aureus verdade, à forma mitigada da SSSS; não re-
o Streptococcus pyogenes quer solução de continuidade para ocorrer;
Contudo, deve-se considerar o oportunismo: um predomina em neonatos e crianças; gera
germe normalmente comensal pode exercer função crosta fina e acastanhada
patogênica (ex.: imunossupressão). ▪ Etiologia exclusivamente estafilocócica
(forma bolha por causa das esfoliatinas)
o IMPETIGO NÃO BOLHOSO (2): requer solu-
FATORES PROTETORES DA PELE
ção de continuidade; gera crosta espessa e
• Microbiota residente (dificulta a colonização de amarelada (CROSTA MELICÉRICA)
outras bactérias) ▪ Etiologia estafilocócica (países desenvolvi-
dos) ou estreptocócica (subdesenvolvidos)
• LOCALIZAÇÃO: face e membros superiores, mas ECTIMA
podem se disseminar para qualquer região por
autoinoculação ASPECTO CLÍNICO: pústula que se aprofunda ge-
rando úlcera, de localização preferencial em pernas.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: dermatite atópica,
É uma evolução do impetigo.
varicela, picada de insetos, queimaduras, doença
autoimune, eczema herpeticum, micobacterioses, TRATAMENTO: cefalexina (o tratamento local não é
Pioderma gangrenoso, tinea faciei, pênfigo foliáceo utilizado).
TRATAMENTO
• FORMAS COMUNS: limpeza + antissépticos + ERISIPELA
ATB de uso local (mupirocina, ácido fusídico, re-
DEFINIÇÃO: infecção da derme com comprometi-
tapulina, tirotricina) ou sistêmico (cefalexia ou
mento linfático.
amoxicilina + clavulanato)
ETIOLOGIA: predomina S. pyogenes, mas pode ha-
o Não se devem usar localmente ATB sistêmicos
ver EGB, EGC e EGG, e há casos descritos por S. au-
pelo maior risco de hipersensibilidade
reus. Ocorre após solução de continuidade.
o A água d’Alibour 5-10% serve para compres-
sas rápidas e retirada de crostas EPIDEMIOLOGIA: é mais típica do adulto.
• CASOS EXTENSOS: ATB sistêmico (considerar FATORES DE RISCO
que pode ser MRSA) • Tinea pedis
• Linfedema
• Insuficiência venosa
• Diabetes
• Tromboflebite
• Trauma
• Desnutrição
• Uso de álcool/drogas
• Infecções respiratórias (erisipela de face)
(1) (2)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: eritema com edema,
OBS.: Os ATB sistêmicos podem ser prescritos para
podendo haver bolhas e ulceração. acomete princi-
casos leves por razões financeiras (disponível na UBS).
palmente a parte distal do membro inferior, devido
ao intetrigo interpododáctilo.
SÍNDROME DA PELE ESCALDADA ES TAFI- • Tem grande capacidade de recorrência, cau-
LOCÓCICA (SSSS) sando edema duro (linfedema), que leva à elefan-
tíase mostra (1)
DEFINIÇÃO: infecção generalizada, causando do-
ença bolhosa superficial produzida pela toxina esfo- FATORES DE GRAVIDADE:
liativa esfoliatina do S. aureus do grupo 2. • Apresentação bolhosa
ETIOLOGIA: as esfoliatinas A e B unem-se à desmo- • Localização facial
gleína 1 na camada granulosa da pele, ativando pro- DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: outras infecções de
teases que levam à formação de bolhas. tecidos moles (celulite, abscesso cutâneo, artrite/
• A doença só ocorre se houver grande produção bursite séptica, doença de Lyme etc.).
ou baixa eliminação das toxinas – por isso não TRATAMENTO: medidas gerais (repouso com mem-
ocorre em todos os portadores de estafilo bros elevados, compressas frias e desbridamento
• Importante: a detecção do S. aureus pode ser à s/n) + penicilina ou ampicilina ou eritromicina ou
distância, pois as bolhas são estéreis amoxicilina + clavulanato – não requer internação
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: necrólise epidérmica • CASOS RECORRENTES: penicilina benzatina de 3
tóxica (NET). em 3 semanas por muitos meses + combater
TRATAMENTO: hospitalização + ATB (cefazolina, obesidade e intertrigo interpododáctilo
oxacilina ou vancomicina +/- clindamicina) + hidrata- • geralmente, requer ATB IV, pois o ATB oral não é
ção IV suficiente (diferentemente da foliculite)
• Em crianças, o curso é benigno, mas, em adultos,
há mortalidade de 60% (sendo 100% em PVHIV)

(1)
CELULITE OUTRAS PIODERMITES
DEFINIÇÃO: é o mesmo processo da erisipela, só SÍNDROME DA UNHA VERDE
que acometendo a hipoderme; por causa disso, as
bordas da lesão são menos definidas do que na eri- ASPECTO CLÍNICO: tonalidade verde-
sipela. escura da unha por colonização por
Pseudomonas em situações predispo-
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: tromboflebite, an-
nentes (ex.: onicólise, paroníquia).
gioedema, herpes-zóster e erisipeloide.
TRATAMENTO: ácido acético 1% + po-
limixina B.
CELULITE HEMORRÁGICA
DEFINIÇÃO: área de hemorragia dérmica e bolhas. ERISIPELOIDE
EPIDEMIOLOGIA: é rara, mas mais frequente em pa-
ASPECTO CLÍNICO: dor, eritema escuro e edema
cientes com diabetes, imunossuprimidos ou em uso
mal definido, podendo haver bolhas. Geralmente
de anticoagulantes.
ocorre na mão, após trauma com espinha de peixe
ou osso.
ABSCESSO E FLEIMÃ O TRATAMENTO: penicilina.
ASPECTO CLÍNICO: nódulo com sinais flogísticos,
muito tenso e doloroso, com tendência a flutuação e CERATÓLISE PONTUADA OU SULCADA
drenagem de pus. ASPECTO CLÍNICO: infecção
• Abscesso → tendência a circunscrição e supuração não inflamatória da região plan-
• Fleimão → tendência a difusão (bacteremia ou tar, com pequenas lesões erosi-
estruturas adjacentes, como articulações) vas confluentes.
TRATAMENTO: drenagem + ATB (cefazolina IV ou TRATAMENTO: manter os pés
cefalexina VO) – o ATB pode ser dispensado se a secos (AlCl3) + eritromicina.
drenagem for bem-sucedida.
“TRICOMICOSE” AXILAR
FOLICULITE, FURÚNCULO E CARBÚNCULO ASPECTO CLÍNICO: massas avermelhadas, negras
• FOLICULITE: estafilococcias que atingem o folí- ou amareladas aderidas ao redor da haste pilosa.
culo pilossebáceo TRATAMENTO: raspagem + antissépticos + antibió-
• FURÚNCULO: estafilococcia necrosante do apa- ticos tópicos.
relho pilossebáceo (antigamente denominado
antraz) – é como uma foliculite mais profunda
ERITRASMA
• CARBÚNCULO: confluência de vários furúnculos
São mais típicas do adulto. ASPECTO CLÍNICO: infecção por Corynebacterium,
sem sinal de inflamação, na qual ocorrem manchas
pardas ou rosadas, com descamação furfurácea.
PERIPORITE • Coloração na luz de Wood: vermelho-coral
DEFINIÇÃO: é a estafilococcia das glândulas sudorí- TRATAMENTO: ceratolíticos ou tolnaftato local ou
paras écrinas. eritromicina local/sistêmica.
• Na glândula apócrina, é denominada hidradenite
EPIDEMIOLOGIA: predomina em crianças (“absces-
sos do lactente”), porque as glândulas sudoríparas
não estão totalmente formadas.
ASPECTO CLÍNICO: nódulos inflamatórios que su-
puram, em pescoço, nádegas, tronco e coxas.
TRATAMENTO: evitar calor + ATB tópico/sistêmico.

Você também pode gostar